Death Note: Os Sucessores - Caso Especial escrita por Nael


Capítulo 14
Epilogo


Notas iniciais do capítulo

"Para se ser feliz até um certo ponto é preciso ter-se sofrido até esse mesmo ponto."
— Edgar Allan Poe



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09 de Setembro de 2029

Kei Yoshi estava na sala de interrogatório com os punhos algemados, o homem entrou carregando uma maleta, ele usava roupa escura, sobretudo e uma máscara que cobria todo o seu rosto. Watari colocou o notebook na mesa instalando duas caixas de som e um microfone. Em seguida a letra L apareceu na tela.

— Puxa já estava achando que não viria me visitar. – ele falou quase num sussurro.

— Kei Yoshi... Melhor dizendo Klaus Keehl. – o loiro ergueu os olhos. – Não estou aqui para interrogá-lo ou acusá-lo. Isso será trabalho da polícia, mas antes eu tenho um pedido a fazer.

— Eu, um cara preso e o grande L me pedindo um favor?

— Exatamente. – a voz distorcida respondeu e dividiu a tela em duas. Na direita o L, na esquerda uma barra de áudio. – Peço apenas que me escute. No dia em que Near derrotou Light Yagami como combinado não havia câmeras e apesar das testemunhas ele levou mesmo sem conhecimento da SPK um gravador para captar a confissão de Kira. Há uma parte em especifica que gostaria que ouvisse.

Ela colocou a gravação para rodar.

Conseguimos deter você graças a uma pessoa. Mello fez tudo. Aposto que Mello sabia no fundo que trabalhando sozinhos nenhum de nós poderia alcançar nosso objetivo e superar nosso mentor L, mas juntos... Juntos estamos a altura do L, juntos podemos superar o L e agora agindo juntos encaramos o Kira que venceu o L e com algumas evidências vencemos ele em seu próprio jogo.

Kei ouviu a gravação, a voz de Near e tudo que conseguia fazer enquanto assimilava as palavras era encarar o monitor.

— Você entende agora? – L continuou voltando a tela ao normal. – Mello não morreu por erro de cálculo, Mello não queria matar Near, de fato Mello e Near nunca se odiaram, apenas não conseguiam se entender. O único objetivo dele era vencer Near, mas acontece que ele percebeu que na sua atual situação não seria possível. Então viu a chance de alcançar a supremacia ultrapassando o próprio L e para isso se sacrificou deixando que Near terminasse a partida.

O loiro tinha os olhos catatônicos e vazios. O silêncio pairou enquanto ele captava a situação. Sophie continuou.

— Mello não era um assassino, não era um mafioso, não era um criminoso apenas. Mihael Keehl era um jogador emocional que levou o ganhar a todo custo à níveis extremos e foi sempre reconhecido e lembrado por Near. E talvez justamente pelo seu emocional ele se tornou o que foi. Por vingança ao L, senso de justiça, ser o número 1... No final eu acredito que ele se importava mesmo era com o que aconteceria se o Kira vencesse, não exatamente com as consequências dele governando o mundo, mas destruindo assim o legado do L. E ele não aceitou isso porque no final ele é um sucessor do L, uma criança da Wammy’s... Ele é um de nós.

— Você está tentando me convencer que o Near é o mocinho da história e que eu estive errado esse tempo todo querendo vingar o meu pai?

— Não exatamente. Você querer derrotar o Near para ele é honroso e você não tem obrigação nenhum de acreditar em tudo o que eu disse ou na gravação que te mostrei. O que quero dizer, o meu objetivo, a razão pela qual pedi para conversar com você é simples, Mello é imprevisível e controverso tentar defini-lo é complicado. Mas há três coisas que eu posso afirmar com certeza sobre ele. Primeira que ele é viciado em chocolates, segunda que graças a ele Kira foi derrotado e terceira que ele não é seu pai.

Watari colocou uma pasta amarela sobre a mesa abrindo-a e passando para o rapaz.

— Depois que Matt foi morto e seu carro apreendido encontramos fios de cabelo dele e do Mello. Testamos então seus DNA e como pode ver vocês não são parentes. – Kei pegou a pasta lendo os dados. – De fato há provas de que ele se envolveu com a sua mãe, você se parece com ele, possivelmente por manter sua aparência semelhante a dele, mas... Não sei exatamente o que te contaram, como te convenceram ou mesmo te manipularam para vingá-lo. O fato é que Mihael Keehl não é seu pai.

