Death Note: Os Sucessores - Caso Especial escrita por Nael


Capítulo 1
Parte 1: Concurrence Game - Tragédia de Verão


Notas iniciais do capítulo

Esse especial é o prêmio que os leitores Inori chan e Maxiez recebem por ganharem o jogo postado na fanfic Death Note: Os Sucessores - 2ª Temporada.

Os personagens descritos que levam seus nomes são fictícios, qualquer semelhança física ou psicológica é mera coincidência.

—Fani Carolin



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Parque Yoyogi, Shibuya, Tóquio, Japão.

30 de Agosto de 2029 (3 anos antes do Caso do Novo Kira)

Quinta-feira. 23:47

O homem que usava um sobretudo escuro fechado, luvas e um boné também preto para ajudar a esconder seu rosto estacionou o Jeep Compass no gramado com a traseira virada para o lago. Conseguia ouvir a música e ver suavemente as luzes que vinha vários metros acima onde um grupo de jovens provavelmente faziam uma festa.

Olhou na direção deles pensando se deveria dar meia volta. Mas se fizesse isso estaria violando o contrato, além do mais estavam todos tão concentrados na festa que nem notariam o que estava para fazer.

Mesmo sendo noite para sua maior proteção colocou óculos escuros espelhados em verde e se dirigiu para trás do carro. Abriu o porta malas. Lá dentro havia um grande saco de dormir envolto por muitas fitas adesivas de cor cinza se debatia. Apenas o nariz e a boca -está também estava selada com a fita adesiva- mostravam que havia uma pessoa viva ali dentro. Sem dificuldade segurou a garota de apenas 1,60 e a jogou no ar. O saco de dormir vermelho atingiu o lago e começou a seguir com a correnteza.

O homem fechou o porta malas e se encaminhou para a cabine quando um som de folhas o fez virar para trás e olhar para os lados. Se perguntou em uma fração de segundo se poderia haver alguém ali e se teria visto o que acabará de fazer. De qualquer maneira entrou rápido no Jeep e saiu rapidamente sem fazer muito barulho.

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Parque Yoyogi, momentos antes. Às 23:12

Inori Saito andava de um lado para o outro com um copo plástico azul na mão. Tinha sido arrastada para uma confraternização no Parque Yoyogi que ficava no bairro -Shibuya- onde morava com uma amiga havia dois anos.

Sua colega de classe mais próxima, Faye Calliare tinha ido até seu apartamento e escolhida até as roupas que usava. Short de cós alto marrom, blusa azul estampada, bolero de rendas escuras e tênis Senaker preto. O cabelo lilás liso estava preso em um rabo de cavalo por causa do calor e a franja continuava rebelde como sempre.

Caminhava entre o grupo um tanto grande de jovens, não apenas da sua universidade que aproveitavam as férias de verão, atrás de Faye. Esta pediu que segurasse sua bolsa enquanto dançava, mas agora Inori tinha perdido ela de vista e estava louca para voltar para a tranquilidade do seu apartamento. Só que para isso tinha que devolver a bolsa da amiga.

— Faye!! – ela gritou indo na direção do palco improvisado onde a multidão pulava, mas o som estava alto demais para que ela pudesse ouvir suas próprias palavras.

O copo estava quase vazio, mas assim que se misturou na massa de gente foi empurrada de encontro a um rapaz e o restante do liquido derramou na camisa dele.

— Ai, meu Deus. – ela se afastou rápido olhando o estrago na camisa branca. – Ayato-kun me desculpe. Eu sinto muito.

— Inori-chan... O que? – ele colocou a mão na orelha mostrando que não podia ouvi-la.

A jovem de 16 anos arrastou pela mão o colega de cabelos loiros e cumpridos dali até uma mesa onde havia alguns guardanapos e se podia conversar um pouco melhor.

— Eu pedi desculpas. – ela disse passando o guardanapo para ele que começou a se limpar. – Estou procurando a Faye. Tenho que devolver sua bolsa, sabe onde ela está?

— Hum... Faye-senpai?... – ele olhou para cima pensativo. – Eu cruzei com ela algumas vezes na multidão. Estávamos até dançando juntos, mas ela ficou com sede e cansada. Disse que ia beber alguma coisa, dar uma volta, sentar um pouco. Algo assim. Será que ela foi embora?

