Road escrita por Tracking arrow


Capítulo 9
Toothiana - A validade de uns é melhor que a de outros


Notas iniciais do capítulo

Deu vontade de coloca um pouco de drama... ficou extremamente forçado... Mas eu to pensando em colocar a Elsa na parada, então... alguma coisa tinha que acontecer.



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Isso aconteceu há quase dois meses atrás. Um pouco antes da festa da Mavis.

Como em um passe de mágica eu estou morrendo. Fui internada no hospital por causa de uma doença no pulmão, minha sorte é que é tratável, mas o tratamento não é barato. Se eu não fazer a cirurgia eu só terei mais alguns anos, isso, no melhor dos casos. Não consigo acreditar, é tão irreal.

A conversa ainda é fresca em minha mente. Eu a lembro toda vez que fecho os olhos e durmo.

Eu estava sentada na cadeira da sala do médico junto com minha família, recebendo a notícia sobre a minha morte a longo prazo.

– Seu namorado não vem de uma família rica? Ele não pode te ajudar? – minha mãe dizia com um sorriso no rosto.

– Verdade, ele pode ajudar você filha, que sorte a sua de ter achado um namorado rico. – Um homem segurava a mão de minha mãe, era meu pai.

– A quantia é muito grande, não acho que um homem tão jovem possa ter esta quantia. – O doutor falava. O sorriso da minha família se desfez e o médico fechou os olhos de tristeza.

O chão da sala se abre e eu caiu na escuridão. Me vejo em um quarto escuro, sem nada, sem parede, sem móveis, tudo é negro, mas consigo ver uma pessoa de costas para mim, somente ele está iluminado no meio da escuridão.

– Você só está namorando comigo por causa do dinheiro? – Eu sei que é o Jack, mas não consigo ver seu rosto, eu tento explicar, tento me aproximar dele, mas quando eu chego perto o suficiente, o suficiente para minhas mãos o tocarem, eu acordo.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto, eu não choro por estar morrendo, mas pelo que eu estou me tornando.

Meus pulmões estão passando da data de validade e a única coisa que pode me salvar é o dinheiro do meu namorado, queria que o meu diagnostico também fosse um sonho, mas não era, meu subconsciente sabe disso, o que me faz pensar que talvez eu esteja namorando ele só por causa do dinheiro por mais que eu negue, por mais que eu não acredito, é isto o que meus sonhos dizem. Eu só estou interessada no dinheiro.

Decidi ir ao médico para ver se estava tudo em ordem comigo, é claro que não estava, mas queria saber se estava piorando e em que ritmo estava.

Fui atendida pelo mesmo doutor que me deu a trágica notícia sobre meus pulmões, o Dr. Fitzherbert, um típico senhor de cabelos castanhos, sorridente, um porte físico grande, mas estava fora de forma como a maioria das pessoas acima dos quarenta anos, seu rosto me lembrava o de alguém, mas não sabia quem. Minha doença não tinha piorado, mas não dava sinais de que a minha cirurgia não era necessária. Senti um nó no meu estomago e suava frio, estava com medo, não levou nem dez minutos e minha consulta tinha acabado. Eu estava arrasada.

Sai da sala do Dr. Fitzherbert e encontrei o Hiccup no hospital, quase demos de cara um no outro, não queria que ninguém soubesse que eu estava indo lá, principalmente alguém tão próximo do meu namorado. Eu precisava de um pouco de tempo para pensar em alguma desculpa, por sorte o dia de hoje era perfeito.

– Feliz aniversário, Hiccup. – ele era aniversariante – Eu não tenho nenhum presente para você, desculpa.

– Você sabe que não preciso de nenhum presente, Tooth. – Ele falou me dando um abraço apertado. – O que você faz aqui?

– Um resfriado, pensei que fosse algo mais sério. – falei mentindo, queria tacar ácido na minha boca a mentir para um amigo, mas não podia simplesmente falar a verdade. – e você? – falei tentando desviar de mais perguntas.

– Gobber, minha perna meio que caiu ontem, quero ver se não danificou muitas coisas. Músicas lentas são perigosas. – Gobber era o médico de próteses e como um pai para Hiccup, ele também tinha a perna de metal então foram logo se tornando amigos, companheiros sem pernas como Hiccup gosta de falar.

– Eu preciso ir, tchau Hiccup.

– Tchau, Tooth.

Sai apressada do hospital, evitaria outro conhecido a qualquer custo, meu caminho era certo, fui direto para minha casa, meus pensamentos estavam confusos e eu precisava de um tempo sozinha para organizá-los. Mas hoje não era meu dia de sorte, não tive muito sucesso em minha casa. Entrei na sala e minha mãe estava sentada no sofá vendo TV.

– Oi.

– Por que você não deixa ele gozar dentro? Se você ficar gravida tudo ficará mais fácil. – Não acredito que minha mãe tinha falado aquilo, eu estava tão paranoica que talvez tenha sido a minha imaginação.

– O que?

– Eu só quero o melhor para a minha filha, um bebe é uma boa saída. – Eu não estava sonhado.

– Eu preciso sair. – Eu não tinha mais paz em minha casa, nem quando eu estava dormindo e depois desta nem acordada. Eu queria ficar com alguém, conversar com alguém, e fui ao apartamento da causa da minha paranoia.