Ele bateu com a pasta na mesa metálica cerrando os punhos.

— Eu... Eu não... – ele abaixou a cabeça. – Eu nunca me arrependo de nada. – ele se voltou para o L. – Sem exceções.

— Entendo. Eu não pedi isso de qualquer forma. Só queria te mostrar a verdade e dizer que foi um enorme prazer jogar com você.

L desligou e Watari se retirou da sala. Assim que entrou no carro entrou em contato com a garota de novo. Algo o incomodava.

— Sophie... Não me lembro de Near te conseguido o DNA do Mello ou mesmo do Matt.

— Como se um gênio do crime e o melhor hacker do mundo pudessem ser descuidados assim. – ela respondeu de dentro do quarto de hotel mordendo o polegar.

Os policiais o interrogaram e ele não facilitou as coisas, como julgou que era isso que L queria. Também não pareceu abatido com as descobertas sobre Mello. No final Kei Yoshi controlou suas emoções muito bem.

E então, duas semanas depois do caso ser solucionado Klaus Keehl se enforcou com a calça na sela improvisada que ocupava sozinho. Ao ser informada por Aizawa, L disse apenas:

— Sem os alquimistas e sem o mandante dos crimes parece que o caso está mais do que encerrado.

Ainda sim depois de desligar ela continuou revendo a gravação de seu encontro com ele. Watari entrou no quarto levando uma bandeja com o chá. Ele a serviu em silêncio quando viu seu sorriso de canto.

Então... Você era filho dele afinal...?— Sophie suspirou. – Vamos voltar a Nagoya Watari, prepare tudo. Cuidarei da máfia Rikai de lá.

— Entendido, L.

É só uma teoria, a cerca da morte de Klaus, mas se eu estiver certa... É melhor manter os inimigos próximos, não é?

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Shirvani como era conhecido o grade chefe da máfia Rikai estava sentado na sua sala espaçosa na sua cadeira de couro como charuto na boca e o celular na orelha.

— Escute, foi o Yoshi que falhou eu não...

— Kei Yoshi deveria ser seu peão, uma peça dispensável, era pra você estar no comando, mas no final nem mesmo o maldito hacker você conseguiu capturar. Ele tem informações sobre você, sobre seus negócios e agora vai entregar tudo ao L. – a voz do outro lado era suave e feminina, mas ameaçadora também. – Confiar em Kei e em Teiden foi um erro e falhar comigo é falhar com o próprio Kira. Você é uma vergonha para todos nós da seita.

— Por favor, eu ainda posso conseguir, ainda podemos derrotar L, acabar com seus aprendizes e...

— Não há nós, não há segunda chance, não há nem mesmo você. – ele ouviu um click ao fundo, mas não soube identificar o que era. Uma caneta talvez? – L irá chegar a você e acabar com sua máfia e tráfico de crianças de qualquer jeito então... – a voz se deteve um minuto, aliás, 38 segundos apenas. – Adeus Shiro Namigawa.

Tarde da noite quando capangas de Shirvani entraram em seu escritório encontraram o chefe morto, mas sem nenhum ferimento aparente. Seu coração simplesmente havia parado de bater.

۞۞۞

Em um lugar de Nagoya na região de Tokai do outro lado da linha a pessoa desligava o celular enquanto batia a caneta na mesa metálica pensando. Atrás dela havia uma criatura estranha, com aparência completamente diferente dos humanos, que observava e se inclinou para ver o que ela escreveu num caderno.

Klaus Keehl se enforca no dia 22 de setembro na sua cela

Shiro Namigawa

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28 de Setembro de 2029

Inori foi a primeira a se recuperar tendo em vista que Maxiez salvou sua vida. Os médicos disseram que mais um minuto e ela teria inalado água suficiente para não reagir até chegar ao hospital.

Maxiez e Faye por sua vez passaram a primeira semana em coma induzido. Maxiez teve que se submeter a uma pequena operação e diversas vacinas pro conta do tiro que acertou uma costela. Faye apresentava muitas esfoliações e cortes, mas logo pode receber visitas e depois de seus pais Inori foi falar com ela.

