Ruína escrita por Aislyn


Capítulo 1
Flamma Vitae




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Eu estava caminhando por um beco escuro, não sabia ainda qual força havia me levado para aquele lugar em Tóquio, porém, era mais forte do que eu. Já não fazia mais parte de minha missão continuar na Terra, eu deveria voltar ao Reino dos Céus, entretanto, transgredi uma ordem pela primeira vez. Pensei que o esgotamento de energia por conta da última batalha contra um demônio havia afetado a minha percepção, meus olhos percorreram aquele local, até que finalmente avistei algo que merecesse atenção. Havia um jovem estendido no chão ao lado de uma caçamba, me aproximei e confesso que aquela visão me incomodou. Não sei explicar o que senti, mas parecia que eu quase experimentaria a sensação humana de desespero. Me abaixei e toquei no rosto dele, seria até ironia a comparação, mas parecia que ele dormia feito um anjo. O véu de Thanatos o havia tocado, sua pele gélida indicava que a morte acontecera há um certo tempo. Estava com o peito nu, uma garrafa de bebida na mão direita e um papel amassado na outra. Eu não queria profanar o corpo dele, contudo, fui tomada pela vontade e saber o que era o papel, então, abri com cuidado seus dedos já endurecidos e peguei. Ao desamassar, confesso que senti uma dor estranha no âmago de minha alma. As palavras tortas, totalmente fora de alinhamento diziam “Tentei escrever a última canção, alguém um dia encontrará”. Depois de um longo espaçamento havia apenas mais uma frase... “Alguém salve minha alma.”
Procurei por algo no corpo dele que indicasse a causa da morte, mas não havia nada aparente, então, toquei em sua testa para tentar visualizar suas últimas memórias. Enxergava aquele pobre jovem diante de um piano, olhando fixamente enquanto bebia uma garrafa de Whisky. Não havia nada além de tristeza dentro dele, desesperança e ele sabia que sucumbiria naquela noite. Clamava para que a dor da morte não fosse tão intensa, que o veneno que havia colocado naquela garrafa fizesse seu coração parar de uma vez só. Então, ele se levantou, rasgou uma folha de caderno que estava sobre uma mesa e saiu pela rua vagando por entre a multidão que o ignorava, até que próximo do beco começou a cambalear, a visão ficou turva. Conseguiu dar mais alguns passos, sentiu um calor insuportável e livrou-se da camisa. Já não aguentava mais ficar em pé, sequer conseguia respirar e assim, rendeu-se ao toque da morte que roubava-lhe por fim o pouco que restava de sua vida.
Eu não conseguia mover um músculo, abri os olhos e ele continuava ali, os olhos abertos esperando por alguém que os fecharia para a eternidade... O problema era que eu não consegui fazer aquilo. Olhei para dentro daqueles olhos negros, havia uma súplica neles que me tocava profundamente, o coração daquele meu corpo em forma humana batia rapidamente como em resposta ao que minha verdadeira essência estava sentindo. Não era a hora dele, o fio invisível de sua vida ainda tinha muito o que ser tecido, então, como era possível que ele tivesse morrido ainda assim, indo contra o seu destino? Eu já tinha a resposta, só me incomodava o fato de eu não saber se aquela era a vontade Divina, ou se era a minha própria vontade. Eu ainda precisava entender o que aquele jovem tinha que atraía diretamente a minha alma para ele, mesmo morto.
Não era incomum um anjo se sentir atraído pela história de um humano, sobretudo quando era designado para guarda-lo, só que eu não sou um Anjo da Guarda... Eu sou da classe dos Arcanjos, uma guerreira que combatia as forças das trevas na Terra quando necessário e cuidava especialmente de demônios mais poderosos.
Não sei em que momento exatamente eu tomei a decisão que mudaria a minha existência, tudo o que sei é que toquei no peito dele à altura do coração e concentrei tudo o que restava de energia em meu corpo na palma da minha mão, fazendo com que uma luz intensa se formasse e envolvesse a nós dois.

