Like Ghosts In Snow escrita por Drunk Senpai


Capítulo 17
A Thoughtful Day


Notas iniciais do capítulo

Capítulo atualizado como prometido!
Boa leitura! =D



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Ichigo caminhava em silencio enquanto já imaginava tudo o que iria ouvir ao finalmente chegar em casa, sequer sabia o que diria à seu pai e irmãs, e definitivamente não podia imaginar como explicar o machucado. Machucado esse que estava surpreendentemente curando-se depressa, talvez algo que Rukia tivesse feito? Não importava, na verdade. Estava já frente à sua casa. Respirou fundo e só então entrou. Viu suas irmãs sentadas a mesa, tomando café da manhã, mas nem sinal de seu pai.

–Bom dia.- Ele cumprimentou fazendo-as voltarem-se para ele em surpresa.

–Onii-chan! Onde você estava? - A mais nova, de cabelos claros, Yuzu perguntou levantando-se sem reprimir sua preocupação.

–Pois é! Sequer ligou pra falar alguma coisa! O que houve?- A outra, de cabelos negros lhe questionou, aborrecida, mas não tão emocional quanto Yuzu. Karin era conhecida por não demonstrar esse tipo de sentimento com facilidade.

–É... eu tava com o Chad.- Pensou rápido.- E o velho?- Mudou de assunto imediatamente ao notar a ausência de seu pai.

–Ah, o papai já saiu. - Yuzu respondeu aborrecida, voltando a se sentar. Mesmo tendo voltado apenas há um dia, seu pai não estar por perto na verdade já não surpreendia nenhum dos filhos Kurosaki. Ichigo aproveitou a distração e subiu rapidamente até seu quarto.

Após trancar sua porta em precaução, o ruivo tirou a blusa revelando o curativo logo acima de sua ferida. Ele tirou-o lentamente, precisava ver, saber como estava. No próximo momento encontrou-se sem palavras. Apesar de ainda estar levemente dolorido, já não havia ferida, apenas uma pequena marca sensível.

–Incrível.- Comentou consigo mesmo.

Mas não tinha tempo para descansar ou distrair-se, encontraria-se com Rukia ainda naquele dia, onde ele aprenderia suas primeiras lições. Ichigo sentia ambos, excitação e mesmo medo. Ele sabia, tinha provado em sua própria pele a força daqueles que seriam seus adversários a partir dali. Mas ao mesmo tempo, saber daquele perigo só aumentava nele a necessidade de poder fazer algo.

Aqueles seres... Vampiros? Não importava quantas vezes repetia isso em sua mente, ainda soava como uma piada doentia. Mas já não podia negar o que vira, o que viu com seus próprios olhos, bem à sua frente. Sentia sua própria alma vibrar em força só em pensar que eles seriam uma ameaça para aqueles que ama, não permitiria isso jamais.

Respirou fundo. Pegou algumas roupas no guarda-roupas. Precisava de um banho quente para acalmar um pouco daquela loucura. E enquanto o fazia, só conseguia pensar em como era realmente uma loucura, o que acontecia literalmente de um dia para o outro. Em menos de vinte e quatro horas tudo havia mudado de forma tão drástica, sequer sabia como aquilo era possível. No outro dia, seu maior problema era um sonho confuso com Rukia, em horas a existência de vampiros, caçadores que lutam com espadas contra esses monstros bizarros e tudo o que ele pensava ser possível apenas em filmes e livros de fantasia, haviam se tornado realidade.

Como podia lidar com tudo isso? Como podia tomar essa nova verdade? Não podia! Ao menos, não tão rapidamente, não por completo de uma só vez. Agora o que realmente precisava era a força para lutar contra eles, o poder para fazer alguma coisa, e era nisso que iria se focar.

Após seu banho, ao voltar no seu quarto, não conseguiu evitar, estava cansado. Deitou-se e dormiu o resto da manhã. E somente no inicio da tarde, foi quando despertou. Eram quase duas da tarde. Precisava comer algo, e tão logo o fez já estava verdadeiramente bem. Resolveu ligar para Rukia, estava na hora.

***

Rukia de certa forma sentia-se leve. O simples fato de poder ter conversado com Orihime daquela forma, sobre coisas normais, de garotas normais que vivem realidades tão diferentes da sua... Aquela não era sua realidade, de fato. Mas era tão bom poder fingir que era também. Falar sobre rapazes, amores, problemas de adolescentes... era uma doce ilusão.

Respirou fundo. A ligação de Ichigo era como um lembrete de que aquela não era sua vida. Ela não era uma jovem comum, com uma vida e problemas comuns. Ela não podia se preocupar com rapazes, amores e confusões que viriam com isso... Não, seus problemas eram os monstros. Seus problemas eram as vidas em risco, vidas que dependiam dela.

Não podia se permitir pensar muito nesse tipo de coisa. Não podia deixar fraquezas aparecerem, não podia deixar nenhum tipo de brecha, nada. Um passo errado, uma distração e estaria tudo perdido outra vez, outra falha, como da ultima vez.

Esteve tentando negar, e fingir que não era dessa forma, mas... Na noite em que sua irmã fora atacada, Rukia sabia que podia ter derrotado seus inimigos, ela sempre os derrotou, sempre foi tão talentosa, sempre precisa... Mas naquela noite, seus pensamentos estavam ainda perdidos. Ela tinha se permitido pensar em todas aquelas tolices, como se pudesse dar-se a esse luxo.

