Holidays of Possible Future Past escrita por Jereffer


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal. Sim, eu estou vivo. E em um lapso de inspiração resolvi fazer essa fanfic, uma "ideia de 10 minutos", então sejam legais =DCaso alguém boie, leiam as notas finais



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Ultear alisou sua blusa com um olhar crítico, os olhos encontrando o reflexo no espelho, enquanto a mente vagava de forma ultra veloz “Nah, eu nem deveria me importar com isso, como se eu me importasse com o que ele pensa”.

– Sabe, se eu fosse você, não me importaria tanto com suas roupas – Brincou Ur piscando seu olho bom. A parte congelada de seu rosto, vestígio de uma tentativa de uso parcial da magia Iced Shell não era tão exatamente sincronizada com a parte normal – Não é como vocês já não tivessem se visto de pijama milhares de vezes.

– Mãe! – brigou ela, um leve traço de cor tingindo seu rosto alvo – Éramos crianças, isso não cont...

O resto da sua frase nunca se concluiu, porque a porta da sala do chalé onde vivam se abriu de forma um tanto brusca. Gray entrou de forma apressada, sacudindo a neve de seus cabelos e usando metade das roupas que usava ao sair um dali alguns dias antes.

Um cigarro á muito apagado se pendurava bravamente em seus lábios, porém esse bravo esforço foi em vão, quando ele abriu os lábios em uma expressão que era metade surpresa, metade sorriso.

– Ora, estamos todos bem vestidos hoje, não? – brincou ele, jogando seu casaco de forma inconsciente no cabideiro – Acho que devíamos ter dia dos namorados todos os dias, pois pela primeira vez em anos vi aquele nudista idiota sem aquelas roupas de palhaço.

Ultear murmurou um “olha quem fala”, enquanto Gray puxava uma cadeira e se sentava com o peito virado para o encosto.

– Bem vindo de volta, Gray – disse Ur com um sorriso maternal, que logo se transformou em uma careta de preocupação – Aconteceu alguma coisa na Fairy Tail? Faz pouco tempo que você foi pra Fiore...

– Ah, esta tudo como sempre – disse ele dando os ombros, recuperando o cigarro caído e jogando ele no lixo – O Natsu continua irritante, a Erza continua forte, a Lucy continua tentando ser forte, aquela garota novata continua esquisita, assim como o tal de Gajeel.

– Então, por que já está de volta? – perguntou Ur curiosa – Se tivesse avisado, teria lhe preparado um chocolate.

Gray riu, colocando uma das mãos em cima da mesa, exibindo seus dedos de gelo. Aquela tentativa em grupo de usar o Iced Shell também lhe rendeu sequelas.

– Acho que já estou um pouco grandinho pra ganhar chocolate no dia dos namorados, sensei – disse ele parecendo sarcástico, mas com um sorriso genuíno – E eu só voltei porquê não ia aguentar a guilda toda falando sobre o Lyon.

O coração de Ultear despencou até o estomago, e voltou pra sua posição original rápido demais.

– Lyon? Você o viu no caminho de volta? Ele saiu muito cedo hoje... – disse ela, tentando soar desinteressada.

– Só de vista, mas fiquei sabendo que ele estava indo pra Fiore, aparentemente, a novata obcecada por magos de gelo conseguiu um encontro com ele - disse Gray, se servindo de uns pães que deviam supostamente enfeitar a mesa – Acho que o nome dela é Jubia... ou talvez seja Juvia. Enfim, ela ficou no meu pé por semanas até descobrir que eu era o aprendiz mais novo.

Ultear sentiu que as borboletas, que até a poucos minutos esvoaçavam em seu estomago, haviam tomado um banho em ácido sulfúrico.

Um silencio apenas ligeiramente desconfortável se prolongou por um tempo, que foi quebrado por um estranho debate não verbal entre Ur e seu aprendiz mais novo. De alguma maneira desconhecida, ele parecia ser capaz de interpretar de forma precisa qualquer olhar vindo dela, tanto do olho de verdade quanto do de gelo.

Gray suspirou.

– Bem, ficar confinado aqui em um dia tão cor-de-rosa é uma droga, vamos dar uma volta no vilarejo? – perguntou ele, pra ninguém em especial, o que fez a mãe de Ultear soltar um risinho.

– Não, obrigado, os boatos sobre eu gostar de jovens garotos já são perniciosos o suficiente sem eu os incentivar – disse ela em um tom bem humorado, antes de se voltar para a própria filha – Mas por que vocês não vão? Está um dia bonito lá fora.

– Se por “bonito” você quiser dizer “branco” – disse Ultear encarando a janela, cujo humor havia murchado como uma flor colocada em uma geladeira – Eu não tenho interesse em...

– Recuperar esses belos chocolates caseiros? – perguntou Gray, girando entre os dedos o pacote que a pouco estava na sua bolsa, que estava aberta apoiada em uma cadeira.

– Ei, como foi que você... – ia perguntando ela, enquanto o mago saía correndo pela porta, o som de uma risada provocativa pairando no ar alguns segundos depois de ele ter cruzado a porta.

