The Fênix escrita por Dizis Jones, Izis Cullen Fanfics


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Mais Um
espero que gostem



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The Fênix

Capítulo 5



Pela manhã eu estava decidido: essa situação seria colocada em votação se fosse o caso, mas a decisão já estava tomada.

Ela estava dentro da sala de interrogatório, com George. Haviam arrumado roupas novas para ela, as curvas de seu corpo lembravam bem as de Tris, a não ser pelo fato de parecer que os seus músculos eram mais desenvolvidos, como se ela tivesse passado muito tempo de sua vida treinando.

Os cabelos longos estavam embaraçados e eu fiquei imaginando se teria como desfazer tantos emaranhados, mas estavam embolados com um elástico — acho que para manter seu rosto à vista.

O aspecto de sua pele estava mais saudável, porém ainda assim, dava para perceber que era frágil e fora judiada pelo sol durante seu caminho até aqui.

Ela não estava nervosa, então George mostrou a agulha do soro da verdade, e foi quando ela simplesmente ficou em pânico.

— Não... Por favor, agulhas não...

— Como você quer que tenhamos certeza de suas palavras se não nos deixar usar o soro da verdade?

— Por favor, tente outra coisa, mas não agulhas.

Ela não estava com medo de dizer a verdade e sim de agulhas.

Caleb chamou George, que se retirou, deixando-a sozinha.

Assim como no hospital, eu estava atrás de um vidro, observando. Ela não podia me ver, mas as poucas vezes em que ela olhava para o meu lado, ela me encarava — não que estivesse me vendo realmente, mas eu sentia como se estivesse sendo encarado sem defesas. Eu desviei o olhar, não queria que ela mexesse dessa forma comigo.

George entrou, carregando um copo.

— Bem, eu prefiro agulhas, no entanto se você prefere assim... Só o gosto que não é muito agradável.

— Eu sei.

Ela pegou o copo e tomou seu conteúdo de uma só vez.

— Você está ciente de que eu posso manipular os efeitos desse soro. — ela encarou George assim que bebeu, mas não usou um tom desafiador, foi mais uma observação.

— Sim, você é Divergente e carrega o DNA... — ele engoliu seco antes de falar — Você carrega o DNA de Beatrice.

— Isso mesmo.

— Mas também acredito que temos muitas testemunhas que podem ver se estiver mentindo, o que me leva a acreditar que você não vai fazer isso se o seu desejo é fazer parte dessa cidade.

Ele olhou em direção ao nosso vidro. Mesmo não podendo nos ver, ela estava ciente que havia pessoas a observando.

— Sim.

Eu percebi que ela estava bem relaxada. Minha mão estava em meu queixo, eu tentava decifrar cada centímetro do rosto da garota durante o interrogatório.

— Qual é o seu nome?

— Beatrice 9. Ou Numero Nove. Sempre fui chamada assim.

— Mas você está usando um nome diferente.

— Sim. Eu uso o nome de Natali, pois é o único nome diferente que conheci de outra mulher e resolvi adotá-lo.

— Por que Beatrice 9?

— Eu sou fruto de um projeto secreto de genética. Meu número é nove porque fui a experiência nove e a única que deu certo.

— Por que você veio até Chicago?

— Para procurar Beatrice. Eu descobri, há um tempo, que as experiências com clones estavam sendo extintas por falta de material dos geneticamente puros e que eles precisavam dela, então resolvi fugir e ajudar.

— Ajudar ao projeto?

— Não. Para ajudá-la. Alguns dos cientistas queriam mais material genético para convencer ao governo de que o projeto deles era importante; eles viriam atrás dela e meu objetivo era alertá-la.

— Por que essa vontade de ajudar a uma pessoa que nem ao menos conhecia?

— Não sei.

— Você está mentindo?

— Não... Eu realmente não sei, foi algo que me deu motivação a fugir, mas eu não posso explicar um motivo concreto.

— Bem, Natali, esse será seu novo nome de fato. Se você ficar conosco, ganhará direitos de cidadã de Chicago e proteção; aqui levamos a sério ajudar quem quer se livrar desse mundo louco que se formou ao nosso redor.

George se levantou e saiu da sala de interrogatório e logo estava ao meu lado.

— O que você acha, Tobias?

— Ela não mentiu. Pelo menos não descaradamente, mas, por ora, isso é suficiente. Contudo, não creio que sua permanência na cidade seja uma boa ideia.

— Por que diz isso?

— George, ela é algo sem explicação, uma criação de laboratório; acha que não trará riscos?

— Não acho que esteja vendo realmente assim as coisas. Pense bem; ela é somente mais uma vítima desses cientistas.