Foi levada na cadeira de rodas até o quarto da amiga que tinha os olhos vermelhos e inchados. A enfermeira se retirou e Inori a encarou ressentida.

— Acabaram de me contar sobre o Ayato. – ela abaixou a cabeça limpando as lágrimas no lençol.

— Sinto muito, nada disso teria acontecido se eu não brincasse com eles, se eu não quisesse provar algo ou mesmo se eu... Ah! Eu achei que podia jogar como o L, mas não sei ver nada disso com tanta simplicidade. – ela encarou as unhas quebradas por arranhar o gelo.

— Poderíamos passar o dia decidindo quem é mais culpada, poderíamos passar a vida culpando o L ou o Alquimistas, mas do que adiantaria? – Inori sorriu forçado para ela.

— Eu nem ao menos consegui salvar você, se não fosse o Maxiez nem eu estaria aqui. – ela respondeu. Sem Valkyrie eu sou mesmo fraca.

— Eu queria ser como você Inori. – as palavras dela fizeram a moça erguer a cabeça. – Eu queria saber lidar com a situação, ser forte como você, ser esperta como você, conseguir sempre seguir como você.

— Do que você tá falando?

— Soube do seu acidente, do seu QI... Eu não acho que você seja fraca ou metida, acho que é admirável o jeito como você suporta tudo sem ruir. As pessoas, os psicólogos podem dizer que há pessoas que ficam maluca, que tem jeitos estranhos de lidar com o passado para aceitar o presente, mas o que importa mesmo é lidar com o passado e lidar com a situação do momento. Eu nunca serei assim, mas pela primeira vez começo a aceitar isso.

— Eu não sabia que era tudo isso. Obrigada! – ela apertou a mão da amiga e então teve que voltar para seu quarto.

Depois de algumas horas foi a vez de falar com Maxiez que apesar de gravemente ferido já estava estável. Quando chegou a porta do quarto havia dois policiais do lado de fora e os pulsos e tornozelos do rapaz estavam algemados a cama.

Ele ainda tinha que usar uma cânula para respirar e falava com dificuldade. Mas um pequeno sorriso surgiu em seu rosto quando viu Inori.

— Ei. – ele murmurou. – Me ocorre que eu ainda não pedi desculpas nem agradeci o colete a prova de balas.

— Acho que pagou bem sua dívida me salvando de me afogar. – ela sorriu também. – Parece que está muito encrencado. L não gostou de saber que você uso o nome dele?

— Nem um pouco. Ontem levei a maior bronca da minha vida... De um computador. Foi bizarro.

— E o que acontece agora?

— Bom, eu vou pra cadeira de qualquer forma, mas por ter colaborado L vai dar um jeito para que eu tenha pena reduzida sobre isso. Só que... – ele riu. – Eu ainda sim sou um hacker que trabalhou para mafiosos e matou pessoas. Disso nem mesmo L pode me livrar.

— Não é muito justo, você quase morreu pra nos salvar.

— Uma boa ação não pode apagar todos os meus erros, um acerto, um perdão. Como uma troca equivalente.

— Ahhr! – ela revirou os olhos. – Nunca mais me fale de alquimia na vida.

— Falando nisso e o caso?

— Os alquimistas estão mortos, mas parece que eram irmãos e o mais velho convenceu desde pequeno o mais novo que alquimia era real. Ele usava truques de química para fazê-lo acreditar que assim alcançaria a Pedra Filosofal e trariam a mãe de volta. Mas o que ele queria de verdade era só que o irmão continuasse criando drogas e bombas para ele vender e ficar rico. Eles rastrearam o sinal que comandavam as bombas que congelaram o lago e parece que o culpado de tudo era a Rikai.

— Shirvani estava pro trás do Yoshi então?

— Aí é que tá... – ela coçou o queixo. – O tal líder da Rikai está morto, mas ninguém sabe como nem quem fez isso, a máfia está se desintegrando em apenas seis dias depois de sua morte. Kei Yoshi cometeu suicídio dentro da prisão e...

— O que foi Inori-chan? – ele cerrou as sobrancelhas.

— Os alquimistas pareciam hipnotizados quando saíram atirando a esmo nos policias que não tiveram escolha senão contra-atacar. E Kei Yoshi... Não parecia o tipo de cara que se mataria. Pelo que ouvi L não ia deixá-lo pegar pena de morte, não tão cedo. Ele estava até ajudando na resolução do caso e da máfia apesar do seu jeito turrão. – ela encarou a parede e Maxiez viu passar pelos seus olhos o mesmo brilho que via em Valkyrie. – Espera aí.

