O Sangue em nossas Veias escrita por Lari


Capítulo 2
Quando tudo realmente começou


Notas iniciais do capítulo

Recebi um comentário tão lindo, tão perfeito e tão motivador que resolvi já postar o segundo cap hoje :3
Espero que gostem!
Rose narrando.



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–Eu não acredito que eles tiveram a coragem de fazer isso – digo, a raiva ainda permanece em mim pelo que os meus primos fizeram. E dai se eu não tenho namorado? E dai se eu quiser permanecer assim? Não é da conta deles.

Porém, o lado bom daquilo tudo era que o Al iria estar comigo, e eu iria passar mais tempo com ele. Não me levem a mal, mas eu amo muito meu primo, e amo ficar junto a ele, nós somos mesmo inseparáveis desde crianças.

O único problema é que eu talvez não o veja apenas como primo, os meus sentimentos por ele são bem mais fortes do que isso. O que eu sinto chega até a me assustar, porque sei que não é certo ter esse tipo de sensação pelo seu próprio primo, mas como poderia evitar que isso acontecesse? Ninguém consegue controlar os sentimentos.

Eu e Alvo estamos entrando na sorveteria que meus primos disseram que deveríamos encontrar Scorpius e a prima dele.

Localizei Scorpius Malfoy de primeira, ele estava sentado ao lado de uma garota morena de olhos azuis tão gritantes que seria impossível não notar, tenho que dizer que ela me lembrava alguém. Comecei a pensar que seria difícil o Alvo não gostar dela, ela era linda.

Eles não estavam nem tão perto, nem tão longe da porta. Bastou alguns passos até que chegássemos lá. Devo confessar que estava envergonhada, até porque não posso dizer que eu estava na situação mais confortável e invejada do mundo.

–Oi Scorp – cumprimentei-o, esperando que nos apresentasse sua prima.

–Olá Rose, Al – ele disse e nós nos sentamos de frente para os dois. – Esta é minha prima Olivia.

Olivia... Olivia! Olivia, apanhadora do time de Quadribol da Corvinal, ela está no quinto ano, céus, é por isso que ela me era familiar.

–Oi Alvie – ela disse, e tenho que dizer, o apelido me incomodou. – Prazer em conhecê-la, Rose.

Sorri para não ser rotulada de arrogante e falei:

–O prazer é meu. Então Scorp, achei que iria viajar nas férias com a família, não ia?

–Partimos semana que vem – ele me respondeu. – E vocês, o que planejam?

–Nada demais, nenhum plano até agora – Al respondeu.

A garçonete chegou instantes depois com o bloquinho de anotações, pedi uma taça de sorvete com cobertura de chantili, Alvo pediu o mesmo, Scorpius pediu uma banana Split e Olivia só quis uma garrafa de água.

–É pra manter a forma? – perguntei, as sobrancelhas arqueadas.

–Não – ela respondeu. – Sou diabética.

Ops, Rose.

–Então, Alvie, como vão as coisas? – indagou ela.

–Bem... – Alvo respondeu notoriamente desconfortável, percebi isso porque ele se mexeu impacientemente na cadeira.

O pedido chegou, e acredito que para não ter que falar mais com Olivia, Al começou imediatamente a tomar o sorvete.

Quando ele parou por um instante e me olhou, vi que sua boca estava coberta de chantili.

Ri disfarçadamente e falei:

–Al, você está com chantilly na boca... E no queixo também, céus – e continuei rindo, mas passei os dedos por onde estava sujo para limpar. Ao terminar vi que Alvo me olhava fixamente e sem querer também passei a olha-lo sem desviar a atenção.

Os olhos dele estavam brilhantes como diamante, e na sua boca ainda havia um pouco de chantili que eu não percebera. Toquei meu dedo com o qual havia limpado sua boca em seu nariz, ele riu, pegou um pouco da taça dele e sujou meu nariz e meu queixo com chantili.

–É... Oi? Gente, vocês parecem duas crianças – ouvi a voz de Olivia, mas meu sorriso não se desmanchou.

–Foi mal – Al disse ainda sorrindo. Limpei meu rosto com o guardanapo e me levantei com a desculpa de que precisava tomar um pouco de ar.

Não levou nem cinco minutos e Al já estava fora da sorveteria me procurando.

–Ei, tudo bem? – perguntou.

–Mais ou menos... – respondi sinceramente.

–O que aconteceu? Foi algo que eu disse ou fiz...?

–Não Al, é outra coisa. Que tal se a gente fugisse daqui? Não estou mesmo a fim de um encontro forçado.

–Você quer ir aonde?

–Ao parque – disse e sorri puxando sua mão. – Vamos.

–Eu acho que eles vão ficar completamente zangados com a gente – Alvo disse sorrindo.

Estávamos sentados na grama do parque – não me pergunte o nome, eu só sei que foi o primeiro que achamos –, olhando o pequeno lago à nossa frente.

Eu sorri e perguntei:

–Por que acha isso?

–Porque saímos sem pagar o sorvete.

