14° Desafio Sherlolly escrita por Anna Hiddleston


Capítulo 1
Zumbis


Notas iniciais do capítulo

http://letras.mus.br/jack-johnson/i-got-you/traducao.html#ouvir:alternativo

:D

Musiquinha calma, super light.

Boa leitura ;)



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-Molly... Bom dia. - Molly deu um pulo, suas testas se beijaram fazendo um 'pock' desconfortável.

-Ahñ... - Ela se encolheu esfregando a testa. Finalmente abrindo os olhos e vendo quem estava do outro lado da cama. Sherlock estava praguejando esfregando a testa também.

-Isso vai ficar vermelho,.. Ai. - Ele pegou o celular e colou na testa. -Vou buscar um gelo. E... Hm... Bom dia.

Molly coçou os olhos, ignorando a sensação latejante em sua testa.

Conferiu o relógio e revirou os olhos. Sete da manhã, de sua folga. Ela ia matar Sherlock com suas próprias mãos.

Espera... Sherlock?!

O detetive entrou na mesma hora segurando um gelo enrolado em um saco de porcionar, um em sua testa, e uma em sua mão.

Ela aceitou, e o olhou estranhamente.

O que aconteceu ontem a noite? Por que ele estava aqui? Por que Sherlock Holmes está em sua casa enquanto ela está de pijam...AH.

Molly cobriu seu corpo com os lençóis desesperadamente.

Ela estava nua.

Por que normalmente é muito normal uma pessoa que só mora com seu gato dormir nua, não é? Mas não é normal acordar nua e com um detetive em seu quarto.

Espera... Ela não tinha tirado as chaves dele?

-Sherlock, como você entrou aqui?! - Ela corou, e se afundou um pouco mais nos lençóis.

-Eu peguei isso aqui -ele sacudiu a cópia das chaves que ela tinha dado para Mary- na casa de John.

-E como você pegou isso? - Ela coçou a cabeça.

-Eu entrei pela janela,... E peguei no chaveiro. -Ele sorriu amarelo.

-Você é impossível. - Ela revirou os olhos. - Por que você está aqui?

-Hm... Eu estava entediado... E hoje é dia dos namorados.

Molly arregalou os olhos e o gelo deslisou de suas mãos, ela olhou para Sherlock em expectativa.

-Respire Molly. Eu só quero... Dar uma volta. - Ele balançou a cabeça, aquilo não soava convincente nem para ele.

-Hm... Ok. - Ela engoliu seco. - Eu vou... Me vestir...?

Ele assentiu, e continuou parado no mesmo lugar, ambos se entreolharam e olharam para os lados.

-Sherlock... Você poderia sair para eu me vestir?

-Ah! Ok! Ok... - Ele saiu rapidamente do quarto, fechando a porta.

Molly suspirou, e aquietou seu coração, quando se declarou calma o suficiente se levantou pegou uma muda de roupa e foi se vestir.
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-Sherlock, eu não te disse para ir agora, eu disse, para você ir na hora do almoço!

-E qual é a diferença? Enfim, eu a acordei, ela está tomando banho agora... O gato dela está me encarando, o que faço?

-Você ao menos levou rosas para ela?

-Rosas? John...

-Tudo bem, olha, agora que você a acordou e tudo mais leve-a para tomar café em um bom restaurante, e não me mande mensagens!

-John mas...

Sherlock suspirou quando o amigo desligou na sua cara.

Quando Sherlock disse 'eu quero fazer algo especial para Molly Hooper' ele não disse 'eu quero sair para comer e andar com Molly Hooper no dia dos namorados.'

Sherlock encarou o gato que estava em cima da mesa, o olhando mau-humorado.

-O que é?

O gato fez um barulho estranho e balançou o rabo.

-Olha só, eu não tenho culpa, eu ia comprar um presente ou algo assim, mas...

O gato o interrompeu com um miado agudo e contínuo.

-Tudo bem, não quero mais falar com você.

O miado continuou, até Molly entrar na sala, ainda colocando o sapato, com os cabelos molhados.

-Quieto, Toby. - Ela tampou os ouvidos. - Eu vou te dar comida.

O gato olhou para ela e se levantou nas quatro patas, ainda fazendo o miado contínuo.

-Toby, isso é feio! - Ela bufou quando o fato continuou.

Sherlock observou Molly se esticar para pegar um pote, e o gato miou mais forte.