— Acho que não. Tudo o que tem está na bolsa. – a moça rebateu.

— Ela pode ter conseguido uma carona. Sabe como a Senpai é popular. – disse ele tirando a camisa. – Já é o terceiro banho que recebo. Melhor queimar essa pobre camisa.

— Sinto muito. Se me disser onde comprou eu posso...

— Ah! Não se preocupe. Era velha mesmo. – disse ele pegando um dos copos e se servindo da primeira bebida que encontrou. Virou tudo de uma vez e continuava ofegante. Seu peito subia e descia. Não era o tipo músculo que frequentava a academia todos os dias, mas era bem forte. – Se quer meu conselho vá pra casa. Faye sabe se virar e com certeza não ficará chateada com você. Consegue uma carona.

— Não sei não. Se fosse o contrário ela não me deixaria.

— Porque ela sabe que você é uma... Bom, digamos uma garota... – Inori olhou para ele com as sobrancelhas cerradas ele deu um passo ficando de frente pra garota que agora tinha a mesa e tigela de ponche às costas. – O que estou querendo dizer é que ao contrario dela você não aceitaria carona de qualquer um, ficaria furiosa se levassem sua bolsa. Não tem a ousadia dela, se me entende. E por isso ficaria em pânico se te largassem aqui, mas Faye não é assim. Acredite, como seu ex namorado eu sei.

— De qualquer jeito até que eu a encontre nessa multidão estou presa aqui.

— Ela não vai ir embora antes do amanhecer, vai ficar até o final da festa ou mesmo depois. – a garota abriu a boca pra argumentar, mas Ayato continuou. – Olha se é tão importante eu mesmo me comprometo de levar ela pra casa, se quiser pode até deixar a bolsa dela comigo caso a encontre de novo.

— Você está todo suado e pulando por toda parte. Vai acabar perdendo ou sendo roubado.

— Ta bom. Então guarde a bolsa e entregue pra ela amanhã.

— Eu não posso...

— Olha, a escolha de ir embora ou não é sua. Já deu pra ver que não está se divertindo, então... – ele se aproximou, era pelo menos 20 centímetros mais alto e fez Inori dar um passo pra trás. Ele colocou o copo vazio de volta na mesa que estava atrás dela. – Nós vemos na universidade, Inori-chan.

E voltou para a multidão deixando a garota catatônica e sozinha.

P.O.V. Inori Saito

Eu nunca tive uma grande aventura, nunca fui de me meter em encrencas nem ter uma vida perigosamente agitada, mas naquela noite, naquele 30 de agosto eu tomei a pior e a melhor decisão da minha vida.

Resolvi deixar Faye na festa do parque e segui para casa depois de deixar mensagem na caixa postal de todas as pessoas que conhecíamos em comum e que poderiam estar com ela.

Seguiria a pé até o lado contrário da festa e então tomaria um táxi para casa. Um plano muito simples não fosse o que eu estava preste a ver.

Seguia pela grama deixando a música para trás quando avistei um carro se aproximando do lago. Por um instante fiquei apavorada estando tão perto da água e resolvi me afastar um pouco, foi quando vi a estranha figura sair. Quem usa sobretudo em pleno verão? E óculos escuro durante a noite? Era algo estranho e não sei por que resolvi parar e ver o que ia acontecer.

Achei que seriam mais um bando de adolescentes e que iriam pular na água àquela hora da noite, mas não. O homem tirou alguma coisa do porta-malas e jogou no lago. Eu estava entre as arvores, então procurei me esconder um pouco principalmente quando ele se virou e olhou ao redor.

O Jeep deu a partida e deixou o local eu olhei para o lago e vi algo vermelho flutuando. Era um saco de dormi que começou a fundar. Entrei em pânico porque pensei ter visto ele se mexer. Eu não queria acreditar nisso, mas tinha um péssimo pressentimento.

Comecei a correr de volta pra festa pra onde o saco também seguia por causa da correnteza. Peguei o celular no bolso e tentei ligar para alguém, mas ninguém ouviria o celular tocar com aquela música.

O saco avançava a frente e eu pude ver que realmente se mexia. Havia mesmo alguém lá, estava viva e se afogando. Assim que cheguei nos limites da festa vi logo alguns rapazes na mesa de bebidas. Corri até eles desesperada. Conhecia alguns deles de rosto.