– Quando eu o alcançar, vou fazer com que ele sinta saudades do Deliora! – murmurou Ultear, saindo em disparada atrás dele, deixando sua mãe rindo sozinha, aquele riso de quem sabe das coisas.

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Ice Make: Frozen Rose! – gritou Ultear, fazendo com que um gigantesco caule de gelo cheio de espinhos deslizasse pelo chão, agarrando o tornozelo de Gray e o fazendo cair, ainda rindo, no chão congelado. Estava sempre nevando no Continente Norte.

Ultear avançou, pronta pra recuperar os chocolates (que pretendia destruir mais tarde), quando Gray, com uma grande presença de espirito, a puxou para o chão também, fazendo com que ambos rolassem pela neve.

Apesar de irritada, ela teve que soltar um risinho.

– Ok, agora que você já cumpriu a tradição de ser inconveniente em todas as suas visitas, me devolva isso – disse ela, arrancando o chocolate da mão das mãos dele.

– Sabe como é, eu sou um cara de princípios – disse ele, ajeitando sua cruz de prata no pescoço e se levantando – Mas minha inconveniência nos trouxe a um lugar conveniente.

Ele acenou com a cabeça, e ela notou que o havia perseguido até a entrada do vilarejo.

– Já que estamos aqui, vamos tomar alguma coisa quente – disse ela com rapidez, pois não queria que ele sugerisse, pois então seria estranho aceitar.

– Eu estava pensando em algo do tipo – disse Gray, enquanto tateava os bolsos a procura de um cigarro.

– Sabe, você devia parar com isso – Ultear disse, em um tom de quem fala do óbvio. Ao notar que não tinha fogo, Gray suspirou e jogou o cigarro no chão.

– Isso me faz parecer mais perigoso, e meus órgãos internos são congelados, de qualquer maneira – disse ele dando de ombros.

Ultear revirou os olhos, enquanto eles caminhavam até um café irritantemente simpático e insuportavelmente romântico.

Devido aquela temática, ambos acabaram sentados em almofadas em forma de coração, em uma sala tão rosa quanto ela imaginava que o vomito de um unicórnio seria.

Gray soprou seu chocolate quente, que ele segurava com os dedos de gelo sem precisar de nenhum protetor de mãos.

– Ok, agora me diga o que está rolando – disse ele, tomando um gole e fazendo uma careta. Gray detestava coisas quentes – Entre sua roupa legal, sua cara de desilusão, e o encontro do Lyon, eu digo.

Ultear focou os olhos na própria xicara, com uma veia pulsando no pescoço devido a tamanha ousadia daquela pergunta.

– Eu não faço ideia do que você está falando – disse ela em um tom que congelaria o sol.

– Olha, eu tenho uma politica de não se meter na vida de vocês, visto que vocês me salvaram naquele episódio com o Deliora e tudo mais – disse Gray em um tom mais solidário – Mas eu não sou cego. Aprendiz mais velho, filha prodígio... por que não? Vocês estavam saindo?

– Não estávamos saindo... – disse Ultear, se sentindo estranhamente na defensiva perante as afirmações do mago mais novo -... Ainda. Sabe, desde que você entrou para uma guilda, eu e ele passamos bastante tempo juntos, então eu pensei...

– Eu entendo – disse Gray, estranhamente distante – Se quer uma opinião sincera, eu meio que gostava da atenção da novata, até ser trocado como um isqueiro velho.

Ela esperou por algum comentário adicional, pois Gray sempre pintou de si mesmo a imagem de alguém confiante de tudo, mas ele ficou em silencio.

Dessa vez, ela que decidiu o quebrar.

– Bem, um brinde aos solitários mais bonitos do dia dos namorados – disse ela, tentando brincar, entendo sua caneca como se fosse uma taça.

O mago riu, fez o brinde, e retirou um pequeno embrulho do bolso da calça, atualmente única peça de roupa que vestia... (para onde haviam ido todas aquelas outras peças).

– Certo, e um brinde as pessoas que não conseguem notar coisas que estão bem na frente delas – disse ele, empurrando o embrulho pela mesa baixa na diferença dela.

Se Gray tivesse entrado em combustão instantânea ou se transformado em um rato, não teria surpreendido tanto Ultear quanto sua próxima ação.

Ele a beijou na bochecha, e sussurrou:

– Feliz dia dos namorados, Ul....

O sonho se desvaneceu como neblina na mente de Ultear.

Ela estava de volta ao presente, um lugar sombrio, com dragões voando por toda parte e destruição explodindo o mundo em caos.

O ar cheio de gritos de dor. O corpo de Gray com um buraco na cabeça, não muito longe dali, cercado por seus amigos moribundos.

Será que aquele era um efeito malicioso oculto de se usar o Last Ages? Comtemplar um futuro que poderia ter acontecido?

– Se eu não tivesse tão cheia de ódio naquela época – suspirou ela, enquanto sentia seu poder mágico se esvaindo enquanto o tempo regressava – Espero que... ele possa encontrar essa felicidade com que...sonhei

Ultear cuspiu sangue. Alguns segundo depois, tudo acabou.


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Notas finais do capítulo

Sim, essa fanfic se ambienta em meados do capítulo 334-335, durante a "morte" do Gray. Bem romântico, não? Espero que tenham gostado.



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