Forms of love escrita por immutable
Notas iniciais do capítulo
Até eu estou surpresa de estar postando aqui novamente...
Mas, de qualquer forma, boa leitura!
Quarto Capítulo
Sexta feira, 13 de Setembro, 15h30 am.
Continuo a caminhar pelo corredor, deixando que meu olhar vague pelas salas vazias. Eu já tinha tudo planejado. E tinha tanta certeza sobre como tudo iria dar certo, que não sequer cogitei criar um plano B. Não tinha como dar errado. Mas, infelizmente, deu.
O silêncio constante começa a me incomodar. Sempre consegui raciocinar melhor com música e o incomodo toc toc dos meus sapatos contra o chão não era música. De repente, como em uma resposta a meus pensamentos, escuto algo. Uma sinfonia ser delicadamente dedilhada em um piano, não muito longe. Uno minhas sobrancelhas e me deixo escutar. Eu conhecia aquela sinfonia. Era... Clair de lune. Um sorriso nasce delicadamente em meus lábios e fecho meus olhos, apreciando. Escutar ao vivo era tão incrivelmente diferente de escutar pelo celular. Tinha... paixão. Algo passado por seu tocador. Continuo então a caminhar, procurando de onde surgia a música. Olho em mais algumas salas até que, enfim, chego à última. No fim do corredor.
Sala de música 2 – estava escrito bem grande, seguido por um Não interromper!, colado na porta. E eu não iria, se a mesma não estivesse entreaberta.
Antes que eu pudesse me impedir, minha mão já estava na porta, a empurrando delicadamente. Fazendo o possível para não me mostrar presente. O som tornava-se á cada minuto mais alto, mais intenso. Abro então o suficiente para que parte de meu corpo entrasse na sala. Suficiente para que conseguisse ver parte do que ocorria lá dentro.
Para minha sorte, o piano ficava de costas para a porta, impedindo quem o tocava de me ver. Mas, ao mesmo tempo, me impedindo de vê-lo por completo. Ou vê-la. A pessoa usava um capuz preto, cobrindo inclusive seus cabelos, mas pelos ombros largos e volúpia com que tocava, eu apostava em um homem. Sorrio apreciando as notas finais. Eu com toda certeza aprenderia a tocar aquela música, quando minhas prioridades diminuíssem. Era tão bela. Dou um passo para frente, tentando ver um pouco melhor, mas esbarro em um móvel que ficava próximo a porta e derrubo parte dos objetos sobre ele. A musica para instantaneamente e meu olhar corre para a frente. Eu não podia acreditar.
Logo após meu barulho, a pessoa no piano percebera a minha presença então parara de tocar e se levantara. Ficando assim, de frente para mim. E isso não seria um problema, se não fosse por quem a pessoa debaixo daquele capuz se mostrara ser. Aliás, agora o capuz fazia certo sentido.
Minha boca estava aberta em um O, devido ao choque. Assim que me preparo para falar algo, o jovem caminha até mim e puxa-me pelo braço para dentro da sala. Checa o corredor, como se vendo se tínhamos companhia e fecha a porta atrás de si.
– O que faz aqui? – Ele questiona, me surpreendendo com a intensidade de sua voz.
– O que você faz aqui? – Pergunto então, não conseguindo esconder o quão surpresa eu estava. – Você? Um pianista?
Há minha frente, com uma expressão raivosa – que, na realidade, estava mais para assustada – estava ninguém mais, ninguém menos, que Jacob Mackoy. O Jacob Mackoy. Quarterback do time da escola, que desde o primeiro ano vem sendo disputado pelas melhores faculdades com grandes times de futebol do país. Aquele garoto pelo qual as meninas choram e brigam diariamente. E, acima de tudo, parte do timinho que mais pega no pé dos músicos, dançarinos e qualquer outro clube que não seja o de futebol. Ele, estava aqui, há poucos minutos atrás, tocando piano. Isso era tão hipócrita.
– Isso não é da sua conta, garota. – Afirma então, se aproximando mais de mim e enfatizando o garota. – Não devia estar aqui.
Que petulância. – Bom, que eu saiba, posso ir a onde eu quiser dentro da escola.
Ele aperta os olhos e bufa. – Por que não diz logo o que você quer? Ou, quanto você quer?
– O que? – Eu pergunto agora confusa.
– Qual é, não banque a inocente. Você estava casualmente passando e viu o astro da escola tocando piano. Que bela cena, uh? Agora você deve querer algo pelo seu silêncio então me poupe tempo e vai falando. – Ele diz e eu começo a rir, fazendo com que o mesmo agora ficasse confuso.
– Eu não quero nada de você. Mas, não vou negar, que é muita hipocrisia você e seu grupinho implicarem tanto com pessoas que fazem o mesmo que você estava fazendo a poucos minutos atrás. Mas... não é problema meu o que você faz escondido da sua turminha. Viver essa vida dupla já deve ser castigo o suficiente. – Afirmo então e sua surpresa é ainda mais evidente. Arrumo minha bolsa melhor em meus ombros e já me preparava para sair, quando o escuto.
– Ei, espera. Eu... – Ele começa e me viro novamente para si. – Eu tenho meus motivos. Você sabe, para manter isso em segredo. Só... não conte para ninguém, ok? Fico te devendo uma. – Conclui então. – Ari... Ariel, certo? Ariel Montgomery? – Pergunta e me surpreendo por ele saber meu nome, apesar de explodir esse pensamento no mesmo segundo.
Assinto para o mesmo. – Não vou contar. E, não precisa me dever... – Eu já ia falar, quando um pensamento me ocorre. O destino estava mesmo do meu lado. Sorrio então grandemente e olho para o menino a minha frente.
– O que? – Ele pergunta.
– Olha... eu iria totalmente esquecer isso tudo, se eu realmente não precisasse de um favor. Um favor enorme. – Começo então e ele revira os olhos.
Cruza os braços e me olha, intensamente. – O que você quer?
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Uh, não sei bem o que dizer aqui. Eu não continuaria essa fanfic por falta de idéias, mas do nada resolvi voltar a escrevê-la e cá estamos. Não prometo nada mas espero que tenham gostado