The New Caribbean - New Pirates on Seven Seas escrita por Black


Capítulo 23
Capítulo 22: Isla de Muerta


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, acho que tenho sido um pouco desleixada com essa fic, então, para compensar, aqui estou eu postando de novo.
Espero que gostem e boa leitura!
PS.: Se liguem na aparição mais que especial no final do capítulo.



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Em momento algum a viagem até Isla de Muerta foi silenciosa. Anna preenchia cada lacuna deixada pelas capitãs do navio com suas histórias de quando era criança e seu bom humor, o que claramente deixava Elsa e Elena bastante contentes, visto que os sorrisos delas não saíam de seus lábios desde que a ruiva começara a falar incessantemente.

Até mesmo a tripulação do navio havia deixado suas atividades para ouvir as palavras da ruiva, divertindo-se tanto com a Princesa de Arendelle quanto as capitãs do navio de velas vermelhas. Desse modo, o navio ia mais lento, mas sem dúvida alcançaria seu objetivo, apenas com um prazo um pouco mais longo. Mas isso não parecia incomodar nenhum dos presentes, que se deliciavam com os acontecimentos desastrosos da vida da garota que sequestraram.

– Espera, quer dizer que você falava com quadros? – Elena perguntou, soltando um riso baixo, embora internamente se culpasse por Anna ter se sentido sozinha o bastante para chegar ao ponto de falar com objetos inanimados.

– É. – A ruiva assentiu com a cabeça, animada, tentando não mostrar o quanto a lembrança de seus dias de solidão a incomodava, afinal aquilo parecia estar fazendo as outras duas tão felizes. – Dei nome a todos os quadros do castelo. – Em momento algum, Anna mencionou o nome de seu reino, afinal não era boa em mentir e ainda estava tentando sustentar a farsa de que era das Ilhas do Sul, mesmo que já não fizesse sentido. – Joanna era minha preferida. Contei todos os meus segredos a ela. – Comentou aparentemente contente, afinal também se divertia com suas próprias loucuras de infância.

– Que criança criativa você era. – Elsa comentou com um sorriso nos lábios, mas este parecia mais fraco e um pouco forçado demais, levando Anna a pensar se ela havia feito alguma coisa errada. – Gostaria de poder ter visto isso, não tenho dúvidas que seria maravilhoso. – Percebendo o olhar preocupado da ruiva sobre si, a loira alargou o sorriso e, puxando de si toda a atuação que conseguia implicar em um ato, fez com que aquele parecesse bastante contente e brincalhão e este pareceu convencer a Princesa de Arendelle, que não notou o quanto aquele sorriso aparentemente despreocupado era falso.

– Não concordo. – Anna respondeu de bom-humor. – Talvez você fosse me achar mais louca do que já sou. – Falou e todos à sua volta riram. Era incrível esse dom que a ruiva tinha de plantar a felicidade onde quer que estivesse, não importava com quem estivesse. – Mas acho que seria bom ter a companhia de alguém. – Deixou escapar um suspiro tristonho e seu sorriso sumiu, mas ela logo o colocou de volta em seu rosto, tentando se mostrar tão animada quanto anteriormente.

Nem Elsa nem Elena comentaram nada a esse respeito. Não conseguiam dizer nada que parecesse convincente mesmo para elas próprias, o que obviamente não sairia da melhor forma para Anna, que poderia acabar desconfiando de algo que não deveria.

Para a infelicidade delas, outra pessoa fez a pergunta que nenhuma delas tinha coragem de fazer, mas que sem dúvidas sabiam a resposta:

– Você não tinha ninguém? – Olaf, com toda sua ingenuidade, questionou e um clima tenso se fez presente no convés.

Percebendo o clima desconfortável, alguns tripulantes se dispersaram pelo navio e Aladdin assumiu o timão. De todos os que anteriormente estavam ouvindo as brincadeiras e histórias de Anna, sobraram apenas a própria ruiva, Elena, Elsa, Olaf, Kristoff e Margo.

Anna não disse nada, apenas desviou o olhar para um ponto qualquer no convés, claramente incomodada. Elsa e Elena abaixaram a cabeça, o que fez com que Kristoff e Margo alternassem olhares entre elas e a Princesa de Arendelle, tentando entender o que ao certo acontecia bem ali à sua frente. Olaf, por outro lado, não entendia nada, de modo que não notou o quão desconfortável Anna ficara com sua pergunta e ainda esperava por uma resposta.

A ruiva agradeceu aos céus quando a voz de Aladdin se sobrepôs ao silêncio. Quando todos olharam para ele, o rapaz apontou para a um ponto escuro distante, que logo Elsa e Elena perceberam se tratar da própria Isla de Muerta, seu objetivo desde Tortuga.

O resto do caminho até a Ilha seguira em silêncio e, ao chegarem perto o bastante, todos desembarcaram em botes, indo até o local mais próximo. Deixando Colhoun e Felix para tomar conta de seu único meio de voltar para o navio de velas vermelhas e Naveen e Tiana guardando a própria embarcação, o restante dos tripulantes seguiu para dentro da Ilha, que se provava não se tratar de muito mais do que uma enorme caverna.

– Já sabem as regras. – Elsa lembrou, mas ao olhar para Anna e ver o olhar confuso da ruiva sobre si, abriu um sorriso pequeno e pôs-se a explicar. – Pode tocar em tudo aqui, mas não pode pegar nenhuma das moedas na arca de pedra, entendeu? – Perguntou e a ruiva assentiu, embora ainda se questionasse do porquê de aquilo ser tão importante.

Andaram um pouco, aprofundando-se ainda mais na caverna rochosa e úmida, até finalmente pararem num local mais aberto, cheio de tesouros e onde Anna avistou uma enorme arca de pedra numa rocha mais alta.

