Oujisama no Kiss HIATUS escrita por Tsutsu


Capítulo 2
Maneki Neko.


Notas iniciais do capítulo

*.*



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Novamente abri meus olhos devagar e ainda acreditando na probabilidade de tudo aquilo ser um péssimo sonho, porém, a nova realidade que estou vivenciando agora me abateu novamente. Levantei-me e ainda estava naquele quarto enorme, tinha o tamanho da casa de minha o bachan e tudo estava exatamente igual, exceto pela varanda estar aberta e as cortinas se balançarem com o vento da brisa de verão. Caminhei até o parapeito da varanda e apreciei a vista da cidade. Estava um dia lindo e calmo com o Céu limpo e as pessoas pareciam andar calmamente, sem pressa nas ruas da cidadela, realmente isto me lembrou de minha cidade no interior do país do sol nascente.

— Já está acordada? — escutei aquela voz irritada outra vez e quando me virei, era ele. — Vou lhe mostrar como as coisas funcionam por aqui, então, não fique parada aí feita uma besta e me siga. — falou simplesmente voltando por onde entrara.

Honestamente, este tom era desnecessário comigo. Não é como se eu quisesse que ele me mostrasse o lugar. Sendo um sonho ou não, está na hora de mostrar que também tenho meus direitos. Fiz minha cara mais brava que podia e o segui a passos fundos.

Quando saímos, deparei-me com um corredor, onde havia mais quartos como aquele meu e tinham algumas moças limpando-os. Uma delas se aproximou sorridente perto de Castiel–san e, consequentemente, de mim. Ela tinha um cabelo comprido e bonito, alaranjado, presos em uma trança de lado e olhos azuis escuros. Parecia ser alguém bem gentil.

— Castiel, então, essa é a moça que viu o nosso querido Oujisama? — ela perguntou me olhando e Castiel–san apenas assentiu, então, ela segurou minhas duas mãos e olhou bem em meus olhos. — Então, me diga, o príncipe é bonito como o irmão dele? — ela me perguntou curiosa e divertida.

— Íris! — rugiu Castiel do meu lado, ficando... Corado...?

Are, are, Castiel. — ela disse se divertindo com a expressão corada e irritada de Castiel–san. — Que dragão é esse que mais parece um leão? Só estou curiosa até porque você não me conta nada sobre ele. — ela fez bico, choramingando falsamente perto dele. Eu ri. — Viu, ela concorda comigo. — sorriu para ele.

— Você fique quieta! Jamais diga como o meu querido Oujisama é! Seja conhecido seu ou não! — ele gritara comigo, o que o deixou mais corado e depois fitou mortalmente a moça chama Íris–san. — E você volte para o seu trabalho! — o ruivo começou a me arrastar pelo punho para fora daqueles corredores longos e largos.

Quando me dei conta estávamos na parte que parecia ser a recepção e um pouco mais a frente ficava a sala de espera. O que mais me chamou a atenção foram os hóspedes, digamos que eles não eram humanos. Gelei e segurei firme a mão direita de Castiel–san. Admito que fiquei com medo, afinal, os únicos que pareciam ser humanos éramos eu, Castiel-san e uma loira (muito parecida com Nathaniel–san) que estava ocupada demais sendo abanada por serviçais que pareciam ser raposas filhotes, mas que estavam de pé (posição bípede).

— Essa é à entrada do Hotel, ao Leste, onde nós estávamos ficam os convidados especiais do meu... Nosso querido Oujisama. — ele falou me olhando e depois olhou ao redor. — Ao Oeste ficam os deuses e deusas, ao Norte ficam as fontes termais e todo tipo de recreação que o Hotel Ragnarok pode oferecer e blá blá blá. — ele dizia apontando e totalmente entediado. — Ao Sul fica a cozinha, é lá que você vai trabalhar a partir de agora, então, vamos colocar o seu uniforme e acabar logo com isso. — falou impacientemente e me puxando para a área da cozinha.

Ao chegarmos lá, havia muitos coelhos que andavam igual às raposas da recepção e também havia três humanos com orelhas e rabinho de coelho. Estou ficando um pouco tonta e isso me obrigava a apoiar em Castiel–san.

— Charli, esta é a Chiba Ai-dono, sua nova maid. — ele falava com um rapaz que tinha orelhas e rabo de coelho castanho.

