Contos de Santa Fé escrita por Owl KodS


Capítulo 11
La Liste - Rose


Notas iniciais do capítulo

Então para quem estava com saudade eu voltei.
Esse é um conto um pouco diferente porque ele foi inspirado em uma música. As partes em negrito são as partes que foram inspiradas na letra ou copias na cara dura.
Espero que gostem, deem uma olhada na música também que é uma coisa linda demais: http://letras.mus.br/rose/985239/traducao.html



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Havia uma pequena lista. Uma lista de coisas que ela jamais faria. Não estava escrita em lugar algum é claro, mas ela conhecia cada um dos itens de cabeça, ou pelo menos conhecerá durante um tempo, e só agora, sentada em sua cadeira ao lado da janela, é que voltava a pensar nela.

Em primeiro lugar estava colocar um decote, ela jamais faria isso. Mas deixou que Juliana a convencesse, tudo para agradar o homem que agora era seu marido. Se havia falido a pena? Talvez fosse cedo para dizer, mas com toda certeza, ainda não havia se arrependido.

Beber vodka e fumar, também não era algo que fazia com frequência, mas novamente se deixara levar. Fora em um dos encontros depois que já namoravam a mais tempo e ela tinha o consentimento do pai para isso. Ele a levara a uma festa com os amigos e ela lhe pedirá para experimentar um pouco de cada um: A bebida não era tão ruim, a noite estava fria e o liquido lhe esquentará a ponto de deixa-la com uma careta, mas depois se acostumou e acabou se tornando um habito, relativamente, regular, assim como o vinho. Mas o cigarro, esse não era algo que havia gostado, a fumaça irritará seus pulmões e a fizera tossir de modo que Ferdinando riu, um sorriso bonito, mas não o suficiente para livra-lo de um tapa bem dado, antes de puxa-la para um beijo enfumaçado.

Antes disso havia os encontros as escondidas. Ele gostava de incomoda-la dizendo como era certinha e obediente e era ai que, definitivamente, começaram as quebras da lista. Um dia fingirá passar mal para poder sair antes do trabalho e ir encontra-lo longe das vistas de todos. Tinha fins de semana que passava escrevendo palavras de amor em um velho caderno, também ficava um pouco melancólica e com ar apaixonado sem qualquer razão aparente, e foi a partir dai que Juliana começou a levantar suas primeiras suspeitas, claro que começar de repente a ouvir Janis Joplin, uma das cantoras favoritas do amado, tivera sua parcela de culpa.

Eles não eram um casal perfeito e como tal, uma vez tiveram uma boa briga, quando ele insistirá em contar ao pai dela que estavam juntos, mas ela não queria ouvir. Naquele dia, ela chorara na calçada. Chorou por nada, ou pelo menos era o que ela dizia, na verdade chorar por medo de perde-lo.

Naquela mesmo semana ela decidira ir atrás dele. Pegara um metro e descera em frente a casa que ele havia alugado na cidade para não ter que viver com o pai. Ela se apertará contra seu coração e daquela forma, adormeceram.

Na manhã seguinte acordou atrasada.

Os dois alugaram um apartamento mobiliado algum tempo depois e passaram a viver ali com um cachorro. Um cachorro comprado contra seus protestos, mas com toda certeza um belo e fofo cachorro branco que Ferdinando trouxera com um laço vermelho no pescoço, era aniversário de que? Ela não podia se lembrar se era seu aniversário ou apenas de namoro, mas eles comemoraram bastante naquela noite. Se amando enquanto estavam bêbados.

Também viajaram a uma ilha chamada Ikea, Gina não gostava de praia, mas não ligara muito, estava feliz em aproveitar um tempo só para os dois.

Haviam coisas menores também, como a questão dos carinhos. Ela nunca gostara de casais melosos que se beijavam em qualquer lugar que se encontravam, mas acabara se tornando um deles. O que ela poderia fazer se toda a vontade que tinha era beija-lo em todos os lugares.

Depois de um tempo de namoro, ela decidira aprender a tocar um instrumento. Viramundo era um velho amigo e se oferecerá para ensinar a tocar violão e guitarra, mas Ferdinando tinha muitos ciúmes do violeiro e resolverá se aproximar da namorada do mesmo, não que Milita tivesse alguma culpa, mas era uma boa amiga para se consolar e também estava com ciúmes daquela aproximação toda.

A ruiva, no entanto, se irritara mais que o calculado e o tirara do apartamento, podia parecer uma cena, mas ela não estava pensando direito, destruirá tudo e jogará pela janela. Era uma forma de pôr asas em todo aquele amor e manda-lo embora. E novamente, se arrependerá de seus atos quando o jovem voltou com os olhos azuis brilhando de arrependimento e pronto para lhe contar uma história de erros mútuos.

