Línea - Os 10 Anciões escrita por Bryan


Capítulo 7
Cinco Sentidos




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A primavera mal começara e o sol estava baixo o suficiente para acariciar mornamente as escamas de Heskan; aproveitando o aconchego, ele deitava-se na pedra lisa em frente a caverna. Dragan caminhava passivamente de um lado para o outro digerindo a comida. A caminhada ajudava a acelerar o metabolismo e ele precisava estar com as energias renovadas para que a missão pudesse acontecer com êxito.

Alice estava ajeitando o varal da carne seca, tentando não perder de vista as moscas fugazes, pois era sua responsabilidade cuidar da carne. Os pássaros procuravam algumas minhocas, ciscando a terra repetidamente. Alice não interrompeu sua tarefa quando viu que Dragan se dirigia até ela.

Seu cabelo era um ruivo bem claro e seu olho cor de uma que variava num castanho claro e num vermelho escarlate. Seu corpo era um pouco musculoso e bem definido, porém cheio de cicatrizes devido as diversas batalhas. Vestia uma cota de malha que o protegia de danos extremos. Anéis metálicos entrelaçados num camisão, em perneiras e num capuz compõem uma armadura de cota de malha. As cotas oferecem boa proteção, mas são incômodas, portanto reduzem a agilidade.

— Alice, você tem sentido algo diferente desde a ultima vez em que passou mal devido ao fato de estar conectada com Luna?

— Pra falar a verdade, eu estou me sentindo cada vez melhor... Me pergunto onde Luna foi se meter...

— Escute, juro que irei trazer ela de volta, promessa de guerreiro! — Brandou Dragan botando a mão no ombro de Alice, olhando-a firmemente nos olhos.

Alice deu um impulso e abraçou Dragan firmemente.

— Darei o meu melhor hoje. — Disse Alice grudada no abdômen de Dragan.

Alice era baixinha, tinha um metro e cinquenta. Seus cabelos eram loiros dourados e seus olhos azul-marinho. Um toquinho de gente.

— Heskan, Procure um pedaço de madeira. — Ordenou Dragan se afastando da menina e medindo a mesma com os olhos.

— Ah não, esta pedra está tão gostosa! — Disse Heskan rolando de costas com as 4 patas viradas para céu.

— As vezes eu penso em quem é a criança do bando. — Disse Dragan subindo numa árvore próxima e quebrando um galho.

Retirou as folhas e as ramificações extras criando uma espécie de porrete que media uns quarenta centímetros.

— Pronto, usaremos esse galho como representação de uma espada.

— De agora em diante eu sou um guarda imperial e estou indo te atacar, seu trabalho é desviar. Se eu te tocar, vale como uma morte. Vamos ver quantas vezes você consegue evitar de ser morta.

— Mas eu não tenho ideia de como desviar de uma espada. — Disse Alice desorientada.

— Acalme-se pequenina. Quando chegar a hora você terá que ter sangue frio. — Disse Heskan aparecendo de súbito atrás de Alice.

— Como você apareceu atrás de mim? Você estava ali agora pouco! — Perguntou Alice perplexa.

— Se você não quiser desviar de uma espada, terá que aprender a ser sorrateira. — Disse Dragan.

— Mas eu não sirvo para esse tipo de coisa. — Respondeu Alice.

— Você está errada. Sua altura, peso e idade são qualidade perfeitas para alguém que quer passar despercebido. Agora permita-me te explicar o básico quando se trata de não ser reconhecido. — Disse Heskan sentando na frente de Alice.

— O corpo humano é dotado de cinco sentidos (capacidades) que lhe possibilita interagir com o mundo exterior (criaturas, pessoas, objetos, luzes, fenômenos climáticos, cheiros, sabores e etc.) Através de determinados órgãos do corpo humano, são enviados ao cérebro as sensações, utilizando uma rede de neurônios que fazem parte do sistema nervoso. Eles são cinco:

— Visão. A capacidade de visualizar matéria. O olho capta a imagem e envia para o cérebro, para que este faça o reconhecimento e interpretação.

— Audição. É a capacidade de ouvir os sons (vozes, ruídos, barulhos, músicas) provenientes do mundo exterior. O ouvido capta as ondas sonoras e as envia para que o cérebro faça a interpretação daquele som.

— Paladar. Este sentido (capacidade) permite ao ser humano sentir o gosto (sabor) dos alimentos e bebidas. Na superfície da língua existem milhares de papilas gustativas. São elas que captam o sabor dos alimentos e enviam as informações ao cérebro, através de milhões de neurônios.

— Tato. É o sentido que permite ao ser humano sentir o mundo exterior através do contato com a pele. Abaixo da pele humana existem neurônios sensoriais. Quando a informação chega ao cérebro, uma reação pode ser tomada de acordo com a necessidade ou vontade.

— Olfato. O sentido relacionado à capacidade de sentir o cheiro das coisas. O nariz humano possui a capacidade de captar os odores do meio externo. Estes cheiros são enviados ao cérebro que efetua a interpretação.

— Domine os seus sentidos e confunda os do inimigo. Assim você passará despercebido em qualquer situação. — Explicou Heskan.

— E como eu faço isso ? — Perguntou Alice.

— São cinco passos. — Disse Heskan abrindo suas cinco garras.

— Primeiro. Esvazie sua mente, não pense, apenas realize. Um segundo de hesitação num momento onde é necessário uma resposta rápida e você morre.

— Segundo. Controle sua respiração. Não segure ela pois irá chegar um momento em que você ficará ofegante e isso irá causar ruídos que podem dedurar sua posição. Respire calmamente apenas pelo nariz.

— Terceiro. Preste atenção ao seu redor e onde você pisa. Um passo em falso em cima de uma folha ou graveto e o inimigo descobrirá sua localização. Ande nas pontas dos pés e procure não movimentar o braço. Mantenha-o perto da cintura.

— Quarto. Se necessário, faça barulho na direção oposta em que você se encontra. Utilizando uma pedra ou qualquer outro objeto.

— Quinto. Esteja preparada para golpear de imediato se o inimigo a encontrar.

— Domine estas cinco habilidades, e sua missão será completada com sucesso. — Assegurou Heskan cruzando os braços, algo inusitado para um dragão. Ele era o único a conseguir se equilibrar sobre duas patas.

— Como um tigre? — Perguntou Alice perplexa.

— Simples. Está vendo esta pedra? — Disse o dragão abaixando e pegando uma pedra esquisita no chão.

— Irei depositá-la no fundo da caverna e dormir no meio do caminho. Seu dever é conseguir pegá-la sem me acordar. Você tem doze horas.


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