Eu só devo estar sonhando, isto não é possível.

Ohayou, Castiel-sama. — ele curvou-se para o ruivo e depois me olhou. — Seja bem vinda, Chiba-dono.

Omae! — disse Castiel-san soltando-se de mim. — Obedeça ao Charli e não me atrapalhe mais. — e ele me deixou ali.

— Não se preocupe, ele é assim com todo mundo que gosta. — falou Charli–san sorrindo para mim, eu ainda estava hesitante e olhava discretamente para suas orelhas castanhas. — Não deve ser muito comum de onde você vem, não é? — ele passou a mão nas suas orelhas.

— Sim, um pouco. — me lembrei apenas dos cosplays que minhas amigas faziam.

— Eu sou Charli, e os outros dois são os meus irmãos, Willi e Wenka. — ele apontou para trás de si, mas não havia nada, eu o encarei. — Eles não estão mais ali, estão?

— Não.

— Ah, aqueles danados devem estar aprontando alguma coisa com o Nathaniel-sama ou Castiel-sama até mesmo com o Oujisama! — ele ficou irritado e preocupado de repente, andando de lá pra cá. — Eu não posso desviar o olhar por cinco segundos e eles somem!

Ano...

Eu queria dizer algo para confortá-lo, mas ir procurá-los parece ser trabalhoso demais e o que eu realmente preciso fazer é sair daqui, ou melhor, preciso acordar!

— Por que não nos separamos e procuramos? — sugeri, na verdade, eu iria procurar a saída.

— Você faria isso por mim? — ele parecia feliz, me senti mal agora.

Hai. — respondi, enquanto ele me abraçava com certa força que imaginei que ele não tivesse e logo me soltou com as bochechas coradas.

— Eu vou pelo Norte e você vai pelo Leste, ok?

— Ok. — assenti e nos separamos.

Caminhei pelos corredores Leste do Hotel, tentando achar uma saída que não fosse pela frente, na recepção, já que eu poderia ser vista por muitos e um deles poderia me dedurar para Castiel–san e Nathaniel–san.

O problema é que eu não conhecia o lugar e, realmente sou uma idiota, acabei ficando perdida pelos corredores, que pareciam cada vez maiores com portas largas e as tinturas creme nas paredes ficaram mais escuras, num tom marrom e os números nas portas tornaram-se letras. E foi quando me deparei com um neko de pelo azul e olhos violetas se limpando. Tão kawaii.

Neko-chan. — chamei, me agachando e ele subindo no meu colo.

Admito que depois de tudo o que eu vi aqui, as cores deste gato não me assustou, pelo contrário, eu amei a combinação e tê-los nos meus braços me fez lembrar de casa.

~*~

Sou a irmã mais velha e tenho um irmãozinho, Daiki, toda a vida fui somente eu e ele, pois nossos pais acabavam colocando seus empregos acima de nós e antes de nos mandar para a casa de nossa avó no interior, morávamos em uma cidade litorânea e foi quando acabei sofrendo um pequeno acidente no mar, que minha mãe achou mais seguro nos enviar para a casa da vovó.

No começo foi um pouco difícil para mim, pois eu realmente achava que eles não me amavam mais, que meus pais não nos queriam por perto já que causávamos muito transtorno. Acabei ficando dois anos sem falar com eles ou ter qualquer tipo de contato, só sabia deles através da minha avó e de Daiki que me contavam como havia sido o final de semana na casa litorânea.

Logicamente com o tempo fui começando a entender que meus pais não nos odiavam e entendi que eles davam duro no trabalho por causa de nós... Só que sempre fui à filha ingrata e agora... Não posso agradecê-los...

~*~

あなたは大丈夫ですか?(Anata wa daijōbudesuka?) [Você está bem?] — ouvi uma voz masculina como se estivesse na minha cabeça e olhei ao redor, mas apenas tinha o gato azul que lambia as lágrimas inúteis que corriam pelo meu rosto.

— Você sabe falar? — perguntei olhando-o e ele assentiu. — Sério? — fiquei um pouco chocada, não sei bem porque ainda me surpreendo.

— Não seria bem falar, tecnicamente é como uma telepatia. Agora nossas mentes estão conectadas já que você me tocou. — disse a voz dentro da minha cabeça. — Meu nome é Alexy e você, como se chama?

