Última noite na terra escrita por WofWinchester


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Bueno, uma Destiel curtinha só porque eu estava entediada. Se passa no final da quinta temporada. Numa determinada hora eu vou pedir uma música, pra encaixar com o momento, é da escolha de vocês colocar ou não. O nome é All the Stars - Ed Sheeran (linda não?).
Comentem, please :3



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O Impala estava estacionado em frente ao Grand Canyon, o melhor lugar para olhar as estrelas, segundo muitas pessoas. As árvores balançavam suavemente com a brisa úmida e fria, Dean apertou os braços em volta de sí. Daqui a algumas horas ele teria que consentir que Sam pulasse num buraco com Lucifer, e o simples pensamento fazia seu estômago se contorcer. Embora soubesse que era a única forma, ele rezava interiormente para que algo surgisse como um passe de mágica e salvasse seu irmão. Mas quem Dean queria enganar? Sam estava condenado.
O rádio estava ligado numa estação qualquer, apenas para emitir algum som. Dean odiava se sentir sozinho. Ele encarou o céu escuro com inúmeros pontos brilhantes denominados estrelas. O loiro se perguntou quantas vezes ele realmente havia parado e olhado para o céu? A vida que ele levava requeria muito isso, cada momento devia ser aproveitado como se fosse o último, pois poderia ser. E nesta noite, Dean sabia que suas chances de sobreviver para ver o céu novamente estavam muito baixas. Quando o som enfim se levantasse ele partiria para o cemitério, onde encontraria Lucifer e Miguel em um combate apocalíptico. Talvez Sam conseguisse impedir, pular na jaula, mas e ele? Se Lucifer não o matasse, ele não conseguiria viver sem o irmão de qualquer maneira. Dean era aquele que mais estava condenado ao que o fatídico destino lhe reservava, a morte.
- Pensamentos obscuros? - perguntou Castiel. O Winchester se virou apenas para confirmar a presença do anjo, que não havia sido notada até então. Ele estava deitado no capô do Impala com os braços atrás da cabeça, imitando a posição do amigo.
- Cass - disse ele tristemente. A última coisa que queria agora era ver o anjo, pois uma estranha sensação de angústia se formava em seu peito quando pensava que poderia nunca mais vê-lo.
- Parece desanimado - constatou o moreno.
- Se eu estou desanimado para empurrar o meu irmão numa jaula com o capeta e possivelmente morrer? - Dean fez uma careta de desgosto - É, pode se dizer que sim.
- Você sabe que não precisa ir...
- Eu sei que preciso. Sou o único que pode ajudar o Sam.
- Eu vou estar lá, eu posso ajudá-lo.
O loiro se sentou de repente, apoiando as mãos no capô do carro. Como assim ele estaria lá? Não! Isso era algo apenas entre Sam e Dean, Cass não devia e nem podia chegar perto daquele cemitério. Era extremamente perigoso.
- Você não pode ir - ele deu uma risada nervosa.
- Eu sou um soldado, preciso lutar. Principalmente se for pelos meus amigos - falou Castiel, calmamente como sempre.
- Me diga uma coisa, Cass - começou o loiro - O que acontece quando um anjo morre? Suponho que não exista um céu para anjos.
- Nós... Desaparecemos. Eu acho - constatou o moreno, depois de alguns segundos.
- Você não vai! - ordenou Dean.
- Não posso deixar que você vá sozin...
- Eu não quero ver você morrer, Castiel! - falou o loiro alterado. Então eles se encararam por um momento que pareceu uma eternidade. Dean sabia o quanto estava sendo totalmente ridículo, Castiel era dono do próprio nariz e era um anjo. Um ser celestial e superior que não morreria facilmente como um simples humano como ele. Mas se pensar em perder Sam acabava com ele, pensar em perder Castiel, o destruía. Dean simplesmente não podia aceitar que ele se fosse, mesmo que por um segundo. E isso era bobo e infantil, era um sentimento forte, covarde e egoísta que crescia dentro dele sem que o mesmo se desse conta, até agora. E foi nesse momento, olhando dentro daqueles incríveis olhos azuis, ele soube que estava tudo acabado, todas as barreiras caíram ao chão virando pilhas de cacos. Ele amava aquele homem e estava prestes a perdê-lo, para morte, para Lucifer ou para o céu.
Dean escorregou de cima do carro e caminhou até a beirada do Canyon, esfregando os olhos.
- Acho que essa história de "última noite na terra" tá me deixando meio louco, desculpe - falou ao ouvir os passos do anjo atrás de si. O anjo se aproximou dele sem proferir uma palavra, então agarrou seu braço, fazendo-o se virar para encarar.
