The Key - Fanfic Interativa escrita por Yas


Capítulo 5
Zack Haid


Notas iniciais do capítulo

Perdoem a demora, estava passando por um bloqueio, mas graças a Yas que sempre tem ideias incríveis e está sempre disposta a continuar o capitulo que comecei... então aqui esta o capitulo! Se encontrarem algum erro por favor me avisem.
Enfim, curtam a leitura



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Zack cambaleava por um lugar desconhecido, tudo a sua volta fora engolido pela escuridão, ele sentia seu coração bater na garganta, se perguntava o que estava fazendo ali.

– Zack!- escutou alguém gritar seu nome.- Zack!- de novo, olhou em volta, mas era só escuridão.

– Quem está aí?

– Zack!- agora duas vozes chamam por seu nome.

– Quem está aí, droga? Pare de se esconder!- olhando por sua volta furioso ele diz.

– Foi sua culpa! Sua culpa...- as vozes fazem ecoar, Zack sente como se estivesse afundando em gelatina.- Sua culpa, Zack! Você sabe que foi sua culpa...- os gritos passam para sussurros, e mãos tocam seu braço.

– Me deixem em paz! Saiam daqui!- grita para o nada.

– Você era o queridinho dele.

– Sua culpa...

– Você nos deixou morrer.

– Você sabe que foi sua culpa, Zack...-alguém sussurra aos ouvidos dele.

Já agoniado e sabendo do que aquilo se trata Zack cobre os ouvidos com a mão. Um rosto aparece em sua frente, agora iluminando pela luz da lua, a qual ele não tinha notado antes. Um rosto que ele conhecia bem. A boca mexia, mas Zack só ouvia um sussurro.

No momento seguinte tudo se ilumina, como se tivesse uma lanterna gigante sobre sua cabeça, agora ele pode ver cada rosto, uns com raiva, outros sem emoção alguma, começam a andar em sua direção, quanto mais se aproximam dele mais Zack se afasta. Inesperadamente um grito ensurdecedor ecoa por toda sua mente, e todos os rostos ali começam a gritar, gritos desesperados, gritos de socorro.

Ofegante Zack acorda de outro pesadelo. Seu cabelo mal cortado colando na testa, a boca seca como o deserto, e seus músculos rígidos. Como se ainda estivesse em seu pesadelo Zack escuta gritos e chamados do lado de fora de sua barraca, só que os chamados não são pra ninguém específico. Se levanta rápido e calça o coturno que jazia ao lado de seu saco de dormir.

– Zack! Zack!- se levanta num salto quando ouve seu nome.- Cara! Rápido! Aqueles malditos acharam o acampamento. O capitão quer uma rota de fuga!- Joseph diz todo atrapalhado, comendo algumas letras ao falar.

– Que horas são?- Zack pergunta enquanto pega sua magnum e suas munições. Entrega seu rifle a Joseph.

– Três da madrugada. Você é azarado mesmo. Eles só decidem atacar quando você decide dormir.

– Cala a boca! Agora não é hora pra piada, Joseph!- Zack o corrige e anda para fora da barraca sendo seguido.

– Só estava tentando amenizar a tensão.

Do lado de fora Zack visualiza soldados correndo pra todo lado, iluminados por lanternas alheias, algumas parando em seu rosto o cegando. Ao longe ouvia tiros, gritos de incentivo e o vento forte criava sons fantasmagóricos.

– Pode continuar tentando.- diz se dirigindo ao garoto ao seu lado que ri.

– Soldado Zack Haid! Aí está você. Estamos sem munição, aqueles malditos criaram uma armadilha, nos fizeram gastar todas as nossas forças com aquela droga de falso acampamento- vê a sua frente o capitão, que insiste em chamar Zack pelos dois nomes. Expressa toda a sua repulsa ao notar que fora enganado.- Me diga que todo o tempo que você gastou andando por aí serviu pra alguma coisa.- o capitão diz alto demais.