Chiba Ai. — falei sorrindo um pouco forçado. — Você se perdeu do seu dono? Quer ajuda?

— Eu sou um youkai livre e acho que eu deveria perguntar se você precisa de ajuda, Ai–chan.

Ai-chan...?

— Não, eu estou bem. — tentei melhorar meu sorriso, mas acho que não o convenci.

— Está sentindo falta de alguém, não está?

はい. (Hai.) [Sim.] — disse, sem sorrir mais.

— É normal se sentir triste ou sozinha quando está em um lugar onde não pertence, consequentemente sentimos falta de casa ou de alguém. — o encarei.

Ele sabia...

— Sabe uma das coisas interessantes da telepatia é que compartilhamos sentimentos também. Não se preocupe, eu também estou sentindo falta do meu nii-san.

Nii-san...?

Hai! — ele saiu do meu colo e ficou na minha frente. — Assim como Cassy–chan e Nath–kun, também tenho uma forma humana.

De repente apareceu um rapaz belo com orelhas de gato, alto e com olhos violetas, a cabeleira azul e bem... Ele estava... Pelado!

Olhei para cima com as bochechas queimando, tentando não olhar para baixo, mas sim para os seus olhos e ele me olhava confuso.

— Tem certeza que você está bem, Ai–chan? Está tão vermelha! — ele parecia preocupado e agora sua voz não ecoava mais pela minha cabeça, mas sim seus lábios finos se moviam.

— Eu estou... Você está... — engoli seca a tentação de olhar para baixo era tanta...

Ótimo, agora sou uma pervertida também! Culpei os hormônios. Corei mais ainda, se é que era possível.

— Ah, é verdade que nós perdemos a roupa quando estamos na nossa forma original. Gomenasai. — disse curvando-se e eu fechei os olhos.

— Tudo bem, está tudo bem! Mas, por Kami-sama, coloque uma roupa! — soltei.

— Você é tão tímida, Ai–chan. Kawaii. — falou uma voz ecoando na minha cabeça novamente, abri meus olhos e ele estava na forma de neko novamente.

— Alexy! — gritou outra voz masculina, pouco similar a de Alexy–san.

— Armin–nii-san! — disse a vozinha na minha cabeça alegre e o gato pulou nos braços de um rapaz moreno de olhos azuis e, parecido com Alexy-san, também tinha orelhas de gato.

Eles são gêmeos.

— Achei que tivesse te perdido. Nunca mais ande sozinho por aí. — repreendeu o tal de Armin–san abraçando o gatinho azul e quem o acompanhava era Nathaniel–san.

Lá se vai minha chance de sair daqui.

— Fico contente que tenha achado o seu irmão, Armin–sama. — dizia Nathaniel–san sorridente (ele tinha um belo sorriso) e usou “sama”, será que... — Já você! — ele falou me olhando com raiva e pegou no meu braço com força, o que doeu um pouco, me fazendo levantar. — Creio que tenha muito trabalho a fazer.

Oe, Nath–kun, não é necessário que faça isso com esta moça, afinal, ela estava fazendo companhia para o meu otouto-chan. — dizia Armin–san sorrindo com doçura e fazendo carinho no seu irmão. — Gostaria de requisitá-la.

— Certo. — Nathaniel-san o olhou sério e não parecia contente com o que ele pediu.

Requisitar-me para quê?

Uma meia hora mais tarde, eu já tinha tomado um banho e algumas serviçais me ajudaram a colocar um quimono rosa com detalhes de flores e uma obi lilás na cintura, meus cabelos presos em um coque com os kanzashi e um pouco de maquiagem no rosto, quando sai do quarto em que havia dormido na noite passada, Nathaniel–san me encarou com surpresa em seus olhos dourados, e ficou um pouco corado, mas logo suas feições sérias voltaram apenas o tom um pouco vermelho permaneceu em seu rosto.

— Tudo bem. — falou mais para si do que para mim. — Hoje você irá almoçar com Armin–sama e Alexy-sama. Eles são hóspedes e amigos muito antigos da família real, são bastante próximos do meu Lysandre–sama, mesmo jamais tendo o visto. Eles, os gêmeos, fazem parte de uma nobre família que cuja descendência dos maneki nekos trás sorte e prosperidade para o país, por isso são tão importantes e é de exuma importância mantê-los perto, por isso, eu imploro que se esforce ao máximo em agradá-los. São hospedes muito antigos e especiais do Hotel.

