Climb My Sugar Walls escrita por Colonara


Capítulo 2
Capítulo 2 - Won't you think about what you're about to do to me and back down?


Notas iniciais do capítulo

MUITO MUITO MUITO obrigada por todos os reviews no capitulo passado
Prometo responder todos em breve vocês são uns amores
Como prometido um cap mais longo :DD
Espero que gostem
BOA LEITURA



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Austin

– Dez! Deixa o Louis em paz! – Austin gargalhou, de olhos fechados, enquanto suas pernas tomavam todo o espaço disponível no sofá de três lugares que tinham preparado para a equipe no backstage.

Dez, um ruivo alto e de aparência simpática que ocupava seu tempo em uma luta de macarrões de piscina com um dos amigos dos garotos parou imediatamente sua tentativa de acertar Louis e se virou para Austin com uma sobrancelha erguida.

Eles estavam no backstage do palco que dava para a área de lazer, que consistia em uma piscina imensa, uma pista de dança e o grande bar. Ali fora havia sido montado o palco onde Austin iria performar na abertura das regionais de surfe de Huntington Beach, e o lado de dentro – onde eles se encontravam – era um luxuoso salão oval onde Dez, Austin, Louis e a equipe ficaram incumbidos de organizar o equipamento de som e luzes a seu gosto.

A verdade é que ninguém estava trabalhando direito. Aiden, o principal responsável pela equipe tivera um atraso mínimo e deixara apenas algumas coisas para que os garotos arrumassem antes dele chegar e que, com toda certeza, não haviam sido feitas.

– Você bem que podia ajudar, né Austin?! – provocou Dez, levando um golpe certeiro do macarrão de espuma de Louis na bunda.

– Ei, a abertura está por minha conta. Eu preciso descansar. – argumentou o Austin, ajeitando-se em uma posição mais confortável no sofá.

– Ok, princesas as duas são lindas, mas temos que arrumar as coisas senão fica em cima da hora para passar o som e vai dar merda. Então de volta ao trabalho! – Austin ouviu a voz dizer, vinda de algum ponto a sua direita, e em seguida uma dor ínfima se espalhar pelo seu joelho.

Ele abriu os olhos vagarosamente para encontrar o Aiden sentado em suas pernas, o olhando com uma expressão triunfante.

– Bancando a diva de novo, Moon? – Aiden perguntou sorrindo, enquanto Austin se levantava e coçava os olhos.

– Acho que um patrocinado pela DC tem certos luxos, não?

O garoto se levantou e deu uma espiada entre as janelas por trás das cortinas. Huntington Beach, babe e, wow, quantas oportunidades. Lá embaixo, no saguão e hall do hotel ele podia ver incontáveis garotos e garotas, todos em trajes de banho e o som ás alturas.

Aquela festa prometia.

– Austin? – chiou Aiden, enquanto desembolava os milhares de fios das caixas de som. – Austin você estava me ouvindo?

– Ele estava pensando em quantos tapetes do saguão vai sujar de vômito dessa vez. – riu Louis, o rosto se franzindo em uma expressão de nojo.

– Desculpe Aiden, o que você estava dizendo? – perguntou Austin, ignorando o high-five de Dez e Louis.

– Bom você só precisa cantar umas duas ou três músicas, eu consegui diminuir a cota, e depois pode sair para curtir a festa. – comentou o garoto sem olhá-lo, enquanto tentava forçar um cabo e uma entrada que claramente não se encaixariam. – Tenho certeza que você já tem planos, Big M.

A verdade é que Austin tinha.

Umas duas semanas e meia atrás, ele havia se metido em – digamos – um problema feio. Por ser um surfista internacionalmente desejado, e modéstia a parte, com um cachê bastante gordo, Austin não conhecia outra vida senão uma regada á festas, bebidas e mulheres.

Sua última festa porém não havia saído como planejado; para ser franco, tudo havia saído dos trilhos quando viaturas da polícia cercaram a casa e acabaram levando – literalmente, carregando – um Austin totalmente alterado. Não foi nada que uma boa fiança e um suborno por sigilo não resolvessem.

Mas três coisas o dinheiro não resolviam: a vergonha, a dor de cabeça, e o castigo de um mês sem festas.

Um mês, para quem era considerado o Rei, era tempo pra caralho. E nada deixou Austin mais furioso que o boato que surgira de que o garoto havia se “aposentado”.