– Eu encontrei uma mina antiga, mas não é funda, parece mais um tipo de túnel subterrâneo muito raso, passei dois dias examinando ele, Joseph o conhece também, ele conduzirá vocês. Senti um cheiro estranho então não toquem nas paredes, muito menos acendam algo, lanternas, isqueiros, qualquer coisa do tipo vai fazer vocês voarem pelos ares. Entendido?- Zack explica tudo olhando para o capitão.

– Entendido. Joseph avise os outros.- ordena e o mesmo sai correndo pelo acampamento

– Quanto tempo temos?

– Uns dez minutos. A soldado Chris que estava os espionando nos deu essa vantagem.

– Ótimo! Acho que será o bastante. Coloquei explosivos por toda a volta- Zack comenta e aponta para o redor do acampamento.- preciso ficar para trás para os ativar, preciso que sejam rápidos, depois que eu os ativar teremos apenas trinta segundos antes de tudo desabar. A saída do túnel vai os levar para um trilho de trem de carga, sigam para o norte, vão encontrar uma caverna a uns dois quilômetros a esquerda de uma ponte, e a partir daí é com o capitão.

– Soldado, Legen!- Grita para o homem que passava correndo ao seu lado indo se juntar aos outros.- Fique com o soldado Haid.

– Sim, senhor!- Diz se voltando para o capitão e permanecendo ao lado do mesmo.

– Não é necessário.- Zack tenta argumentar, depois do que aconteceu sempre preferiu ficar sozinho.

– É necessário sim!- o capitão diz exalando sua autoridade.- E aliás, ótimo trabalho, Zack! Renald ficaria orgulhoso.- Zack agradece com um maneio de cabeça, ainda contrariado.- Agora vamos sair daqui.- Capitão diz e segue para onde Joseph estava levando os demais soldados, sessenta dos que sobraram.- E Zack Haid... exploda esses filhos da puta!

– Será um prazer!- ri para o capitão e por entre algumas árvores Zack vê ao longe Joseph abrir o alçapão que antes fora coberto com folhas e galhos secos, um atrás do outro os soldados entram no túnel. Zack olha ao redor, depois para Legen que permanecia inquieto aguardando ordens do homem que tanto admirava, mas que nunca aceitava tal ato. Ignorando Legen Zack se locomove para o lugar onde colocou a primeira bomba, procura pelo fio encapado que liga uma bomba a outra, desencapa-o com os dentes ligando-os rapidamente e enterrando-os num monte de folhas, fora uma tentativa bem sucedida de juntar minas terrestres com bombas relógios, imaginava que ia perder um braço ou que algum colega voaria pelos ares antes de ele poder usar aquilo contra quem realmente merecia. E esses estavam vindo em sua direção.

– Quer que eu faça alguma coisa?- Legen pergunta um pouco receoso.

– Não.- nega e frange o cenho.- Malditos coreanos!- resmunga para o nada enquanto tira de um dos bolsos os controles.

Os norte coreanos tentavam dominar a Coreia do Sul, quando todos pensavam que isso nunca aconteceria de novo, lá estavam os humanos estragando tudo, como sempre. Zack foi enviado para lá junto com mais 200 soldados. Pensavam que seria fácil, mas o inimigo estava mais do que preparado, no primeiro confronto foram 70 homens perdidos, mais 90 na última emboscada, não fazia nem um mês que estavam ali e estavam na pior.

