Like Ghosts In Snow escrita por Drunk Senpai


Capítulo 5
Both of us


Notas iniciais do capítulo

Olá! =D
Bom, na verdade eu não pretendia postar capítulo novo hoje, mas não vou poder postar nos próximos dias (talvez só na segunda pela noite ]= ).
É isso! espero que gostem!
Boa leitura!



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Em seu apartamento escuro, o dono dos olhos esmeralda observava em silêncio as palavras impressas nas páginas do livro com uma clara aparência surrada em suas mãos, observava porque honestamente não conseguia discernir nenhuma delas. Sua mente na verdade vagava longe, estava distraído à ponto de não deixá-las fazer sentido algum.

O que acontecera ainda naquela tarde, continuava insistentemente repetindo-se em sua mente.

Naquela manhã, quando seus olhos se encontraram, sentiu outra vez aquele momento inexplicável, onde tudo parecia se resumir no olhar puro e curioso da garota de cabelos cor de pôr do sol, Orihime, ela lhe havia dito ser seu nome, em sua voz suave e cheia de animação.

Naquela manhã, quando a viu, não esperava que algo diferente das outras vezes aconteceria, mas aconteceu. Quando havia decidido seguir seu caminho, ouviu aquela voz melódica e cheia de urgência lhe chamar a atenção, “Espere!” foi tudo que disse. O surpreendeu e deixou sua mente em branco apenas por um milésimo de segundo enquanto esperava a próxima fala. Ela no entanto, não a disse. A seus olhos atentos, ela parecia confusa quando voltou seus olhos ao grupo de garotas atrás dela e então para ele. Não era um bom momento, ele pensou consigo mesmo, forçando-se a seguir em frente acima de sua curiosidade despertada.

Mais tarde contudo, enquanto passava por perto da escola secundaria de Karakura, não conseguia evitar, precisava saber o que ela queria, ou melhor queria saber repentinamente, sobre ela. Resolveu esperar por pelo menos 5 minutos, não faria mal nenhum esperar apenas um pouco em nome a sua curiosidade.

Seus 5 minutos estavam acabando, ele notou. Prestes a mudar de idéia, contudo, como numa cena de filme, ela apareceu em sua frente. Ela era ainda mais estonteante de perto, ele observou enquanto a ruiva lhe dava seu melhor sorriso e seus olhos castanhos brilhavam intensamente.

–Você...- Ela disse com sua voz suave, a qual ele poderia ouvir incansavelmente, ele admitiu antes que a sua razão pudesse impedir.

–Você pediu pra esperar. - Ele disse simplesmente, tentando que seu inconsciente fascínio pela figura hipnotizante à sua frente não transparecesse. Ela voltou a sorrir, tomando outra vez seu olhar.

A próxima coisa que se lembrava é de ter sido convencido a ir até uma cafeteria próxima com ela, não conseguira evitar, fora simplesmente levado até lá e ela não precisara de nenhuma força física para fazê-lo.

O gosto amargo e quente do café preto o ajudara a voltar a pensar claramente, quando fora parar ali por simples persuasão de uma adolescente? Não qualquer uma, pensou quando pousou seus olhos em seus delicados traços e em seus grandes e brilhantes olhos castanhos.

–E então?- Perguntou, se já estava ali, pelo menos lhe daria algum crédito.

–B-bom... qual seu nome?- Ela lhe perguntou um pouco envergonhada e ansiosa.

–Ulquiorra Schiffer. - Respondeu, e então como se tentasse ler sua alma, esperou que ela dissesse algo.

–Oh... Ulquiorra-kun então! - E então, outra vez, mostrou-lhe aquele sorriso iluminado. -Eu sou Orihime Inoue! Estou no 3º ano do ensino médio, lá no colégio de Karakura. Onde você estuda? - Ela parecia brilhar ainda mais com sua curiosidade inocente.

–Sou universitário. - Respondeu.

–Ah, entendo! O que está cursando? - Ela parecia mais e mais curiosa e animada conforme recebia as informações, mas não podia culpá-la, uma vez que também, mesmo que um pouco queria ouvir sobre ela.

–No momento, estou mais interessado em Ciências Sociais. - Ele contudo, sabia que por mais interessante que aquela conversa pudesse se tornar, não podia se dar ao luxo de muitas delongas. Tomou um gole de seu café – Por que me chamou aqui?