Mas agora, ali em Huntington Beach, sem o controle de seu pai autoritário e sua mãe submissa, a história era outra. Austin já havia preparado a sua volta, e ela seria triunfal.

– Nah. – ele trocou um sorriso cúmplice com Dez. – Eu não planejei nada.

Ally

– Você está viva? – foi a primeira coisa que Trish perguntou quando Ally entrou no quarto.

Ally não tentou beber de uma vez toda o deslumbrante aposento. Ela localizou o principal: as portas de vidro colossais que davam para a varanda com vidro e vista de HB, o lustre de cristal pendendo do teto, as duas portas que anunciavam o quarto dela e de Trish, a mini-cozinha á um canto e por fim a depressão do carpete bem no meio do quarto que formava um grande buraco em que se encontrava uma mesa de vidro frágil, um sofá moderno de veludo vermelho e uma televisão de 60 polegadas.

Em cima da mesa, uma bandeja majestosa de prata com diversas frutas tropicais picadas e ao lado um copo com suco de laranja e outro com um líquido verde neon que parecia reluzir.

– Desculpe? – ela perguntou a Trish, enquanto largava as malas com desleixo no meio da sala.

– Quero dizer, eu não estaria viva ainda depois de passar tanto tempo num saguão com aquela trupe de pedaços de mal caminho.

Ally riu e rolou os olhos para a amiga, que ainda não havia desgrudado os dela de Buddy Valastro que construía um bolo de Empire State na televisão.

– O que é tudo isso? – ela apontou as frutas intocadas.

Trish olhou-a e sorriu.

– Ah, isso? Eu fiquei com pena por te abandonar lá embaixo com aqueles gostosos, e por ter gritado com você no Whatsapp então...resolvi te paparicar.

Ally desabou no sofá ao lado de Trish e a abraçou, olhando em seus olhos preguiçosamente.

– Trish... – ela chamou a garota, em um tom manhoso de quem a conhecia a tempo demais para cair naquele papo. – O que é que você quer?

Trish rolou os olhos e desligou a televisão.

– Que você vá na festa de hoje á noite. – Trish disse rapidamente, abandonando sua falsa casualidade e se virando para Ally com desespero nos olhos.

– Sem chance. – Ally respondeu, erguendo as sobrancelhas.

– Por favooooor Ally, qual é! – Trish ajoelhou-se sobre o sofá e uniu as mãos. – Por favor Ally! É uma oportunidade astral , eu estou sentindo que você vai encontrar o amor hoje á noite! Você não vai foder o Universo, vai?

Trish era obcecada com toda essa baboseira de alinhamento de planetas, mapas astrais e destinos místicos. Ally se lembra do quanto a garota a havia importunado nos primeiros meses de amizade para descobrir a data e horas exatas que Ally havia nascido, e como ela arredondou a hora, Trish ficou insana.

– Sim, Trish eu vou foder o Universo e vou fodê-lo na minha cama porque estou morta de cansaço! – respondeu Ally em um tom exausto. – Além do mais, que festa é essa? Eu olhei o cronograma e os últimos programas da noite eram yoga no Salão Fiesta, bingo e depois “hora de dormir”.

Trish deu um tapa na própria testa e balançou negativamente a cabeça.

– Ally, essa era a programação dos idosos. – Oh, isso esclarecia muita coisa. – Vamos comigo, por favor! Eu...eu...eu vou ter que discursar. Eu preciso da minha melhor amiga lá como um...apoio moral?

Ally revirou os olhos e caiu de cara na almofada do sofá. O que ela não fazia por Trish De La Rosa?

– Tudo bem, Trish, eu vou. – ela suspirou cansada. – Mas vou para ver seu discurso, e só.

– Tudo bem, Dawson. – Trish sorriu para ela e a ergueu do sofá. – Mas antes, quer ver a taça do campeonato? – sua voz tremia de empolgação. – Ela vai ser exibida hoje á noite.

– Trish eu não s-

Mas Trish já a estava arrastando para fora do quarto.

X

O porão do hotel desfazia qualquer noção de luxo que ele quisesse passar lá em cima.

Era um corredor, longo e muito mal iluminado, fedendo a mofo e com diversas portas que davam para ainda mais diversos compartimentos que abrigavam as mais diversas tranqueiras, aquecimentos e produtos de limpeza. Trish segurou a mão de Ally e apoiou o indicador nos lábios, pedindo silêncio, enquanto as duas atravessavam aquele verdadeiro cenário de filmes de terror.

