Criminal Love escrita por imradioactives


Capítulo 5
The Flashback




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Washington Dulles International Airport – 9 p.m
– Stephen, preste atenção em mim! Você está indo morar sozinho, em outra cidade, longe de mim. Promete que vai se comportar?
– Lauren, eu... – o menino começou a frase, mas foi interrompido pela décima nona vez em menos de dez minutos.
– Você está levando o dinheiro que eu te dei, certo? Caso você precise de mais, me ligue! E trate de não arrumar qualquer bico pra poder ter seu próprio dinheiro! Essas coisas são perigosas!
– Tudo bem, Lori, mas primeiro eu...
– Promete que vai ligar sempre?
– Audrey, diga a ela que eu não estou indo pra guerra! – o menino exclamou para o amigo da irmã que os acompanhava. – Eu vou ligar, Lauren! Vou ligar pra falar como foi meu dia, vou ligar para falar que eu estou bem, vou ligar para falar se eu estou precisando de dinheiro, vou ligar para falar que eu acabei de escovar os dentes, vou ligar para falar que eu tropecei numa pedra na rua, vou ligar! Se acalma!

(Stephen Backinsale)


– Lauren, dá um tempo para o menino. – Audrey disse colocando a mão no ombro da amiga. – ele não é mais um bebê, sabe se virar sozinho. – Stephen lhe lançou um olhar agradecido.
– Mas é que...
– Não tem nada de “mas”. – ele a interrompeu – Para de ficar dando recomendações e se preocupe em se despedir dele. – quando Audrey terminou de falar, a voz feminina anunciando o embarque ecoou pelo aeroporto. Lauren abraçou o irmão mais uma vez.
– Se cuide, Steph. – ela sussurrou para o irmão.
– Eu vou, Lori. Te amo. – ele sussurrou de volta e saiu do abraço da irmã, apertando a mão de Audrey.
– Boa viagem, Stephen. Tome cuidado, boa sorte por lá.- o mais velho sorriu e puxou o menino para um abraço.
– Obrigada Audrey, cuide bem da Lori por mim. – o mais novo sorriu. Audrey assentiu e observou Stephen se afastar, deixando um beijo no ar para Lauren. Ele olhou para a amiga ao seu lado e a abraçou, sussurrando:
– Ele vai ficar bem, Lauren. Ele está seguindo seu sonho.
– Eu sei que vai. – a mulher disse com a voz abafada.

Audrey observou o carro de Lauren se afastar enquanto batia no bolso em busca das chaves de sua casa. Entrou e logo foi recebido pelo miado de Larry, seu gato, que passeava calmamente pela casa. Foi até os fundos certificar-se de que as portas estavam fechadas, e se deparou com uma delas com um pequeno vão, por onde entrava um vento frio. Larry.
Audrey balançou a cabeça e fechou a porta. Ao se virar em direção ao corredor, viu o gato correr em direção a ele, pulando no apoio da janela e olhando fixamente para o corredor escuro. Audrey acendeu as luzes.
– O que foi, Larry? Não há nada lá. – Audrey passou a mão pelo gato, e seus pelos eriçaram. – Gato medroso! – ele riu e adentrou o corredor, seguindo para seu quarto. Ao colocar a mão na maçaneta, de repente, Audrey estacou. Ele não estava sozinho. E não era a companhia de Larry que ele se referia.
Ele girou o corpo e começou a correr para o lado oposto do corredor, mas não conseguiu completar seu trajeto. Tudo ficou preto quando uma dor alucinante atingiu sua cabeça.

Lauren’s House - 10 p.m
Lauren abriu a porta de sua casa e se deparou com a escuridão. Ela ainda não acreditava que tinha acabado de deixar seu irmãozinho dentro de um avião. Aquela casa ficaria tão vazia sem ele!
Ela subiu as escadas e entrou em seu quarto, seus olhos pousando diretamente sobre a pequena caixa rosa em cima da escrivaninha. Lauren esteve todo esse tempo evitando pensar sobre esse presente, mas naquele momento, sozinha em sua casa, ela não poderia deixar de dar atenção ao embrulho. Ela pegou a caixinha em mãos, abrindo-a e observando a rosa que continuava ali, mas dessa vez, murcha. As lembranças voltaram a ela como algo quase palpável.

Flashback ON
“Era o segundo sábado do mês. Lauren esperava o menino no mesmo lugar de sempre. Ao avistá-lo, sua ansiedade foi quase incontrolável, assim como todas as vezes que o via. Ele se aproximava sorridente, mas dessa vez, trazia um pequeno embrulho em mãos.
– O que é isso? – a menina perguntou enquanto deixava um beijo nos lábios do amado.
– Um presente. E é pra você. – ele sorriu e entregou o embrulho para ela.
Lauren abriu o embrulho e se deparou com uma pequena caixa preta, toda trabalhada a mão, com várias flores desenhadas. Quando a menina abriu a caixa, se deparou com uma rosa branca dentro dela.
– É linda. – ela olhou para o menino, maravilhada.
– E você receberá uma dessa todos os meses, no segundo sábado de cada mês. Uma rosa branca. Para você sempre ter algo de mim com você. E mesmo que um dia elas venham a morrer, me prometa que guardará as pétalas delas nessa caixinha. – a menina de inicio, ficou meio confusa, mas logo concordou.O amor que sentia pelo rapaz não pedia explicações, ela simplesmente não conseguia controlar. Principalmente agora, quando ela estava passando por um momento tão difícil, se recuperando da morte de seus pais.