Zack Haid respira fundo quando no horizonte vê os topos das árvores serem iluminados por lanternas e ouve cães latir. Mentalmente começa a contar até sessenta, olha ao redor para as cabanas mal construídas escondidas por árvores e rochas, volta seus olhos para seus inimigos e espera pelos últimos vinte segundos, quando eles chegam Zack da um sorriso de adeus, aperta o botão e corre para o túnel sendo guiado pela luz da lua, Legen sem pensar duas vezes o segue. O cheiro familiar invade seu nariz no momento que Zack pisa dentro do túnel, escuta um tique taque muito silencioso, quando Legen o alcança ele chuta o galho seco que segurava o alçapão e se vira correndo para o pontinho azulado no fim do túnel. Cada vez que seu pé toca o chão seus batimentos aumentam, todas as vezes que fora obrigado a correr feito louco no meio de árvores e rochas por seu antigo capitão agora, e como sempre, são muito úteis.

Zack sente terra cair sobre sua cabeça e seus olhos, o corredor apertado do tubel parecendo ficar cada vez menor.

–Sentiu isso?- Legen indaga e correndo ao lado Zack.

– Sim.- responde preocupado e acelera seus passos

– Isso não é bom, não é?

– Não. Vamos logo!

– Vam...

As palavras de Legen são cortadas por um estrondoso barulho abafado pela terra, a pouca luz que Zack conseguia enxergar no fim do túnel desaparece encoberta por poeira. Os soldados param de correr, Zack tenta entender o que está acontecendo, talvez às bombas tenham explodido antecipadamente... ou seus cálculos saíram errados... em todas as hipóteses que ele pensava, ele sempre é o culpado, seja qual for a resposta ficar ali parados esperando por ela não é a melhor coisa a se fazer.

– Temos que sair daqui!- Zack diz e começa a correr de novo, agora sendo mais cauteloso, empurra o soldado Legen para a sua frente. Mais um tremor se faz sentir e de tão forte Zack e Legen não conseguem se manter em pé, ambos vão ao chão. Sem ter tempo de se recuperar a próxima explosão logo chega, um grito de dor e desespero sobe pela garganta de Zack quando sente sua perna sendo esmagada por uma pedra que antes ele não tinha visto ali, se recusava a soltar seu grito, seu rosto fica vermelho e gotas de suor escorriam por sua face, seus dentes rangiam tamanha era a força que ele fazia para não gritar e chamar a atenção do seu companheiro que já ia mais a frente, foi em vão, pois o Soldado Legen olha para trás e volta correndo pra ajuda-lo.

– Vá embora! Pode haver algum inimigo vivo ainda, avise o capitão que deu algo errado!- Zack fala com todo o orgulho e pouca força que possuía no momento. Legen balança a cabeça inconformado, sempre tentou se aproximar de Zack, mas ele era tão fechado que não aceitava nem um tipo de amizade ou companheirismo.

– O que?! Não vou deixar você para trás não importa o que tente dizer, Zack, e é bem improvável que alguém tenha sobrevivido, não seja modesto, sei que você não é! - Diz Ben legen, tentando amenizar o clima tenso que se instalava, pois não sabia como iria conseguir soltar a perna de Zack, este que mesmo fracamente esboça um singelo sorriso de desdém.- Eu vou tentar mover a pedra, sinto muito, mas você terá que se arrastar.- fala como se a dor que Zack fosse sentir fosse sua.

– Está me subestimando soldado?!- diz Zack, com um ar arrogante e uma sobrancelha arqueada, Ben sabia que ele nunca admitiria que estava com dor, o seu orgulho não permitia.

– Nunca. Vamos lá.- Legen empurra a pedra com toda a força que conseguia reunir, Zack coloca os cotovelos no chão e tenta se arrastar, mas a força não é suficiente e Ben também não consegue segurar a pedra, fazendo com que ela caia novamente na perna de Zack, que revira os olhos e prende os lábios devido a dor.

– Des... cul... pe, não conse...gui, eu...

– Não gagueje soldado Legen e faça de novo.- ordena, Zack.

– Acho melhor eu chamar os outros.- fala indo pelo mesmo caminho que os outros foram. Porém, o chamado de Zack o faz parar.