– Flamma Vitae...

Quando senti que seu coração tornou a bater, eu vi que tudo escureceu ao meu redor e não lembro de mais nada daquele momento.
Acordei em uma cama confortável, a luz do astro rei transpassava as cortinas brancas e tocavam em cheio meu rosto. Minha mente estava confusa, tentava recordar o que acontecera na noite passada, contudo, só lembrava da loucura que eu havia cometido. Ergui o corpo e olhei para os lados, as paredes estavam repletas de discos emoldurados, alguns dourados, outros platinados. Também havia uma guitarra na parede, além de alguns troféus em prateleiras. Ainda me sentia fraca, tanto que não conseguia assumir minha forma celestial e pelo jeito, ficaria presa à forma humana por um longo tempo.
Quando me levantei e abri a porta, caminhei por um corredor e vi algo familiar, era o piano da memória daquele jovem. Eu estava na casa dele!
Um aroma de comida podia ser sentido ali e naquele corpo humano, era difícil ignorar. Fui até a cozinha e a surpresa foi imensa, aquele jovem estava lá em pé, cozinhando tranquilamente. Ele virou para a minha direção, seus olhos chocaram-se com os meus, fazendo com que eu perdesse o equilíbrio. Era o olhar mais incrível que eu já vira, não estava entendo que acontecia comigo, mas eu não conseguia reagir. Ele desligou o fogo e se aproximou de mim rapidamente, a preocupação em seu rosto era nítida. Quando ele segurou em minha mão e apertou, abriu um sorriso perfeito, então, ouvi sua voz angélica pela primeira vez.

– Bom dia, moça estranha... Acho que bebemos muito na noite passada, né?

– Você não lembra... – Eu não sabia o que falaria exatamente, então, pensei e continuei. – Quer dizer, acho que eu também não lembro...

– Olha, é a primeira vez, eu juro, que acordo de uma bebedeira num beco com alguém ao meu lado... Me perdoe por ter arrastado você nessa – falou ele cabisbaixo. – Eu devo ter perdido a razão e me aproveitei da situação, apesar de não lembrar.

– Você não fez nada, eu só lembro de ter enchido a cara e caminhado sem rumo até aquele beco – improvisei, não podia falar nada nem perto da verdade. – Aí depois vi você lá caído, tentei chama-lo e acho que apaguei.

– Que alívio – ele deu um suspiro e coçou a cabeça. – Bem, achei que era mais seguro trazer você até aqui. Aliás, qual seu nome?

– Konayuki – respondi sorrindo. Precisava inventar um sobrenome, nunca tinha pensando em um por viver mudando de aparência de acordo com a missão, por coincidência o nome que me deram no paraíso era japonês. E ainda por cima, eu não tive forças para ter modificado a aparência na noite anterior, mostrando-me como eu era realmente, apesar de não ostentar o mesmo brilho que um celestial possuía quando transformado. – E o seu?

– Seiji Kikuchi, é um prazer! – Ele fez uma reverência e voltou para o fogão. – Sente à mesa, vou servir nosso café da manhã. Pela primeira vez não fiquei com ressaca, mas pelo sim e pelo não, prefiro forrar o estômago antes da bebida me chamar e falar mais alto que minha razão.

Eu me sentei e reparei que ele falava com um ar melancólico, seu olhar era triste lá no fundo e mesmo sem forçar, eu conseguia enxergar a profundeza do abismo onde ele estava imerso. Eu pude trazê-lo de volta à vida, entretanto, não tive como livrá-lo de todas as coisas ruins que sentia. Creio que fazer com que ele se salvasse também das próprias trevas estava além do meu alcance naquela noite, ou talvez, eu tivesse que fazer isso de outro jeito. Ele serviu um singelo café da manhã, porém, eu estava mais preocupada com o que aconteceria dali por diante, do que em comer. Tentei me esforçar para parecer natural diante dele, então, provei um pouco do Gohan, Missoshiru, umas torradinhas e chá verde. Realmente estava delicioso, então, comi com satisfação, apesar de pensar em mil coisas enquanto isso.