Todos os dias Lauren encontrava o menino em um lugar marcado, para passarem a tarde juntos. E durante os quatro meses seguintes, a menina, como prometido, recebeu as flores diretamente das mãos do amado. Ela já tinha várias pétalas guardada na caixinha preta, que guardava com muito carinho.
Em um certo dia, Lauren estava no lugar e na hora marcada, mas o menino não apareceu. E no outro dia também não, e nem no outro, e nem no outro. E nem nunca mais. E Lauren também nunca mais recebeu a querida rosa branca.”

Flashback OFF

Quando Lauren voltou para a realidade, estava parada em frente ao closet, com uma caixa preta em mãos. Inconscientemente tinha andado até lá.
Dez anos se passaram desde o ocorrido, e ela nunca tinha descoberto o porquê de o amor de sua adolescência ter sumido assim, sem dar notícias. Ela tentava se convencer de que não era pra acontecer, e que se ele realmente a amasse, não a teria largado assim, sem mais nem menos.
A saudade a atingiu com um baque emocional avassalador. A saudade de tudo que ela não queria perder. Principalmente seus pais. A última lembrança de seus pais rondou sua mente e uma lágrima escorreu do canto do seu olho.
Não, Lauren pensou, eu lutei todos esses anos para reprimir essas emoções. Não é agora que elas vão tomar conta de mim.

Brightwood, Washington DC – 8 a.m
Lucas abria a porta de seu pequeno apartamento novo. Bem no centro de Washington, ele conseguiu alugar algo com seu próprio dinheiro, sem precisar morar com os Spielbergs, que deram o jeito de comprar um outro apartamento algumas quadras depois.
Depois que obrigaram Eve a entrar em um avião rumo à Connecticutt, Van informou que estariam partindo para Washington na manhã seguinte.
Depois de arrumar o lugar de acordo com seus gostos, Lucas se jogou no sofá e olhou em volta. Tantas escolhas o trouxe até ali, algumas delas não foram nem dele mesmo.
Quando estava quase pegando no sono, seu celular vibrou ao seu lado: Joseph Spielberg.
Já conseguiu se acomodar? – a voz grossa e rouca do outro lado da linha fez Lucas se sobressaltar.
– Van. – Lucas suspirou – Sorte que você foi mais rápido, eu iria atender o celular com certa grosseria que você não iria gostar.
O velho riu.
Bom saber que você atende meu filho dessa maneira. Talvez, depois de todos esses anos, tenha algumas coisas que você não tenha aprendido. – o velho disse, e Lucas revirou os olhos.
– É, talvez tenha mesmo. – Lucas disse – Eu estava quase dormindo, Van. O que você quer?
Quero que venha aqui agora. Precisamos acertar alguns detalhes e continuar colocando sua ideia em prática. – Van disse.
– Vocês já o pegaram? – Lucas engoliu em seco.
Venha aqui agora, Lucas. Conversaremos quando você chegar. – e então a linha ficou muda.

Lucas tentava se acomodar na poltrona do novo escritório de Van, mas naquele momento tudo parecia desconfortável.
– Você parece nervoso, menino. – Van comentou observando Lucas se remexer.
– Nós estamos nos arriscando muito vindo morar em Washington, Van, você sabe disso. Eu não posso ficar passeando por aí. – o menino respondeu.
– É o único jeito de conseguirmos fazer o que queremos, Lucas. – Van se sentou – E sobre ficar passeando por aí, bom, tenho certeza que sua ficha está bem mais limpa que a minha.
– Não é a você que ela conhece. – Lucas comentou.
– Não é a você que a polícia procura. – Van sorriu, sarcástico.
– Procurava. Seu caso já foi arquivado, Van. Você sabe muito bem disso. Eles não têm provas contra você. Todos sabem que você mora em New Jersey, e em todo esse tempo, alguém veio te importunar? – o menino rebateu.
– Não importa. – Van suspirou, disposto a acabar com a discussão – Mas eu não te chamei aqui para nós falarmos da nossa situação.Estou pensando em enviar a segunda encomenda agora, o que você acha?
– Vocês já pegaram o cara? – Lucas perguntou.
– Sim, - Van respondeu – ele já está conosco.
– Então não há nada mais o que esperar. E bom, quem sabe a encomenda também não chegue com um recado. – Lucas sorriu de lado.
– Ah, Lucas! Se você não tivesse conosco você poderia mover o mundo. – Van sorriu junto.
– É, pena que eu não tive escolha, não é Van? – Lucas perguntou, olhando diretamente para Van.
– Eu sempre soube que você seria promissor. – Van respondeu e se levantou, abrindo a porta para Lucas se retirar do escritório.


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