– Se nos pegarem aqui...meu Deus. Papai me mata. – sussurrou Trish, estremecendo. Então, um estrondo foi ouvido. Ally estacou na hora, puxando Trish junto e quase fazendo-a tropeçar em uma elevação empenada do assoalho.

– O que foi isso? – sibilou Ally.

– Eu não sei, talvez algum faxineiro, Ally vamos logo! – responde Trish impaciente, puxando a amiga em direção á última porta.

O estrondo foi ouvido mais uma vez, dessa vez mais forte, seguido por vozes abafadas discutindo. Ally estacou mais uma vez e voltou três passos, puxando a garota com ela.

– Trish acho melhor a gente voltar. É sério, você não ta ouvindo?

– Ally você ta com medo de um barulhinho? – apesar do escuro, ela soube que Trish sorria.

– Eu não to com medo deAAAARRRRRRRRRRRRRRRRRRREEE!

Uma dor lancinante na base das costelas e Ally foi ao chão, seus dedos entrelaçados nos de Trish arrastando a garota consigo e embolando-a em outros dois vultos escuros que carregavam nos braços diversos objetos pesados que se derramaram sobre as duas em uma avalanche dolorida.

Ally reconheceu o tubo que rolou sobre sua mão, em forma semelhante á uma mamadeira, e o cheiro de maçã... Aquilo tudo era...detergente? Ela se levantou alarmada, deixando Trish no chão e recuou da estranha cena dos corpos embolados.

– Porra, Dez! – xingou uma voz rouca e masculina. – Você disse que não ia ter ninguém!

– Eta caralho, é porque não teria ninguém! – respondeu uma outra voz, e um garoto ruivo se pos de pé, com as mãos nas costelas e uma expressão de dor. – Quem são vocês duas?

– Quem pergunta isso sou eu! O que você estão fazendo aqui, e ainda por cima roubando detergente do estoque? – uma Trish absurdamente raivosa rosnou, se levantando e encarando os dois estranhos.

– Ei, dá pra parar de gritar? – Ally se pronunciou, acostumando o olhar á luz. – Vão ouvir a gente.

Agora Ally já podia enxergar os dois estranhos e o mar de tubos de detergente aos seus pés. Se deu conta de que o que a atingira nas costelas fora a porta que um dos garotos abriu, e o susto os havia feito cair e derramar os recipientes que carregavam.

Um dos garotos era claramente um surfista. Alto, bronzeado e – meu Deus – incrivelmente gostoso; tinha cabelos muito louros bagunçados e um sorriso cafajeste, além de olhos lindos e sobrancelhas misteriosas. Seu amigo era quase o oposto: tão alto quanto, porém dono de uma pele alva e sardenta, cabelos muito ruivos e roupas...peculiares. Além de um físico magro e nada esportivo.

Ela percebeu que o garoto louro a encarava com o mesmo interesse, e por reflexo um sorrisinho bobo surgiu em seus lábios. Isso, é claro, antes de Trish dizer, alarmada:

– Eu sei quem é você! – ela apontou para o louro, e o garoto se sobressaltou. – Você é Austin Moon! O meu pai está patrocinando você, junto com a DC, Roxy e HangLoose!

Um calor involuntário percorreu a espinha de Ally.

– Quem é Austin?

A garota gargalhou, mas dessa vez soou mais simpática:

– Ok, você definitivamente não é daqui.

– E o que Trish De La Rosa e sua amiguinha fazem no porão do próprio hotel? – o tom de Austin soou frio e autoritário. Trish devolveu na mesma moeda:

– Nada que seja do interesse de Austin Moon.

– Ok, ok. – o ruivo se adiantou entre os dois. – Nós não vimos vocês e vocês não viram a gente. Feito?

– Mais do que feito. – Ally respondeu, fazendo questão de deixar seu tom entediado.

Austin Moon recolheu os detergentes do chão e, ao passar por Ally em direção ás escadas, deu-lhe um bruto esbarrão no ombro.

– A gente se vê na festa, gatinha. – e piscou.

– Pode apostar que sim. – Ally respondeu.

Ao se virar para Trish, Dawson tremia de raiva. Como um ser humano podia ser tão arrogante? Tão autoritário? Tão...lindo.

Mas por estar virada para a amiga, Ally Dawson não viu a última olhada interessada que Austin Moon deu sobre o ombro, antes de subir as escadas.

A gente se vê na festa, gatinha.


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Notas finais do capítulo

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