Estava ainda pensando em Ichigo e toda a confusão que ele lhe causava de vez em quando. Ela estava tão profunda na ilusão de que fazia parte daquele mundo, e a partir daí, tudo começou a desmoronar. Como ela sempre soube que aconteceria se fraquejasse de tal forma.

E agora, não só tinha uma missão falha, mas sua irmã era uma vítima de seu descuido, como o próprio Ichigo foi atacado, e agora sabia de toda a verdade.

Suspirou. As vezes queria que sua vida fosse tão fácil quanto a vida que ela representava para seus amigos. Respirou fundo recuperando seus pensamentos. Por mais tentadora que a “vida comum” parecesse ser, aquela escolha foi sua.

Sacudiu aqueles pensamentos de sua mente de uma vez por todas, precisava encontrar-se com Ichigo para uma das coisas que nunca imaginou ter que fazer: treiná-lo contra vampiros.

***

Tatsuki estava furiosa. Como aquele maldito ainda ousou falar com ela daquele modo? Se ela já não gostava dele de longe, as coisas só haviam piorado naquela tarde. Agora ela estava com Orihime em seu apartamento. Silenciosamente perguntava-se como a ruiva conseguia ser tão descuidada de uma hora para a outra.

Lembrava de estar tão assustada e angustiada ao vê-lo seguir a outra, tanto que sequer conseguia pensar ao certo se deveria avisá-la ou agir ela mesmo. E então Orihime o viu e parecia tão feliz, conversando como se fossem velhos conhecidos, mas isso não era o pior, o pior foi vê-la ser levada por ele tão de repente.

Tinha ficado paralisada. O que estava acontecendo? Orihime... porque ela estava acompanhando-o? O que estava passando por sua cabeça naquele momento? Sentiu um frio no pé da barriga quando se permitiu pensar no que podia acontecer, soava frio, mas seu sangue fervia em ódio. Ela não permitiria que ele fizesse nada com sua melhor amiga. Foi então que depois de perdê-los de vista, não via outra saída senão tentar se comunicar com Orihime. Ela ligou, e foi então que tudo piorou. Todas as células de seu corpo vibravam, gritavam agora que ele era perigoso, antes era só um pensamento distante. Havia algo em seu tom de voz, uma malícia, sarcasmo que ela podia sentir até em sua alma.

O som das xícaras sendo colocadas sobre a mesa chamaram sua atenção.

–Valeu.- Tatsuki agradeceu tomando um primeiro gole.

–Tatsuki-chan... Desculpa por não ter te ouvido. - Orihime pediu, Tatsuki suspirou. Não estava brava com ela, na verdade.

–Tudo bem. Pelo menos você tá segura. Aliás, eu até mesmo tive que te seguir por ai que nem uma louca.- Disse e riu brevemente. - Mas você já deve saber disso.

–É... e sobre isso, eu sinto muito mesmo, eu não sei o que deu em mim quando concordei em te provocar, correndo com ele.

–Bom, dessa vez, eu deixo passar. Vou considerar um surto de rebeldia.- Riram.

–Ok!- Orihime concordou bem humorada. Mas isso fez com que Tatsuki lembrasse da seriedade do que acontecera mais cedo, precisavam conversar sobre isso.

–Por falar nisso, ele também te perseguiu por um tempo. Eu até mesmo pensei em te mandar um sms, mas tive medo de te perder de vista. - Tatsuki disse séria, mas pôde ainda ver um pequeno sorriso no rosto da ruiva. Como ela conseguia? Agir como se fosse algo normal, algo de fato bom?

–É, eu sei. Ele me contou.

–E como você consegue dizer isso como se não fosse um problema?

–Bom, você estava me seguindo e não queria me fazer nem um mal. - Aquelas palavras haviam lhe machucado. Tatsuki queria apenas protegê-la, como podia não ver isso? - Olha, eu sinto muito por ele ter sido um babaca com você, mas fora isso, ele não me fez mal algum... Me irritou, me deixou aborrecida, mas só isso. - Era pior do que imaginava. Será que Orihime realmente era incapaz de ver o mal nas pessoas?

–E eu achando que você já tinha entendido que esse cara é perigoso!- Tatsuki levantou-se abruptamente, não podia mais ficar ali, ouvindo Orihime falar daquela forma. - Só falta agora dizer que ainda vai atrás dele.- Ela disse pegando sua bolsa.

–Não foi o que eu disse. - Orihime comentou baixo. - Desculpa!- Tatsuki estava pronta para ir antes da ruiva lhe impedir com um abraço. - Por favor, não me abandone, Tatsuki-chan. - Completou.

Abandonar? Como poderia fazer isso? Todos esses anos convivendo e cuidando de Orihime haviam criado um laço, como se ela fosse sua própria irmã mais nova que nunca teve. Não a deixaria.

–Eu não conseguiria. Eu me sinto responsável por essa sua cabeça oca. - Ela disse e riu. - Você só tem que parar de fazer meu trabalho tão complicado! - Ambas riram e Orihime lhe soltou.- De qualquer forma, eu vou andando, tenho treino amanhã cedo.

–Ah, ok! - Orihime saiu de seu caminho. - Aliás, tenho uma idéia! Para agradecer, eu vou te acompanhar até sua casa e podemos tomar sorvete no caminho!

–Não precisa, vai ficar tarde logo e você vai ter que voltar sozinha.

–Não tem problema, eu vou tomar cuidado, prometo!

–Arrg, tá bom. - Tatsuki ainda que relutante, não viu saída senão concordar.

Agora em casa, antes de dormir, podia apenas rezar que sua amiga se mantivesse fora de perigo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Até o próximo!
Beijos ;*



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