Pov. Edward

Despertei naquela manhãzinha de céu nublado, aliás já eram quase 9 horas da manhã e a consulta de Bella seria alguns minutos antes da hora do almoço. A barriguinha já havia crescido um pouco mais, deixando Bella ainda mais linda como de costume e meu amor por ela crescer. Olhei para a barriguinha redonda, acariciei a região com um sorriso no rosto e empolgado com aquele momento puxei a regata de Bella para cima, apreciando o local onde meu filho estava sendo gerado e prensei meus lábios no ventre de Bella.

– Dando bom dia para o bebê, Ed? – perguntou ela assim que abriu os olhos.

– Também. Mas agora é a vez de dar bom dia para a mãe do bebê – disse e me aproximei, beijei sua testa com um intenso carinho e coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha – Bom dia.

– Bom dia, Ed – disse ela coçando os olhos e ouvi seu estômago roncar. Ela ficou vermelha e rimos – Pelo jeito temos fome em dobro.

– Vou descer e preparar um café simples – disse.

– Está bem – retribuiu ela e voltou a deitar com as cobertas em cima da cabeça. Balancei a cabeça, rindo da sua bobice e só percebendo que ela não parecia ser uma mulher que mora com o melhor amigo por estar esperando um filho dele.

Fui para a cozinha e preparei um café da manhã simples com pães, leite quente e suco de laranja. Montei a mesa para nós dois, até que escuto passos abafados de pantufa vindo até a cozinha e percebi que era Bella.

– Esse cheiro está uma delícia. Estamos com muita fome – disse ela com a mão na barriga.

– Sorte a sua que você chegou e está tudo pronto – disse.

– E se nada estivesse feito, te chutaria da cama para vim fazer. Seu filho precisa se alimentar, tá? – disse ela e comecei a rir.

– Meu filho precisa, mas a mãe dele não. Ou isso é uma desculpa para não vim fazer nada? – disse e ela mandou o dedo do meio para mim. Ria olhando para a sua cara emburrada – Que horas é a consulta?

– Às 11 horas, Ed. Vamos almoçar fora hoje? – perguntou ela tomando seu leite.

– Era isso que eu planejava, pretendo almoçar no shopping ou no restaurante de sua preferência – disse e ela assentiu. Passei manteiga no meu pão, coloquei suco no meu copo e comecei a tomar meu café da manhã.

Hoje eu veria meu filho na tela de um computador, nada mais poderia ser emocionante do que acompanhar essa vida crescendo embaixo da pele da mulher que amo desde a adolescência e que hoje passa os dias comigo. Durante esses meses todos, meus sentimentos se intensificaram milhões de vezes e minha vontade de tomar ela em meus braços, beijá-la e dizer que a amo mais que tudo é enorme.

Sai de meus pensamentos, quando senti uma mão pequena acariciar meu rosto e seu dedão passar embaixo dos meus olhos. Será que eu havia chorado e nem percebido?

– Está tudo bem, Ed? – perguntou ela preocupada e sorriu para mim.

– Sim, só pensando na mesma coisa por vários anos – respondi e segurei sua mão que estava em meu rosto – Bella, eu.... – me interrompi de imediato.

– Fale – disse ela olhando dentro dos meus olhos, não me segurei e peguei seu rosto entre minhas mãos e a beijei. Nossos lábios se moviam em sincronia, suas mãos grudaram em meus cabelos e as minhas desceram por sua cintura – Edward – chamou ela entre o beijo, ofegante e parei o beijo de imediato.

– Não diga nada, por favor. – pedi e ela cedeu. Colei nossas testas, meus olhos permaneceram fechados e pensando no que eu havia acabado de fazer – Me entenda, eu sei que não deveria ter feito isso e dessa maneira. Só quero ter a chance de mostrar o quanto você pode ser feliz sem procurar qualquer outra pessoa.

– Obrigada, Ed. Mas eu preciso de um tempo, só para mim – disse ela – Nossas vidas ainda estão de cabeça para baixo, com um filho a caminho e essa mudança repentina. Espera só mais um pouco, ok? – falava ela acariciando meu rosto.

