Road escrita por Tracking arrow


Capítulo 5
Hiccup - Um encontro com uma Vampira




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Meu dia não poderia ser melhor, dor de cabeça, dor nos músculos, irritado e, infelizmente, sem minha carteira, eu fui roubado, a minha sorte é que o dinheiro da corrida não foi roubado, pois ele eu deixei com o Ralph, mas quem quer que tenha roubado minha carteira, ele ou ela sabe quem é o Night Fury. Estou ferrado.

Soltaram uma bomba em mim e eu não tenho o esquadrão antibombas para me ajudar, a única coisa que posso fazer é esperar a explosão acontecer. Ela tem nome e endereço e a quantidade de vítimas, eu.

E como toda a pessoa nesta situação, estou deitado no sofá trocando o canal de cinco em cinco segundos a procura de alguma coisa para assistir, felizmente meu melhor amigo não suporta ver alguém parado perto dele, principalmente quando o amigo está esperando a polícia bater na porta dele e o levar preso por participar de corridas ilegais sem carteira de motorista.

– Eu sei que você tá meio bolado por causa da carteira, mas não há tempo para se preocupar com você, nós precisamos salvar a Tooth! Ninguém vai ver a minha namorada com aquela roupa, a não ser eu, é claro.

– A aposta não deveria ter sido cancelada? Tipo... ninguém venceu.

– Longa história, – Quando Jack fala que é uma longa história, acredite, ela é longa ou ele a repetiu mais de duas vezes e está cansado. – só preciso que você me ajude com meu plano na festa de hoje, preciso deixar todo mundo bêbado.

Se fosse somente pelo Jack, eu ficaria em casa, os planos do Jack não são dos mais geniais, mas devo muito a Toothiana, entretanto, não estava com cabeça para ajudar, então me fiz de difícil.

– Eu não vou na festa, sou menor de idade, não posso beber.

– Você também não pode dirigir, qual é Hiccup, preciso da sua ajuda! Eu consegui que o Snotlout parasse de pegar no seu pé por um mês, você está me devendo! – Não se dá para competir contra a teimosia de Jack Frost, somente Toothiana consegue e eu não faço a menor ideia como, além do que, ele tinha razão, ele me ajudou a lidar com meu primo, meu querido primo Snotlout, então eu estou devendo uma a ele.

– Tá bom, eu vou na festa, amigos são para que?

Ir a uma festa não parecia má ideia, ficar sentado no sofá da sala vendo televisão não parece que vai fazer minha carteira voltar, a festa também não, mas pelo menos eu não me lembraria dela a cada comercial que passasse. Um milagre sempre é possível e parado que ele não vai acontecer.

– A gente vai sair daqui a pouco, vista uma roupa menos Night Fury, não vou levar nenhum homem que usa calça de couro justa no meu carro. – ele falou como se eu somente tivesse roupa de couro do meu armário, não tenho, mas a maioria é. Vesti uma calça jeans, uma jaqueta preta e uma camiseta de botão branca por baixo e nesses longos cinco minutos, Jack já tinha saído do apartamento e estava no carro, deu para ouvir o som da buzina que ele apertava sem parar, tranquei a porta e fui me juntar a ele.

– Você não tinha algo melhor, não? – Eu não sou tão narcisista como Jack Frost, mas as minhas roupas não estavam ruins para receber essa crítica.

– Pelo menos não é couro. – Falei já entrando no carro – Então, de quem é está festa?

– Da Mavis. – Se o carro não tivesse em movimento, eu teria saltado dele.

– E você acha uma boa ideia eu ir na festa?

– Pelo que eu saiba, ela não sabe que você é o Night Fury, então não tem problema, agora fica quieto e escuta o plano.

O plano do Jack era impossível, não tem como embebedar um time de futebol inteiro, mas ele parecia crente que conseguiria. Eu tentei convencê-lo que a ideia era ruim e que eu iria estragar a festa, mas isso só levou ele a fazer um roxo no meu braço, então eu entrei na dele, eu adoro hematomas, sabe como é, me amarro na dor.

– E o que eu faço exatamente?

– Só faça o que eu falar para você fazer. – Não queria discutir, ele seguiria esse plano mal bolado de qualquer maneira e a quantidade de roxo que eu tinha no corpo já superava o meu ideal.

Não demoramos nem vinte minutos para chegar a festa e já conseguia ver gente desmaiada no chão em algumas partes da rua, eu nunca tinha ido em uma festa que para matar a sede, o álcool era a única coisa que tinha, mas elas existem e eu estava nela.

