The Key - Fanfic Interativa escrita por Yas


Capítulo 3
Lucas Ohlson


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpem a demora, não irá se repetir.
Boa leitura!



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Lucas Ohlson esfrega os olhos, passa a mão pelo cabelo bem penteado, sabe que esta com olheiras horríveis, ajeita o fuzil na mão e finge não se incomodar com o vento frio que bate em seu rosto. Foi sua noite de ficar na torre de guarda, acordado a mais de 24 horas, mas não pode reclamar, pois foi o que ele prometeu fazer quando se alistou, estar a disposição do quartel vinte e quatro horas por dia. Ele olha pela viseira, vê no horizonte os sinais de que o sol se aproxima, deixando tudo num tom de azul, vê algumas pessoas andando pela rua.

– Hey, Luke!- Lucas escuta gritarem do fim da escada.- É meu turno agora, cheguei para te salvar.- Cole aparece na porta sorrindo e entra na cabine minuscula tornando o espaço ainda menor.

– Cara, não se entra em um lugar tão apertado assim quando já se tem um homem dentro dele. Vão pensar que você quer meu corpinho.- Lucas, ou como todos o chamam Luke, diz brincalhão e se desvia para a porta.

– Esse sempre foi o meu desejo mais ardente, seu corpo sarado, Lucas Garanhão da Madrugada Ohlson , venha cá!- Cole entra na brincadeira e tenta puxar o colega para os braços, mas Luke desce alguns degraus da escada fugindo.

– Sai pra lá! Você não é meu tipo, prefiro pessoas mais baixas.- Diz Luke rindo e desce os degraus restantes.

– Sei, sei... você me ama, só não quer admitir.- Cole coloca a cabeça para fora da porta e faz sua voz ecoar por todo o patio fazendo Luke gargalhar.

– Tudo bem, cara! Agora vai trabalhar.- Diz Luke antes de entrar no refeitório sorrindo e cumprimentando seus colegas de serviço. Apenas alguns, só aqueles que trabalharam durante a noite que tomam o café as seis da manhã, o resto começa as oito.

Lucas Ohlson veio de uma família de classe média alta, sendo filho único. Seu pai era médico e sua mãe fotógrafa. Mas por trás da fachada de boa família, nada ia bem naquela casa. O pai chegava tarde ou às vezes nem chegava, mas quando estava em casa brigava muito com a esposa e o filho, chegando a bater nela algumas vezes. Depois pedia desculpas, claro, mas nada mudava o que aconteceu. Luke, talvez como modo de chamar a atenção ou se vingar ia sempre mal na escola, matando aula, se envolvendo em brigas. Desde pequeno queria entrar para o exército, mas o pai insistia que não era trabalho para ele, que aquilo era para moleques desocupados que só querem pegar em armas e usar um uniforme maneiro, para seu pai Luke deveria cursar medicina ou direito para ter uma boa vida e um futuro promissor. Não lhe dava escolhas.

Quando tinha 14 anos sua mãe foi embora, disse que era para tirar fotos pelo mundo, mas não voltou mais. Ele não a odiou por isso, sabia o quanto era difícil conviver com o pai, mas ele se perguntava o porquê de ela não ter o levado junto, se perguntava se era importante para ela. Por seu pai ter melhores condições conseguiu a guarda dele.

Luke, com sua bandeja de café da manhã furreca, se dirige para a mesa onde estão amigos mais chegados, antes de chegar a m,esa escuta seu nome ser chamado.

– Luke! Ei, cara!- virando-se encontra Augustos, um garoto de 20 anos com cara de bebê e postura desengonçada, por vezes se perguntou como ele conseguiu entrar para o exercito, mas parou de se questionar sobre isso quando viu o garoto atirar com se tivesse olhos de águia, e passou a inveja-lo por isso, também aprendeu a não julgar as pessoas pelo que aparentam ser. - O comandante esta te chamada na sala dele.- fala assim que chega perto dele,

Luke larga a bandeja em uma mesa qualquer e com um sorriso brincalhão no rosto, vira-se pra Augustos, e ele sabia que viria besteira.

– Provavelmente ele quer me promover a superior, vocês sabem, eu sou o melhor.- Diz Luke em brincadeira, fazendo com que os outros saldados o vaiassem e logo em seguida rissem, afinal todos já estavam acostumados com o jeito brincalhão de Luke.

– Bom, acho mais fácil você ser demitido então, um tal de Capitão Zeev Crawford está lá com ele, o cara parece um mensageiro da morte com seu uniforme preto, coisa boa não deve ser.- Augustos responde rindo, mesmo Luke o acompanhando nas risadas se sente apreensivo.

Batendo no ombro do soldado, Luke segue para a sala do seu superior, ao chegar em frente a sala, respira fundo e bate, escutando a voz de dentro em seguida.

– Entre!- Luke o faz, apos entrar faz uma continência ao seu superior e ao outro, que ele supos ser Zeev, que conhecia só de nome. Este parecia o avaliar minuciosamente, deixando o Luke brincalhão de lado.

– Soldado Ohlson, acredito que já tenha ouvido falar do Capitão Zeev.- diz seu Comandante fazendo um gesto indicando o homem.

