Estava lá, forte e impotente, a Rocha Milenar, em seu centro é possível ver um panda ainda jovem com seu chifre dourado brilhando.

Joseventina se aproximou da rocha, pegou a Flauta da Esperança e a encaixou em seus lábios, suas mãos estavam um pouco trêmulas, começou a soprar, o som doce e melodioso foi emitido pela flauta, porém nada mais ocorreu, a rocha permaneceu imóvel, a mula continuou tocando o instrumento, mas não adiantou.

A mula se sentou, ela estava desapontada, largou a flauta no chão. Otávio e Fumiga pegaram e tentaram tocar, mas também não funcionou.

“Deve ter sido por isso que Nenhumcórnio não tentou nos capturar, essa flauta só pode ser falsa!” Joseventina estava quase chorando.

“Joseventina, não desista!” exclamou Fumiga.

Ela se levantou e pegou a flauta.

“Pandacórnio, nós precisamos protegê-lo, precisamos salvá-lo, os esforços de Otávio e o sacrifício de Godofredo não podem ter sido em vão!” a flauta começou a brilhar, os três se surpreenderam e Joseventina voltou a soprá-la.

A melodia tocou ainda mais forte e bela que antes.

“Quando os dias são frios

E os cartões todos dobrados

E os santos que vemos

São todos feitos de ouro.

Quando todos os seus sonhos falham

E aqueles que saudamos

São os piores de todos.

É nesse momento que a esperança deve brilhar."

Continua...