Maneki nekos? — questionei confusa.

— Eles são youkais, filhos dos filhos dos maneki nekos, você já deve ter ouvido falar a respeito deles, certo?

— Sim, mas pensei que fossem apenas objetos de cerâmica colocados nas portas de lojas de supersticiosos que desejam ser ricos.

— Eles existem e muitos deles ficam aprisionados nos objetos de cerâmica na forma de gato para assim ajudar os humanos a conseguirem uma boa vida, mas cada vez menos maneki nekos nascem, porque cada vez menos os humanos acreditam neles. — explicou-me pacientemente e calmamente.

— Como assim?

— Assim como eu, eles precisam da fé dos humanos para se manterem vivos e acredito que os dois só estão vivos por causa do Lysandre–sama. — sorriu minimamente. — Lysandre–sama os trouxe para este mundo para que não morressem, também construiu um templo para que os humanos pudessem adorá-los e assim os mantendo vivos. São bastante agradecidos por tudo que Lysandre–sama fez, mesmo sem vê-lo. — sorriu triste e me olhou. — Nem todo mundo pode vê-lo e ele não pode ver todo mundo, você é tão sortuda que não precisa de um Gato da Sorte.

— Nathaniel–san... — sussurrei, mas logo ele ficou sério novamente.

— Vou levá-la até onde eles estão. Siga-me, por favor. — disse e começou a caminhar, apenas o obedeci.

Eu não sei bem como dizer, mas Nathaniel–san parecia triste e estava estranho, no mínimo, diferente. Pelo menos, não me ameaçou, aliás, até implorou para que eu fizesse tudo certo. Não o entendo.

Não o entendo, não entendo Castiel–san e nem este lugar... Eu quero ir para casa... Estou cansada.

— É aqui. — ele falou me tirando dos pensamentos aleatórios e olhei para a sala tipicamente japonesa.

Sentei-me na almofada do chão e olhei Nathaniel–san me deixar sozinha com os dois youkais. Armin–san usava um quimono negro com detalhes em prata e Alexy–san usava um magenta com detalhes pretos. A comida parecia deliciosa e admito que estava morrendo de fome.

— Alexy me disse que você estava triste e que sentia saudades de casa, espero que tudo seja do seu agrado. — disse Armin–san.

Arigato, Armin–sama, Alexy–sama.

— Sem o “sama”, por favor, Ai–chan. — disse Alexy–san.

— Nós estamos entre amigos agora, Ai–san. — disse Armin–san.

Arigato, Armin–san, Alexy–san. — disse sorrindo e assentindo.

— Eu não disse que uma boa refeição melhora o humor de qualquer um. — comentou Armin–san. — Itadakimasu!

Itadakimasu! — falou Alexy–san e eles começaram a comer.

Sorri, mas estava um pouco triste por causa do Nathaniel–san, ele não parecia bem.

— Faça o que tiver que fazer, nós estaremos esperando por você. — disse Armin–san me fazendo fitá-lo. — Tenho certeza que vai encontrá-lo. — e levantou a mão direita.

Hai. — me levantei e sai correndo, queria encontrar Nathaniel–san.

— Me siga, Ai–chan. — falou Alexy–san na forma de gato azul que corria ao meu lado, apenas assenti e corri.

Alexy–san me levou até onde nós nos encontramos pela primeira vez, onde as paredes eram pitadas de marrom e os números das portas eram agora letras, e o gato azul me explicou que esta era parte onde ficava os empregados que pertencia a família real.

A porta de Nathaniel–san estava aberta e acabei entrando, mas o que eu encontrei lá fora aquela moça que era parecida com ele, só que tinha os olhos azuis. Posso dizer agora que ela também tinha oito rabos de raposa, além de orelhas e umas unhas razoavelmente mais compridas e afiadas.

Fiquei confusa agora. Será que Nathaniel–san pode se transformar em uma mulher?

— Ah, é só você. — disse Alexy–san na sua forma humana com orelhas de gato e... Pelado!

Kami-sama outra vez!

Desviei meu olhar para a janela aberta ao meu lado esquerdo ainda era um lindo dia de sol e com nuvens.

