Uma nova princesa para uma nova Illéa escrita por Snow Girl


Capítulo 14
Tic-toc


Notas iniciais do capítulo

I'ts a clock. Não, pera...


Música do capítulo: Warmness on the soul - Avenged Sevenfold

Aceito músicas de inspiração, parece que eu já usei toda a minha playlist e.e



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Expliquei para minhas criadas o que havia acontecido no almoço e pedi que me deixassem sozinha para esperar Caleb. Elas também não esconderam bem o nervosismo.

— Tudo vai dar certo — disse-me Gabe, afagando meu ombro enquanto Diana e Marcie concordavam.

Queria agradecer a boa intenção e dizer-lhes o quanto gostava delas mas tudo que saiu foi uma espécie de gemido.

Elas sorriram de forma triste e saíram.

A tensão estava me matando. Comecei a andar de um lado para outro no quarto e parei depois de começar a ficar um tanto tonta, voltei a me sentar.

Por quê Caleb não se apressava? Comecei a batucar na perna, levei alguns segundos para perceber que eu estava tocando a marcha nupcial em um piano imaginário. Sorri com isso. A demora de Caleb certamente se comparava à de uma noiva em seu vestido de casamento.

Finalmente alguém bateu à porta. Era Caleb, claro. Ele estava com as mãos enfiadas nos bolsos da calça e a cabeça levemente abaixada, olhando para mim daquele jeito que faria o coração de qualquer uma se derreter. Não o meu, é claro. Imagina se eu iria ser boba a esse ponto.

Me afastei da porta para que ele pudesse entrar e a fechei imediatamente, ele manteve os olhos fixos em mim enquanto fazia isso. Sua expressão era completamente ilegível.

— E então?

— Então o quê?

Às vezes eu realmente achava que esse menino era retardado.

— O quê você quer falar comigo?

Caleb cruzou os braços no peito.

— Eu queria saber se você realmente fez aquele bolo.

Ok… não era o que eu esperava.

— Fiz — respondi confusa. — Por quê?

— Por que você o fez?

Fiquei ainda mais confusa.

— Georgie... hã, príncipe George pediu e eu fiz.

Ele ergueu as sobrancelhas como se não acreditasse nem um pouco nisso.

— Só por isso?

— Por que outra razão eu o faria? Nem sabia que as Selecionadas podiam entrar na cozinha.

— Nem eu, sinceramente. Não costumo frequentar aquela parte do castelo mais. Eles não gostam que eu fique comendo fora de hora — contou como se fosse um segredo apesar da expressão grave.

— Você não respondeu à minha pergunta. Por que outro motivo eu iria querer fazer um bolo?

— Para chamar a minha atenção, talvez.

Príncipe ou não, eu queria bater nele. Caleb realmente era obtuso a esse ponto?

— Não seja arrogante, minha vida não gira a seu redor.

— Pois deveria. Afinal, é por isso que vocês estão aqui. E seria bom se isso entrasse em consideração antes de você apelar para o meu ingênuo irmão menor.

Respirei fundo, segurando o ar por três segundos antes de responder.

— Olha aqui, a última coisa que eu vou fazer nessa vida vai ser mudar o meu jeito por causa de homem. Georgie está sempre muito sozinho, então ontem eu ofereci fazer um bolo quando ele quisesse e ele apareceu hoje pedindo o tal bolo e eu o fiz. Fim.

— Foi isso que aconteceu?

— O que você esperava? Que eu fizesse o bolo para subornar o seu irmão para falar bem de mim para você?

— Eu não sei o que esperar de você. Numa hora nós estamos bem, na outra você me ignora, agora faz o que meu irmão pede. Desculpe se estou confuso!

Epa, pera lá.

— Quem está ignorando os outros aqui é você, não tenta virar a mesa, não.

— O que você quer dizer?

— Você não fala comigo, não olha pra mim e está sempre com as outras, desculpe se eu quero fazer alguma coisa enquanto você está ocupado demais para me chutar!

A boca dele se abriu em um O cômico. Se a situação não fosse tão grave eu certamente teria rido.

— Te chutar? Por que eu faria isso?

— Vamos ver... o fato de que obviamente não somos compatíveis, a sua ilusão de que eu estou desesperada por você, sua capacidade de tirar conclusões completamente erradas em dois segundos... A lista é meio extensa, príncipe Caleb.

Ele descruzou os braços.

— Então, você só fez o bolo porque meu irmão quis? Só por isso?

— Mas é claro. Não se nega doce à criança, ainda mais se for uma criança tão maravilhosa.

Seus olhos se iluminaram, a briga já esquecida.

— E se eu pedir uma coisa, você fará?

Estreitei os olhos.

— Depende de o que você quer.

—Quero apenas um encontro com você — explicou olhando para baixo daquele jeito adorável. — Procurei falar com você em outros momentos mas você fugia de mim como o diabo da cruz.

— Você que nunca tem tempo para mim — reclamei, embora estivesse sorrindo.

Caleb também sorriu.

— Acho que podemos chamar isso de pequena falha de comunicação.

— Apenas uma pequena falha, uma falha minúscula — concordei.

— Agora, porém, que esse problema foi resolvido, acredito que devêssemos repor o tempo perdido. Que tal um encontro hoje à tarde?

