Road escrita por Tracking arrow


Capítulo 3
Hiccup - Uma corrida contra um Vampiro


Notas iniciais do capítulo

A parte da corrida ficou meio rápida, mas quem liga?



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Do começo da semana até a sexta leva uma eternidade, mas a sexta passa voando junto com o feriado, uma injustiça. Não hoje, não nesta sexta, essa foi a sexta-feira mais longa da minha vida, eu sentia meu estomago querer saltar de mim, suava frio, estava nervoso, ansioso e enjoada, uma sensação horrível, eu estava péssimo, isso porque era o dia da corrida e eu não sabia se podia vencer.

Mas hoje não foi horrível, essa semana foi horrível, Jack sempre me lembrava que a Vampire é invicta e que eu não tinha a menor chance, ele até tentou me machucar para eu não poder correr, ele atingiu um novo nível de stress e eu sou a causa.

Estava a duas horas da grande corrida e eu estava com minha equipe, tentando me preparar psicologicamente. Ralph e Felix são meu time.

Ralph parecia estar orgulhoso quando se aproximou.

– Sua moto está pronta, eu mesmo arrumei ela, está na garagem atrás da loja. – Isso pode soar grosseiro, mas Ralph não é o especialista em consertar as coisas, ele é um mecânico, eu sei, mas ele é melhor em destruir do que em consertar, esse trabalho eu deixo pro Felix.

Eu não expliquei algumas coisas. Como eu sou menor de idade, eu deixo minha moto na loja do Ralph a Wreck-it, não posso andar de dia, não tenho carteira. Sendo sincero, essa loja iria falir se não fosse o Felix, o Ralph é melhor como segurança do que como mecânico, mas o que você esperava, já viu o tamanho da mão dele? E o tamanho dele? Se o Jack ouvir isso ele iria me chamar de gay, mas eu gosto do Ralph, o coração dele é maior que o seu tamanho e olha que ele é um gigante de mais de dois metros, mas por dentro ele é igual maria-mole.

A loja agora está famosa graças ao Night Fury, minha versão noturna maneira. Eles foram meus primeiros patrocinadores e únicos também, isso ajudou muito os negócios deles e os meus, eles sempre me informam de corridas e também dão um jeito de eu participar, as vezes eles me emprestam um pouco de grana quando o aperto chega, eu me sinto mal por isso, aí eu pago sempre que posso.

Atrás de Ralph tinha um homem bem pequeno, tipo a versão de bolso do Ralph e eu esperava algumas palavras dele.

– Eu chequei a moto, Hiccup, nada quebrado ou faltando, está em perfeitas condições, somente relaxe. – Não consigo me acalmar sem ouvir isso do Felix, saber que está tudo em perfeitas condições é perfeito.

Acho que meu time é esse.

– Ele checou duas vezes! – Ou não. O terceiro membro do meu time que eu esqueci de apresentar é a adorável filha de dez anos do Ralph, Vanellope, a maior parte do tempo ela fica na oficina, não tem um dia que eu não vejo ela aqui, ela quer ser corredora de formula um quando crescer, Ralph não gosta nem um pouco, ele é meio pai-coruja, nem bicicleta ele deixa ela usar.

– Qual é Hiccup, só por que da última vez você quase morreu não pode confiar no meu pai? – Ela é adorável, mas me coloca em cada situação difícil.

– Não é bem isso, é que eu vou correr contra a Vampire! – Odeio ter que contar meia verdade, é pior que contar uma mentira! Dá última vez os pneus estavam com problemas no freio e eu quase morri, desde então o Ralph anda meio que com medo de consertar as motos. Até os mais simples consertos e não posso parar de pensar que a culpa é minha.

Ralph me anima, Felix me anima e sabem a função da Vanellope? Ela me apoia.

– Eu ouvi falar que ela nunca, jamais, nunquinha na vida perdeu uma corrida. – Continua adorável.

– Você não tá ajudando.

– Mas você também nunca perdeu! Você é um corredor, posso sentir isso na sua programação!

– “Programação”? – Geralmente a palavra que se usa aqui é “sangue”.

– Nem discuta, Hiccup, ela tem falado sobre essa coisa de programação desde que foi numa palestra de um corredor ai. – Ralph nunca disse para a Vanellope que ele não queria que ela corresse, mas toda vez que ela menciona carros ele tenta mudar de assunto. – Não sei por que ela gosta tanto de carros!

– Mas o que importa é que ela está certa, você é um corredor e o melhor de todos, sua moto está perfeita por que eu fiz duas checagens. – O que posso dizer sobre a Wreck-it? A minha segunda família ou talvez primeira, se querem comprar os serviços, já sabe o nome, eles são os melhores. – Mostre para eles!

– Só tenha cuidado, ok?

– Arrasa com ela!

– Pode deixar comigo!