-Sherlock, dê isso para ele, por favor? - Ela entregou na mão do detetive um palitinho vermelho com cheiro de peixe, na embalagem dizia 'barra de proteína para gatos, sabor salmão' ele abriu e o gato praticamente chorou.

-Hm, aqui, Tobias.

-Toby. - Molly riu, misturando algo na ração do gato.

-Toby. -O gato se virou para o detetive e se aproximou quando viu o palito. Sherlock colocou-o na mesa e o gato olhou confuso.

-Ahñ... Acho que ele não quer. - Sherlock informou para Molly.

-Você tem que segurar para ele, assim. - Ela colocou pegou o palito com a mão livre e segurou o para Toby. Que mastigou até tirar um pequeno pedaço. -Segure, ele não vai te morder, no máximo vai se apoiar em você.

Sherlock segurou o palito, e observou o gato comer empolgado.

Molly colocou a ração no lugar e a mistura esquisita no microondas.

Quando ficou pronta ela colocou no chão, e o gato seguiu os movimentos com os olhos arregalados.

-Por que ele está comendo barra de proteínas e... Essa mistura que você fez? - Sherlock perguntou.

-Ele tem um problema de ossos. Quando ele era pequeno ele não conseguia mover as patas traseiras, por isso eu adotei ele. - Ela o acariciou.

-Você o adotou por que ele estava doente?

-Não, eu adotei por que ele precisava de cuidados. - O gato terminou o palito e pulou da mesa. - E agora eu fico orgulhosa quando ele dá esses pulos. Sinal que ele está bem.

Sherlock assentiu.

-Hm, vamos comer? - Ele se levantou.

-Uh... Eu tenho chá, e biscoitos..

-Eu conheço uma ótima padaria por perto, vamos! - Ele se virou para a porta.

Molly pegou seus casacos, e Sherlock revirou os olhos para a quantidade de roupas e acenou para Toby que largou sua comida e os acompanhou até a ponta, dando um miado solitário.

-Já volto. - Ela soprou um beijo.

Sherlock não sabia se achava bonito, ou estranho a interação de Molly com o gato.
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Molly pediu um chá, e Sherlock pediu uma cesta de pães e um chá. Eles comeram calmamente, Sherlock muitas vezes olhava para o celular, e Molly muitas vezes olhava para fora da janela.

Sherlock pagou a conta, Molly agradeceu.

Enquanto andavam, sem qualquer destino definido, Molly suspirou.

-Hm... Nós podemos ir no parque. Ou no shopping... - Sherlock coçou a cabeça.

-Você não precisa fazer isso, Sherlock. - Molly se virou para ele, com as mãos nervosas remexendo o casaco.

-Eu não estou...

-Eu sei que você não planejou isso, eu sei que foi John, ou até Mary, que disse para você vir fazer algo comigo, e acredite, você não é forçado a nada.

Sherlock olhou para seu celular em sua mão, pensando que ela poderia ter ouvido-o falar com John mais cedo.

-Como você soube? - Ele engoliu seco.

-Mary esconde as chaves. Eu sei disso, eu escondi com ela, estava dentro de uma almofada. E... Sherlock, você mal lembra o dia da Páscoa, como é que você poderia se lembrar do dia dos namorados? -Ela riu, sem graça.

-Eu... - A frase morreu em seus lábios. Sherlock se sentiu instável. Ele não queria magoar Molly, mas foi de fato o que aconteceu. - Eu ainda quero fazer algo interessante hoje.

Molly deu um pequeno sorriso.

-Eu sei onde podemos ir. - Ela disparou na frente dele. O guiando para uma velha galeria.

"Laser Shot" era o nome da loja.

-Molly! - Um carinha gordinho com uma bandeira de motoqueiro prendendo os cabelos ruivos a cumprimentou. - 50% de desconto para você e seu namorado hoje. Por uma hora! E dessa vez você fica no time azul! Começa em cinco minutos, vai lá se vestir.

-Obrigada Ray! - Ela sorriu e entrou.

Sherlock deu uma avaliada no homem antes de entrar.

-Veste esse colete, e esse capacete... Acho que cabe. - Ela passou para ele. - Me dê suas roupas para eu guardar no armário depois.

Ela tirou seus casacos e seu suéter, ficando somente com uma blusa branca de mangas. Vestiu o colete e o capacete, e pegou duas grandes armas de plástico. Ligou uma das armas em seu colete, com um fio parecido com fio de telefone.

