Algures numa ilha isolada ficava situada uma das mais perigosas prisões do mundo. Todo o tipo de criminosos mais violentos e sanguinários iam parar ali.

No meio deles destacava-se algo invulgar, uma mulher.

Conhecida como a serial killer mais violenta da história, a reclusa número 10523 coexistia no meio de todos aqueles animais.

– 10523, o Diretor chama-te. - Um guarda prisional aproxima-se da sela.

– Porquê?

– Ele quer ver-te.

– Não tenho interesse em ver a cara desse velho.

– Ou vens a bem ou a mal.

Ela levanta-se da cama. Os seus braços tatuados sobressaiam com a camisola branca de alças. Ao encarar o guarda com um olhar afiado repara que as pernas dele tremiam.

– Odeio homens... - Sussurra sorrindo.

***

Era de consenso mútuo entre os membros da chefia da prisão que depois de cinco anos presa a reclusa 10523 estava pronta para voltar ao mundo exterior.

Na verdade a razão desta decisão tivera em conta as mais de duzentas baixas que ocorreram no seu tempo de estadia. Apesar de estar a fazer um bem pela sociedade ao exterminar aqueles criminosos, a Direção já não sabia mais como esconder isso do público.

Assim sendo, 10523 seria posta em liberdade com a condição de permanecer entre o território neutro e o território da Máfia, onde a polícia jamais se atrevera a entrar.

Um canil de animais raivosos e selvagens onde a palavra-chave é SOBREVIVÊNCIA.

Empurrada para a rua com o alívio de todos os guardas e reclusos, a serial killer vai até ao parque onde estava estacionado o seu Ferrari vermelho.

Encostado a uma mota desportiva estava um homem alto e de óculos de sol com um carapuço que sorria para ela.

– Bem-vinda de volta Raven.