- Cass? - perguntou o Winchester, desconcertado com a atitude do moreno, que mantinha a expressão séria. Castiel se aproximou devagar, ele podia sentir sua respiração quente, sua presença inebriante, seus olhos eram como mapas lhe convidando a desvendar os segredos de sua alma. Dean tentou se esquivar, mas o anjo o segurava com força.
- Mas o qu...
Sentiu seus lábios nos dele, seu sabor doce, sua mão o puxando para si. Seu coração queria pular do peito e dançar, uma felicidade repentina o preencheu e pela primeira vez em muito tempo Dean sentia que sua vida valia a pena. Ele segurou o rosto do moreno gentilmente e o puxou para mais perto, acabando com cada centímetro que os separava.
- Eu sou um idiota por perceber isso só agora, mas eu te amo - murmurou, sentindo a respiração ofegante de Castiel contra seus lábios.
- Não fale como se fosse um Adeus - pediu o anjo baixinho. Dean sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, e se fosse definitivamente um adeus?
- Se for...
- Dean - o moreno tentou interromper, mas o loiro colocou um dedo gentilmente em frente a seus lábios.
- Shh, eu preciso dizer. Ouça, se isso for um Adeus eu quero saber que eu disse tudo que eu precisava, e que nós recuperamos todo o tempo perdido. Certo?
Castiel assentiu com a cabeça.
- Então - Dean continuou - Eu quero que essa noite seja perfeita, a partir de agora não vamos pensar no que vai acontecer quando o sol nascer. Eu só quero pensar que eu estou aqui, você está aqui comigo, embaixo desse céu maravilhoso e no quanto eu amo você e não me canso de dizer.
- Não importa o que aconteça, Dean. Eu amo você com todo o meu ser, por toda extensão da minha existência, e vou te amar pela eternidade. Não importa se ela vai durar mais dois séculos ou duas horas. - ele segurou o rosto do caçador, puxando-o para beijar seus lábios com delicadeza. Eles se beijavam suavemente, como se estivessem saboreando um ao outro, mas aos poucos o beijo foi se tornando mais ávido e necessitado.
- Dean - falou o anjo, ofegante, se separando dele.
- Que houve? - perguntou, notando que Castiel estava vermelho.
- Eu estou sentindo algo diferente. - constatou o moreno, aflito.
- Tipo o que? - perguntou Dean, curioso.
- Eu não sei, é diferente...
- Tenta explicar - incentivou.
- Amor - falou o anjo, deixando o caçador mais confuso ainda.
- Amor? - repetiu - Você quer fazer carinho, ouvir músicas românticas, olhar as estrelas e imaginar a casa perfeita com cerca branca, é isso?
- Mais ou menos, tem mais coisa, eu acho.
- Espera um pouco - Dean levantou as mãos quando algo passou por sua cabeça - Você quer amor ou você quer fazer amor? - perguntou com um sorriso malicioso evidente.
- Eu não sei - respondeu Castiel, ingênuo.
- Ah Deus - o loiro começou a rir - Eu esqueci que você é virjão... Tá peraí.
- Cala a boca - o anjo rolou os olhos, sorrindo quando Dean veio em sua direção e o beijou novamente, mas desta vez de uma maneira mais sensual. Passando as mãos por baixo do sobretudo e o abraçando apertado contra seu corpo.
- É isso que você quer? - perguntou se separando alguns centímetros. Castiel assentiu com a cabeça e se inclinou para continuar o beijo.
Sem tirar os lábios um do outro, Dean conduziu o anjo até o Impala, abrindo a porta. Castiel entrou, sentando no banco do motorista e puxou o loiro ao seu encontro.
- Ai minha cabeça! - protestou ao bater a mesma no teto do carro.
- Desculpe - murmurou Castiel, com uma risada implícita.
- Que desculpe o quê, você vai ver o desculpe - brincou o caçador, se deitando por cima o anjo. O moreno estendeu a mão em direção ao rádio, sem tocá-lo, e o mesmo começou a tocar uma música romântica. [Play - All the Stars]
- Você fica sexy quando faz isso - comentou Dean com um sorriso. Castiel arqueou uma sobrancelha, sorrindo maliciosamente. - E ainda se faz de gostoso!
- Cala essa boca e me beija - falou o anjo.