— O que é? – ele não conseguia processar tão rápido quanto ela.

— Shirvani, o chefe da Rikai...

— O que tem ele?

— Acham que ele morreu envenenado porque... Seu coração simplesmente parou de bater.

— Como se fosse um ataque cardíaco?

— Exatamente. – eles se entreolharam sabendo o que a moça estava sugerindo.

— Não faz sentido Inori, se Kira estivesse de volta não ficaria se escondendo assim. Tudo isso, os alquimistas, Yoshi, Shirvani... Tudo foi apenas coincidência e obra do L.

— É. Deve ter razão. – ela respondeu.

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Durante um fim de semana Sophie voltou a Tóquio, andava em meio as árvores olhando atentamente a tela de plasma do GPS, em determinado ponto virou a esquerda, outro momento fez um giro completo até finalmente alcançar as coordenadas precisas.

Olhou para cima nas árvores e então para o chão, remexeu nas folhas até encontrar o pequeno aparelho amarelo que devia estar na pata de Hime. Não havia sido arrebentado e continuava com o fecho lacrado como se simplesmente tivesse caído.

Ela segurou na altura dos olhos e leu os números de inscrição comprovando ser o verdadeiro que emitia o sinal. Mais uma vez olhou ao redor procurando a ave, nada.

— Sophie o avião sai em duas horas. Temos que nos apressar para o aeroporto se quiser chegar a Nagoya a tempo da aula.

— Claro. – ela guardou os objetos nos bolsos do casaco. – Vamos.

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6 meses depois - Março de 2030

— Tem certeza de que tem tudo o que precisa? – a mãe de Faye perguntou pela milionésima vez.

— Tenho, pare de se preocupar. – a moça agora com cabelos compridos pintados de loiro com pontas azuladas respondeu abraçando-a e depois se virou para Inori. – Não acredito que estou indo para Paris!

— Você fez por merecer esse estagio, além do mais minhas aulas de francês foram impecáveis. – ela respondeu.

— Eu nem sei como agradecer por tudo. – elas se abraçaram. – Sem você eu acho que nunca teria conseguido me erguer de novo, obrigada Inori-chan

— Visite o Louvre por mim.

O auto falante anunciou a hora de embarcar e Faye seguiu para a fila. Horas depois já havia avisado os pais que chegara bem, tirado muitas fotos de dentro do táxi e finalmente chegou na porta do apartamento. Girou a chave e entrou.

O lugar já estava todo mobiliado, ela deixou a mala de lado e tirou os óculos escuro andando pelo lugar. A cozinha americana, o sofá de veludo e o quarto suíte. Se jogou na cama exausta. Foi quando ouviu a campainha e mesmo com todo cansaço saiu correndo para atender.

— E então? Está a altura de uma arquiteta brilhante? – o rapaz a sua frente perguntou. Faye se jogou no seu pescoço.

— Está tudo perfeito. – ela o beijou nos lábios e o puxou para dentro. – Agora sim, está tudo perfeito. – Ayato sorriu.

— Gostei do cabelo.

— Você também não está nada mal. – ela respondeu tirando o boné dele. E observando seu rosto agora mudado pelas plásticas, o cabelo castanho e os olhos negros. – Mas... O que fazemos agora? Não é perigoso a Nevidim acabar te encontrando?

— Não se preocupe com isso. Só você e Karen sabem que ainda estou vivo e de visual novo. Eu pensei em contar ao Touta-san, mas talvez seja melhor ele se concentrar em um problema só. Estamos seguros. Agora nós vamos até aquele restaurante na Torre Effiel onde reservei uma mesa para almoçarmos e em seguida vamos ver como está seu francês, vou te mostrar cada canto da cidade.

Eles desceram até a garagem onde entraram em um carro pequeno, comum, mas aconchegante. Eles saíram pelo portão eletrônico onde o porteiro cumprimentou o rapaz pelo nome de Albert Martin. Chegaram na esquina onde o sinal ficou vermelho e ele parou, Faye ainda falava sobre o que aconteceu no Japão nos últimos seis meses. Mas Ayato parou de escutar olhando pelo espelho retrovisor um homem sentando num banco lendo o jornal. O sinal abriu e o rapaz virou a cabeça para trás ainda encarando a figura concentrada no jornal.