Jack estava em casa, parecia que eu tinha acordado ele, pois ele estava meio sonolento.

Quando olhei para aqueles olhos azuis celeste e o sorriso branco eu me lembrei por que o namorava, não era pelo dinheiro, não era por ele ter os dentes perfeitos, ok, talvez era, mas era por que eu o amava.

– A primeira coisa que você faz quando me vê é me agarrar?

– E você está reclamando? – falei selando meus lábios aos dele.

– Nem um pouco. – ele respondeu com um beijo.

Nós fomos nos beijando enquanto tentávamos fechar a porta e quando eu avistei o sofá da sala eu o derrubei nele, começamos a tirar nossas camisas e nos deixar levar.

– A gente não pode fazer no sofá, é a cama do Hiccup agora. – ele falou com receio

– Fazer na cama dos outros não me parece certo. – Eu apoiei.

– Ainda temos a minha. – Nós fomos nos agarrando pelo corredor até chegarmos em sua cama, as preliminares já tinham sido feitas no caminho.

Sentia meu corpo queimar e a cada segundo a mais nos braços daquele albino somente aumentava meu fogo, seu corpo era branco e gelado como a neve, mas parecia estar me queimando com o mais leve toque. Entretanto eu não era a única que sentia queimar.

Jack vasculhou os bolsos até achar sua carteira, seu rosto se transformou em tristeza e ele voltou a colocar a carteira no bolso.

– Acho que acabou a camisinha. – Ele falou me dando um beijo rápido. Seus dedos percorriam pelo meu corpo fazendo provocações e seus beijos me tentavam, eu o queria e não podia esperar, minhas mãos travessas dançavam pelo seu corpo em resposta. – A gente pode fazer sem, o que você acha?

– Não! – Na verdade, eu podia esperar.

– Só estava brincando, qual o problema?

– Nenhum. – Mil problemas passavam em minha cabeça na verdade.

– Hey, eu sei que tem alguma coisa errada com você. – Ele me envolveu em seus braços e minhas costas ficaram coladas em seu peito, ainda conseguia sentir o calor roçando em minha bunda.

– Jack, nós podemos conversar?

– Acho que a gente conversa toda hora. – ele deu uma risada, mas logo parou quando ele reparou que eu estava séria – O que foi?

Eu sei que me arrependerei do que vou fazer, mas não conseguia namorar alguém com segundas intenções, eu me separei de seus braços e me levantei da cama.

– Eu estou terminando com você. – falei vestindo a minha camisa, eu não tinha mais seus braços ao me redor e eu me sentia fria.

– Qual é Tooth, você não pode estar falando sério. – lágrimas começaram a escorrer do meu rosto, eu já comecei a me arrepender e nem se passaram cinco segundos. – Foi alguma coisa que eu fiz? – Eu fechei meus olhos para não ver seu rosto, se eu os visse eu voltaria atrás. – Se for, eu peço desculpas, eu posso consertar.

– É um pouco mais complicado, me desculpa. – E eu fugi.

Desde que meus pulmões ficaram doentes eu não consigo mais correr tanto quanto antes, claro que eu não era rápida, mas agora eu sou praticamente uma lesma. Jack me alcançou sem dificuldades.

Ele agarrou-me pelo braço e me apertou contra seu forte corpo, não conseguia lutar contra sua força. Nossas respirações começaram a se misturar na medida em que ele se aproximava dos meus lábios, ele ignorava as lágrimas em meus olhos e selou meus lábios aos dele. Tudo dele era doce, seu toque, o beijo, seu cheiro, os cabelos castanhos, mas o gosto que ficava na minha boca era amargo. Ele separou seus lábios dos meus e meus olhos deram de encontro ao dele, seus olhos estavam vermelhos e o rosto parecia de choro.

– Tooth, eu te amo. Eu te amo. – Eu entrei em pânico, nunca tinha visto Jack agir assim. – Me dê mais uma chance, por favor.

– Desculpa. – Eu corri, corri até que aqueles pulmões doentes explodissem, corri até as minhas lágrimas parassem e até que eu não pudesse mais vê-lo. Cheguei em casa sem folego e a primeira coisa que fiz foi me trancar no quarto e enfiar a cara no travesseiro.

Eu chorei mais que todos os dias da minha vida, meus olhos doíam de tão machucados que ficaram, minha voz ficou rouca, e meus pais preocupados comigo, somente cai no sono quando minhas lágrimas secaram, até toda a força e tristeza saírem do meu corpo.

Meus pesadelos acabaram aquele dia. Quando eu acordei parecia que tinha um buraco no meu peito, eu me sentia leve, mas vazia ao mesmo tempo.

– Ok, você consegue. – Eu disse a mim mesma.

Neste dia eu cancelei minha matricula e comecei a procurar um emprego. O dinheiro tinha que vir de algum lugar e seria do meu esforço. Não viria de uma gravidez ou de um ex-namorado.


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Notas finais do capítulo

Esse era para ser o capitulo dez, mas sei lá...
Alguem pode me ajudar com ideia sobre Merricup? eu não consigo shippar o casal sem parecer forçado.