“Deixo as mulheres belas para os homens sem imaginação.” Marcel Proust


Depois...

A - Quero olhar para o seu corpo Betty!



B – Ai, não Doctor!

A – Mas, porquê Betty?!! O seu corpo é lindo e me agrada muito! E desde a nossa primeira noite, se você quer saber... ( Ah! malandro! é verdade, sabes a geografia)

B – Como assim, se a luz estava apagada?! (Tão bobinha ela...)

A (com o sorriso maroto de garoto flagrado) – Ah, Betty, mi Betty! Existem coisas que não precisam ver “vistas” com os olhos, se é que me entendes



B (levemente ruborizada, porém maliciosa) – Eu sei Doctor, eu também pude primeiro “ver” o seu corpo e depois “olhá-lo”, se é que me entendes... (Ah! malandrona, não iria perder tal chance!).

Era essa mescla de inocência e malícia nela que o deixava louco. Definitivamente, nunca conhecera (e duvidava mesmo que existisse) outra mulher como Betty.

Por fim, ele afasta o lençol e pode contemplar aquele corpo adorado, tantas vezes sonhado, desejado... E só agora, sem pressa e sem barreiras, pode descobrir e explorar o seu reino de paz, finalmente reconquistado! Mas, desta vez, é a sua boca ávida que quer sentir o gosto daquele corpo nos seus lugares mais escondidos e misteriosos,,, Começa a beijar lentamente o corpo dela, os ombros, o pescoço, a nuca, as costas os braços, os seios, vai descendo até o ventre e ela se encolhe um pouco, sabe onde ele quer e vai chegar! Ela também anseia por isso, é como o último obstáculo a ser vencido. Ele, por sua vez, não tem pressa, já agora ninguém mais vai tentar “roubar” o seu tesouro ou invadir o seu império, a sua mina preciosa... Volta a beijar-lhe ternamente o ventre, os pezinhos delicados, os quadris, atrás dos joelhos, entre as coxas... Betty está de olhos fechados, não pertence mais a esse mundo... Finalmente se abre para a boca impaciente daquele homem que lhe é tão conhecido e tão estranho ao mesmo tempo... Sim, esse reencontro tramado pelo acaso, pelo destino, ou seja lá o que for, pede nada menos que a entrega total.

Armando está surpreso e maravilhado com toda aquela suavidade de seda e o gosto adocicado da sua Betty ... Mais parece uma anêmona do mar, se abrindo e fechando ao menor toque da sua boca, das suas mãos ...

De repente, ela para de gemer e afasta a cabeça dele, cravando os olhos nos dele de um jeito que ele nunca vira antes...