Eu agradeci eles e fui a garagem, entrei no box que tinha lá dentro e vesti minha roupa de Night Fury. Respirei fundo, coloquei o capacete e subi na moto, coloquei a chave e liguei o motor, o ronco dele estava me acalmando e meu coração foi desacelerando, eu estou pronto.

...

Nunca tinha visto tantas pessoas assistindo, o campus inteiro parecia cobrir todo o percurso de 230km, eram quase quarenta mil pessoas e a maioria estava lá só para assistir.

Cheguei na linha de partida e a minha adversária já estava lá, a moto vermelha sangue e o corpo negro em cima da moto me encaravam. Ela desceu da moto e foi em minha direção, queria falar alguma coisa, provavelmente me intimidar, mas o Jack fez um trabalho excelente durante uma semana inteira.

– Então, você quer deixar isso mais interessante Night Fury? – Eu não esperava por isso. Ela subiu na garupa da minha moto e ficou atrás de mim, talvez o Hiccup tivesse medo da Vampire, mas não o Night Fury, eu assenti com a cabeça e fiz o motor roncar.

– Eu gosto de fazer uma marca nos que eu derroto, é como ter um troféu, só que melhor. – Ela lambeu os lábios e foi em direção a moto dela, competindo comigo no ronco – Adoraria ter você como um troféu, desde que você seja tão bom quanto falam. – uma coisa que descobri sobre a Vampire é que ela é sádica, aquele sorriso dizia tudo.

– E que marca seria essa? – falei mantendo a pose.

– Quando a gente terminar de correr eu faço ela em você. – Ela parece a versão feminina do Jack, é tão convencida quanto, não sei como ainda não são amigos.

Nós nos posicionamos na rua e o Ralph que foi dar início a corrida, o barulho só aumentou quando aquele gigante ficou na frente das motos.

O ronco do motor abafava as vozes, mas eu ainda conseguia ouvi-las, eu estava completamente focado, era como se eu fosse a moto e o único barulho que eu conseguia ouvir era o Ralph fazendo a contagem regressiva, o sinal estava vermelho e 3...2...1... verde.

Foi a hora mais emocionante da minha vida, o vento quase me jogava fora da moto, mas não podia pensar em desacelerar, eu conseguia ouvir o motor da outra moto atrás de mim e em cada curva conseguia ver uma sombra me perseguindo, era ela, aquele vulto vermelho e preto, se os rumores são verdadeiros, a Vampire é um monstro, pois eu estava a 225kmh e se ela podia me ultrapassar a qualquer momento, gostaria de ver ela tentar, o Night Fury esta noite está de longe o mais rápido de todos. Esse foi o cenário da corrida o tempo todo, eu comecei na frente e fiquei na frente, mas a pressão de ter alguém tão bom quanto você atrás é sufocante.

Uma hora de corrida e eu vi a linha de chegada no horizonte, mas a Vampire não estava atrás de mim, estava do meu lado e ainda ligou a seta, ah, eu queria ver ela fazer isso(ela sinalizou que iria ultrapassar). Em momentos como esse a adrenalina rola solta, tudo ocorre tão rápido, mas você acompanha como se fosse em câmera lenta. Há mais 200km/h os últimos quinhentos metros onde as pessoas se aglomeravam para ver quem iria vencer, nós a cruzamos em menos de oito segundos.

A corrida? Digamos que o Night Fury continua invicto, mas a Vampire também, foi um empate, a câmera bateu a foto de três ângulos, sim, o pessoal de Berk leva corrida bem a sério, mas de todos os ângulos foi um empate, entretanto, graça a regra da casa, o vencedor em um empate é do desafiado e eu que tinha sido desafiado, mas não achei certo vencer assim.

Depois que Ralph me ergueu e todas os homens comemoravam, eu pedi para ele me abaixar, peguei o dinheiro que recebi da minha vitória com o adicional das apostas e separei.

– Eu não venci e você não perdeu, vamos correr um outro dia, ai eu posso pegar seu dinheiro de forma justa. – Eu estendi o dinheiro esperando que ela pegasse, mas ela ficou imóvel com um olhar desconfiado, mas depois o pegou.

– Dá próxima vez eu vou ter você como um troféu. – Seu sorriso parecia tramar algo, me lembrava o mesmo sorriso que o Jack dava quando estava fazendo algo errado.

– Não conte com isso. – A vitória as vezes me transforma em um Jack 2, o ego fica lá em cima. – mas talvez a gente se vê por ai, afinal, eu posso ser qualquer pessoa de Berk.

– Acho que vai ser mais rápido que você imagina. – Se ela for tão parecida com o Jack quanto eu penso, nós definitivamente iriamos nos encontrar... e isso seria breve. – Sou Mavis Dracula. – Ela estendeu a mão e eu a peguei por reflexo.

– Sou Night Fury, prazer.

... ...

Até ontem eu pensava que com o dinheiro que eu tinha ganhado vencendo a corrida, eu não precisaria me preocupar com as contas até o início da faculdade, pelo menos era o que eu achava até acordar.


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