— Al o sinal. – Faye falhou olhando pelo retrovisor. – O que foi?

— Nada. – ele voltou a acelerar rindo de canto. Seis meses.... Deve ser um novo recorde.

Metros atrás o homem abaixou o jornal e pegou o celular, não demorou para o outro lado da linha atender.

— Como suspeitava, eu o encontrei. Devo informar a Central?

— Não. – a voz eletrônica respondeu. – Agradeço a ajuda, mas agora pode voltar para suas atividades normais Agente Will Baker. E por favor, não comente isso com ninguém, alias é uma ordem direta nunca conte sobre essa pequena investigação. Isso vale para os três, Zoye Bravanel e Trevor Hills. Vocês devem manter total sigilo e ficarem afastados dele.

O rapaz suspirou. Enquanto ouvia os companheiros responderem.

— Sim, senhor. – Trevor falou.

— Como quiser. – foi a vez de Zoye.

— Entendido L. – Will ouviu ele desligar e pode sentir que os amigos também estavam aliviados.

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1 ano depois - Março de 2031

P.O.V Inori Saito

Enviei o e-mail de dentro do quarto de hotel e fiquei encarando a tela do computador. Disse a minha mãe que já havia chegado a Tóquio depois de um ano viajando por diversos países. Ela nunca soube do meu sequestrou ou envolvimento com o caso do alquimista, mas o fato é que depois disso eu fui convidada para entrar na Nevidim e como soube que Faye iria embora eu decidi aceitar.

Passei oito meses viajando para a universidade, mas aprendendo, treinando e praticando. Graças ao me QI que agora eu conseguia controlar perfeitamente, em pouco tempo eu aprendi sete idiomas, cinco lutas, além de toda a burocracia necessária.

Abri novamente a caixa de e-mail e como havia feito milhares de vezes digitei o que realmente queria contar.

Querida mamãe,

Hoje faz uma ano e seis meses desde que o caso do Alquimista das Trevas foi encerrado. E faz um ano que estou na Nevidim. Nesse tempo aprendi muitas coisas, também fiz muitas coisas boas. Tenho ajudado L a solucionar vários casos e capturar bandidos perigosos. Estou mais forte e confiante também, acredita que até aprendi a nadar?

A desvantagem é nunca parar quieta em um lugar o que em parte é divertido, mas me lembra de nunca fazer amigos ou ter muitas pessoas próximas a mim. Afinal provei na pele o que acontece quando pessoas como nós ousamos ter uma vida normal e amigos. Eu não sei se sou capaz de proteger alguém assim, Ayato pode ter conseguido por um bom tempo, mas eu não vou arriscar.

Por falar nisso, o Agente Ayato Murakami teve seu nome fixado na parede de honra da Nevidim e pelo que me contaram houve uma cerimônia em que o próprio L falou. Acredito que apesar de rígida e muitas vezes mal compreendida essa organização tem um lado tão humano quanto o Detetive, mas assim como ele tem que esconder isso.

Eu também estou me tornando assim, nesse momento apesar de continuar a universidade, meus estágios e viagens também estou numa importante missão, porém é melhor que não saiba os detalhes. O importante é que em uma de minhas viagens visitei Faye, apenas por 4 dias e ela parece estar incrivelmente melhor, como se aquele verão, como se Ayato... Como se nada tivesse acontecido. Contudo eu me mantenho longe dela, seja pela falta de tempo ou mesmo por não querer que ela passe por nada disso de novo. De uma maneira ou de outra ela também não se comunica tanto então acabamos por nos afastar. Acho que nesse tempo todos aprendemos a ser forte e independentes.

Maxiez também, ele tem dedicado todo seu tempo e mente para acabar com hackers criminosos ao redor do mundo. Depois de alguns meses presos L lhe pediu ajuda em um caso e desde então ele é quase que praticamente da Nevidim. No caso de Las Vegas eu e Zoye Bravanel só conseguimos por causa dele. Entretanto eu não o vejo pessoalmente desde o hospital, imagino que esteja melhor e que um dia talvez a gente se encontre. Afinal o motivo de eu estar de volta ao Japão é que L teme que um antigo inimigo esteja de volta.

