O preço do amor. escrita por Sasha spears


Capítulo 1
O idiota da moto.


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos! Primeiro capítulo, finalmente!



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Assim que acordei de manhã, fui me arrumar para ir até a escola. Hoje eu já estava meio estressada e sem paciência pra nada, então fui direto para o banheiro. Tomei um banho demorado mais depois tive de me apressar, porque a Dani me chamou e disse que estávamos atrasadas. Peguei minha mochila e desci rapidamente para tomar café com os meus pais. Nós não tínhamos nossos próprios motoristas, então minha mãe e o meu pai revezam sempre.
— Bom dia mãe! Bom dia, pai! — disse animada com o primeiro dia de aula.
— Bom dia, Babi. — Só minha mãe respondeu. Meu pai estava lendo jornal, então decidi não incomoda-lo.
Comi um pedaço de bolo de chocolate, enquanto a Dani berrava dizendo que queria ir logo para a escola. Ignorei ela e tentei relaxar. Afinal, era meu primeiro dia de aula. O fato de as férias terem acabado era estressante, mais por uma parte, gostei. Agora eu poderia ver a Natália todos os dias. Agente se conheceu no ano retrasado, quando ela esbarrou em min no corredor da escola, no primeiro ano. Naquele dia, ela estava usando o uniforme da escola e ele ficou ensopado de suco de uva. Rimos e passamos aquele mico juntas, o que foi incrível, pois naquele dia, eu estava um pouco irritada e não conhecia ninguém na escola. Daquele dia em diante, nos tornamos grandes amigas.
Assim que meus pais decidiram quem iria nos levar para a escola, entrei no carro e tive de suportar a Dani colocando música alta no carro. Decidi colocar a minha cabeça para fora do carro, para ver o trânsito agitado.
O trânsito estava completamente agitado e estava tudo engarrafado. Hoje, era minha mãe quem estava nos levando para a escola. Ela tinha cabelos escuros e olhos verdes. Era linda mais tenho de admitir, um pouco rabugenta. Ouvi alguém gritar e me perguntei se seria comigo.
— Feia! — era um menino. No primeiro dia de aula e já tem esses idiotas, pensei. O nosso carro andou e o menino continuou atrás. Alguns segundos depois, gritou de novo: — É com você! — senti alguém tocar a minha mão e a puxei de volta, irritada. Pude vê-lo de perto e ele era lindo. Todo tatuado e tinha olhos azuis. O carro andou de novo e como eu não queria dizer nada — e nem tinha condições para falar algo — Simplesmente dei dedo a ele. Ele não respondeu. O carro andou e acho que ele havia mudado de caminho. Sentei-me no banco e relaxei. Alguns minutos depois, chegamos até a escola. A Dani saltou do carro e foi direto pegar seu telefone dentro da mochila, para ligar para suas amigas, suponho. Dani era uma típica fofoqueira e seu principal assunto sempre, era falar sobre a minha vida. Sai do carro e fui até a porta principal, onde mamãe estava. Dei-lhe um beijo em sua testa e disse:
- Tchau, mamãe.
Ela apenas disse: — Tchau, querida.
Subi as escadas e logo vi a Natália. Ela estava com o uniforme da escola e o cabelo preso em um rabo de cavalo. Corri até ela e nos abraçamos.
— Babi! – ela gritou e algumas pessoas olharam para nós. Não me importei. Eu estava com a minha melhor amiga, e era isso que importa. Fomos abraçadas até o segundo andar, conversando sobre o primeiro dia de aula e as férias.
A Professora nova entrou na sala e não me surpreendi ao ver que era a professora mais odiada da escola. Ninguém gostava dela, porque ela obrigava os alunos a fazerem o que não queria e dava bronca neles por nada. Natália sentou-se na minha frente e disse baixinho:
— Ela vai me escolher, Babi.
Ela disse isso porque na nossa escola, no primeiro dia de aula, sempre a professora escolhia algum aluno para cantar uma música criada por eles mesmos, que até hoje, Natália não aprendeu.
Ouvi a professora dizer: — Natália Corradini, por favor.
Natália se levantou e eu disse: — Pega seu celular.
