Amnésia! É a única coisa que eu definitivamente consigo pensar. Não é como se você deletasse algo da sua mente, é simplesmente não ter existido nada nela. É como se você acabasse de nascer, só que você acabou de nascer raciocinando. Acho que ter amnésia é melhor do que você ter mil e umas perguntas sendo que as suas respontas só vão em direção a uma única pessoa... Sammy.

Abri meus olhos, a luz me cegou imediatamente. Fiquei piscando até conseguir definir aonde eu estava, era um quarto todo branco, eu estava no hospital. Levantei minha mão, mas algo a impedia de encostar em meu rosto. Olhei meu braço... Uma agulha estava injetada nele, segurei a tentação de não arrancar a droga da agulha do meu querido braço totalmente branco, e para piorar eu recebia soro por um fio.Tirei minha visão do braço.

Mike estava na minha na minha frente, deitado em um sofá, ele usava uma jaqueta velha que eu nunca tinha visto antes. Ouvi a porta sendo aberta, Sammy entrou no quarto e pareceu se assustar comigo acordada.

–Que bom que você acordou. -Disse ele em um tom baixo.

–Pode falar normal, ele nem acorda com o despertador. -Falei enquanto o olhava se aproximar de mim. -Como vim parar aqui? Lembro... Apenas de alguém me empurrar da janela, depois alguém me puxou para dentro do meu quarto. A ultima coisa que eu lembro era de sangue, muito sangue. -Eu me esforçava o máximo para tentar lembrar, mas ele nem parecia ligar. Como se já soubesse de tudo o que tinha acontecido.

San me encarou por alguns minutos, sem dizer absolutamente nada. O que já estava me assustando, por que ele falava mais do que a boca.

–Eu sei, eu te achei no seu quarto. E você estava do mesmo jeito de sempre... -Ele afastou uma mexa do meu cabelo e fez o que eu menos esperava que ele iria fazer. Sammy me beijou, um beijo calmo no começo e muito carinhoso. Coloquei minha mão na nuca dele, não queria beija-lo,mas meu corpo não me obedecia, a minha língua não me obedecia! -Irresistível. -Falou ele por fim, me encarando com aqueles olhos pratas, tanto cinza como prata. Os mesmos olhos que fizeram eu me apaixonar por ele.

–Achei que você fosse amaldiçoado. -Falei com um meio sorriso.

–É eu também me enganei. -Disse Mike fazendo San dar um pulo para trás. -Achei que vocês só fossem amigos.

–An... Oi Mike. -Falei colocando uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha.

Parecia que Sammy estava em estado de choque.

–Bem... Já que você dormiu durante uma semana vou te deixar a apar das informações. Antes que vocês comecem a se beijar novamente. -Resmungou ele. -Meu pai ligou e disse que volta amanhã, não disse nada sobre o acidente da janela, porque nem eu entendi ainda. Sua mãe ligou... -Só a palavra "mãe" fazia eu surtar do coração. -...ela está bem, queria falar com você, só que a ligação caiu. Jonas também ligou, ele vem para a cidade na sexta. E outra coisa, suas aulas começam na semana que vem. E agora eu vou encontrar a Cassy, tchau. -Ele saiu pela porta como se tivesse chateado.

Conti as lágrimas, só porque minha mãe me liga eu resolvo desmaiar. Eu não odeio ela, só odeio o fato dela ter me deixado.

–Pensa positivo, ela te ligo. -San disse como se lesse meus pensamentos.

–Eu tenho perguntas. E preciso que sejam respondidas e por algum motivo eu acho que você tem as respostas.

–É bem... Eu tenho, só que vamos conversar isso quando você tiver alta.

–Não, não e não. Se você não me contar, nem alta eu vou ter. Pode começa a fala.

–Olha aqui mandona. -San esboçou um sorriso, um sorriso de anjo. -O que eu tenho para te falar é um pouco sério de mais para ser falado em um hospital. E acho que você não vai acreditar.

–Tenta. Eu acredito em muita coisa que não deveria acreditar.

–Ta. Eu sou... Não dá para falar com você me olhando assim.

Franzi a testa. -Quer que eu façe o que?! Feche os olhos?!

San me olhou como se eu tivesse dado uma ideia. Revirei os olhos e então os fechei.

–Olha isso sando da minha boca é mais idiota do que parece. Então...

–Desembucha. -Falei abrindo os olhos devagar.

–Eu sou o seu anjo da guarda.

"Enquanto ele dizia a verdade, o mundo inteiro se tornava em puro ódio! Como as coisas podem mudar por uma simples ação."