— So... Socor... – me engasguei tentado falar tudo de uma vez. –.A-Algu..ém... Lag...

Eu devia ser uma visão e tanto eles pararam e ficaram me olhando como se eu estivesse muito transtornada ou drogada, mas não pareciam ouvir nada do que eu disse. Deviam achar que estava falado qualquer assunto banal e a musica interrompia.

— Inori-chan. – me disse um deles berrando. – O que houve? Não diga que está de porre.

— E-Eu... Tem que... – por alguma razão não conseguia falar. Estava apavorada, parecia que o barulho de água estava mais alto até que a música. Foi quando um grito explodiu pelo lugar.

A responsável pelo escândalo era uma garota loira de cabelos cacheados. Começou a gritar tanto na ponte apontando para o saco de dormir vermelho que até a banda parou de tocar.

— ESTÁ VIVO!– ela apontava para a água onde o saco afundava. E então tudo aconteceu muito rápido.

Vi Ayato pular dentro d’água seguido por mais dois rapazes e juntos conseguiram tirar o corpo do lago. Eu me mantinha a distancia porque sempre odiei água, mas o resto das pessoas logo foi pra margem ver o que acontecia. Eu acompanhava da ponte onde tinha uma visão panorâmica.

— Afastem-se. – de repente vi Faye gritando com todo mundo e senti um grande alivio. – Calma gente. Deem espaço.

Um canivete apareceu e Kanato cortou parte da fita cinza que se mostrou muito resistente, cordas que eu notei amarravam pedra e o saco em si tomando cuidado para não machucar quem estava lá dentro. Com a ajuda de todos o saco foi aberto e muita água saiu de dentro dele.

Uma garota de cabelos espetados e escuros, maquiagem forte borrada estava pálida. Vi os rapazes checando seu pulso, fazendo respiração boca a boca e massagem cardíaca enquanto outros já ligavam para a ambulância.

Uma tremenda vontade de vomitar veio a minha garganta e eu comecei a ficar tonta. Sai da ponte antes que desmaiasse e caísse dentro da água também e fui para mais perto da multidão me apoiando numa arvore. Apoiei as costas na madeira e desci sentando no chão. Os sons pareciam distantes e a única coisa que eu conseguia ouvir mesmo que não estivesse de fato ali era os sons que aquela garota devia ter feito antes de morrer.

— Certo. Todos fiquem calmos e juntos. – disse Ayato. – Liguem pra policia e ninguém deixe o parque.

— Tá dizendo que o assassino pode estar aqui? – alguém perguntou e eu notei o pavor e sua voz.

— Não sei. – ele respondeu. – Mas agora somos todos testemunhas então fiquem aqui.

Eu coloquei a cabeça entre os joelhos tentando respirar, mas me senti mais abafada. Deitei a cabeça para trás e encarei a copa das arvores. Foi quando vi com o canto do olho e logo virei a cabeça na direção. Olhei para o lado e parecia haver uma sombra correndo para longe do parque.

Não devia ser nada. Alguém deve ter ficado muito assustado e fugiu. Eu vi o responsável ir embora. Não teria como saber que encontramos o corpo, não poderia estar por perto e ninguém poderia estar correndo perigo. Ou talvez eu estivesse sendo otimista demais.

Me levantei e vi o vulto se afastar quando alguém tocou meu ombro. Dei um salto e grunhido de susto, mas era apenas Faye.

— Você esta bem? – ela perguntou.

— S-Sua bolsa. – entreguei pra ela. – Preciso ir embora, acho que vou desmaiar.

— A polícia já esta chegando. – ela me segurou pelos ombros. – Venha. Vamos sentar ali perto dos outros. Está tudo bem.

Ela me reconfortou, mas não, definitivamente nada estava bem. De alguma maneira eu sabia que as coisas só iam piorar. Eu só não queria acreditar nisso e balancei a cabeça positivamente. Torcendo para estar errada.


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Notas finais do capítulo

Feliz sexta-feira 13. hehehe

Todos os locais descritos existem de fato embora suas características tenham sido alteradas, os dias da semana conferem com as datas e o ano mencionado. =D



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