–Hmn... Eu só queria te conhecer. - Ela respondeu sorrindo lindamente para ele outra vez.- Nós sempre nos encontramos por ai, eu sempre te achei interessante e fiquei curiosa.- Era o que ele desconfiava. Sorriu irônico.

–O ditado não diz que a curiosidade matou o gato? Eu posso ser perigoso, já te ocorreu isso?- Voltou a encará-la, sério.

–Na verdade não... Eu acho que todos merecem uma chance e eu gosto de dar essa chance, sabe? Confiar. - Garota interessante, pensou consigo mesmo. - Mas e você? Nunca me considerou perigosa? Eu poderia ser uma psicopata, sabe?- Sem notar, ao observar seu lindo rosto em provocação divertida, não pôde evitar, mas sorrir. - Podemos ser amigos?- Contudo, de volta ao controle de seus pensamentos, sabia que por mais atraente e agradável que ela fosse, aquilo não aconteceria. Ele suspirou.

–Acho melhor eu ir andando.- Disse enfim, deixando a mesa.

–Mas...- Ouviu a ruiva insistir, mas em seu intimo, sabia que era inútil a tentativa. Olhou uma ultima vez a sua figura, Garota interessante, pensou consigo mesmo uma outra vez enquanto se virava para seguir seu caminho.

E ainda agora, a suavidade de sua voz, a inocência em seus olhos e mesmo a claridade de sua aura pura, persistiam em sua mente, como se seus movimentos e sons e sorriso fossem cenas de um filme que persistia em repetir-se em sua mente. E então estava pensando nos mínimos detalhes, como se todas as imagens estivessem a sua disposição para ver e rever e apreciar. Sua respiração, a palidez de sua pele, o rubor natural de seus lábios.

Tendo contudo seu precioso momento de tranqüilidade cortado pelo queimar, lento que aos poucos parecia tomar todo seu corpo, dos dedos dos pés aos poros capilares. Sua garganta parecia seca, como se estivesse abandonado em meio a um deserto. Abriu os olhos esmeralda que inconscientemente havia fechado para rever as cenas de mais cedo. Suspirou e levantou-se. Conhecia bem aquela sensação. O descanso tinha acabado.

~*~*~*

A manhã seguinte havia chegado. O rapaz de chamativos cabelos cor laranja levantou-se preguiçosamente. Estava ainda incerto sobre o que faria a seguir. Não queria sentir-se diferente em relação a pequena morena, não queria perder sua amizade, não podia sequer pensar nisso. Mas notou, enquanto coçava seus olhos, que talvez fosse tarde demais, sua mente o havia traído.

O que deveria fazer? O que deveria fazer? Continuava se perguntando do momento em que levantou-se até quando saiu de casa. Logo encontraria-se com ela e ainda não havia encontrado a resposta. Sentia-se desconcertado e sem saída. Ela logo chegaria no lugar de onde sempre seguiam juntos, e continuava martelando o pensamento em sua mente O que deveria fazer?

De costas para a direção de onde ela viria, já ouvia seus passos se aproximarem dele como em todas as manhãs. Talvez devesse apenas ignorá-la, não olhar na sua direção, mas quando ela chegou ao seu lado, sentiu que não poderia evitar.

–Desculpa o atraso.- Ela disse um pouco sem energia. Estava atrasada? Ele sequer havia notado. Perdendo a luta contra seu subconsciente, resolveu olhá-la. E teve sua atenção tomada pelo discreto band-aid em seu pequeno rosto de boneca, logo em baixo nos grandes e brilhantes olhos azul-violeta que ele notou, estarem estranhamente cansados.

–O que houve? - Ele perguntou, sua preocupação conseguindo ser superior ao problema que tinha antes.

–Oh, isso?- Ela perguntou distraída, tocando o pequeno machucado. - Não é nada.- Respondeu simplesmente começando a andar.

–Rukia, é sério, o que houve com você? - Ele perguntou outra vez, segurando-a ao tocar seu pequeno pulso. Ela voltou a olhá-lo

–Eu já disse, não é nada. Eu cai, sou desastrada. Por quê? Está preocupado comigo? - ela perguntou em tom debochado, numa tentativa de se desviar do assunto, ele notou, assim como também notou que ela realmente não lhe diria a verdade. Ele não respondeu, mas deixou que ela voltasse a caminhar, indo logo atrás num silêncio pensativo. Por que ela não queria contar-lhe a verdade?