— Vítima ou não, eu não irei arriscar. Pode se fazer o protocolo, porém o melhor seria expor a situação, e acredito que muitos vão pensar como eu.

— Acho que está levando isso para o lado pessoal.

Fiquei boquiaberto com a conclusão de George.

— Como é?

— Sim, ela é a cópia fiel de Tris, isso te traz lembranças, e você somente quer se livrar dela.

— Não ouse...

Eu ia segurar o pescoço de George quando pensei melhor e saí da sala. Tentei refrescar a memória e clarear a ideias.

Será que esse era o verdadeiro motivo mesmo? Eu estava sendo egoísta em querê-la longe?

Não podia ser. Eu sabia até onde meu senso de altruísmo chega e sabia que estava pensando no bem da cidade.

Voltei ate a sala de George lembrando-me que mais alguém poderia me ajudar e ter a mesma preocupação com a cidade, Amah.

— Onde está Amar?— Perguntei a George.

— Ele tinha uma viagem marcada, esqueceu? Iria viajar até a sede do Governo dos Estados Unidos.

— Esqueci-me desse detalhe completamente.

A Segurança da Fronteira era algo que Amah prezava muito, e levando em consideração as muitas pessoas chegando e um governo que estava alienado a muitas das situações, Amah ainda queria chegar a um acordo com o Governo. Nossa cidade era a única que era exemplo de união entre os Geneticamente Puros e os Geneticamente Deficientes, isso ainda o incomodava, então ele fazia tentativas para que o Governo seguisse nosso exemplo.

Uma garota que trabalhava voluntariamente na reintegração das pessoas na sociedade passou e quando voltou, a Clone Natali seguia atrás dela.

Ela colocou os olhos em mim e por um breve segundo pude ver o olhar de Tris. Mas George poderia ter razão, eu estava deixando meu sentimento comandar meu julgamento.

Cheguei ao trabalho e a única coisa na qual eu pensava era a garota.

Deixei tudo que eu teria de fazer e segui até o edifício Hancock, onde ficava a sede da Segurança da cidade. George já estava em seu posto.

— George, pra onde a garota foi remanejada?

— Para nosso setor.

— Aqui na Audácia?

Levantei a sobrancelha. Essa era uma decisão precipitada.

— Acha que é o melhor lugar para mantê-la?

— Também me perguntei a mesma coisa, mas venha comigo.

Caminhei com George para o andar de treinamento, lembrei-me de quando fui treinado: o local e a forma eram totalmente diferentes, hoje eu andava tão afastado de armas e de tudo isso, que parecia que essas coisas estavam a um milênio de distância.

Chegamos próximo ao centro de treinamento e entramos. Os seguranças ficavam em suas posições rígidas.

— Está tendo treinamento hoje, George?

— Sim, mas veja por seus próprios olhos.

Assim que o meu campo de visão alcançou a ala de treinos, lá estavam vários jovens, desengonçados em sua maioria — ri mentalmente, lembrando que por um tempo eu treinei novatos na Audácia e como eles eram perdidos de início —, quando meus olhos a alcançaram.

Seus cabelos agora estavam cortados na altura de seu ombro, parte de mim se irritou, pois ela ficou ainda mais parecida com ela.

Ela estava treinando socos e seus movimentos eram basicamente perfeitos, como se ela tivesse uma vida treinando. Ela girava seu corpo com uma sincronia perfeita assim que seus socos alcançavam o saco de areia.

Meu peito foi esmagado naquele instante. Aquela estranha estava nublando minhas memórias e eu não poderia deixar.

Suas pernas seguiam um padrão enquanto ela dava chutes. Ela era pequena, mas não frágil, ela fazia exatamente os movimentos perfeitos.

Ela não era Tris. Ela teria de ir embora.

Saí dali imediatamente e assim que consegui falar com Cristina, convoquei uma reunião com o conselho.

A reunião com o conselho foi enfadonha e desnecessária, pois como sempre, eles somente se ativeram à nossas novas leis.

— Eu entendo o que você quer dizer, Tobias. Mas eu, como representante da nossa segurança, a observei e creio que não é risco algum.

— Sim, ela não, mas o que ela pode trazer de risco?

— Acho que temos de seguir os nossos princípios e leis.

Cristina estava revoltada e não estava gostando do rumo da conversa, ela simplesmente se ateve a lembrar a todos das nossas leis para com pessoas foragidas.

Em todo o caso, eles me deixaram o direito de escolher e decidir o que fazer. Estava em minhas mãos o destino de Natali.


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Notas finais do capítulo

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