Cap. 12 – Recuperação, preocupações, sonhos e chamas nos olhos.

POV: Draco Malfoy

Minha cabeça e meus olhos doíam demais. Senti que alguém segurava a minha mão então abri os olhos minimamente e vi uma cabeleira loira. Era minha mãe.

— Mãe? - eu sussurrei

— Draco? Oh meu filho, graças a Deus que você acordou. - ela me abraçou um pouco e eu gemi, meu corpo doía também - Desculpa.

— Onde estou?

— No hospital, meu anjo. - ela suspirou - Você não se lembra do que aconteceu?

Eu pensei um pouco e então a cena do ocorrido invadiu minhas lembrança. Tudo veio numa velocidade muito grande.

Eu respirei fundo.

— Lembro.

— Blasio lhe trouxe para cá. Theodore nos avisou. Eles queriam ficar aqui mais eu os mandei para casa. Seu pai foi falar com a enfermeira. - ela me disse

— Estou encrencado?

— Mais ou menos. - minha mãe sorriu - Encontramos a tia de Hermione aqui, ela se machucou também ontem, parece que caiu de uma escada.

— O que? - um pavor tomou conta de mim - Como ela está?

— Não sei. Depois que trouxeram você para o quarto eu não saí mais daqui. Parece que ela estava fazendo uma cirurgia, teve uma pancada forte na cabeça.

— O que? Meu Deus, eu preciso saber como ela está.

— Draco você precisa se acalmar, ela deve está bem.

Eu não podia acreditar nisso, não conseguia. Arranquei os tubos que estavam em mim e me levantei.

— Você está louco? Meu filho volte aqui.

Mas eu não ouvia ninguém. Saí correndo pelos corredores que nem um louco.

Eu sentia que uma luz me guiava. Eu não podia ver, mas podia sentir. Eu fui andando, andando... Até chegar a uma sala. Abri a porta e encontrei Hermione deitada.

Provavelmente havia acabado de fazer a cirurgia e estava nessa sala para repouso. Ninguém podia entrar ali, mas eu precisava vê-la.

Fui até ela, seu rosto estava sereno, ela parecia tão frágil. Sua cabeça estava enfaixada. Lágrimas desceram de meus olhos:

— Me perdoa Hermis, eu não queria que você se machucasse. Eu nunca quis isso. - eu já estava soluçando - Me perdoa. Eu prometo que jamais farei algo que possa lhe colocar em perigo. - Alisei o rosto dela e suspirei – Parece que você conseguiu amolecer meu coração não é mesmo? - eu sorri apertando a mão dela – Estou chorando por uma mulher, isso nunca aconteceu antes.

Ela continuava de olhos fechados. Eu dei um beijo em sua testa.

— Fica boa logo, eu não suportaria ficar sem você. - quando parei de falar e ia saindo do quarto ouvi a voz que eu precisava:

— Draco. - foi um sussurro, mas fez com que meu coração batesse tão forte que eu quase caí.

— Hermis? - eu fui até ela.

— Ainda odeio esse apelido. - ela disse com um sorriso fraco nos lábios - Você se machucou tanto Draco. - ela disse tocando em meu rosto.

— Está tudo bem. Não se preocupe.

— Eu tenho tanta coisa pra te contar.

— Depois Hermis. - eu alisei o cabelo dela - você precisa descansar.

— O que você está fazendo aqui? Ninguém pode entrar - uma médica veio me puxando para fora.

Eu acenei para Hermione e saí. A médica pediu que me levassem de volta ao meu quarto. Minha mãe e meu pai estavam lá assustados.

— Por Deus Draco, o que você estava pensando quando arrancou todos os tubos e saiu correndo? Você está ficando louco? - minha mãe disse.

— Eu precisava ver Hermione.

— Sem mais irresponsabilidades, Draco. - meu pai disse firme.

Eu me deitei na cama outra vez e a enfermeira colocou os tubos em mim novamente. Uma calmaria começou a se instalar em meu corpo. Ela tinha me dopado.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>< 

Eu andava por um jardim. Era bom sentir aquela sensação de está conectado com a natureza. Então eu vi uma cabeleira castanha sentada em um banco. Era a minha Hermione.

Fui até ela. Hermione estava tão linda, mas seus olhos estavam focados em outra coisa. Olhei para onde ela estava olhando. Era o primo dela. Que diabos ele estava fazendo ali?

Ele veio andando em nossa direção. Tomou Hermione nos braços e a beijou. Eu gritei para eles, mas era como se eles não me vissem. Era como se eu estivesse... Invisível.

— Se você continuar a fazer o que quer sem pensar em ninguém é isso o que vai acontecer. Você vai perder o amor de Hermione. Para sempre. - um anjo brilhando disse vindo em minha direção.

— Do que você está falando?

— Draco, tempos difíceis estão por vir. Você precisa confiar em Hermione e ela em você. Para vocês saírem ilesos, vocês precisam ter fé. - ele dizia com uma voz ecoante - E você, principalmente você, tem que acreditar. Tem que pensar nela antes de fazer o que quer ou você a machucará de formas irreparáveis. E um aviso: tenha cuidado com aqueles que têm chamas nos olhos.

Eu ia perguntar do que ele estava falando, mas o sonho desapareceu e eu acordei.

— Senhor Malfoy? - uma voz me chamou.

— Sim. - eu disse sem abrir os olhos.

— O senhor vai querer jantar agora?

— Pode ser.

— Sua mãe foi tomar um café e daqui a pouco ela volta.

