Coração platônico escrita por AsgardianSoul


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, se chegou até aqui foi porque se interessou pela leitura, então desde já agradeço.
O capítulo único é curto e a escrita é leve. Desculpem aos mais céticos se pequei por romantizar demais. Acho que foram os quilos de doce que comi antes de escrever... Enfim.
Espero que gostem.



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Os amores aconchegam-se no coração como o calor do verão nos abraça depois de uma brisa gelada. Sensações e sentimentos percorrem meu corpo como choques elétricos. É ele ou será só mais um? Como medir um coração viciado em amores platônicos?

Eu amei Fernando, o Especial, postado no meu pedestal. Foram longas noites, meu coração um poço de cobiça onde o sonho se afogava, embebia-se, entrelaçava. O tique nervoso das mãos dele brincava com meus problemas, os amassava, depois jogava no lixo feito papel amassado. Era assim, sempre assim. Um belo contraste de ansiedade imersa em serenidade. Éramos duas peças em um tabuleiro que somente eu enxergava. Ninguém via como a paz repousava serenamente nos ombros daquele anjo e fazia morada.

Vivi com Fernando longos meses de devaneio solitário, até que apareceu Leandro e suas tiradas ácidas. Toda inércia instalada em mim se remexeu, pássaros bateram asas aflitas em meu interior e levantaram voo. Não tive coragem de encarar imaginariamente os olhos quase negros de Fernando e expulsá-lo de mim, então fui me deixando cativar pela áurea corrosiva do outro. Meu coração tornou-se radioativo, emitindo batidas doentias, descompassadas. Os passos já não eram mais certos com Leandro sobre minha cabeça, dentro dela, ao redor.

O céu das segundas-feiras era mais azul, prometiam sol eterno, enquanto as terças-feiras amanheciam violentas, empurrando-me para mais perto da nuvem tóxica. Como me desintoxicar de você, Leandro? Seu veneno era como mel, descia queimando em minha garganta, fel em meu estômago. Os sons agudos que fazia com os lábios crispavam minha consciência carregada. Meus esforços para definir Leandro são em vão, talvez seja por isso que ele me fascina. Uma bagunça ambulante, contradição andante carregada de pessimismo e sorrisos tortos. Você me satisfazia com sua mania de nunca estar satisfeito.

Minha vida nunca foi calma, muito menos meu coração. Questiono o que leva uma pessoa a ser platônica. É como ter todas as coisas terrestres e se apaixonar por uma estrela. O astro nunca será seu, mesmo assim a namoramos da sacada toda noite. No entanto, sentimos todas as sensações que o “amor tradicional” pode causar, ou até mais. Quando não dispomos do físico, usamos o inteligível. Às vezes a imaginação nos proporciona sensações que nenhum toque pode despertar.

“Então, deixaste de amar Fernando?”, pergunta o leitor. Não, respondo eu. Amo aos dois. Amo Fernando com a paz que eu almejo ter e amo Leandro com a inquietude do meu espírito. Nas manhãs sou brisa, nas tardes furacão, para nas noites ser tormenta e atormentada. E assim continuarem sobrevivendo, com meu sangue jovem, corpo incandescente, mente inconsequente e coração platônico.


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Notas finais do capítulo

Então, mereço reviews? (Voz da consciência crítica: você deveria ter continuado a prestar atenção na aula de química, Mary) -_-