– Você cozinha muito bem, tudo está maravilhoso.

– Um homem que mora sozinho precisa aprender a se virar um pouco – ele se esforçou para sorrir, parecia que nós dois estávamos tentando aparentar algo que não éramos. Podia jurar que ele se policiava para não transparecer ainda mais sua tristeza. – Você está bem?

– Estou sim, agora que comi, me sinto muito bem! E você?

– Também estou – ele assentiu e voltou a comer. – Posso leva-la até sua casa, se quiser...

– Não é necessário, eu posso ir sozinha... Você precisa descansar.

– Eu insisto, assim, me distraio e não penso em bobagens...

– Que bobagens? – Perguntei preocupada, queria muito que Seiji se abrisse comigo.

– Não vou importunar você falando de mim... Na verdade, ninguém merece ouvir histórias tão egoístas.

Ele se levantou e caminhou até a sacada na sala, o apartamento dele era imenso, tudo muito bem mobiliado e equipado. Não parecia uma vida muito difícil para quem não se importava em olhar mais a fundo. Tomei coragem para ir até ele e me sentei no parapeito, olhando para seu rosto. Seiji tinha uma beleza que chamava a minha atenção, um rosto limpo, de traços perfeitos e bem desenhados. Os cabelos curtos e repicados, com uma franja que caía por sobre seus olhos meigos. Tinha um corpo bem comum, nem alto e nem baixo, um corpo atlético, com músculos nos braços bem talhados, provavelmente por conta de anos tocando guitarra. Talvez não fosse o tipo que toda mulher sonhasse, contudo, ele deveria arrancar suspiros de muitas mesmo assim.

– Eu gosto de ouvir histórias egoístas – tentei retomar o assunto. – Nosso encontro não deve ter sido por um acaso, quem sabe eu seja alguém que surgiu em sua vida para ao menos oferecer os ouvidos nesse instante e quem sabe um ombro amigo.

– Certo, eu vou me abrir com você, mas só se descer daí... Não tem medo de altura?

– Eu não tenho medo de nada – desci rapidamente e fui atrás dele até a sala, me sentando ao seu lado no sofá. – Pode falar...

– Achei estranho você não me conhecer, mas deve ser melhor assim – ele suspirou e continuou. – Eu tenho tudo o que um homem sonha... Dinheiro, fama, todas as mulheres que eu desejar e também, talento para a música. Já perdi as contas de quantos sucessos emplaquei, de quantos shows já fiz e não me lembro de um sequer que o público não tenha gostado. Tenho amigos, uma família bacana que mora em outro país, creio que não posso me queixar de absolutamente nada...

Ele curvou o corpo e se apoiou em suas coxas, olhando para o chão. Naquele instante senti que havia algo na aura dele que mudara, ouvi sua voz saindo baixinha, a respiração ofegante. Seiji estava chorando e eu fiquei sem ação, nunca havia consolado um humano e não sabia lidar com aquilo. O pior de tudo era a condição em que eu me encontrava, se tivesse recuperado minhas forças, poderia acalmá-lo com um toque. Pensei por segundos que duraram uma eternidade no que fazer e num impulso, eu o puxei e o abracei forte. Achei que ele poderia recuar, todavia, senti a cabeça dele pesar em meu ombro, sua respiração forte no meu pescoço e por fim, seus braços retribuindo com força aquele abraço. Há quanto tempo ele estava precisando daquilo? Doía imaginar que talvez ele tivesse procurado um abraço que o consolasse em muitas pessoas e que ninguém fora capaz de fazer o mínimo.
As pessoas são egoístas no mundo terreno, têm a péssima mania de minimizar os problemas dos outros e exaltar os seus... Não conseguem olhar para o lado, mas por qual motivo o fariam também? É muito mais fácil olhar apenas para si próprios. O mundo era egoísta, e altruísmo era algo que se via em poucos.
Com um certo receio, toquei nos cabelos macios dele e acariciei sua cabeça, queria que ele se sentisse um pouco melhor. Eu sabia tudo sobre batalhas, armas e sobre o caminho arcano, contudo, pouco entendia sobre sentimentos humanos. Era capaz de destruir um demônio milenar, entretanto, não sabia o que dizer numa situação como aquela.