— Ok.

— Bom, eu vou indo.

Aquela enfermeira estava flertando comigo? A conversa prolongou mais do que o necessário. Abri os olhos e vi que ela me olhava de um jeito estranho. Parecia ter... Chamas em seus olhos.

— Algum problema? - ela perguntou, rindo.

— Não. Você pode ir embora, por favor? Eu quero ficar sozinho. - um pânico tomou conta de mim.

— Está com medo de mim, seu conectado celestial imundo?

— Do que você me chamou?

— Filho, já trouxeram seu... - minha mãe calou-se assim que viu a enfermeira - Algum problema?

— Não senhora, nenhum. Eu vou trazer o jantar dele. - ela sorriu e saiu do quarto.

Logo um nome me veio à mente: Hermione. Eu precisava alertar ela.

— Mãe eu preciso falar com Hermione.

— Não Draco, não precisa.

— Mãe é sério, eu preciso. - ela ia protestar, mas eu insisti - Por favor, mãe, eu te imploro.

— Está bem. Mas eu vou com você.

Minha mãe me ajudou a tirar os tubos e nós dois fomos andando pelos corredores.

Hermione não estava naquela sala em que eu a havia encontrado, então, ela já deveria ter ido para algum quarto.

Perguntamos na recepção próxima e a recepcionista nos disse o quarto. Andamos mais um pouco até encontrarmos o quarto. Bati na porta e entrei com minha mãe. Hermione estava deitada e seu primo e a tia estavam ao lado dela.

— Draco! - ela disse sorrindo assim que me viu.

— Meu Deus garoto, você se machucou muito em? - a tia de Hermione me falou.

— É, mas eu estou bem.

Minha mãe entrou e começou a conversar com Helena.

Tomas ficava me olhando de um jeito estranho, mas não me importei. Fui até Hermione e me ajoelhei para ficar com os lábios na altura do ouvido dela.

— Preciso falar com você.

— Tia, Tom, vocês podem esperar lá fora? Draco precisa falar comigo.

— Tudo bem, mas não demorem. - Helena respondeu e saiu do quarto com a minha mãe. Tomas relutou, mas saiu também.

Assim que estávamos sozinhos eu contei tudo a Hermione.

Desde o anjo que eu vi na minha casa antes da festa até a mulher dos olhos de chamas.

— Meu Deus, o que essa mulher queria com você? - ela me perguntou assustada.

— Não sei. Só sei que essas pessoas de olhos de chamas não são do bem. Você precisa ficar ligada nisso, ok?

— Ok. Agora deixa eu te contar sobre o meu acidente. - Hermione respirou fundo e me contou o que aconteceu.

Nós dois ficamos calados até ela segurar em minha mão:

— Eu estou com medo Draco. Muito medo.

Eu peguei sua mão e depositei um beijo:

— Vamos passar por isso juntos. Eu não vou te abandonar, eu prometo.

Ela sorriu. Um sorriso tão lindo e aconchegante. Ela se sentou na cama e se inclinou para perto de mim. Nossos lábios estavam se encostando, eu ansiava por um beijo dela, quando o idiota do primo dela entrou no quarto.

Eu e Hermione nós separamos e minha mãe veio me chamar para voltarmos ao meu quarto. Beijei a testa de Hermione e fui embora.

POV: Hermione Granger

— Vocês estão namorando, Hermione? - tia Helena me perguntou.

— Não tia, somos só bons amigos.

— Amigos? Fala sério Hermione. - Tomas disse alterado.

— O que é Tomas? Já conversamos sobre isso.

— O que está acontecendo aqui? - Tia Helena perguntou confusa.

— Nada, só que o Tom colocou na cabeça coisas que não condizem com a verdade.

A conversa acabou e algum tempo depois eu peguei no sono.

Eu estava flutuando. Passei por algumas nuvens. Eu só subia, era uma sensação maravilhosa. Até que eu cheguei a um portão. Era todo feito de ouro. Reluzente. Deixou-me de queixo caído.

Eu ia entrando quando alguém me chamou:

— Hermione querida, venha aqui. - a voz vinha do meu lado esquerdo.

Virei-me na direção da voz e encontrei um anjo.

— Oi! - eu disse sem jeito.

— Vou ser breve por que ninguém pode ver você aqui está bem? Tente guardar o maior número de detalhes possível.

— Tudo bem, pode falar.

— Do mesmo modo que foram criadas pessoas conectadas para o bem, existiram pessoas conectadas para o mal. Alguns querubins, após a caída dos céus passaram a perseguir os seus conectados com o intuito de destruir o bem que a eles fizeram. Muitos já foram desconectados e alguns até mortos. Só restam apenas dois. Você e Malfoy e outro casal. Vocês precisam descobrir onde estão essas duas pessoas. Quando vocês estiverem juntos e em harmonia, devem dar as mãos e tentarem se comunicar com os céus, para só então eu e os meus amigos pudermos trazer paz para vocês.

— Mas como vamos encontrar essas duas pessoas?

— Vocês vão saber... Mas preste atenção tome muito cuidado com aqueles de chamas nos olhos, eles vão tentar impedir que vocês concretizem a missão. Eles vão fazer vocês se perderem, por isso Hermione, vocês precisam confiar um no outro.

Algumas vozes começaram a surgir.

— Agora vá, conte a Draco tudo o que eu lhe disse. Boa sorte.

Eu acordei com o coração um pouco acelerado. Afinal, eu ia ter de embarcar em uma missão surreal.