Ela perdoará seu erros e pedira perdão. E ele perdoara os erros dela. Eles passaram o dia inteiro em casa, aspirando os suspiros de amor que cada um dava.

– Mas você ainda é um idiota– ela sussurrara em seus braços.

– E você ainda é o amor da minha vida - ele respondeu da mesma maneira - E eu nem seu porque.

Ela começara a assistir noticias e a tirar fotos, de modo que a maioria era dele.

Em um dia ele havia ficado doente e ela fizera questão de estar ao seu lado para olha-lo dormir e olha-lo sarar, enquanto afastava os cabelos da testa suada e ardendo em febre.

Os dois compraram uma bicicleta dupla, que usavam para pedalar à dois pela praça todos os fins de semana. Também tirou a carteira de motorista, mas isso fora para deixa-lo orgulhoso. Essa era a maneira que tinham para dizer que eram felizes e irritar os invejosos.

– Eu juro, que se não tivesse o Zelão, morreria de inveja - respondeu a amiga aos risos, em um dia quando estavam apenas as duas conversando sobre o novo rumo que suas vidas haviam tomado.

Uma vez dançara sobre o balcão em que tomava o seu café preto todas as manhãs, apenas para mostra-lo que também podia ser sexy, ele quase morrera rira antes de tira-la de lá e como ela gostava de faze-lo morrer de rir. Não sabia dizer ao certo se aquele fora o momento em que decidiram casar.

Logo depois do casamento, compraram um apartamento maior e reembolsaram o pobre dono por todo o estrago que tinham feito nos anos anteriores. Também encheram seu primeiro carrinho de compras com coisas para organizar a casa e mantimentos.

Ir a um concerto, nunca gostara daquilo, não que houvesse ido, mas sempre lhe parecerá coisa de gente metida.

Era seu aniversário de uma semana de casamento quando ele chegou com um largo sorriso anunciando que iriam a cidade para assistir a um concerto. Ela não pensara em sua lista naquele dia, ficará feliz com o convite e, em todo caso, já começava a se acostumar com aquele estilo de vida que o marido podia proporcionar e que nunca tivera em casa. A madrasta do rapaz a ajudará a entender como devia se comportar e a amiga Juliana havia dado uma grande força para que ela não ficasse nervosa. O marido não fora de menos ajuda, uma vez que segurara sua mão a noite inteira. A verdade era aquela, simples e cristalina, havia gostado daquilo, como nunca pensará ser possível e muitos outros eventos semelhantes se seguiram: Óperas, teatros, mais concertos. Tinha que admitir não era de todo ruim.

Agora ela passeava pelo quarto verde, isso era outra coisa que nunca faria e inclusive havia dado briga.

Ela havia acabado de descobrir que estava grávida quando decidiram pintar, não sabiam ao certo o sexo da criança, mas Ferdinando insistira que o quarto devia ser verde, independente de ser menino ou menina, tanto os pais como os avós trabalhavam com a terra de modo que o quarto tinha de ser verde ou marrom. Gina optou pela melhor das opções. Pintaram o quarto de um verde não muito escuro para as paredes enquanto os moveis seriam brancos.

Ela então parou em frente o pequeno embrulho que dormia tranquilamente em seu berço e suspirou ao sentir os braços do marido ao seu redor.

– Então - ele perguntou beijando-lhe o pescoço - O que está pensando a minha adorada esposa essa tarde?

– Em algumas coisas - ela respondeu simplesmente.

– Isso não é resposta.

– Em algumas coisas que fizemos - ela riu com as lembranças - Coisas que eu nunca faria com outra pessoa.

– E o que falta nessa sua lista de coisas de nunca fazer?

– Não é uma lista do que nunca fazer - ela respondeu um pouco envergonhada, mas se virando para olha-lo nos olhos - Eu sei que pode parecer um pouco ingênuo, mas é uma lista de coisas que só faria com você.

– É, o que falta nessa sua lista? - perguntou.

– Nada - ela respondeu com um sussurro.

– É? Posso saber o que faltava.

Ter uma filha– ela disse consciente de que a criança poderia acordar a qualquer momento - E te amar de todo o meu ser– ela respondeu se colocando na ponta dos pés para descansar sua testa contra a dele. - É só para isso que eu sirvo– ela respondeu observando o rosto dele se contorcer em desagrado - Isso te desaponta.

– Nenhum um pouco - ele respondeu a segurando pela cintura com mais força - Mas você não serve apenas para me amar, você serve para que eu te ame de todo o meu ser, também.


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