– E agora, capitãs? – Ralph tomou a palavra, olhando em volta para o lugar, que cada vez parecia mais cheio de tesouros, procurando alguém.

– Agora esperamos. – Foi Elena quem respondeu, andando pela caverna e sentando-se numa rocha que aparentava estar mais seca que as demais. – Não me surpreendo com o atraso dele, afinal é um irresponsável e, de acordo com a mamãe, sempre foi. – Deu de ombros, parecendo não se importar muito com o fato.

Os tripulantes então se espalharam pela caverna para apreciar os tesouros presentes nela. Alguns deles até pegaram alguns para si, mas, contanto que não mexessem na arca de pedra, não faria diferença para as capitãs do Vingança dos Sete Mares. Como Elena dissera anteriormente a Anna, eles podiam pegar o que quisessem.

Em relação à ruiva, ela agora se aproximava da arca de pedra, curiosa do porquê aquele objeto aparentemente tão simples ser tão importante. Viu que lá dentro havia várias moedas de ouro puro, bastante parecidas com a Peça de Oito que Elsa e Elena traziam no pescoço. A única diferença era que aquelas à sua frente eram douradas, não prateadas, e não havia nada escrito nelas.

Estendeu a mão para tocar numa das moedas como que para ter certeza de que eram reais, mas sua mão foi segurada por outra, que, ao olhar para o lado, percebeu ser Elsa, que a olhava com reprovação estampada em seu rosto.

– Não pode tocar, lembra? – A loira falou e a ruiva recolheu a mão, subitamente envergonhada, mas não conseguia mais conter sua curiosidade.

– Por quê? – Finalmente proferiu a pergunta que martelava incessantemente em sua cabeça desde que a pessoa à sua frente lhe apresentara a única regra para estar naquela caverna úmida.

– Porque nesta arca existem oitocentas e oitenta e duas peças idênticas e cada uma delas é amaldiçoada. – Elsa respondeu com naturalidade, sorrindo um pouco com o espanto da ruiva. – Isso é ouro asteca. Foi entregue nesta arca de pedra ao próprio Cortez. Dinheiro banhado em sangue pago para acabar com o massacre feito por seus exércitos. – Soltou um suspiro cansado e o canto de seus lábios se inclinou um pouco para cima ao ver que a Princesa de Arendelle estava completamente atenta ao que dizia. – Mas a ganância de Cortez era insaciável. – Continuou. – Então todos os Deuses Pagãos lançaram sobre o ouro uma maldição terrível. – Fez um pouco de suspense, mas logo continuou. – O mortal que retire uma única peça dessa arca será castigado por toda a eternidade. Há algum tempo houveram piratas que não acreditaram nessa lenda e pegaram o ouro, gastando com tudo aquilo que sempre desejavam e, quanto mais gastavam, mas percebiam que nada daquilo pelo qual pegaram o ouro amaldiçoado seria o suficiente. – Fechou os olhos, como se para se concentrar na lembrança do que viria a seguir na história. – Então os piratas descobriram que o ouro precisava ser reposto e o sangue, restituído. Caso contrário, permaneceriam amaldiçoados pela eternidade. – Concluiu.

– Como assim eternidade? – Anna perguntou sem entender. – Eles morreriam algum dia e isso os livraria da maldição, certo? – Questionou de cenho franzido, forçando sua mente a raciocinar uma solução.

– Esta era a maldição, Anna. – Elsa lhe respondeu, percebendo o choque no rosto da outra. – Quem tirar uma peça desta arca não pode morrer. – Passou os dedos finos e brancos pela borda rochosa da arca. – Não estarão mais entre os vivos, por isso não poderão morrer, mas também não estarão mortos. E somente a lua mostraria como eram de verdade. – Falou e afastou a mão da superfície de pedra.

– Acredita nessa história? – A Princesa de Arendelle ainda tinha suas dúvidas sobre o que lhe fora contado, afinal de contas, era muito surreal, tanto quanto a situação na qual agora se encontrava: Conversando com uma pirata próxima a um tesouro supostamente amaldiçoado.

– É claro que sim. – A loira concordou com a cabeça. – Por isso sugiro que fique bem longe dessas moedas. – Disse e começou a se distanciar dali, seguindo para onde Elena lhe esperava.

– Mas e o sangue a restituir? – Anna a seguiu, ainda curiosa, pois tudo o que aquela história fizera foi gerar ainda mais perguntas em sua cabeça já confusa.

– Essa é uma história longa demais. – Elsa falou séria demais para o comportamento há pouco bem humorado. – Algum dia, talvez, eu conte a você. – Forçou um sorriso que a qualquer um pareceria verdadeiro.

– Então estão dispostas a contar sua história a alguém? – Uma voz que não pertencia às capitãs do navio e a nenhum dos tripulantes se fez ouvir pela caverna rochosa.

De onde estava sentada, finalmente Elena se levantou, fitando o homem que estava no lugar de onde o som se originara. Claramente um pirata, com seus longos cabelos malcuidados e o chapéu preto com caveira, além da espada embainhada na cintura e uma pistola também guardada próxima à espada, além de roupas um tanto quanto excêntricas na opinião de Anna, mas que podiam ser consideradas discretas se não deixassem claro que quem as vestia era um pirata, e estas, de certa forma, pareciam cair perfeitamente bem na pessoa recém-chegada.

Com um sorriso um tanto quanto irônico em seus lábios, Elena foi a primeira a romper o breve silêncio instalado após a chegada do homem:

– Para quem tem o navio mais veloz dos sete mares, você demorou bastante, Sparrow.


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Notas finais do capítulo

E aí?
O que acharam?
Realmente preciso muito das opiniões de vocês.
Próximo Capítulo: Confiança.