Who Owns My Heart? escrita por Lauren Grace


Capítulo 11
Seen It All




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Era sexta-feira, e estava completando uma semana desde que Percy e eu saímos. Até hoje eu conseguia sentir o formigamento que seus lábios causaram nos meus, mesmo que nós não tocamos mais no assunto. Naquela tarde voltamos para casa, sem fazer qualquer menção ao beijo. Durante a semana conversamos normalmente, até passamos alguns intervalos juntos, mas sem falar do beijo, apenas como amigos. Por um lado isso me deixava aliviada, mas por outro me afligia. Será que ele só queria ser meu amigo? Será que eu beijava mal? Será que ele se arrependeu? Essas perguntas não saiam da minha cabeça, desde aquele beijo.

Era o fim da aula do Anthony, e Percy se aproximou de mim. Ele apoiou as mãos em minha mesa e sorriu. Retribui o sorriso.

– Annie, lembra do meu amigo psicólogo que eu te falei?

– Lembro sim – respondi, guardando meus cadernos na mochila.

– Então, ele disse que está disponível para te ver hoje a tarde. Você quer ir lá comigo?

– Pode ser. Mas Percy, ele vai me ajudar mesmo ou só vai ficar fazendo perguntas e falando baboseiras?

Ele riu um pouco e respondeu:

– Ele ajuda muitas pessoas, Annabeth. Experimenta, se você não gostar, você para de ir. E ah, ele não vai cobrar nada por essa primeira consulta.

– Tudo bem, eu vou então – respondi.

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Eram 16:00 horas em ponto. Eu estava no carro de Percy, na porta do prédio onde ficava o consultório do psicólogo.

– Bem, eu vou lá então. Você me espera aqui, certo? – eu disse para Percy.

– Sim. Boa sorte, Annie – ele disse e me deu um beijo no rosto. O lugar ficou quente, e senti borboletas se revirando no meu estômago. Dei um sorriso tímido para ele, e saí do carro.

– Pode entrar – disse uma voz rouca dentro do consultório, quando eu bati na porta.

Abri a porta devagar e vi o psicólogo sentado na mesa, fazendo anotações. Ele era alto, com os cabelos loiros mais claros que o meu. Sua barba estava crescendo, e sua pele era bronzeada. Ele usava uma roupa toda branca, que contrastava com sua pele, e quando ele olhou para mim pude ver que seus olhos eram azuis. Ele era jovem, devia ter no máximo uns 20 anos. Ele sorriu para mim, e me mandou sentar.

– Olá, sou Apolo Summer. Presumo que você seja a garota de quem Percy falou.

– Sou sim. Meu nome é Annabeth Chase – eu disse e também sorri.

– Belo nome, Annabeth. Combina com a pessoa – enrubesci diante do elogio, mas deixei quieto.

– Obrigada – respondi.

– Bem, vamos começar com você me contando seu caso.

– É preciso mesmo?

– Claro, ué. E não omita nada, por favor. Por mais vergonhoso que seja. Eu preciso ouvir tudo para saber como te ajudar.

Fiz o que ele pediu e contei tudo sobre o que Luke fez. Até os piores detalhes, como o fato de eu ainda não ter beijado ninguém quando fui violentada. É como se Luke fosse meu primeiro homem, e pensar isso era nojento e aterrorizador.

Quando terminei o relato, Apolo disse:

– Nossa. Wow. Bem chocante. Mas eu notei uma coisa em você, uma coisa que é melhor parar porque pode te prejudicar depois.

– O quê?

– Você gosta de esconder as verdades de si mesma. Não sei se você é assim com outras coisas, mas nesse caso você está agindo assim e isso não é bom. Aconteceu? Sim. Você foi violentada? Sim. Você não pode esconder esses dois “sim” de si mesma. Você tem que encarar a verdade.

– Mas é muito mais fácil esconder e fingir que nada aconteceu.

