A Plenitude das Sombras escrita por Dark Scorpion


Capítulo 2
Capítulo II - Um ato nostálgico


Notas iniciais do capítulo

Bom, leitores fantasmas, por obséquio, comentem. Não custa absolutamente nada comentar um: "Oi, gostei!". A mão de vocês não vai cair, no caso dos garotos: O órgão reprodutor, vulgo, o pinto, não vai cair... Então, COMENTEM P****!!!



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Elisabeth tomou um semblante perplexo, assombroso até.

– Lisa... Lisa... - A menina ouviu uma voz chamar. Era Isabelle. O que garantiu que ela saísse do transe em que estivera. - Você está bem?

– Sim... - Ela balançou a cabeça enquanto pronunciava e focou sua atenção no quadro-negro novamente, mas não conseguiu se concentrar.

Isabelle era uma boa amiga de Lisa, se conheceram dois anos depois do incidente. Isabelle tinha os cabelos ruivos cacheados, olhos intensamente verdes e algumas sardas pelo rosto, uma típica aparência de descendência irlandesa. Ela tinha acabado de se mudar para a cidade e era o primeiro dia de aula:

"Isabelle estava um pouco perdida na escola nova, e andava pelos corredores totalmente desorientada. Elisabeth estava se dirigindo à mais uma aula solitária, já que ninguém se comunicava à ela de forma alguma. Contudo, isso mudou quando a menina nova fez uma pergunta à Lisa:

– Com licença, poderia me informar onde fica a sala C5? - Disse em um tom cabisbaixo.

– Claro! É a minha sala! - Exclamou Lisa atônita, a primeira pessoa que falava com ela em anos, excetuando seus pais.

Isabelle abriu um enorme sorriso e deu uma pequena risada.

– O que houve? - Perguntou Elisabeth.

– Nada... É que a sua voz é diferente. Ela é azul, a minha cor favorita. - Isabelle era sinestésica, ou seja, seu cérebro assimilava cores aos sons, sabores a sentimentos, e vice-versa.

– Como assim, a minha voz é az... - O sinal tocou, interrompendo a menina dos cabelos negros.

Após isso, uma grande amizade nasceu. A amizade de uma menina que via cores, e de outra que via sombras. Não demorou muito para excluírem Isabelle, exatamente por dois motivos:

Primeiro, ela era sinestésica, o que não é muito comum.

Segundo, ela falava com Lisa."

– O que vai fazer amanhã? - Perguntou Isabelle à Lisa.

– Não sei... Talvez fique escrevendo ou dê um passeio pelo parque.

– Ora, vamos! Não é todo dia que se faz 17 anos!

– Você diz isso todos os anos...

– Elementar, minha cara Elisabeth, todo ano é diferente... - As duas riram. - Bem, se quiser pode dormir lá em casa, garanto que vai se divertir.

– Tudo bem, vou arrumar umas roupas e perguntar pra minha mãe...

...

Chegando em casa, a garota de cabelos negros é recebida pelo seu irmão com um abraço caloroso.

– Lisa! A mamãe fez um bolo! - Diz Hector, com um sorriso enorme em seu rosto.

Ele parece a versão feminina de Ruth, os cabelos castanhos, e os olhos castanhos-esverdeados. Ele nasceu nove anos depois de Lisa, portanto, tem oito anos.

...

"Sexta-feira, 23:55 - 23 de Outubro de1944.

Querido diário, faltam exatos cinco minutos para meu aniversário, já que nasci na meia-noite... Bell está ao meu lado vendo eu escrever. Estou 'dormindo' na casa dela hoje, minha mãe deixou, portanto eu trouxe algumas roupas e vou passar o fim de semana aqui. Hector ficou um pouco triste, então minha mãe deu um pedaço a mais de bolo para ele, e rapidamente mudou o cenho.

Agora faltam quatro... três... dois... um... É meu aniversário! Dezessete anos. E Bell está comemorando do meu lado... Provavelmente quer acordar a vizinhança inteira."

– Então Lisa, o que vamos fazer?

– Você eu não sei... Mas eu vou dormir, estou cansada. - Disse Elisabeth enquanto afofava seu travesseiro e se sentava em sua "cama" improvisada, que não passava de algumas cobertas no chão.

– Francamente... Nem no seu aniversário você deixa de ser estraga prazeres!

– Não! Sou realista.

E as duas se puseram a deitar em suas respectivas camas. Uma questão surgiu na mente de Isabelle.

– Sabe Lisa, até hoje você não me disse porque razão tem os olhos roxos.

– Não são "roxos", são violetas. E eu já lhe disse... É uma longa história, e se eu lhe contar, é capaz de querer me prender em um manicômio.

Puseram-se a dormir.

...

Elisabeth teve um sonho intrigante naquela noite:

"Lisa acordou no cruzamento das ruas 'Christie Lamb' e 'Oak's Road' da cidade de Viderry. Ela se levantou desnorteada e limpou a poeira de seu vestido cáqui. Arriscou alguns passos nas ruas desertas, com a pouca iluminação dos postes. Enquanto andava, um ser encapuzado surgiu em uma das vielas da cidade, carregando algo coberto por uma manta nos braços... Um bebê. O ser correu pelas ruas, e Lisa, sem pestanejar, o seguiu... Correu célere, o máximo que pôde."

Ela acordou molhada pelo suor que escorria pelo seu corpo, mesmo com o frio que fazia naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam-se das notas iniciais.