Entre Gregos e Romanos escrita por Mille


Capítulo 6
Cap. 5




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Acordei algum tempo depois, me falaram que aproximadamente um dia, porque meu emocional não estava muito bom e a viagem de uma ponta a outra do país em meios de transportes não muito confortáveis me deixaram vulnerável ao poder da garota, que estava comigo quando acordei. Levei um baita susto, fechei meus olhos e virei de costas pra ela, temendo que acontecesse de novo o que acontecera antes.

–Ei, tá tudo bem – ela soltou um riso infantil, do qual eu vagamente me lembrava -. Eu sou a Giovanna Zupelli, mas me chame de Gi ou Zu, filha de Hipnos, a única, na verdade, ele não tem muito tempo pra procriar, dormir é muito mais interessante – a garota deu um sorriso amigável -. Desculpe por ontem... Normalmente as pessoas não apagam tão facilmente – seu rosto mudou repentinamente para uma careta triste.

–Ahn, tudo bem... eu acho. Não sinto como se, sei lá, você tivesse me machucado ou algo assim, não sei qual seria o efeito colateral disso, não existe isso frequentemente em Nova Roma. – só me lembrava de casos raros e isolados de “superpoderes” vindos dos pais divinos.

–Então, pronta pra conhecer o Meio-Sangue? – seus olhinhos infantis brilharam.

Assenti e a acompanhei pelo acampamento. Dentro é ainda mais belo do que fora, mais mágico, mais agradável e proporcionava uma sensação de familiaridade, mesmo sem você nunca ter aparecido por ali. Os semideuses que por nós passavam, abriam sorrisos amigáveis e eram calorosos. Senti que iria me enturmar rapidamente naquele local, embora fosse extremamente tímida, porque eles não pareciam ligar pra isso, então eu provavelmente não iria ligar também.

Ao lado da Casa Grande tem uma quadra de vôlei, onde tinham alguns jovens não maiores de 13 anos, mas com uma ferocidade ao sacar, cortar e sei lá mais como chamam aquelas coisas que eles fazem durante jogos de vôlei. Um pouco acima está localizado um galpão enorme, onde faziam os artesanatos; o anfiteatro ficava um pouco depois e também uma parede extremamente alta, feita para escaladas e o refeitório.

Do outro lado do riozinho, ficam os chalés em que os campistas eram separados em pais olimpianos. Gi me explicou que uns anos atrás, eram apenas 12 cabines, mas houve uma mudança em relação a isso, pois os filhos de deuses menores, assim como ela, tinham que ficar no chalé de Hermes, porque não havia lugar para os filhos dos DMs, e isso era bem desconfortável pra todos. A arena em que os treinamentos aconteciam ficava do lado dos chalés, assim como um quartinho com vários armamentos e o estábulo. Ainda desse lado do riozinho, perto da Casa Grande, existe uma magnífica e muito cheirosa plantação de morangos. Do lado oposto à entrada, está a praia, um lugar encantador e calmo.

Depois da excursão pelo lugar todo, estava na hora da janta, então fomos para o refeitório, onde todos já estavam se posicionando em suas respectivas mesas, após irem até uma fogueira e jogar um pouco de comida lá.

–Gi, o que eles estão fazendo? – apontei discretamente para a fogueira.

–Temos que queimar parte de nosso alimento como oferenda ao nosso pai/mãe olimpiano. – deu de ombros e seguiu até uma pequena mesa, onde estava uma garota com cabelos ainda mais curtos que dela mesmo. – Ei, Mary, olha quem está acordada, descansada E apresentada ao acampamento!

–Muito obrigada, Gi, conseguiu não cair no sono enquanto apresentava o local? – deu uma risada leve e virou pra mim – Olá, Millene, como está? Sou a Mary e assumi o cargo de diretora do acampamento mês passado, então me desculpe se as coisas estiverem um pouco bagunçadas por aqui...

–Ahn, oi Mary, me chame de Mille, por favor. – ri nervosamente – Eu estou bem, acho, aqui é um lugar muito confortável, quase não dá pra sentir saudades de Nova Roma, mas mesmo assim... é difícil não sentir. – olhei pra baixo.

–Entendo, é bem difícil largar seu antigo lar, mas logo você esquecerá de sua vida de antes. – Mary deu um sorriso aconchegante – Sente-se aqui, embora seja um tanto óbvio de quem você é filha, ele ainda não te assumiu, então não pode ir para o chalé dele – revirou os olhos – essa burocracia ainda me mata, enfim, você terá de me fazer companhia nessa mesa solitária.

–Tudo bem – dei uma risada embaraçada, era fácil fazer amizades por aqui, percebi.

Fui com Mary e Gi pegar comida e oferecer à um deus. Como não sabíamos exatamente quem era meu pai grego, decidimos que eu deveria oferecer para o deus que eu quisesse, então escolhi Dionísio, porque seu chalé tinha me agradado imensamente e sempre adorei o número 12, que era tido como seu.

Gi sentou-se numa mesa com um garoto. Apenas os dois. Era a mesa mais vazia dentre as que estavam ali. Realmente, Hipnos preferia dormir a ter filhos. O que não era aplicável a nenhum outro deus. As mesas estavam todas cheias de crianças e adolescentes com blusas laranjas iguais às de Felipe e Tomi. Sentei na pequena mesa na frente das outras com Mary e ficamos conversando sobre coisas banais, ela ia me explicando coisas gregas as quais não estava habituada e eu ia lhe contando coisas romanas as quais ela não conhecia muito bem.

As conversas foram brutalmente interrompidas quando um grupo de garotas vestidas de branco surgiu na entrada do refeitório. Mary ficou mais branca do que papel e só conseguiu soltar:

–Mas que porra?


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