— O que você está fazendo aqui? — Alexy–san parecia bravo pelo seu tom de voz e logo a moça que estava deitada na cama pareceu retrucar.

— Eu sou uma hóspede do Hotel assim como você, gatinho. — ela falava em um tom provocante. — E quem é essa baranga com você? Decidiu gostar de mulheres agora?

Não sei se fico com raiva e retruco ou se fico quieta e continuou olhando para cá, é melhor a segunda opção já que ela é uma youkai e eu apenas uma humana. Com certeza, não é o Nathaniel–san.

— Ela não é nenhuma baranga, o nome dela é Chiba Ai–chan, Ambrega. E o único que eu gosto é do meu irmão... — corei e acho que Alexy–san também. — E o único homem da minha vida é o Oujisama. — a voz do Alexy–san parecia confusa nessa hora e corei mais ainda após a descoberta. — Espera, mas se meu nii-san é o único que eu gosto, então, estou traindo ele com o Oujisama? — ele parecia se questionar.

— Seu esquisito! Só estou aqui esperando o meu nii-san e você me vem com os seus dilemas, cai fora daqui! Xô, gato! — decidi olhá-la a situação estava estranha e ficou ainda pior quando me virei e vi Alexy–san em cima dela...

Prefiro voltar a olhar a janela e quando estou para fazer isso, uma mão cobre meus olhos, enquanto sinto um braço rodeando minha cintura e colocando-me perto do seu corpo. Não sei quem era, mas tinha quase certeza que era um homem.

— O que vocês estão fazendo?! — pela voz pude reconhecer que era Nathaniel–san e tenho quase certeza que estava corado como eu, afinal, tinha um homem meio gato em cima da sua irmã... Acho que é irmã dele. — Alexy–sama saia de cima da Ambre, por favor.

— Mas Nath–kun, eu preciso que alguém me responda se estou traindo o meu nii-san. — Alexy–san parecia choroso e Nathaniel–san suspirou.

— Eu também amo o Lysandre–sama e gosto de outra pessoa, não vejo problema algum nisso e a resposta é não. Agora, por favor, Alexy–sama, me diga por que está aqui?

— Ai–chan precisa conversar com você ♥. — falou Alexy–san caloroso até demais.

— Ai... –chan? Você quer dizer Chiba–dono é isso? — abri minha boca para dizer algo, não era bem conversar que eu queria, apenas queria... O que eu quero com ele? — Entendo. Por favor, Ambre, depois conversamos, agora saia daqui. Os dois.

— Ah, mas eu vim com a Ai–chan. — reclamou Alexy–san.

— Eu sei, Alexy–sama, e logo ela vai retornar para você. — falou e logo me soltou de seus braços quentes indo fechar a porta.

Estávamos sozinhos, eu o olhava, mas ele estava com a testa apoiada na porta... Outra vez, por que estou aqui? O que eu quero com alguém que muda de humor tão rapidamente? Que me ameaça? O que eu estou pensando?

— Por favor, não chore. — ele estava na minha frente de repente e tudo estava meio embaçado. — Isto é de partir meu coração. — ele secou minhas lágrimas. — O que foi? — perguntou sorrindo.

— Nada. — limpei o resto das lágrimas e parei de chorar, mas ainda estava triste. — Por que eu não posso sair daqui? Parece-me muito fácil para o Oujisama usar qualquer magia e me levar de volta. — soltei.

— Você já parou para pensar no por que está aqui, em primeiro lugar? — ele falou e balancei a cabeça em negativa. — Se nós mandarmos você de volta, qual será a probabilidade de você voltar ao lugar certo? E mais do que isso, e se mandarmos você de volta e acabar sendo morta por isso? — é verdade, nunca pensei assim, na verdade, eu nem tive tempo de pensar, apenas queria ir para casa. — Nós desconhecemos as ameaças da sua volta e vinda, não sabemos por que e nem como isso foi possível, já que é necessária uma magia que se iguala aos poderes divinos do Lysandre–sama para poder abrir as barreiras das dimensões de mundos paralelos ao nosso. — o olhei, incentivando-o a continuar. — Lembra quando disse que Alexy–sama e Armin–sama foram salvos pelo Oujisama? — assenti. — Eles também não são daqui e talvez seja por isso que gostaram tanto de você. Alguém igual a eles, aos maneki nekos, alguém de fora deste mundo.

— Entendi. — sorri aliviada.