Sherlock terminou de colocar o capacete, e um apito soou.

-Vamos.... Ah, espera. - Ela plugou a arma no colete e o entregou a arma.

-Molly, como se joga isso? -Sherlock olhou para a arma gigante.

-O jogo vai te explicar. - Ela piscou.

Sherlock achou que ela ficava bem sexy de colete.

Eles entraram em uma sala escura, com vários adolescentes, e casais, rindo ansiosos.

Uma tela se ascendeu, e várias imagens começaram a passar, com um cara explicando ao fundo.

-No ano de 3016, o nível de poluição da atmosfera atingiu níveis insustentáveis.. Para reverter a situação foi criado o projeto oxigênio para eliminar os poluentes e restaurar a qualidade do ar. Porém o cientista chefe do projeto introduziu um vírus no computador central da ETA (Estação de Tratamento do Ar), fazendo com que os poluentes retornassem à atmosfera. O objetivo do jogo é eliminar o vírus, e assim salvar a população da terra. Para isto, com um incrível emissor de raios laser em mãos, você deverá desativar inimigos, defender seu território e evitar ser atingido, procurando acumular um número cada vez maior de pontos. - A tela foi desligada, e um carinha apareceu. Ele parecia desesperado, mas estava só atuando.

-Boa tarde recrutas, a situação hoje é difícil, a estação vermelha está com mais recrutas, mas nós vamos conseguir! - As pessoas gritaram, e o carinha sorriu. - Lembrem-se de ligar o rádio, é só apertar o botão que tem dentro do seu capacete, você vai conseguir falar com o parceiro que estiver mais próximo de você. Com cinco tiros, você está fora do jogo por sete minutos. Após quinze tiros a máquina tem que arma por 30 segundos. Vocês tem 3 minutos para criar um esquema, o mapa da sala vai aparecer na tela. E vocês só acertam quando o laser atinge a área do colete. Boa sorte! -O carinha secou o suor invisível e voltou para a sala.

Sherlock sorriu para Molly, que sorriu de volta.

-Gostou? - Ela riu.

-Eu nunca imaginei que você poderia vir em um lugar desses... Estou surpreso. - Molly ligou seu microfone, e ele fez o mesmo.

-Agora eu consigo de ouvir dentro da minha cabeça. - Ela riu.

-Eu consigo fazer isso sem esse capacete, acredite. - Ele sorriu, e o mapa apareceu na tela.

-Capitão Holmes, que caminho tomaremos? -Molly colocou sua arma no apoio do colete e cruzou os braços atrás das costas.

-Descançar, tenente. Eu sugiro que peguemos a R7, e guardar posto na O8.

-Permição para falar, Capitão Holmes? - Sherlock riu, e acenou com a cabeça.

-Pemissão concedida, Tenente Hooper.

-Muitos recrutas focam na O8, sugiro avançar nossos postos até o lateral da K9, eu já estive do outro lado senhor, com os inimigos vermelhos, os menores passam pela K9, pois muitas vezes essa via fica desprotegida. - Ela informou.

-Pois bem, vamos ficar na K9. - Ele estendeu a mão para a cumprimentar, e Molly a aceitou.

Antes da porta abrir os dois explodiram em risadas, mas se recomporam até que o sinal soou.

Uma música de adrenalina tocava no fundo, com efeitos de monstros e tiros. O ambiente era escuro e tinha neblina falsa.

Sherlock aprovou.

Nada aconteceu, até alguém atirar em Molly. Sherlock avançou, e atirou no adolescente cinco vezes. A luz do adolescente parou de piscar e ele se sentou no chão resmungando.

-Com todo respeito senhor, guarde alguns de seus tiros. E obrigada. - A voz de Molly ecoou em sua cabeça.

Poucas pessoas vermelhas os interromperam até a K9, mas para chegar até lá, eles tinham que passar ela A4 que era uma das mais vigiadas da equipe vermelha. Era ótimo ter alguém que já foi da equipe inimiga como seu ajudante, por que ela já chegou atirando em todos.

Depois disso, era só um corredor estreito até a K9.

Uma menina parou-os com a arma apontada na cara dos dois. Ambos se renderam, suas armas ainda estavam carregando.

-Molly?! - Perguntou a menina de cabelos longos e pretos, abaixando a arma. -Molly!

