A Filha da União escrita por Maite Belores


Capítulo 3
Capítulo 2- Convivendo com os refugiados


Notas iniciais do capítulo

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Um momento de pavor tomou conta de mim. Será que não poderia controlar essa transformação?! Me concentrei e tentei voltar ao que era antes, nada aconteceu. Respirei fundo e tentei novamente, eu continuava a mesma. Seria esta a hora de contar a verdade?

Entrei dentro do riacho e me agachei até ficar completamente submersa. A medida que a correnteza batia em minhas costas ela me transformava, até que me vi vestida com as vestes gregas. Saí da água e uma lufada de ar quente me secou.

Retornei a minha habitação e vesti a calça jeans e a blusa do exército, junto com um tênis, e esperei que Victor viesse me buscar para jantar. Quando ouço uma batida na porta me levanto esperando encontrar o corpo musculoso de Victor, mas ao abrir a porta me deparo com uma menina de no máximo 16 anos, cabelos encaracolados que vão até o meio das costas em um tom castanho claro, baixinha e magrinha. Eu a observo por tempo demais, ela me encara e diz:

–Oi, sou Sara, seremos companheiras de quarto! –fico envergonhada e estendo a mão.

–Sou Kytzia! –dou um sorriso torto

–Além de você temos Victor e Clarck nesse quarto, os dois são irmãos! E que nome estranho é esse?

– É um nome egípcio, significa estrela da manhã, mas pode me chamar de kyt se quiser!

–Kyt! Melhor!

Dou um sorriso discreto e abro passagem para a menina entrar. Aguardo alguns instantes até Victor e Clarck chegarem. Clarck era praticamente idêntico ao irmão, exceto pela falta de tatuagens e cicatrizes, e pelo cabelo que estava cortado num estilo mais militar.

–Clarck, está é kytzia a nova refugiada!

–Prazer kyt, meu irmão não para de falar de você, eu sou o Clarck eu e Victor somos irmãos gêmeos! –então estava explicada tamanha semelhança- vamos jantar!

Era impossível não rir da irritação de Victor em relação ao irmão. Me levantei e estendi a mão pra cumprimentar o rapaz que me tomou num abraço. Depois que nos afastamos eu me permito dizer:

– O prazer é todo meu!

Victor já irritado me puxa e me conduz para a área do refeitório, que consistia simplesmente em uma tenda com 10 longas mesas estendidas em todo espaço com bancos um de madeira dos dois lados. O local já estava cheio, sentamos em uma das mesas centrais, Sara e Clarck também sentam conosco.

Um homem de meia idade, com cabeça raspada e corpo extremamente musculoso, se levanta diante de todos e o refeitório se cala:

–Durante a noite passada, ouvimos uma explosão, Victor foi verificar e encontrou desenhos nórdicos, acreditamos que algum deus tenha atravessado a ponte do arco-íris. Em compensação encontramos Kyt nossa nova refugiada, seja bem-vinda. Algo muito estranho aconteceu com o lago hoje, finalmente temos água de qualidade. Será uma benção divina, ou finalmente a sorte está a nossa favor? Ainda não podemos dizer, devemos apenas aproveitar! O Cardápio de hoje: sopa, pão e água. Boa noite! Os deuses nos criarão, mas não nos destruirão!

E toda o local explode em comemoração. Após me fartar da sopa deliciosa caminho para minha habitação onde ocupa a beliche em baixo de Victor, eu estava muito cansada e não foi preciso esperar muito para que eu experimentasse a sensação de dormir pela primeira vez em um corpo humano.

~*~

Acordo sob as nuvens, avisto a sombra de uma mulher. Me levanto rapidamente e a observo se aproximando. Ela vestia uma túnica rosa, seus cabelos loiros estavam trançados com fitas de ouro, era muito bonita.

–Kytzia, você está indo tão bem minha pequena!

– Quem é você ? – digo vendo a mulher se aproximar e com ternura passar a mão em meu rosto.

– Sou Afrodite, a deusa da beleza e do amor. Sinto que você descobrirá em breve o que é o amor.

– Eu não sei o que tenho que fazer!

–Continue ajudando o povo dessa terra. Eu não posso ficar aqui por mais muito tempo. Prometi não intrometer, espero que fique bem.

Sorrio para a mulher e a visão desaparece.

~*~

Acordo, o sol já estava surgindo, e todos no quarto ainda estão dormindo. Me levanto e vou em direção ao riacho, tirei minhas roupas e entrei na água. Mergulhei na água e esfreguei meu corpo e meus cabelos com um sabão que havia pego no dormitório. Saio e visto minha roupa e tranço meus cabelos. Quando volto todos no dormitório já estão acordados:

– Bom dia Clarck, Victor e Sara! Dormiram bem?

– Sim kyt e você ? – pergunta Victor.

– Muito bem. – dou um leve sorriso.

–Vamos logo tomar café. – Sara me olha aparentemente irritada.

Victor me estende a mão e eu a seguro, vamos ao refeitório e nos sentamos nos mesmos lugares. No café da manhã tínhamos suco de laranja, pão fresco e fatias de queijo. Comi rapidamente e segui Victor em seus afazeres diários:

– Aqui dividimos o trabalho, tem o pessoal da ala hospitalar, os da segurança, da lavoura, da cozinha, limpeza, enfim um monte de opções. Geralmente escolhemos apenas um dos trabalhos, mas temos uns que fazem o que for necessário. Eu sou um desses.

– O que Clarck e Sara são?

–Sara trabalha na lavoura e Clarck na segurança.

– Posso te acompanhar em seu dia de trabalho?

– Claro, mas se prepare vamos fazer muitas coisas.

Sigo ele para sua primeira tarefa que era limpar o refeitório, ajudo limpando as mesas e o chão. Depois vamos para a ala hospitalar e lavamos algumas roupas de cama, eu dou uma escapada e curo alguns feridos com a ajuda de meus poderes. Na hora do almoço ajudamos a preparar o macarrão com legumes e o suco de manga que seriam servidos.

Encontramos com os outros e almoçamos numa velocidade impressionante. A vida ali era bem agitada e nos restavam mais duas atividades. Colher laranjas (em que pude usar meus poderes para torná-las mais frutíferas e plantar algumas sementes) e fazer a varredura da região (onde pude marcar pontos que precisavam ser recuperados com urgência).

Cheguei no dormitório exausta e me sentei na cama, Victor senta ao meu lado:

– Kyt o que achou de hoje?

– Extremamente cansativo, mas sua companhia é sempre muito boa para mim! –sorrio.

– Você precisa descansar durma um pouco, eu te chamo na hora do jantar.

Ele me deita, tira os meus sapatos e beija minha testa. E eu adormeço tendo uma visão pior que todo o caos e toda a destruição que vi na Terra.


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Notas finais do capítulo

No próximo capt teremos reviravoltas, aguardem!



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