~*~*~*

Enquanto caminhava em silêncio naquela calma manhã, a ruiva se deixava viajar nos próprios pensamentos. Precisava encontrá-lo outra vez, mesmo que só para perguntar-lhe o por que, por que não queria se aproximar? Ele não gostava dela? Não podia ser isso, certo? Pois ela podia jurar que estavam se dando bem. Mas talvez Tatsuki estivesse certa, ela quase sempre estava.

Mas não, desta vez Orihime não conseguia fazer a si mesma acreditar nisso, ela precisava conversar com ele outra vez, só por um instante. Foi então que pensou, sua melhor chance de encontrá-lo seria indo aos lugares onde normalmente o via. Ótima idéia! E então quando o encontrasse exigiria a verdade! Faria isso depois da escola. Por enquanto apenas marchava decidida para a Karakura High.

Passara toda a manhã evitando Tatsuki, contudo, era hora do almoço, sabia que não teria para onde fugir. E bem deste jeito, enquanto estava sentada com as outras garotas, logo abaixo da sombra de uma grande árvore que já lhes servia como refugio há um tempo, podia ver uma Tatsuki mal humorada se aproximar. O que fazer? O que fazer?

–Orihime!- Ela chamou como uma mãe prestes a lhe dar uma bronca. Desesperadamente, a ruiva olhou em sua volta algo que pudesse ser usado para mudar o assunto. Foi então que viu, andando distraída e sozinha, uma outra morena.

–Kuchiki-san!- Orihime lhe chamou de forma até mesmo urgente, surpreendendo Rukia.

–S-sim?- Ela perguntou um pouco desconcertada.

–Não quer juntar-se a nós? Faz um tempo que não lanchamos juntas! - Orihime falava rápido enquanto trazia a outra para junto delas, e tentava fingir não ter ouvido Tatsuki.

–Ok. - Rukia respondeu, não que tivesse lhe sido dada uma chance de discordar. Enquanto estava sentada, silenciosamente bebendo de um suco de caixinha, a morena continuava bastante distraída, quase como se não estivesse ali, Orihime notou. Mas antes que pudesse lhe perguntar o que estava errado, Tatsuki começou.

–Orihime! Por que você parou de me responder ontem? - Antes que a ruiva pudesse vir com uma desculpa qualquer, ela continuou.- Será que eu preciso mesmo te alertar o quão perigoso sair por ai perseguindo um desconhecido é?

–Ele não é um...

–De novo com isso? - A outra lhe interrompeu outra vez.- Orihime, você só se sente dessa forma por já conhecê-lo de vista, mas a verdade é que sobre ele você não sabre quase nada! - Não podia discutir isso, sabia que Tatsuki estava certa, no fundo ela sabia disso, mas não podia evitar em ser teimosa nesse assunto.

–Não é bem assim...- Tentou.

–Ah, ok então, quantos anos ele tem? Onde mora? Qual faculdade ele freqüenta? - A ruiva deu os ombros, olhando para baixo.

–Sabe Orihime, a Tatsuki está certa.- Concordou Mahana.

–Pois é, você pode acabar numa furada! - Michiru comentou preocupada. E enquanto as outras garotas – ao menos quase todas uma vez que Rukia parecia ainda alheia, concordavam e expressavam sua preocupação, Orihime sabia que deveria concordar, ser racional e ficar longe do “perigo”, mas não podia, ou melhor, não queria fazê-lo. Respirou fundo. Já estava claro que não conseguiria compreensão alguma ali.

–Meninas.- ela chamou-lhes a atenção.- Não precisam ficar tão preocupadas, eu agradeço, mas é como se estivessem fazendo uma tempestade num copo d'água, não é como se eu estivesse o convidando para minha casa ou sei lá. Sério, não precisam se preocupar tanto assim, não vou fazer nada estupido. - Sorriu enquanto se levantava e voltava para a sala.

Enquanto caminhava, pensava consigo mesma, será que era mesmo tão errado? Tão perigoso? Porque mesmo assim, não conseguia acreditar que fosse. Havia algo nele que a fazia confiar que não precisava ser tão cautelosa. Continuaria com seu plano de encontrá-lo na saída do colégio, mesmo que ele não soubesse ou quisesse isso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Até o próximo!
Beijos =**



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