Por enquanto nos mantemos de prontidão e a estadia aqui deve ser longa, então logo vou lhe fazer uma visita e ver como o papai estar. Tenho certeza de que no final não será nada de mais, até porque Amanda Mizuho foi muito bem indicada.

Nos vemos em breve.

Com amor,
Inori

Olhei para a mensagem assim que acabara de digitar e com o mouse levei a seta até enviar, girei ela pelo ícone um tempo e então cliquei na lixeira ao lado excluindo mais uma mensagem. Não que eu quisesse realmente contar, isso só os colocaria em perigo e também, de um notebook comum como aquele seria logo interceptada pela Nevidim, por Maxiez.

Fechei o aparelho suspirando e me levantei do sofá acolchoado. Fui até a sacada abrindo a porta de correr. Pensamentos nostálgicos tomaram conta de mim, lembrei principalmente do meu antigo apartamento e da vida calma, tranquila e monótona. Ri sozinha, aquele estilo de vida não fazia mais o meu tipo. Simplesmente não poderia mais viver parada.

— É estranho como o mundo dá voltar, um dia jurei que nunca me recuperaria, um dia prometi que nunca seria nada sem Valkyrie, um dia pensei mesmo que iria morrer, mas... – parei percebendo que estava falando sozinha. – A vida anda solitária para mim. – me apoiei no parapeito da sacada olhando a cidade iluminada por muitos prédios.

Apesar de tudo eu gostava daquela vida, eu gostava do que estava fazendo e de como as coisas aconteciam. Eu tinha realmente me tornando tão maluca quanto os outros agentes. Ainda sim estar naquela cidade de novo fez a solidão falar um pouco mais alto. Queria que Faye estivesse ali me ajudando a escolher uma roupa, que Ayato fizesse suas piadas desnecessárias, Maxiez fosse folgado e inconveniente numa situação perigosa... E que Hime voasse até meu ombro ou me confortasse de alguma maneira, que ela pudesse me ouvir falar sobre essas coisas já que sempre fora minha mais fiel confidente. Só que assim como Valkyrie, Hime nunca mais voltou.

— Aahh!– suspirei fechando os olhos para por tudo no lugar e sentindo a brisa. Encarei o céu onde a lua minguante cintilava parecendo competir com o reflexo e brilho das luzes dos prédios. – Tóquio... A cidade sem estrelas...

FINISH LINE, THANKS FOR PLAYING

THE GAME IS OVER


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Notas finais do capítulo

Algumas curiosidades:
*Eu nunca planejei matar de verdade o Ayato, mas queria ele fora de Nevidim.
*Faye no começo era baseada em mim mesma, principalmente a aparência, cabelo... Mas acho que no final não ficamos nada parecidas.
*No começo eu pensei em colocar um Alquimista por trás de tudo, mas as coisas saíram de controle. E quando me dei conta alguém queria derrotar o L, acabar com seu sucessores e até o Kira se reerguendo apareceu então um gênio loiro viciado em açúcar que detestava o Near foi necessário. De verdade não era pra esse caso ter proporções tão grandes e ligadas a outra fanfic. Mas fazer o que, aconteceu!

Antes de mais nada eu quero muito agradecer a vocês por acompanhar e comentar e principalmente a Inori e Maxiez que tornaram essa história possível.
Ah! E a minha professora de química que ficou ouvindo minhas conversas malucas de como assassinar pessoas. =P
Também quero esclarecer que com a chegada do último ano do ensino médio ano que vem, vestibular e tudo mais eu devo ficar um tempo (o máximo que minha abstinência resistir) sem postar grandes histórias, no máximo poeminhas e oneshot. Mas eu voltarei... Um dia... Quem sabe...
Estou planejando escrever uma fic e só postar depois de pronta. Vamos ver se vai funcionar.
E calma, não se desesperem, a do Kuroshitsuji eu vou continuar até o final, mas deve ser provavelmente a última e tentarei terminar ainda esse ano, nessas férias.

Bom, então pra despedir com chave de ouro....

Encerrando Ciclos

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

—Fernando Pessoa

Então assim eu me vou, espero vê-los em outras histórias. Responderei os comentários assim que possível. Isso foi muito divertido, muito interessante....
Bjs!!!



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