– Hey... Você não está sozinho. Eu acredito em você, acredito em qualquer coisa que estiver sentindo nesse momento. Não minimize seus problemas e não permita que ninguém faça isso também.

– Eu sinto um vazio tão grande dentro de mim... Nada, nada, absolutamente nada preenche... – Ele falava em meio a soluços. – Deveria ser tudo tão colorido na minha vida, mas só vejo escuridão. Consigo colocar tudo o que sinto em pedaços de papel, mas não consigo fazer mais do que isso... Eu tento fugir, corro o quanto posso, só que acabo caindo sempre no mesmo tortuoso caminho. Então, eu queimo os papéis achando que com isso, tudo o que sinto também se tornará cinzas, só que não acontece! Um vento gélido teima sempre em soprar contra mim, não sei se é castigo, mas ele faz com que as cinzas das minhas mágoas acabem sobrevoando a minha cabeça o tempo todo, assolando meus pensamentos... Minhas próprias palavras me consomem. Mesmo que virem cinzas elas me consomem... E se eu não as coloco para fora, ainda assim me consomem... De dentro para fora! Não aguento mais isso, viver num círculo, todo dia tudo volta a se repetir... A única coisa que muda é o vazio... Ele vai se alimentando com meus sentimentos, com a minha dor e ficando maior, tanto que já não suporto mais a imensidão dele. Ele está pronto para me engolir e eu já me resignei.

O que ele dizia era tão confuso para mim, parecia que eu não era capaz de entender que tipo de mal poderia acometer um ser daquela forma tão cruel. Eu só conseguia sentir a mesma dor que ele e conforme ele apertava meu corpo contra o dele naquele abraço e sua voz ecoava em meu ouvido, eu quase podia sentir o vazio que ele tinha dentro de si. Era desesperador, as palavras dele martelavam na minha mente, tentavam fazer sentido.

– Não existe nada mesmo nesse mundo que faça com que isso tudo ao menos amenize?

– Drogas... Bebidas... Ambas misturadas. – Ele encostou a testa na minha, senti sua respiração em meu rosto. – Só que, tudo volta a me devastar no dia seguinte – sussurrou. – Então, eu torno a usar e beber, esperando que se um dia meu sangue se fundir totalmente com tais substâncias, tudo vá passar.

– Você não percebe que assim só vai abreviar sua vida? Acha que uma dádiva tão bela pode ser desperdiçada assim?

– Não acho que a vida seja uma dádiva – ele tornou a sussurrar, desta vez, com os lábios quase tocando os meus. – Todos que eu amo me abandonaram... Tudo o que eu toco é destruído. A única chama que se mantém acesa é a música que faço, porém, até isso eu sinto que logo vai se apagar.

– Você não pode deixar apagar...