– Vamos lá, Hiccup, você vai ficar na rodinha dos jogadores. – Entramos na festa e fomos direto para o grupo dos jogadores.

Eles nem olharam para mim, mas Jack fez questão de me apresentar, os únicos que eu conhecia era o Flynn e o Snotlout, mas eles não falariam comigo, pelo menos, não em público. Foi uma apresentação rápida, Jack não queria perder o foco da missão dele, nocautear indiretamente todos os seus companheiros de time.

Existia diferenças quando eu bebia e quando Jack bebia, ele era um “Ahh!” de prazer e o meu era um “Urgh!” de algo pedindo para voltar, o time inteiro era um “AHHH!”. Mesmo você odiando bebida, todo mundo tem a sensação de que você diz “Nossa! Essa coisa é uma delícia, me deem mais ou vou morrer” e Jack era uma dessas pessoas. Acho que ele me confundiu com um dos membros do time, pois ele queria me embebedar! Depois do quarto copo que ele me ofereceu de Vodka misturado com energético, eu decidi que era a hora de me afastar dele, para o meu próprio bem.

Nada contra essa combinação de sabores, entre as bebidas, essa era a mais doce, então virou minha bebida menos pior.

Caminhei no meio das pessoas para achar um lugar mais sossegado para ficar, foi ai que eu avistei um galão de água na cozinha, eu estava perdido, a casa era enorme e a maioria dos corredores tinham muitas pessoas para passar, mas eu decidi que iria variar na mistura para uma mais light, sai com o copo da bebida mais comum de todos e avistei a celebridade da noite, Toothiana. Fui me aproximando dela e reparei que ela parecia agitada, suas bochechas estavam rosadas e suas pupilas dilatadas, isso parecia ruim.

– Você está bem? Você parece meio bêbada. – Eu hesitei ao falar, bêbados podem ser agressivos, não queria arriscar com Toothiana, um roxo no braço já era bom o suficiente para mim.

– O plano no Jack não vai funcionar! – Ela falou quase gritando e minhas dúvidas sumiram, ela estava bêbada.

– Eu sei, mas você tem um melhor?

– Tenho um mais louco. – Ela falou pegando o copo de agua da minha mão e o levando a boca, ela deu um gole e logo em seguida cuspiu em minha direção, não sei como desviei do cuspe, mas meus reflexos ainda não tinham ido embora – Isso é água?! Eu preciso de álcool!

– Você deveria parar de beber. – Não sou bom em lidar com pessoas, muito menos pessoas bêbadas, elas ficam incontroláveis, mas não podia deixar Toothiana no álcool. – Ou pelo menos beber menos.

– Toma isso aqui! – Ela devolveu o copo para mim, mas colocou força de mais quando o devolveu, eu fui para trás e trombei com alguns bêbados e, bem, digamos que minha camisa fedia a álcool. Quando me virei, Toothiana já estava na mesa de bebida tentando tirar o gosto de água da boca, eu sou um péssimo amigo, pois deixei ela lá se afogando na bebida.

Desisti da ideia de achar um lugar não movimentado e fui a busca de um não tão movimentado, queria um meio termo e o achei, esse lugar se encontrava no segundo andar da casa, fiquei observando a festa de cima, o som estava contagiante e fazia coisas incríveis com bebida junta, a visão inacreditável, decidi dar mais uma chance a minha segunda bebida menos pior da festa, voltei ao andar de baixo e fiz a minha própria mistura, dessa vez parecia que conseguiria beber o copo inteiro, dei um gole grande e nem careta eu fiz, Jack ficaria orgulhoso, mas não deu tempo de imaginar a cena, meus pensamentos foram interrompidos por alguém.

– Com licença, eu preciso de ajuda para descer o som, você poderia me ajudar? – A última pessoa que eu queria trombar na festa acaba trombando em mim. Pensei em uma desculpa rápida e a mandei.

– Não sou muito forte.

– Nós descemos o som de dois.

Eu tentei pensar em outra desculpa para me esquivar da Mavis Dracula, mas não consegui pensar em nada que soasse discreto, então eu assenti com a cabeça e a segui para o terceiro andar. Não tinha muito barulho no terceiro andar, então conseguia sentir o desconforto do silencio, mas não fui eu a quebra-lo.

– Qual o seu nome?

– Meu nome é Hiccup. – Às vezes eu prefiro ser chamado de “você” do que de Hiccup, as piadinhas são cruéis, mas dessa vez foi diferente, ela não ficou surpresa nem nada, ficou normal.

– O meu é Mavis, eu acho que nunca te vi pela faculdade.