Ela foi até a frente da classe e ouviu assobios de alguns garotos. A professora mandou-os calar a boca. Colocou no quadro o primeiro trecho da música e senti que Natália estava completamente perdida. Comecei a escrever para ela uma mensagem, falando sobre a música. Assim que a enviei, Natália começou a cantar. Alguns alunos da classe acompanhavam, mais a professora a viu com o celular, e ligou para min. Senti-me desconfortável e ela chegou perto de min, com o meu celular tocando a música Human, da Christina Perri.
— Não vai me atender, Sra. Linhares? – disse irônica e depois estendeu a mão. Dei-lhe meu celular e ela voltou para a frente da classe, todos em silêncio.
— Sente-se. – disse a Natália.
O resto das aulas passaram num borrão. Queria voltar no tempo e ter ficado em casa. Ter aceitado ao convite de mamãe para estudar em outra escola, como ela havia sugerido. Mais disse a ela que não, pois queria ficar perto da minha melhor amiga. Mais a boa notícia, é que eu tinha combinado com a Nath de ir a uma festa no meu bairro e a ela disse que iria a uma festa de gays primeiro, mais que se desse, iria comigo. Acabei chamando a Dani e o fato de eu ir lá, foi o único motivo para que ela deixasse a Dani ir. Ela estava tão animada e fiquei feliz por ela. Tomei um banho e dormi pelo resto da tarde. Acordei com a Dani me chamando – ou melhor, gritando – dizendo que estava na hora da gente se arrumar. Eu estava com preguiça, mais resolvi que seria uma boa irmã, pelo menos por hoje. Tomei banho e resolvi lavar o cabelo. Optei por um vestidinho branco simples e um salto preto. Sequei meu cabelo e só passei um batom vermelho. Peguei uma bolsinha e fui até o quarto da Dani. Ela estava com um vestido verde curto, com salto e havia colocado uma maquiagem rosa.
— Quantos anos parece que eu tenho? — perguntou, animada.
— Com essa maquiagem? Pelo menos quinze. — ri e a ajudei a tirar a maquiagem.
— Mais eu já tenho quinze anos... —ela protestou.
Coloquei o cabelo dela atrás da orelha, e fiz uma franja improvisada.
— Pronto! Agora está prestes a fazer dezesseis.
Ela sorriu e foi até a sala. Meus pais nos deixaram na frente da casa da aniversariante.
— Babi, sem bebidas. E Daniella, fique perto da sua irmã. – advertiu mamãe, e depois foi embora.
Assim que chegamos na festa, Dani deu a louca e começou a procurar uma pessoa. Parecia completamente desesperada, como se a vida dela dependesse aquilo.
— Está procurando alguém? Parece desesperada. – disse atrás dela, enquanto ela procurava, no topo da escada.
— Mais é que eu tô! Ah, achei. – respondeu e saiu correndo e eu vi ela conversar com um menino.
— Dani, não vai parecer que você está desesperada? – disse e assim que ela e o menino saíram, fiquei quieta, como se não houvesse dito nada.
Resolvi ir até a ponte que havia perto da piscina e me surpreendi ao ver o Rafael ali.
— Já me perdoou? – perguntou.
— Eu procurei por dias uma razão para te perdoar e não achei.
— Típico das mulheres – riu.
Depois disso, saímos e fomos até a mesa de bebidas. Me surpreendi ao ver o mesmo menino de hoje de manhã, fazendo baderna com alguns amigos. O ignorei. Rafael perguntou:
— Quer alguma coisa?
— Eu já me servi – disse, após pegar uma garrafa com coca-cola.
O menino de hoje de manhã se aproximou de nós.
— Você pode beber, já que não vai dirigir – ele sugeriu, atrás de min. — Feia. — sussurrou no meu ouvido.
— O que você disse? — perguntou o Rafael, me defendendo.
Do nada, eles começaram a sair no tapa e quebrar tudo. O menino deu um murro no Rafael e em seguida, me pegou no colo. Me jogou nas costas dele e comecei a berrar.
— Me põe no chão! — gritei.
— Para de gritar.
Se jogou comigo na piscina e nem tive tempo de tapar meu nariz. Joguei água na cara dele e comecei a resmungar.
— Insuportável!
Ele colocou a mão no rosto, para impedir que jogasse mais água nele.
— Eu estou usando um vestido da Dior, sabia? – protestei enquanto saia da piscina.
— Diz pro estilista, que o vestido fica muito melhor molhado. — disse, irônico. E só aí, percebi que minhas roupas intimas eram roxas, e que com o vestido molhado, dava para ver. Me joguei de volta na piscina. Ele saiu e vi o amigo dele o chamar para ir embora.