— Na torre? — perguntei entusiasmada. Aquela torre era uma espécie de lugar nosso.

— Não, lá não! — Caleb percebeu que pareceu meio maluco pelo seu surto então tratou de consertar: — eu vou pensar em alguma coisa diferente para comemorarmos a nossa volta.

Eu ri. De repente o dia não me pareceu ruim.

— Tá legal. A que horas devo estar pronta? Preciso de algumas horas para me arrumar — brinquei.

— Lá pelas seis eu passo aqui. — Ele sorriu para mim e se inclinou para sussurrar em meu ouvido. — E você não precisa de maquiagem para ser linda.

Corei tanto de embaraço quanto de prazer com a sua aproximação. Só então percebi o quanto senti falta dele nos últimos dias.

Com uma pequena reverência, ele saiu.

Fui para o Salão das Mulheres sorrindo de orelha à orelha. Ele não ia me chutar e ainda ganhei um encontro. Quem há de entender a cabeça dos homens?

Entrei com a cabeça erguida e sentei perto das minhas amigas. Quando passei por Kayla não pude evitar sorrir para ela, mesmo que eu a detestasse o meu bom humor parecia fazer com que eu esquecesse disso.

— Conta — exigiu Pietra.

— Olá, Pietra. Bom ver você também.

— É sério, fala o que ele queria.

— Conversar — falei abraçando meus braços. — Ele queria perguntar por quê eu fiz o bolo e porquê nossos horários não batiam — dei de ombros.

— E pra isso vocês precisaram ficar sozinhos no seu quarto? — ao ver minhas sobrancelhas se erguendo ela explicou: — minhas criadas encontraram as suas na área dos empregados.

— Quanta malícia nessa sua cabecinha loura.

— Qual é, ele tem 19 e nunca teve uma garota que pudesse ter à disposição e vocês dois só se encontraram à noite até agora… Dá de pensar alguma coisa.

Ainda bem que eu não disse que nós tínhamos um encontro naquela noite. Pietra já estava querendo falar de nosso relacionamento sem saber desse pequeno detalhe, imagina se soubesse.

— Eu não sou uma vagabunda, Pietra, e Caleb sabe disso. Achei que você também soubesse.

— Eu sei! Só estou dizendo, ouch.

Ela estava me imitando?

Mostrei-lhe a língua.

— Se Caleb estivesse procurando uma garota para… certos tipos de coisa, eu certamente não seria a primeira na lista— nem a segunda ou terceira. Certamente meu nome estaria bem em baixo.

— Ele não é assim — afirmou Beatrice. — Caleb é um rapaz muito sensível.

— Ai meu Deus, como vocês sabem? Há quanto tempo nós o conhecemos? Duas semanas? As pessoas podem mudar. Ele pode agir de formas diferentes com cada uma de nós.

— Algumas pessoas chamam isso de confiança, Pietra.

— E como você pode confiar nele?

Essas duas iam acabar me dando uma dor de cabeça.

— Pensei que você gostasse dele — acusou Beatrice.

— Gosto, mas sei que ele não é totalmente sincero com todas.

— Sim moças, eu adoro que vocês tenham suas próprias conclusões sobre o príncipe e as defendam, mas deixemos o assunto morrer, por favor.

— Você não vai defender Caleb? — perguntou-me Beatrice quase ofendida.

— Eu sei o que penso sobre ele. Não acho que o que qualquer uma das duas disser vai fazer com que eu mude minhas opiniões e acredito que o mesmo se aplique a vocês.

— Justo — concordou Beatrice, encerrando o assunto e voltando para seu livro.

Fiquei fazendo sala por mais algumas horas até dar a esfarrapada velha desculpa da enxaqueca e voar para meu quarto.

Diana, Marcie e Gabe estavam ali sentadas tranquilamente no chão.

— Vim só passar uma água no rosto. Caleb me chamou para sair — expliquei sorrindo.

— Eu disse que tudo ia dar certo! — Vibrou Gabe em seu eterno otimismo.

Fui para o banheiro, passei um pouco de água no rosto e soltei o cabelo do coque elaborado e cheio de grampos, mantendo-o em um rabo de cavalo alto e vesti um vestido delicado que Marcie me entregou.

— Ficou ótimo, senhorita — elogiou Diana.

Eu sorri para ela e me sentei a seu lado no chão, tomando cuidado com o vestido.

— Obrigada, acho. Por que eu me sinto como se estivesse prestes a subir no palco em um show muito importante?

— Por que a senhorita gosta dele.

Sacudi a cabeça.

— Eu gosto dele, mas não o amo. Eu não posso amá-lo.

— E por que razão? — indagou Marcie franzindo as sobrancelhas delicadas.

— Não quero me apaixonar para depois me ferrar e ter o coração partido. Existe um limite de vezes que uma garota pode ser arruinada e continuar viva.

Alguém bateu à porta. Levantei-me do chão com toda a graça de uma avestruz bêbada.

— Desejem-me sorte.


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Notas finais do capítulo

Até segunda! #SouMá mesmo hauhauhs




Mentira tô de zoeira, vou postar um capítulo ENORME hoje à tarde



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