– Eu vou entrar na faculdade ano que vem. – Nós não trocamos olhares o caminho inteiro, me senti incomodado, eu gosto de olhar no olho quando eu converso com as pessoas.

A conversa morreu e eu conseguia ouvir passos rápidos e pesados vindo em minha direção, mas não era exatamente a mim que esses passos buscavam, era uma amiga da Mavis.

– Mavis, você tem uma camisinha para me emprestar? – Nunca vou me acostumar com esse assunto, mas Mavis não parecia ligar, ela colocou a mão no bolso e a deu. – Valeu, amiga.

Nós caminhamos um pouco mais em silencio até que entramos em um quarto que tinha escrito “MAVIS” na porta, minha primeira vez no quarto de uma garota e o quarto era normal, organizado e limpo, nem tão normal, a cama era uma Queen size e os móveis eram de luxo. Ela abriu uma mini geladeira que tinha ao lado da cama e tirou uma garrafa de Vodka e dois copos, um quarto normal.

– Eu fiquei surpresa quando descobri que você era o corredor misterioso, agora eu sei o porquê, você tem somente dezessete anos!

– Eu não sei do que você está falando. – Mavis encheu dois copos de Vodka pura e me deu um, se ela acha que eu iria beber aquele copo inteiro, ela não me conhece.

– Peguei sua carteira quando eu sentei na sua moto, Night Fury. Eu queria te conhecer.

Na verdade, eu não me conheço direito, o copo de Vodka já estava vazio e eu precisava de um pouco mais, mas me controlei, não queria acabar como a Toothiana.

– Você rouba a carteira de todo mundo que você quer conhecer?

– Em minha defesa, eu não roubo a carteira de todo cara que eu conheço, só dos mais misteriosos. – Mavis também virou o copo e finalmente me olhou nos olhos – Por que você corre?

Não vi motivos para mentir, ela fez todo esse trabalho para falar comigo e descobrir quem eu sou, eu podia dar a verdade.

– É isso que eu faço para sobreviver, não tem muitos lugares que contratam menores para trabalhar, não pagando tão bem assim.

– Como conseguiu a moto?

– Ela era da minha mãe, ela precisava de alguns ajustes aqui, outros ali. E você, por que você corre? – Ficar falando da sua vida pessoal para uma pessoa que você conheceu ontem não é uma coisa muito inteligente de se fazer, a não ser que ela fale um pouco sobre a dela.

– Meu pai já foi corredor, mas, sei lá, deve ser coisa de sangue. – Ela encheu o copo dela de novo e ficou encarado a bebida.

– Deve estar na sua programação. – Ficar sem assunto é uma coisa assustadora, você começa a falar coisas que a pessoa vai achar que você é louco e eu tinha acabado de fazer isso – É uma coisa, não sei muito bem explicar, mas é como se você tivesse nascido para fazer isso, só que ainda não sabe.

O rosto dela dizia tudo, eu sou péssimo em explicações, então decidi mudar de assunto, mas não de tópico.

– Por que te chamam de Vampire?

– Nem eu sei por que me chamam assim, acho que combina. – Ela claramente sabia o porquê do nome, o rosto dela deixou isso bem claro, mas ela não queria contar, então eu teria que descobrir.

– O que é a marca que você iria fazer em mim? – A reação dela foi indiferente no começo, ela bebeu o resto da bebida e depois me deu um sorriso travesso, o mesmo olhar que ela fez quando roubou minha carteira.

– Pensei que você nunca ia perguntar.

Imagine que você vai a uma festa, uma mulher mais velha te convida para ir ao quarto dela, te oferece uma bebida, te derruba na cama, tira a camiseta e fica somente de calça e uma camisa regata branca, conseguiu imaginar? Agora imagina essa mulher mais velha sendo linda e sexy, Acha que acabou? Não, ela está em cima de você desabotoando a sua camiseta, essa era minha situação.

– Sua camisa está molhada, deixa eu te ajudar com isso. – Me senti indefeso, mas feliz, não é todo dia que uma mulher está por cima de você – Nunca fiz isso com um garoto mais novo, é meio excitante.

Excitante, realmente, essa é a palavra para descrever toda essa situação, essa e também intimidador, esse é o mais longe que eu fui com qualquer garota, somente provocações.

Depois que o ultimo botão de minha camisa foi desabotoado, eu me arrependi de não fazer academia, não tinha gordura, então dava para ver o musculo do abdômen quando eu fazia força, mas não tinha muita coisa para mostra, na verdade, tinha bastante coisa para mostrar, eu perdi a minha perna em um incêndio a três anos atrás e além de minha perna, o incêndio quis marcar meu corpo, tenho várias marcas de queimadura pelo corpo.