Eu comecei a rir e o ato contagiou Alvo, as nossas risadas se confundiram e eu gostava do som que elas tinham.

–Al – falei. – O que você acha da Olivia? Quero dizer, ela é bonita, magra e tudo mais...

–Sim, ela é bonita – respondeu, eu realmente não esperava que ele concordasse comigo, ou pelo menos eu não queria que ele concordasse. – Mas não tem conteúdo, estou impressionado que você pense mesmo que eu olhe as pessoas apenas pela aparência.

–Bem, ela parece que gosta de você...

–Irrelevante, ela parece que gosta de todos os caras bonitos da escola.

Eu ri, mas continuei com as perguntas.

–Convencido. Mas... Você não sente nenhuma atração por ela?

–Rosie – ele disse e direcionei meu olhar para o dele. – Não gosto dela, se é isso que quer saber. Gosto... De outra pessoa.

Outra pessoa... Então ele definitivamente gostava de alguém, é isso Rose, hora de parar de paranoia e esquecer seus sentimentos.

–Sério? – perguntei um pouco decepcionada. – Quem é ela então, se é que posso saber?

Al sorriu e se aproximou mais de mim, sussurrando em meu ouvido:

–Não pode.

Meu coração acelerou completamente e eu fiquei mais arrepiada do que deveria.

–Vai esconder coisas justo de mim agora? Bom saber que não sou mais sua melhor amiga.

Ele balançou a cabeça negativamente.

–Não é a hora ainda, de te contar, mas eu juro que ninguém sabe, e você vai ser a primeira que saberá quando hora certa chegar.

Aquilo não me animou muito, eu estava triste porque nutria sentimentos fortes o bastante para iluminar o mundo por Alvo, só não queria admitir, porque sabia que ele me chamaria de insana assim como muitos outros o fariam.

–Rosie – ele falou rindo. – Tem chantilly na sua bochecha.

–Ai que droga – falei passando a mão agressivamente na bochecha. – Como eu sou desastrada!

–Você é linda – Alvo disse subitamente, e eu me assustei com o elogio, ele enrubesceu quando viu que eu o olhava. – E ainda tem chantilly na bochecha.

Ele tocou com os dedos a minha outra bochecha, a qual eu não havia tentado limpar. Nossos olhares se encontraram, Alvo estava sorrindo e eu quase me derreti com a beleza contida naquele sorriso.

–Sabe o que eu adoro fazer? – ele perguntou e eu arqueei as sobrancelhas em sinal de questionamento. – Cócegas.

Alvo me lançou um olhar maldoso e começou, antes que eu pudesse protestar, a fazer cócegas em mim, eu cai na grama de tanta risada que dava, ele sabia que eu era muito sensível a cócegas.

Ele caiu na grama quando eu o empurrei, mas me puxou para junto de si, me fazendo ficar por cima dele.

–Rose – ele suspirou enquanto acariciava meus cabelos. – Eu...

Alvo não disse mais nada, apenas me puxou para um beijo longo, o que me surpreendeu e fez meu coração começar a bater mil vezes mais rápido. O que ele estava fazendo?

Mas eu não queria parar, por mais absurdo que aquilo fosse, e ele notavelmente também não. Eu sai de cima dele depois de um minuto, as pessoas estavam nos olhando, pois o parque era publico e estava bem cheio, e nós não estávamos exatamente fazendo algo discreto.

–Eu... – começamos a dizer juntos, mas Alvo continuou. – Desculpe Rosie...

–Al... Tudo bem – eu falei, constrangida.

–Desculpe Rose, eu não deveria ter feito isso.

Ele estava arrependido, então por que fizera aquilo? Por que me beijara? Para se divertir apenas?

–Por que me beijou? – antes que pudesse conter a pergunta saiu de uma vez e não havia nada que eu pudesse fazer.

Eu estava profundamente ofendida e magoada, se ele gosta de uma garota, pra que fazer isso comigo, pra que me beijar?

–Eu... Não sei, desculpe – ele respondeu olhando para baixo.

“Desculpe” era tudo o que ele conseguia dizer, como se tivesse feito algo muito errado para mim, mas na verdade era ele que achava errado, não que eu não soubesse que era, mas pra mim... Bem, eu o amava e não tinha mais porque esconder de mim mesma esse sentimento.

–Acho melhor irmos embora Al – falei descontraidamente, tentando mudar de assunto. – Minha mãe deve estar preocupada.

Era mentira, é claro, porque ainda era cedo, e minha mãe sabia que eu era responsável o bastante para cuidar de mim mesma.

Aquele beijo havia mexido demais comigo, havia mudado tudo, tornado mais forte ainda o que eu sentia por ele. Mas eu tinha medo, porque sabia que meu sentimento tinha noventa e nove por cento de chance de não ser correspondido.


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Notas finais do capítulo

Mereço comentários para me motivarem a escrever o próximo? Ah vai, acho que eu mereço sim em u.u susahasuhasuh sério gente, comentem



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