– Sim senhor, ja ouvi.- assente Lucas.

Quando seu superior iria dar continuidade ao assunto Zeev o interrompe e começar a falar. Lucas se surpreende com aquilo, esperava até um olhar mortal de seu comandante para o tal Zeev, mas não aconteceu.

–Bom, soldado Lucas Ohlson, sou Zeev Crawford. Sou o novo Capitão de uma das equipes do exercito especial, assumi o posto apos a morte dos meus pais há um tempo, eles foram assasinados em uma missão junto com sua equipe. Desde então venho procurando soldados capazes de arriscar a vida, em prol de salvar pessoas, seu superior me falou de suas habilidades, e pergunto a você. Se acha capaz de entrar para o exercito especial, soldado Lucas?- pergunta Zeev por fim.

Capaz.

Aquela palavra leva Luke ao passado.

FLASHBACk

Se lembra de quando entrou em casa feliz, não conhecia muito bem aquela sensação, mas também sentia medo, ele foi aprovado para ser soldado, seu sonho era servir ao país, o problema estava em seu pai que queria que ele tivesse uma profissão que em seu ver fosse digna, como ele dizia. Segue direto para o escritório afinal seu pai sempre estava la, batendo na porta escuta a liberação.

– Entre.- escuta a voz embargada de seu pai, efeito da garrafa de whisky que ele bebia- O que você quer Lucas?- Pergunta assim que avista o filho.

– Pai, eu fui aceito no exercito e estou indo embora.- fala com pressa e fecha os olhos em seguida, imaginava qual seria a reação do seu pai.

– Você o que seu moleque?- levanta da cadeira que cai pela velocidade que ele se levantou, joga a garrafa no chão fazendo o vidro, e o que tinha dentro, se espalhar pelo carpete. O homem parecia estar possuído - AAAAAAAAH!- grita de ódio, Luke esperou uma reação negativa, mas aquela estava o deixando com medo, acordando do torpor, tenta ajudar o pai.

– Pai, calma. Ser soldado é uma profissão como qualquer outra, vou ganhar bem e...- foi cortando na sua justificativa.

– Eu não criei filho para se soldado, você tem que ser médico! Ter status! Reconhecimento! E não ser um vagabundo, brincando de tiro ao alvo!- grita o homem, fazendo seu mau halito chegar até Lucas. Se acalmando fala.- Lucas você não vai pro exercito, esta decidido!
Luke tomado por uma coragem que não sabia que tinha na frente do pai.

– Eu vou para o exercito sim, você querendo ou não!- garante olhando nos olhos do pai, que mudam para pura fúria.

– SEU GAROTO INSOLENTE! Como ousa me enfrentar?- se aproxima do rapaz levantando seu punho e o depositando com força no rosto de Lucas, que por espanto deixa seus joelhos falharem e quando vê esta no chão.- Já sei porque você quer tanto ser um soldado...- o velho sorri de uma maneira debochada.- Você não é capaz de fazer algo digno, você não é capaz de fazer algo na vida, não é capaz de ser alguém que me faça sentir orgulho!- cospe aquelas palavras sobre Luke, e só o garoto sabe como aquelas palavras o machucaram profundamente no coração, que sentiu seus olhos encherem de lagrimas, mas não iria chorar, não na frente daquele homem.

Apenas falou, enquanto se levantava:

– Eu vou e vou mostrar que sou capaz.

– Você é um ingrato! Você e aquela vadia da sua mãe!- o homem grita, Lucas sente a raiva tomar conta de seu corpo, nada o irritava tanto quanto deturpar o nome de sua mãe.

– Não fale de minha mãe!- Lucas eleva seu tom de voz e já completamente domado pela raiva soca o rosto do homem que chamava de pai.

Seu pai tomba sobra a mesa do escritório, leva a mão até o queixo, e ofegante diz ao filho.

– Então vá, mas a partir do momento que sair por aquela porta você não é mais meu filho.- se levanta e da as costas a Luke.

– Que seja, nunca me amou como um filho mesmo!- O homem sentiu toda a mágoa de anos guardada pelo filho, quando se vira, Lucas ja tinha ido embora, sem perceber a lagrima que escorreu dos olhos do homem que um dia chamou de pai.

FLASBACK OFF

Voltando ao presente, olha para Zeev que aguardava pacientemente sua resposta.

– Eu vou e vou mostrar que sou capaz!– responde confiante e Zeev sorri discretamente, percebendo que o garoto teria um futuro incrível. Assim como todos os seus futuros colegas de equipe.

– Ótimo! Então vá arrumar suas coisas, estão nos esperando.- Zeev sorri novamente, sendo correspondido por Luke que depois de se despedir de seu comandante sai correndo para suas coisas.

Ao passar pelo grande portão de ferro onde é a saída do quartel, vê uma van preta, e no lado de fora uma garota dos cabelos ruivos e um senhor de idade, que usa o mesmo uniforme que o de Zeev, conversam animadamente.

Luke respira fundo e sorri ao encarar seu futuro desconhecido.


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Notas finais do capítulo

Mandem fichas para ter o proximo capitulo! Espero que a dona do Luke tenha gostado do capitulo.
Beijos da Yas e da Fizzy.