— Dá próxima vez, lembre-me de lavar a sua boca com sabão. — Ele piscou. Que ridículo, pensei.
— Argh!
Vi a Natália vir na minha direção com uma toalha na mão.
— Aonde você estava quando aquele idiota me jogou na piscina? — reclamei.
— Encontrei um gatinho. — ela respondeu, animada.
— Ah. Como é bom trocar a amiga por ‘’gatinhos’’ não é? — fiz aspas com a mão. Ela riu. Quando fomos para a sala, tudo estava quebrado. Natália me avisou que a Dani já havia ido embora com a carona de alguns amigos. Me despedi da Nath e fui para casa de carro com o Rafael.
Assim que o Rafael me deixou em casa, fui direto para o banheiro tomar um banho. Terminei rapidamente e fui para a cama me deitar. A Dani apareceu do nada no meu quarto, tentando fazer silêncio. Ela usava um pijama de coração rosa e curto.
— Quem era aquele menino que te jogou na piscina? – ela perguntou, sentando-se na minha cama.
— Eu não sei o nome dele, deve ser mais um idiota.
— Ah, minhas amigas me contaram. O nome dele é Hugo Andrade, corre em rachas... Vocês dariam um belo casal. — ela disse, toda feliz. Acho que isso era o que Dani queria no momento: Uma nova fofoca sobre min.
— Eu preferia morrer, do que ficar com aquele idiota. – resmunguei. Ela ligou a TV e colocou em um canal qualquer.
— Tem certeza? – perguntou. – Dizem que o amor e o ódio andam lado a lado.
— Que ridículo! É tudo mentira Dani. E se não se importa, tenho que ir dormir. Amanhã tenho aula cedo.
— Eu sei, eu também tenho, esqueceu? – ela franziu a testa. Arrumei meu travesseiro, ainda irritada com todo aquele interrogatório. Alguns minutos depois, dormi.
Depois de todo aquele interrogatório da Dani e tudo mais, tive que aguentar a Natália querendo saber dele também e sobre o que eu e o Rafael conversamos e porque eu fui para casa com ele. As aulas já haviam acabado e eu estava descendo as escadas com a Natália.
— Porque eu não tinha ninguém mais para me levar em casa — protestei, enquanto ela dizia que eu deveria estar apaixonada pelo Rafael. — Que ridículo. — a interrompi.
— Está bem, sei que não quer falar sobre o cara da moto, nem sobre o Rafael.
Eu não respondi. Fiquei olhando a escada e as pessoas descerem, enquanto ela falava.
Só a ouvi dizer: — Vou ter um encontro hoje. Com aquele menino que eu conheci na festa, pedi a ele para ir ao racha. É amigo do que te jogou na piscina.
— Tanto faz. Eu não me importo.
— Mais grossa do que você impossível. — ela resmungou.
Dei língua e vi Dani conversar com o cara que me jogou na piscina, o tal de Hugo. Preparei minha bronca para Dani e fui até lá.
— Vejam só se não é a megera indomável. — ele disse e seus amigos riram. Dani sorriu.
— Cala a boca. Daniella, vamos embora. — disse, séria.
— Mais mamãe ainda nem chegou. — ela resmungou.
— E daí? Ela também não iria gostar de saber que você está se relacionando e respirando o mesmo ar que esse daí. — critiquei.
Ele sorriu.
— Acho que alguém aqui está com ciúmes.
— Sonhe. No dia em que eu tiver ciúmes de você, eu deixo a Dani falar o que quiser de min pro mundo.
Dani riu.
— Isso seria ótimo, eu iria adorar... — a interrompi.
— É sério Dani, vamos embora.
— Para de ser chata Babi, vou ligar para a mamãe. Hugo nos ofereceu uma carona.
— O que? — o encarei. — Vai subir na moto com esse daí?
Dani não respondeu, apenas subiu na moto de um amigo dele.
— Se quiser, pode vim comigo. A não ser que tenha medo, claro. — Hugo disse, com um olhar desafiador.
— Medo? Poupe-me. Só não subirei na moto de um desconhecido.
— Sua irmã me conhece.
— Isso porque ela é louca por popularidade. — rebati.
— Vai subir ou não, medrosa? — Ele me olhou, e senti que enfraquecia só com aquele olhar.


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Notas finais do capítulo

O que acham que a Babi irá fazer? Haha, até o próximo capítulo, pessoal. Espero que tenham gostado.



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