– É feio né? Essas marcas de queimadura. – Ela não me respondeu, seu olhar era fixo nas marcas, ela não parecia ter nojo daquela carne marcada, mas eu tinha e ter alguém olhando elas me deixa envergonhado. Ela parou de olhar e começou a tocar nelas, o toque era gelado e delicado, suas mãos contornavam a queimadura do meu abdômen, e foram passando por trás de mim, até chegar em minhas costas, a minha camisa estava atrapalhando, então ela tirou para ver melhor meu corpo e eu deixei. Ela deu uma última olhada para a marca que ela tinha passado a mão e depois me olhou nos olhos.

– Eu gostei, mesmo não tenho vencido eu acho que vou marcar você mesmo assim. – Ela aproximou o rosto do meu e eu fechei os olhos por reflexo, consegui sentir seus lábios, eles eram quentes e macios, suas mãos geladas agarravam-se ao meu corpo e minha voz escapou como um gemido, eu finalmente entendi o que era a “marca”.

Quando ela parou, senti meu pescoço queimar aonde ela tinha beijado, meu coração batia rápido e forte, minha respiração estava ofegante e minha cabeça latejando.

– A marca de um vampiro sempre é feita no pescoço. Agora você sabe o porquê de Vampire.

Nessas horas você precisa ser menos Hiccup Horrendous Haddock III e ser mais Night Fury, eu peguei ela pelo pulso antes que ela saísse de cima de mim e trocamos de lugar, eu estava em cima e ela estava deitada na cama, seu rosto estava vermelho e não conseguia me olhar nos olhos, ela estava surpresa.

Provavelmente foi a bebida, não, definitivamente foi a bebida, eu me aproximei de seus lábios, fiquei tão perto que conseguia sentir a sua respiração ofegante, ela foi lentamente em direção ao encontro deles, mas evitei o beijo, tirei o cabelo que cobria aquele pescoço branco e dei um beijo leve e suave, mas eu decidi que também faria uma “marca” nela, foi a primeira vez que eu ouvi uma mulher gemer..

– Eu posso te mostrar o porquê do nome Night Fury se você quiser. – não sei de onde surgiu coragem, mas ela se mostrou na hora certa.

Nós nos agarramos na cama trocando caricias e beijos, tive mais de uma hora para aprender como beijar bem e como dar prazer a uma mulher, foi como ter aulas particulares e minha professora era Mavis Dracula.

Depois de quase uma hora, ela parou de me beijar e tentou recobrar o fôlego e eu também o fiz, mudei de postura e fiquei sentado na cama.

– Aquela era a minha última camisinha e você não tem nenhuma na sua carteira.

– A gente pode continuar só nos beijando, que tal? – Ela sentou no meu colo e me derrubou novamente na cama, ela parecia estar em transe, pois me deu outro chupão no pescoço, mas dessa vez, ela fez tão forte que a marca não ficou vermelha, ficou roxa, meus gemidos deveriam ter ligado algum interruptor dentro dela, pois ela queria ouvir mais eles, ela parou no terceiro chupão quando meu celular tocou, eu atendi o telefone, Jack estava me esperando para ir embora.

– Eu preciso ir, – eu coloquei a roupa e dei um último beijo na Mavis, um beijo lento e demorado. – bem é isso então, tchau.

Eu sai do quarto da Mavis com um sorriso bobo no rosto, nem notei que a causa desse sorriso estava correndo até mim com minha carteira na mão.

– Hiccup! Você esqueceu sua carteira!

Eu não sabia que a bomba que eu estava esperando tinha esse poder de explosão, mas devastou meu mundo completamente.

Desci as escadas e Jack estava na porta da casa, ele parecia igual a mim, tinha um sorriso bobo no rosto.

– Vamos indo, Jack? – tive que dar um tapa de leve para ele sair daquele transe, mas quando ele notou aquelas três marcas no meu pescoço.

– Isso são chupões?!

– Algumas coisas aconteceram, depois eu te conto.

Quando já estávamos em frente ao carro, Mavis veio até mim com uma camisinha na mão e a me entregou.

– Dá próxima vez, tenha uma camisinha com você, eu dei a minha última. – Ela se virou e voltou para a festa.

Jack demorou um pouco para ligar os pontos, mas quando ligou ele me deu um outro roxo no braço.

– Você quase fez sexo com Mavis Dracula, mas não tinha uma camisinha?!

– Mas eu achei minha carteira.


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Notas finais do capítulo

próximo cap a Merida chega, eu acho.