Oujisama também lhe salvou. Deveria agradecê-lo. — falou cruzando os braços e me olhando seriamente. — Mas não se apaixone por ele, pois ele é meu e não divido.

...

Um silêncio constrangedor pairou sobre nós, eu não sabia como reagir, isso quer dizer que ele e Castiel–san realmente gostam do Oujisama.

— Sim, eu amo Lysandre–sama como homem.

Não falei nada.

— Isto porque minha alma é feminina.

Eu não estou pedindo que ele me explique... Espera... Mas o quê?

— Feminina...? Você é... Mulher?

— Claro que não! — ele corou. — Eu sou homem, mas quando reencarnei, acabei no corpo errado.

— Mas você não é um youkai?

— Sim, mas youkais não tem sexo, apenas almas!

— Não entendi. — cruzei os braços.

~*~

A partir daquela discussão Nathaniel–san me ameaçou cortar a língua e também me obrigou a frequentar as aulas que ele dava no Hotel para as crianças youkais que ficavam hospedadas aqui e, às vezes, estavam no ano letivo. Depois de ser ameaçada outra vez, fui almoçar com Armin–san e Alexy–san que me ensinaram um pouco mais sobre este mundo, assim que terminei de almoçar Nathaniel–san me levou até a cozinha novamente, desta vez eu estava com o uniforme tipicamente de maid e também pedi um milhão de vezes desculpas para Charli–san, que gentilmente disse que estava tudo bem.

Quando me dei conta já haviam se passado uma semana e não mais tentei fugir daqui, decidi acreditar nas palavras de Nathaniel–san e também descobri o porquê de eu estar aqui.


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Notas finais do capítulo

Reviews?

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Alguns significados:

* O bachan = Avó.
* Cidadela = É o nome que se dá a qualquer tipo de fortaleza ou fortificação, construída em ponto estratégico de uma cidade, visando sua proteção. A cidadela pode, por vezes, incorporar parcial ou totalmente um castelo existente nesta cidade.
* Are, are = É uma expressão japonesa e significa algo como "Nossa!".
* Maid = Empregada.
* Ohayou = Bom dia.
* Omae = Significa "Você", porém, é uma forma informal e rude de se chamar outra pessoa. Castiel, diferente de Nathaniel e Lysandre, não usa tanto um linguajar tão arcaico e nem tão gentil para com os outros. Algo característico da personagem.
* Cosplays = São fantasias que podem ser inspiradas e baseadas em personagens de televisão, games, animes, mangás e etc...
* Ano = É uma expressão e significa algo como "É...".
* Hai = Sim.
* Neko = Gato.
* Kawaii = Fofo/Fofa.
* Neko-chan = Gatinho/Gatinha.
* É normal no Japão falar o sobrenome antes do nome.
* Quando Alexy disse ser um "youkai livre", é porque não tem um Mestre, diferente de Castiel e Nathaniel que tem Lysandre como Mestre deles.
* Nii-san = Irmão mais velho. É um jeito mais carinhoso de chamar ¹.
* Gomenasai = "Me desculpe" ou "Sinto muito".
* Oe = Hei/Ei.
* Otouto-chan = Irmão mais novo. É um jeito mais carinhoso de chamar ¹.
* Quimono = É uma vestimenta tradicional japonesa utilizada por mulheres, homens e crianças.
* Obi = Cinto japonês que vai envolta da vestimenta.
* Kanzashi = Ornamentações para o uso no cabelo.
* Arigato = Obrigado/Obrigada.
* Itadakimasu = Obrigado/Obrigada pela comida. É uma expressão usada antes de comer a refeição.
* Maneki Nekos = Gatos da Sorte. Para saber mais sobre a lenda deles: http://mundo-nipo.com/cultura-japonesa/mitos-e-lendas/25/02/2013/manekineko-historias-e-lendas-sobre-o-gato-da-sorte/ | A parte da telepatia foi inventada por mim.

¹ Nota da Autora: Quando este capítulo foi escrito ainda não se sabia que os gêmeos eram adotados e muito menos que nem eles sabiam quem era o mais velho ou o mais novo, mas deixei desta forma mesmo, até porque acredito que o Armin seja o mais velho e Alexy o mais novo.
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Capítulo revisado, caso ainda haja erros me avisem por MP ou nos comentários.



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