– Pode ser mais fácil agora, mas no futuro isso pode te trazer problemas. Sufocar a verdade pode ser perigoso, Annabeth.

– Por quê?

– A mente humana é como um iceberg. 10% é o consciente, é a ponta do iceberg. Os outros 90% é o subconsciente, ou inconsciente, a parte submersa do iceberg. Todos nós somos assim, porém algumas pessoas, como você, gostam de jogar muitas coisas para o subconsciente. E isso não é saudável, pois um dia o seu subconsciente pode vir á tona.

– E o que acontece?

– Você pode ter um surto psicótico, desenvolver uma sindrome do pânico, tentar suicídio, entrar em depressão...várias coisas podem acontecer.

– Wow. E como eu faço para isso não acontecer?

– Você precisa encarar os fatos, e parar de jogar tudo para o subconsciente.

– Mas...eu não tenho certeza se consigo fazer isso – admiti.

– Eu estou aqui para isso, para te ajudar. Existem várias técnicas que ajudam pessoas assim a aprender a encarar a realidade e a superá-la. Se você quiser voltar aqui para fazer mais algumas sessões, eu te ajudarei com isso.

– Nossa, obrigada.

– É o meu dever ué. Mas relaxa, que o primeiro passo já foi, que é descobrir o seu problema. Agora é só tratá-lo.

– Mais uma vez obrigada, dr. Apolo.

– Não, sem essa de “doutor” – ele riu – sou só Apolo mesmo.

– Tudo bem, Apolo – eu disse sorrindo – eu vou indo agora. E voltarei para mais uma sessão.

– Ok, podemos marcar todas para as sextas á tarde?

– Podemos sim.

– Tudo bem Annabeth. Foi um prazer, se cuida – ele disse, se despedindo de mim com um aperto de mão. Sorri para ele mais uma vez, e deixei o consultório.

Percy estava me esperando no carro, ouvindo música. Bati na janela e ele abriu a porta para mim.

– Como foi lá? – ele perguntou.

– Foi ótimo. Nossa, o Apolo é realmente bom – respondi.

– Ele é sim. Marcou outras sessões?

– Marquei, para a próxima sexta. Eu gostei de ir no psicólogo, talvez ele me ajude a superar.

– Ele vai ajudar – ele disse e tocou minha mão. Mais uma vez, a corrente elétrica que tomava conta de mim quando ele me tocava, se estabeleceu.

Percy continuou dirigindo e continuamos conversando sobre assuntos normais, do cotidiano. Quando a porta da minha casa apareceu, Percy desligou o carro e olhou para mim, com seus olhos verdes brilhando como estrelas.

– Posso te fazer um convite? – ele perguntou.

– Pode – respondi com um sorriso mínimo.

– Você quer ir ao Rockefeller Center comigo, amanhã ao entardecer? – ele respondeu, galante. Parecia alguém da nobreza inglesa falando, era bonitinho.

– Tudo bem, eu aceito. Que horas?

– Pode ser ás cinco da tarde.

– Tudo bem, obrigada pelo convite.

Ele me abraçou, e ficamos assim por um vários minutos. Eu absorvi todo o seu calor, a maciez da sua pele, seu perfume que me embriagava. Suas mãos estavam repousadas na minha cintura, me causando arrepios. Por fim nos soltamos e ele me deu mais um beijo na bochecha. Sorri para ele e desci do carro, sentindo o mundo girar com a mesma frequência que as borboletas em meu estômago.


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Notas finais do capítulo

Achei esse capítulo bem fofo, e vocês? O próximo vai estar puro amorzinho, vocês verão. E ah, o que acharam do psicólogo da Annabeth hem?
E só para esclarecer, nesse capítulo eu usei a psicologia freudiana nas explicações do Apolo, então é tudo sério galera.
E ah, lembrem-se que a cada capítulo que vocês leem e não comentam, um panda fofo morre. Pensem nisso, salvem os pandas, comentem as fanfics!