-Bia! - Ela riu. - Dessa vez eu fiquei com os azuis.

-Credo. Vou deixar vocês passarem só por que sei que os azuis sempre perdem e por que eu quero ver a cara de desolação do Daniel quando você ficar no primeiro lugar. Cuidado, vem umas crianças aí, uns três. - Bia se espremeu na parede. - Oi Sherlock Holmes, tchau Sherlock Holmes.

-Oi Bia, tchau Bia. - Ele passou por ela.

-Como ela sabe meu nome? - Ele perguntou para Molly.

-Você estava nos noticíarios a um tempo. - Ela deu uma risada nervosa.

-Já faz bons meses que não estou. - Ele insistiu.

-Ela trabalha no hospital, nós jogamos juntas... - A voz de Molly morreu, e ela se abaixou lentamente.

-O que... - Sherlock viu duas sombras azuis chegando perto. Ele conferiu sua arma. Já estava recarregada.

-1...2...3..e

Os dois garotos se sentaram no chão para esperar os sete minutos, bufando.

-Ah, eu só tenho mais uma vida. - Molly fez biquinho.

-Eu falei para você ficar atrás de mim, Tenente.

-Argh. - Ela revirou os olhos e prosseguiu.

Quando chegaram na K9 um adolescente atirou e fugiu.

-MOLLY! - Sherlock gritou.

A mesma se recostou na parede, se arrastando para o chão lentamente, seu uniforme não estava mais brilhando.
Sherlock retirou o capacete de Molly, e o seu próprio.

-Viva sua vida, Sherlock. -Ela disse com uma voz lenta, mas reprimindo um sorriso.

-Você não pode morrer! - Ele a abraçou apertado.

-Eu te amo. - Então Molly fechou os olhos, um fantasma de sorriso em seus lábios.

Então, Sherlock se inclinou e encostou seus lábios aos de Molly, beijando-a calmamente.

Os lábios de Molly se abriram e ela permitiu a intrusão em seus lábios, rindo. Ele afundou os dedos em seus cabelos e a puxou para mais perto.

-Eca! - Um menino gritou e atirou duas vezes em Sherlock, que assistiu com um olhar ferido as luzes de seu colete se apagarem.

Ele caiu com um baque no chão, puxando Molly com ele.

Ela ficou espremida na parede, mas eles prosseguiram seu beijo.

-Você não deveria corresponder o beijo, você está morta. - Ele brigou.

-Você também está. E eu tive acesso ao vírus, apartir de hoje sou uma... Zumbi. - Molly fez um ruído estranho.

-Você é a zumbi mais sexy que existe. - Ele riu.

-O QUE?! - Molly explodiu em risadas e Sherlock também.

-Obrigado, eu realmente não achei que fosse ser divertido mas... Isso é incrível, é o melhor dia dos namorados que eu poderia ter. Eu queria te fazer uma surpresa, mas você que me surpreendeu. Obrigado Molly Hooper. - Ele beijou seus lábios de leve, e ela suspirou.

-Não somos namorados para eu te dar o 'melhor dia dos namorados'. - Ela revirou os olhos.

-Deus, eu detesto quando você revira os olhos. E quem disse que não somos namorados? - Ele disse ofendindo, seus dedos vagando no emblema do colete de Molly.

-Hm, se você pensa que isso é um pedido de namoro bom, você está enganado. - Ela riu.

-Eu vou pensar em alguma coisa, mas no instante basta, por que eu estou morto, então eu nem deveria estar falando com você. - Ele empinou o nariz.

-E quem disse que precisamos falar? - Ela afundou as mãos no cabelo de Sherlock e o puxou para um outro beijo.
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Sherlock fez uma proposta de namoro quando a levou em uma doceria e comprou um anel de pirulito.

Nenhum dos dois anéis sobreviveu por tempo suficiente para contar a história.

Bia e seu namorado encontraram com Molly e Sherlock quando os dois foram tirar os prêmios do jogo.

Duas semanas depois Sherlock constatou que sim. Molly é a zumbi mais sexy que existe.


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Notas finais do capítulo

Toby comendo seus palitinhos: https://www.youtube.com/watch?v=amhrvturqBk
—---
O jogo: http://www.lasershotsbarrario.com.br/1024/inicio.htm

Tomara que tenham gostado.

E sim, Bia. Uma homenagem para a administradora de todos os Desafios. (E por que eu sou super puxa saco :D )

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