Um dia perfeito para um casamento. Tarde de primavera, clima agradável e o cheiro das flores de cerejeira invadiam a igreja.

            Eu não me sentia mal. Queria que eles fossem felizes, do fundo do meu coração. Sabia que nutrir aquele sentimento, que apareceu de relance, não me faria bem. Cortei o mal pela raiz.

            Ela estava linda. Sorrindo como nunca a vi sorrir antes. Com certeza, era o dia mais feliz de toda sua vida. Ele, olhava-a com ternura, como se querendo protege-la. Sorria também, mas não aquele sorriso bobo que eu estava tão acostumada a ver no rosto do meu amigo. Era mais suave e, sim, apaixonado.

            Quando finalmente as coisas se acalmaram aqui na vila, ele tomou sua decisão. Não a amava, mas disse-me que poderiam construir um amor. E construíram. Acho que Naruto nunca amou ninguém na vida como estava amando Hinata. Nem a mim, quando éramos mais jovens.

Flash back on

            - Acho que não poderia fugir dessa conversa para sempre, não ? – disse ele, mal tocando seu lámen. Eu estava realmente impressionada com tanto que ele mudara, crescera e amadurecera, sem deixar de lado o velho Naruto – Ultimamente venho pensando muito nisso, apesar de, bem no fundo, já saber da resposta desde o começo. – ele me encarou, olhando bem no fundo dos meus olhos e sorrindo, deixando a mostra todos os seus dentes – Sabe, Sakura-chan, eu já te amei muito. Amei mesmo, de verdade, mais esse sentimento se acabou, puf!, para dar lugar a uma grande amizade. A Hinata... eu não a amo. Mas tenho certeza que, eu e ela , podemos construir um amor,  como eu tinha certeza que antes você poderia aprender a me amar. Sakura-cham, mas isso aconteceu tarde, não ? E eu peço desculpas se estou ferindo seus sentimentos mas, não podemos ser mais que amigos.

            - Eu te apoio, em todas as suas decisões. Eu, particularmente, não ficaria mais triste ou feliz se sua resposta fosse outra, Naruto.

            - Não fale assim ...

            - É a realidade. Já não existe mais amor dentro de mim. Os dois únicos homens que amei na vida me deixaram. Um, foi-se para sempre e o outro, bem, fico feliz se você estiver feliz. E não digo isso da boca para fora. Estou realmente feliz por você e pela Hinata – e sorri. Não um sorriso forçado, mas de real sinceridade. De repente, deixei de lado todo o amor que podia sentir por aquele homem e transformei, novamente em amizade.

Flash back off

            - Que bom que veio, Sakura ! – Hinata pulou em meu pescoço. Era uma pessoa muito boa e, com certeza estava se sentindo mal. As pessoas não acreditavam que eu realmente tinha deixado pra trás aquele sentimento.

            - Você está linda, Hina ! Meus parabéns ! Ah, e não esqueçam do meu afilhadinho, ta bom ?

            - Não vamos esquecer, pode ter cerza – pareceu mais aliviada depois que eu disse isso. Mas, por mais louco que parecesse, era a mais pura verdade.

            - Bem, fico feliz que a cerimônia tenha terminado antes da minha missão começar. Não é, sr. Hokage ?

            - Sabe bem que fiz questão de replanejar os horários não ? – disse ele, todo sorrisos.

            - Bom, felicidades para vocês. Tenho realmente que ir.

            E fui. Estava sim, feliz pelos dois, por mais que algo doesse em meu peito. Quase que automaticamente, me dirigi ao, o que era antes, clã Uchiha.  Ao local em que eu sempre ia, desde... desde a sua morte. Era reconfortante estar onde seu corpo descansava em paz. E era mais reconfortante saber que morrera para salvar a vila. Para salvar a mim. O grande vingador e frio morreu para salvar a vida de pessoas inocentes.

            Deixei meu ramalhete habitual de rosas amarelas ( que representam meu amor eterno por este homem) e segui para meu novo amor : a medicina ninja. Ela não era Naruto, o homem que me reconfortou nas piores horas de minha vida e a quem eu aprendi a amar. E nem era Sasuke, o homem que amei a minha vida toda e que só descobri ser correspondida quando ele estava em seu leito de morte, mas, sem ela, tenho certeza, eu não teria ocupação na vida e sucumbiria á dor crescente em meu peito.