Mesmo com as dúvidas que estavam perambulando a mente da húngara, o tempo passava normalmente (até um pouco mais veloz), com isso coisas foram acontecendo, como: o aumento da amizade entre a garota e o romeno, e inúmeras cartas mandadas por sua mãe e pelo adorável austríaco. Logo, num piscar de olhos, as férias de fim de ano chegaram, e com isso todos os alunos voltavam para suas casas, alguns eram buscados pelos pais, outros voltavam sozinhos nos transportes que a própria escola oferecia para essa viagem, este era o caso de Lizzy.
A morena iria para seu país de avião, e no aeroporto sua mãe a levaria de volta para o conforto da tão familiar sala de estar, que estaria aconchegante, devido a lareira acesa, e toda decorada para o natal. É nesse clima onde ela escutaria as histórias natalinas de sua avó, que vinha do interior só para passar o feriado com sua netinha, comeria deliciosos doces e tomaria chocolate quente enrolada em uma coberta apenas vendo da janela a neve caindo do lado de fora, mas agora acrescentaria uma nova "tradição" na sua lista, esta seria: estar junto de seu amigo estrangeiro e contar com mais detalhes tudo o que já havia escrito nas correspondências, entre outras coisas que pensaria durante o trajeto de volta.
Por falar nisso, numa das conversas com o romeno, ela descobriu que ambos iriam partir no mesmo vôo por serem de países vizinhos!
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Finalmente chegou o dia da partida, todos os alunos que iriam embora sozinhos estavam aguardando os seus vôos no aeroporto que o colégio possuía (sim, lá tinha um). Todas as antigas habitantes do quarto 398B (com exceção de Yekaterina, que já tinha embarcado junto com seu irmão) estavam conversando e distraindo-se enquanto aguardavam serem chamadas para entrar nas respectivas aeronaves que as levaria até seus destinos.
A belga e a francesa dividiriam o vôo com Francis e Antônio. Já Gilbert, este foi buscado por sua família mais cedo, o que fez a húngara agradecer mentalmente os pais do albino por não ter de aturá-lo até o embarque de um dos dois.
Tudo estava correndo bem até que uma aeromoça chega falando os nomes dos próximos passageiros a viajar, e Liz estava entre eles. Depois das despedidas demoradas, a húngara foi em direção ao seu vôo.
***
– Então Liz, ansiosa para voltar pra casa? - perguntou Vladimir, a morena e ele combinaram de sentar juntos durante o trajeto.
– Estou um pouco... Mal posso esperar para rever a minha mãe e o Roddy! E você? Não consegue parar de mexer os dedos nem por um segundo sequer!
– Estou bastante ansioso!! Afinal vai ser a primeira vez que vou ver o meu irmãozinho!!! - exclamou o romeno com um sorriso de orelha-a-orelha.
– Jura?! Não sabia que você tinha um irmão! Qual é o nome dele?
– O nome dele é Aurel! Só que ele ainda é muito pequenininho...
– Tudo bem, mesmo assim, acho que vocês dois vão se divertir muito! E como você vai passar o Natal e o Ano Novo?
– Bem, vai ser normal... Tirando a parte em que o vovô conta algumas histórias de vampiros... - após dito isso ambos começaram a gargalhar como se não houvesse amanhã, quando se acalmaram, a garota contou como comemoraria as festas de fim de ano, logo depois, vencidos pelo cansaço, acabaram dormindo pelo resto do caminho, e só foram acordar quando o avião chegou no aeroporto de Budapeste, avisando assim, que uma certa húngara chegou em casa.
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Finalmente o tão esperado dia 25 de dezembro havia chegado, e na casa das Héderváry o clima natalino podia ser sentido a quilômetros dali, com luzinhas piscantes decorando o lado de fora da moradia e o lindo jardim de rosas, camélias e alguns poucos gerânios, entre outras plantas (que na época estavam um tanto cobertas de neve), sem falar do incrível aroma dos doces típicos do feriado!! Estava tudo perfeito, nada podia estar melhor! Todos extremamente felizes.
Inclusive, um pouco mais tarde naquele dia, um conhecido austríaco apareceu na porta daquela alegre casa com um colorido e maravilhoso embrulho nas mãos.
– Oi Roddy, feliz natal! - disse Lizzy com um sorriso quando abriu a porta, abraçando o moreno - Senti tanta a sua falta lá naquela "escola"!
– Feliz natal, Liz!! - falou o austríaco retribuindo o gesto - Também senti sua falta e muito!
– Ei, o que você tem aí dentro dessa caixinha linda?
– É o seu presente de natal... - respondeu o garoto timidamente.
– Pra mim! E o que é?
– Abra e descubra, é assim que funciona! Até parece que esqueceu...
Com isso, a morena abriu seu presente rapidamente deparando-se com duas presilhas, uma com formato de floco de neve e a outra com formato de sua flor preferida: camélia.
– Roddy isso é lindo, obrigada! - disse a húngara maravilhada pendendo o floco de neve em seus cachos castanhos - Vou usar este aqui!
– Tudo bem, ele fique bonito em você. - disse um pouco corado.
– Vamos, entre, assim posso te dar o seu presente de natal!
E assim foram os dois porta a dentro, Roddy ganhou uma caixinha de música, os dois amigos colocaram a conversa em dia e comeram muito! Aquele com certeza foi o melhor natal de ambos!!
***
Como época de final de ano é uma correria, a véspera da virada do ano chegou como um raio.
Estava próximo das 22 horas, quando o austríaco e a húngara junto de suas famílias saíram de suas casas e dirigiram-se até uma das praças mais movimentadas da capital para assistir a queima de fogos, mesmo com todo o frio que estava fazendo.
Apesar de chegarem um demasiado cedo, já haviam muitas pessoas no lugar.
Depois de escolherem um bom local para ver o espetáculo pirotécnico e esperem um pouco, finalmente a contagem regressiva havia começado.
5
4
3
2
1
FELIZ ANO NOVO!!!!!
O céu que antes estava escuro, agora era iluminado por milhares de luzes coloridas com formatos, tamanhos e sons por completo.
– Feliz ano novo, Roddy!! - gritou a morena para o garoto, mas o barulho era tanto que quase este não a escutou.
Dentre tanto alvoroço a garota não conseguiu notar que o moreno ( um tanto vermelho) se aproximava cautelosamente, mas quando o fez, este havia depositado um pequeno beijo em sua bochecha, fazendo-a corar violentamente.
– Feliz ano novo, Liz! - cochichou o austríaco em resposta.