Estrelas em declínio escrita por Aria


Capítulo 3
Capítulo 3 - Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo tempo que fiquei sem postar. Tive alguns problemas pessoais que me abalaram um pouco, mas espero que gostem.



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Depois de um tempo saí do meu quarto e fui almoçar. Comi uma fatia do bolo trazido por eles e avisei a minha mãe:

– Vou sair.

– Sair? Pra onde, querido? - Ela perguntou

– Bom... Vou retribuir a visita aos vizinhos. - Disse enquanto ia até a porta e saia de casa.

Quando saí, novamente tudo tinha um clima agradável. Olhei para o lado e lá havia outra casa, mas um pouco maior. Do outro lado a casa estava um pouco mais afastada, então deduzi que a casa dos Williams seria a primeira. Fui até lá, subi os pequenos degraus que levavam até a portaria. Não tinha campainha, então decidi bater. Quando bati, abriu a porta uma senhora, olhou para mim e perguntou:

– O que deseja? - Perguntou.

– É aqui a casa dos Williams?

– Não, desculpe. A casa deles é logo ali do lado. - Falou ela, apontando para a casa do outro lado, que tinha um amplo espaço e era bem maior que a minha. Fui até lá, apertei e apertei a campainha, Catherine atendeu a porta dizendo:

– Oi, Nicolas! O que faz aqui? - Ela perguntou em um tom alegre.

– Posso te perguntar uma coisa...

– Claro! Quer entrar? - Ela falou, me convidando.

– Não, obrigado. Podemos conversar a sós?

– Hm... Tudo bem. Vem comigo. - Falou ela, enquanto fechava a porta me me levava até o quintal. Não havia ninguém lá. De acordo com ela, os avós dela estavam em casa, mas os pais haviam saído. - O que você quer perguntar? - Ela disse, enquanto sentava-se em um banco.

– Você conhece mesmo as pessoas da cidade? Quer dizer, você saberia reconhecer algum morador daqui só pelas características?

– Depende... Mas provavelmente sim.

– Você conhece uma garota baixa, cabelos castanhos lisos e desfiados na altura do ombro, pele bem branca com sardas e olhos violeta?

Ela ficou quieta, pareceu surpresa. Desviou o olhar e disse:

– Como você conheceu ela? - Em um tom de voz melancólico e pensativo.

– Encontrei ela por acaso, nos esbarramos na rua.

– Entendo... Mas por que você quer saber quem ela é? - Ela perguntou, voltando a olhar pra mim.

– Não sei bem explicar... Ela tem alguma coisa que me chamou a atenção. Sou um pouco curioso, só isso.

– Tudo bem. Ela se chama Anne, mas ela não gosta muito das pessoas daqui.

– Mas por quê?

– Não sei. Você pode tentar conversar com ela, se quiser. Eu sei onde ela mora, mas é meio longe...

– Onde é?

– Na mansão que fica em uma colina, no meio da floresta. É meio afastado mas dá pra chegar pela estrada de terra.

Fiquei sem reação durante um tempo. Aquilo que vi outro dia era realmente uma casa dentre as árvores... Mas sinceramente, acho que tudo nesse lugar me surpreende.

– Se quiser, quando meu pai voltar peço a ele que te leve. Ele certamente vai aceitar, já que ainda não tenho carteira.

– Aham, obrigado. - Respondi.

Voltei para casa. Combinamos de que quando o pai dela voltasse, ela viria me avisar e iriamos juntos. Então acho que agora só me resta esperar... Quando entrei em casa, minha mãe ainda estava lá. Comendo bolo e vendo uma TV antiga com a imagem ruim.

– Eu estava com os vizinhos... Eu te avisei que iria lá.

– Avisou? Ah, é verdade! Desculpa. Mas como foi lá? Eles foram legais com você? - Ela perguntou animada.

– Na verdade eu só vi a Catherine. - Falei, meio sem jeito. - E acho que vou sair de novo.

– Pra onde?

– Bom... Na casa de outro amigo. - Não queria que minha mãe se preocupasse, e eu sou responsável o suficiente.

– Você faz amigos tão rápido! E eu aqui, solitária... - Disse ela, fazendo drama.

– Meu pai ainda não chegou?

– Ainda não... Ele ta demorando um pouco, né? Mas é muita coisa pra ele resolver, tadinho. Quer assistir televisão comigo? - Ela disse, me convidando a sentar no sofá.

Aceitei o convite enquanto o pai da Catherine ainda não chegava. Mas provavelmente ver o céu seria muito mais interessante do que assistir aquela TV.
Demorou um pouco mas depois, a campainha tocou novamente. Fui atender, e vi que lá estava Catherine junto ao pai dela, um homem alto e de cabelos loiros acinzentados. Um carro um pouco velho, com certeza o do pai dela, estava estacionado na frente de casa.