Eu ainda não sabia em que tipo de campo de batalha eu estava adentrando, tinha plena consciência que em todos encontraria armadilhas e não houve um momento em que não tive uma estratégia, exceto naquele. O que ele estava fazendo? Seus lábios por fim tocaram os meus, ele os entreabriu e sua língua quente pediu passagem, fazendo com que tudo ao meu redor parecesse se dissolver quando tocou a minha. Que sensação era aquela? Eu podia flutuar com os olhos fechados e não estava com as asas abertas, tampouco podia usá-las... Meu corpo estava leve, até a minha alma. Segui um instinto que eu não sabia que tinha, logo, minha língua estava acompanhando os movimentos da dele. Meu coração humano batia num ritmo tão frenético, meu corpo parecia querer seguir aquela batida, movendo-se de forma involuntária, as mãos apertando o pescoço dele, as defesas invisíveis se quebrando, me deixando completamente aberta e vulnerável a qualquer coisa que pudesse acontecer. Minha mente estava fora dali e de repente eu senti que podia penetrar no abismo profundo que era o interior dele, conseguindo compartilhar o que ele sentia. Era horrível, parecia que eu estava em queda livre, não havia um ponto sequer de luz, tudo dentro dele estava em trevas, tão tangível que me sufocava.
Tentei voltar a mim, foi difícil, ele clamava por libertação enquanto me beijava, parecia saber que conseguiria dividir comigo suas angústias e afins em absoluto. Por um instante consegui sentir uma parcela do meu poder voltando, então, tentei absorver um pouco que fosse de seu vazio... Assim, uma centelha de luz pareceu ter surgido dentro dele, e sei que ele sentiu. Seu beijo se tornou mais e mais intenso, eu tentava acompanha-lo, abraça-lo o mais forte que aquele meu corpo frágil conseguia. Estava já sem ar, uma necessidade para aquela condição, abri os olhos e me afastei um pouco.
Ele me olhou sem jeito, em seguida, sorriu de uma forma encantadora, quase divina. Seu olhar traduzia o que ele estava sentindo, eu tinha certeza de que de alguma forma, havia brotado um pouco de esperança em seu interior.

– Você me trouxe alguma paz em apenas um ou dois minutos... Seria você uma espécie de anjo que enviaram para me salvar? – Ele deitou a cabeça em minhas pernas e ficou me olhado como se esperasse realmente que eu tivesse aquela resposta.

– Seiji, você acredita em anjos?

– Talvez... Quem sabe você não seja um por detrás dessa bela mulher?

Ali eu soube o motivo de tantos celestiais caírem ou então cometerem tantas transgressões. Era simplesmente impossível ficar alheia a ele... Assim como já ouvi de tantos irmãos a mesma afirmação sobre outros humanos. O tempo todo, aqueles que eram designados para guarda se afeiçoavam aos seus protegidos, entretanto, era mais do que proibido qualquer tipo de relação. Um humano não poderia jamais saber da nossa existência e se algum de nós quebrasse tal regra, seria condenado à Queda se descoberto.
Eu desejava mostrar quem eu era de verdade, deixar com que ele visse através da minha alma tudo o que eu havia vivido. Pensar daquele jeito estava ficando perigoso, eu precisava ir embora e deixa-lo seguir seu caminho.

– Infelizmente eu preciso ir... Adorei conhecer você – ele viu que eu estava para me levantar e ergueu seu corpo. Eu não conseguia olhá-lo. – Obrigada por tudo.

– Você está agradecendo quando na verdade, sou eu quem deve agradecer... Não sei o que você fez em mim, só sei que eu poderia beijá-la para sempre.

– Eu juro que gostaria de ficar para sempre, mas não é possível. Me perdoe...

– Konayuki – ele mudou o tom de sua voz, chamou pelo meu nome seriamente. – Eu disse ou fiz algo que incomodou você? Parece que sempre quando encontro um pouco de luz, ela logo se extingue...

– Você não fez nada, Seiji... O problema sou eu – dei alguns passos e fiquei de costas para ele. Doía muito ter que deixa-lo e eu nem sabia o porquê! O conhecia há menos de um dia, bem menos e parecia que ele já fazia parte da minha existência.

– Eu já ouvi mil vezes isso... O problema nunca sou eu – lamentou ele. – Mesmo assim, obrigado.

Com muito pesar fui em direção à porta e quando ele a bateu com força, senti que um pedaço vital de mim ficou para trás.


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Notas finais do capítulo

Se alguém quiser ouvir a música que inspirou o nome da personagem...

https://www.youtube.com/watch?v=Rl2Fz4FcCWY ;)



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