Faltavam cerca de onze minutos para amanhecer. Dean estava deitado no capô do Impala, com Castiel abraçado a seu corpo, sua cabeça repousava em seu peito. Nunca em sua vida tivera uma noite tão perfeita. Não pelo sexo, e sim por que ele sentia que finalmente seu mundo havia se encaixado em algum lugar. Cada vez que ele estava com Castiel, o tocava, o beijava, era como se borboletas dançassem em seu estômago. Lembrou que logo depois de fazerem amor, Dean se pegou fitando o anjo, trêmulo e abestalhado, os sentimentos mais bonitos estavam em combustão espontânea dentro de si. Foi como ter uma espécie de "orgasmo da alma", se isso fosse possível.
- Você é lindo sabia? - murmurou, fitando o moreno.
- Eu amo você - sussurrou, seus olhos transbordando em doçura.
- Eu também amo você, e amo mais ainda fazer amor com você. - o anjo ficou levemente envergonhado - Ainda mais quando você fez aquela coisa, sabe? Eu cheguei a revirar os olhos, as duas vezes. Foi incrível...
- Para Dean! - o moreno desviou o olhar, tímido.
- Ai que bonitinho, ficou constrangido - o caçador continuou.
- Para com isso, ou eu vou te mandar pelado pra uma praia de nudismo gay - ameaçou o anjo, divertido.
- Vai arriscar perder seu homem?
Castiel deu um pequeno tapa no ombro de Dean, que começou a rir, e em seguida o encarou por vários segundos. Como aqueles olhos azuis o encantavam, eram tão lindos que pareciam surreais. Era como ter seu próprio céu ao alcance de um toque, ou um beijo.
- Olha - o moreno apontou para cima - uma estrela cadente. Dizem que se você fizer um pedido, ele se realizará.
- Você acredita nisso?
- São suas crenças, não minhas. Sinta-se a vontade - falou o anjo.
- Se eu pudesse pedir qualquer coisa, eu pediria que o tempo parasse agora. Assim eu poderia ficar com você pra sempre, sabendo que nada nunca iria nos separar. Nem o tempo, nem a morte, nem demônios, anjos, ou a velhice. Eu poderia ficar aqui, parado, apenas olhando pra você, e isso seria perfeito, eu poderia ficar uma eternidade assim e nunca me cansaria.
Castiel deslizou a ponta dos dedos suavemente pelo rosto do caçador.
- Dizem que na vida, duas coisas são certas: O amor e a morte - murmurou o loiro.
- E nós temos os dois agora - concordou o moreno com um suspiro - Embora eu ache que seu pessimismo seja algo trágico.
- Não importa - Dean deu de ombros - por que eu estou feliz agora, e nem um último suspiro vai tirar essa felicidade de mim.
O sol nascia timidamente por trás do Canyon, deixando seus raios fracos afastarem a noite. E junto com ele vinha o fatídico destino que os aguardava e a responsabilidade de salvar um planeta. Castiel puxou Dean pela mão até a beirada do Canyon.
- Quero fazer algo que eu vi num filme - disse animado.
- Filme pornô?
- Não!
O anjo se virou de frente para o caçador, segurando suas mãos junto as dele.
- Eu, Castiel, um anjo do senhor, sob essa terra que me prende ao chão e abaixo desse céu, quero dizer o quanto eu amo você, Deano Campbell Winchester...
- Deano não! - interrompeu o loiro, mas o moreno colocou o dedo em frente aos lábios dele pedindo silêncio.
- Eu prometo te amar, respeitar e protegê-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até o fim da nossa eternidade... - o anjo fez uma careta - Espera.
Então ele desapareceu e em meio segundo reapareceu no mesmo lugar segurando duas pequenas correntinhas prateadas. Uma com um pingente de asas e outra com um pingente de coração. Castiel colocou a primeira no pescoço do caçador e sorriu. Dean pegou a outra corrente, e segurou a mão do anjo, acariciando-a com o polegar.
- Eu, Dean...
- Deano - corrigiu Castiel.
- Deano - continuou o loiro, contragosto ao seu verdadeiro nome que ele acha horrível - Campbell Winchester, quero dizer o quanto eu amo você, Castiel, meu anjo. Quero dizer o quanto você mudou a minha vida, o quanto você me mudou. Eu prometo amar você, respeitar, e proteger, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a última batida do meu coração nos separe fisicamente. Mas continuarei com você, pra onde quer que eu vá, se eu for pra algum lugar.
Dean colocou a correntinha no pescoço de Castiel, sentindo seus olhos úmidos. Ele o beijou demoradamente, desejando poder guardar aquele momento para sempre em sua memória, caso o pior acontecesse. O sol já iluminava o céu, estava na hora de partir.
- Eu amo você, meu anjo - murmurou o caçador de olhos fechados.
- Eu amo você, meu humano - sussurrou o anjo.


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