– Eu estou lhe dando essa missão soldado Legen do quartel 12, e espero que a cumpra com louvor. Agora tira essa droga de pedra de cima da minha perna!- Ben Legen se surpreende e abre os olhos levemente. Volta de novo a pedra.

Novamente empurra a pedra, Zack se arrasta, seus cotovelos e mãos já machucados, ficam cada vez mais em carne viva, mas ele não desiste, jamais desistiria. Legen sente seus braços doerem, aperta os dentes respirando fundo, diz em seu pensamento que tem de conseguir, como um mantra e isso o mantem firme, ate que Zack consegue sair totalmente de debaixo da pedra, respirando fundo, Ben larga a pedra e desaba sobre ela, devido ao cansaço e se aproxima de Zack. Que assim que o vê diz:

– Sabia que você ia conseguir soldado, agora vamos embora.- Coloca uma das mãos sobre o ombro de Legen e sorri sem mostrar os dentes.

Porem ao tentar se levantar, vai ao chão, quase que instantaneamente e sente seus batimentos cardíacos percorrerem sua perna.

– Acho que alguém vai para a enfermaria.- Legen brinca e ajuda Zack a levantar, ajuda que surpreendentemente Zack aceita.

****

Zack deitado em sua maca na ala hospitalar do seu quartel, examina a perna engessada e a ótima sensação de dever cumprido toma conta de si, apesar de saber que nunca, nada vai apagar o erro cometido a muitos anos atrás, lembrar disso lhe causava dor, angustia, nojo de si mesmo, revolta, seus olhos ardiam pela vontade de chorar, mas a muito tempo ele não se permitia chorar, não se achava merecedor de diminuir a dor que sentia, nada poderia mudar o que ocorreu, e a ele só lhe restava sofrer em silencio e não se permitir falhar novamente. Assim que possível seu capitão o informou que o plano de Zack teve grande sucesso, os coreanos que haviam sobrado foram capturados e presos, estão sobre a custodia do governo. Tudo resolvido até agora.

Mosquitos voavam ao redor da lâmpada no teto, as macas ao seu redor estavam vazias, só se ouvia pés firmes indo de encontro ao chão em suas marchas do lado de fora. Aquela situação irritava Zack, não poder se locomover era perturbadoramente entediante. Sua atenção sempre se voltava para a porta na esperança de alguma enfermeira bonita entrar. Se animou quando visualizou a maçaneta virar, mas quem entrou fora um homem com um chapéu engraçado.

– Muito prazer, soldado Zack Haid!- estende sua mão ao se aproximar da maca onde Zack estava.

– Quem é você?- Zack indaga agora examinando o uniforme do homem que mantinha um sorriso simpático no rosto.

– Sou o capitão Zeev Crawford, da unidade de Soldados Especiais, primeiro departamento.- responde e ajeita sua posição ficando mais ereto.

– Soldados Especiais?!- Zack levanta seu corpo, se sentando na cama ao ouvir aquele nome.

– Sim, creio que já se lembrou. E indo direto ao assunto. Preciso de você na minha equipe.- Zeev diz sem rodeios.

– Nossa!- Zack ri sem saber muito o que fazer.- Bem, foi para isso que mandei minha ficha, mas faz tanto tempo que pensei que tinha sido descartado.

– Não estávamos necessitados de uma nova equipe até agora. Então, o que me diz?

– Claro! Mas estou meio incapacitado agora.- diz e aponta para a perna.

– Isso não será problema!- Zeev dá de ombros.- Você terá tempo de se recuperar. Agora temos de ir, temos um longo caminho pela frente. O próximo está a quilômetros e quilômetros de distancia.- o homem de uniforme preto se locomove para a porta.- Mandarei alguém vir te buscar.- com um sorriso ele se despede.

Zack fica lá, mais ansioso do que nunca e se perguntando o que o tal Zeev quis dizer com "próximo."

Zack Haid


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Comentem, por favor!
Até o próximo!
Fizzy.
Yas.



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