Joseventina ainda estava surpresa com o pedido de Nenhumcórnio. “Sabe Nenhumcórnio...” pausa dramática “A minha resposta é...”.

Porém, no momento em que iria proferir as três letras que decidiriam o rumo de sua história, uma bola de neve explodiu no rosto de vilão que uivou de dor. A mula sentiu uma forte mão puxando sua pata traseira esquerda e percebeu finalmente o que estava acontecendo. Otávio e Godofredo a estavam resgatando.

Parou de fazer peso, colocou a formiga em suas costas e correu para fora do castelo ao lado de Godofredo. Eles correram um pouco até perceber a mudança de cenário, eles não estavam mais nos campos Putosos.

“Este é o Deserto da Sarna!” berrou Joseventina “O castelo de Nenhumcórnio fica no Deserto da Sarna!”.

“Excelente dedução, mula!” falou uma voz grave vinda do lado direito dos nossos heróis “Saia daqui, este lugar não é para seres patéticos como vocês!”.

Ao olharem para o lado eles percebem que se trata de uma grande árvore.

“Quem você pensa que é para falar da gente?” Godofredo preparou uma bola de neve “Saiba que fomos fortes o suficiente para escapar do castelo de Nenhumcórnio, acabar com você seria moleza!”

“E quem você pensa que é para ameaçar minha amiga?” um grande corvo surgiu de traz da árvore e avançou em Godofredo arrancando-lhe um olho.

Joseventina soltou um grito de horror e Otávio escalou a árvore.

“Devolva o olho seu pássaro desprezível!” bradou a formiga tentando acertar o corvo com suas pequenas perninhas.

“Se querem o olho de volta provem sua força” a árvore voltou a falar “derrotem Desbocórnio, o unicórnio sem boca que está tocando o terror aqui no Deserto da Sarna!”.

“E como prova de sua vitória tragam o chifre!” completou o corvo.

Joseventina estava decidida a ajudar seu amigo, colocou Otávio em suas costas e puxou Godofredo. Os três foram então, em direção à morte certa.

Continua...