– Esperarei quanto for preciso – disse e ela sorriu de canto. Bella se levantou e foi para o quarto trocar de roupa, já eu coloquei a pequena louça na pia e limpei a mesa. Encostei no balcão da cozinha, diluindo nossa pequena conversa depois do repentino beijo.

Já não esperei tempo demais por ela? Deveria desistir dos meus sentimentos? Pararia de lutar por esse amor e começasse a me dedicar mais pelo nosso filho? Ou não?

O que eu poderia fazer? Eram tantas perguntas, dúvidas e tantas escolhas... Mas eu estava completamente perdido, só o que eu poderia fazer era esperar o tempo da Bella...

Pov. Bella

Meu Deus, o que foi aquele momento? Eu e Edward tínhamos nos beijado e ainda mais, não conseguia parar de pensar nos seus lábios prensados sobre os meus. Será que poderia acontecer algo mais? Ou não?

– Bells – sai dos meus pensamentos ouvindo Edward me chamar – É a nossa vez.

– Ah, sim – disse e nos levantamos para ir ao consultório da minha médica.

– Tudo bem? – perguntou Edward tocando meu ombro.

– Sim, está. Só pensando em algumas coisas – disse e ele sorriu de leve.

– Quer falar sobre isso? – perguntou ele e balancei a cabeça em negação. Ele assentiu entendendo que aquele não era o momento para falarmos sobre o que aconteceu hoje cedo.

Chegamos ao consultório e logo entramos. Dra. Heidi nos recebeu com sorrisos e cumprimentos, como sempre ela faz quando venho para fazer meu pré-natal.

– Olha só, o papai veio junto. Deve estar ansioso para ver o bebê – disse ela cumprimentando Edward e ele sorriu em forma de educação.

– Ansioso até demais – disse ele.

– Então, vamos nos sentar e conversar um pouquinho – disse a doutora e nos sentamos. Dra. Heidi se sentou logo depois e começamos a falar sobre o normal – Todo mês é importante que eu repasse sobre os cuidados na gestação e mudará um pouco quando se aproximar do parto. Espero que esteja seguindo corretamente o que te receitei, Bella.

– Estou sim, Dra. Tudo conforme você me passou desde a primeira consulta – disse.

– Ótimo – disse ela sorrindo e mandando sinal de positivo – Agora, vamos para a nossa ultrassonografia, porque estou percebendo a ansiedade do papai aqui – Edward sorriu e olhou para mim.

[...]

– Pelo que eu vejo aqui, o bebê de vocês está ótimo e se desenvolvendo bem. Não há nenhuma deficiência, tudo perfeito e ele está crescendo com bastante saúde – disse a Dra. Edward não tirou os olhos um minuto da tela e era só sorrisos.

– Isso é perfeito. Quer dizer que o nosso bebê virá ao mundo cheio de saúde – disse ele.

– Amém, papai – disse a doutora e rimos – Agora, se limpe Bella. Vou deixar vocês sozinhos, enquanto pedirei para imprimir sua ultra – Heidi desligou os aparelhos e saiu. Limpei minha barriga com a toalha que Edward me estendeu e ficamos naquele silêncio por uns minutos.

O que falaríamos agora? Poderia eu tocar naquele assunto do beijo? Ou esperaria até chegar em casa?

– Só de saber que está tudo bem com você e o nosso filho, me sinto feliz – disse ele e sorri colocando uma mão em meu ventre.

– Eu também. Ele vai nascer saudável e perfeito – disse e foi a vez dele sorrir – Vem aqui, me ajuda a descer da maca – e assim ele fez. Acariciei o seu rosto e o puxei para um abraço.

– Eu amo você – disse ele com a voz embargada. Fechei meus olhos, permitindo cair algumas lágrimas e meu coração falhou uma batida ao escutar aquela confissão. Foi então que seus braços se afrouxaram da minha cintura e pela segunda vez nossos lábios se encontraram.