– Nicolas, meu pai disse que vai te levar e te trazer, mas não vamos subir a colina. O pai da Anne não gosta de nós, mas talvez ele goste de você. Mas vamos leva-lo até bem perto. - Ela falou.

– Oi! - Falou minha mãe, que apareceu de repente ao meu lado na porta.

– Olá, senhora. Viemos buscar o Nicolas. - Disse Catherine, ao lado de seu pai.

– Ah, sim. Tudo bem, mas voltem logo. Boa sorte, tchau! - Respondeu, cantarolando

Entrei no carro. Catherine se sentou no banco da frente, enquanto o pai dela no banco do motorista. Colocamos os cintos e seguimos a estrada que leva para fora da cidade. Mas antes disso, fizemos uma curva e entramos em uma estrada de terra que leva ao interior da floresta. O pai dela permanecia sério o tempo todo. Todos ficamos calados durante a viajem, até que ele perguntou:

– Então, Nicolas... O que você vai fazer quando chegar lá?

Fiquei um pouco pensativo. Não pensei muito bem em como aparecer, só pensei em como queria ver aquela garota outra vez...

– Eu... Não sei muito bem. - Respondi.

– Quer uma dica? Geralmente a Anne fica fora de casa, no jardim. Te aconselho a falar só com ela, pois o pai dela não é muito flexível. - Disse o senhor Williams.

– Entendo...

Me pergunto como ele sabe disso, afinal... Mas os moradores daqui parecem estar sempre sabendo de tudo um do outro.

– Certo, Nicolas. Só vamos até aqui. Vou dar uma volta e quando quiser voltar, ligue que eu venho te buscar.

– Obrigado, mas não será muito trabalho ao senhor?

– Não, garoto. Eu não estou ocupado e além disso, seu pai é um velho amigo meu. - Disse ele.

Saí do carro e olhei para cima. Já era possível ver a grande mansão. Caminhei em direção a ela, enquanto começava a me perguntar se isto não é um pouco perigoso... O que posso fazer se não consigo controlar minha própria curiosidade. Quando cheguei ao topo, pude ver o quanto a mansão era realmente grande. Obviamente a família dela deve ter muito dinheiro... Andei um pouco mais até que vi uma cerca, e atrás dela, era possível ver uma garota lendo um livro em um banco, ao lado de algumas flores e de um telescópio.
Fui até a cerca, olhei fixamente para a garota e disse:

– Finalmente.

Ela olhou, pareceu surpresa ao me ver lá. Fechou o livro, colocando-o no banco e vindo em minha direção.

– Você... O que faz aqui?

Eu não sabia como responder... Na verdade nem eu sabia qual o motivo de eu estar fazendo isso. Acho que apenas me deixei levar.

– Eu queria te ver de novo. - Falei, meio tímido.

– Como descobriu onde eu moro? Como chegou aqui?

– Bem, acho que quando eu fico curioso sobre algo, acabo conseguindo descobrir certas coisas.

Ela sorriu, parecia feliz e surpresa ao mesmo tempo. Depois olhou para o livro, voltou a olhar pra mim e disse:

– Mas por que você quis saber mais coisas sobre mim?

– Não sei bem como dizer... Acho que você tem alguma coisa que me chamou a atenção.

– Você tem facilidade em saber as coisas, certo?

– É, acho que sim.

– Prazer, eu sou Anne Miller. - Ela disse, sorrindo. - Você disse que gosta de mistérios, não é? - Ela falou, enquanto ia em direção a uma portinha na cerca, abrindo-a.

– Sim, eu gosto. Acho que sou curioso. - Respondi, enquanto entrava no jardim da mansão.
Ela voltou ao banco, pegou o livro, o pôs em seu colo e disse olhando para mim:

– Eu... Posso te pedir uma coisa?

– Claro, o que é?

– Bom... Eu moro meio longe de todo mundo, então será que... Se algo acontecer por lá, você poderia vir me contar?

– Mas por que?

– As vezes acontecem coisas estranhas aqui... Estou meio que tentando estudar essas coisas.

– Que tipo de coisas?

– Você faz muitas perguntas, não é? Mas eu entendo que é um pedido estranho. - Ela olhou fixamente para mim dizendo - Você acredita que existam coisas além do que vemos?

Seus olhos brilhavam, eram escuros, mas de um tom violeta que me deixava um pouco tonto. Não entendi ao certo o que ela quis dizer.


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Notas finais do capítulo

Prometo que vou tentar ser mais rápida para postar x-x