One True Pairing escrita por Bardo Maldito


Capítulo 1
One True Pairing


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é apenas uma das muitas histórias que imaginei em um Humanstuck colegial, que provavelmente incluirá também histórias Daverezi e talvez SolFef. Mas... decidi começar por Kurlin, que é meu casal favorito de Homestuck, e um dos meus casais favoritos at all.Detalhe: há referências, e um spoiler sobre o mangá de Kaichou Wa Maid-sama.Boa leitura!



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Olá! Meu nome é Nepeta Leijon! Tenho 13 anos, e meus animes favoritos são Hetalia, Kuroko no Basket e Love Hina! A maioria das pessoas costuma dizer que eu sou uma maluca, mas quer saber? Malucos são eles. As pessoas são tão lindas, e juntas ficam ainda mais lindas, que mal há em juntá-las na minha imaginação? E se o casal for canon, então! A felicidade é infinita! Eu vivo feliz com isso, que mal há nisso?

Ok, ok, vocês devem estar querendo deixar essa fanfic de lado. Quem quer ler as bobagens de uma jovenzinha otaku e shippadora? Mas se vocês conhecessem minha irmã... ah, Meulin... é, foi bom ter falado nela. Não apenas porque, mesmo sendo uma ótima shippadora, ainda tenho muito a aprender pra chegar no nível dela, mas porque, bem, essa fanfic é sobre ela!

Na minha escola, o OTP supremo sou eu e o Karkat (fofo! ♥ ). Mas, na vida como um todo... não tem jeito. Não há nada tão lindo quanto o amor da minha irmã com o namorado dela, o Kurloz.

Eles passaram por muita coisa. A história deles foi muito triste em muitos pontos. Mas sempre foi linda! Sempre torci muito por eles.

Kurloz é o irmão mais velho do Gamzee, da minha sala, mas não tem nada a ver com o Gamzee. O Gamzee é meio assustador, ele parece tranquilo, mas às vezes acho que ele vai pirar e sair matando todos nós. Não entendo por que o Equius admira tanto ele. Mas o Kurloz não é assim... ele parece que está sempre sorrindo. Um sorriso que dá impressão de tranquilidade. Sei que muita gente tem medo dele, porque a aparência dele é meio estranha... tipo, não existem muitas pessoas que fazem uma maquiagem de caveira no rosto todo dia, e usam um moletom esquisito do Iron Maiden com um esqueleto pintado por cima. Mas eu sempre entendi... se ele fosse uma má pessoa, minha irmã nunca teria se apaixonado por ele. Gosto muito da minha irmã, admiro muito ela, e confio muito nela. Então, se ela gosta do Kurloz, por que eu não deveria gostar?

Eles se conhecem desde crianças. A história deles é muito fofa... sabe aquele tipo de casal igual o Ryuuji e a Taiga, de Toradora? Que parece que surge por acidente? Eles sempre estiveram juntos... e parece que, ao mesmo tempo que foi uma mudança, também não foi nada de mais. Como se eles sempre tivessem sido assim. Apaixonados. Namorados. Todo mundo dizia que eles foram feitos um pro outro.

Isso até aquele dia...

Foi há dois anos atrás, eu acho. O Kurloz chamou a Meulin pra sair... e eles foram juntos num show de rock. Música agitada. Eu não gosto muito, mas... bom, o Kurloz gosta. Ou gostava, não sei.

Mas os ouvidos da minha irmã eram sensíveis. E aquela música alta, os gritos de todo mundo... incomodavam ela. Ela não se sentiu bem ali, e pediu pra ir embora. Mas o Kurloz pediu pra ficarem só mais um pouco... e começou um mosh.

Vocês sabem o que é um mosh? Eu também não sabia, mas o Equius me explicou. Nesses shows, é quando o público fica empolgado com a música agitada e alta, e começam a, mais que curtir o som, se bater uns nos outros. E, mais que só se jogar... começam a se agredir! E depois eu que sou maluca!

Ok, ok, pelo que ele me falou, isso é meio que entendido entre os envolvidos. Ninguém entra no mosh se não quiser. E os que estão lá entendem uns aos outros. É meio raro que alguém se machuque de modo sério lá, porque só entra no mosh quem sabe como é.

Mas minha irmã não sabia.

Quando começou o mosh, a confusão foi tanta que ela e o Kurloz se perderam. Todos começaram a se agitar, aquela tempestade de gente... e o Kurloz não encontrava ela.

Até que, do nada, o mosh parou.

Minha irmã estava caída no chão, com uma poça de sangue na cabeça.

Ela provavelmente caiu no meio do mosh, e acabou pisada. E chutada.

Kurloz ficou horrorizado. Chamaram uma ambulância, ela foi levada.

Ela levou concussões na cabeça. E nos ouvidos. Não sei como aconteceu, mas... os tímpanos dela acabaram arruinados. Talvez tenha sido a música alta, e as concussões que ela sofreu... mas bem, ela ficou absolutamente surda. Hoje em dia, não consegue mais ouvir nada.

Quando o Kurloz soube disso, ele não conseguiu falar nada. E... nunca mais, na verdade.

Ele já foi em dezenas de fonoaudiólogos diferentes. E psicólogos. E psiquiatras. Mas... aparentemente, ninguém consegue encontrar a razão pra isso. Ele perdeu completamente a fala. Não consegue mais proferir o menor som. Acho que ele se sentiu tão culpado por ter feito isso com minha irmã que afetou a mente dele e fez com que ele “bloqueasse” a fala. E, mais que isso... fez com que ele terminasse o relacionamento. Ele não podia dizer nada, e o que ele dissesse, minha irmã não podia ouvir... mas ele apenas não conseguia. Minha irmã nunca culpou ele... foi um acidente. Mesmo que ele tenha a culpa de não ter ido embora com ela na hora, ele não é responsável pelo que aconteceu. Mas... o remorso falou mais alto. E ele ficou meses sem ter coragem nem de olhar na cara dela. A Meulin sofreu muito com isso... ela tinha perdido a audição, e tinha perdido o Kurloz...fiquei com muita pena dela. Ela sempre foi como uma mãe pra mim. Não merecia sofrer assim.

Porém, com o tempo, tudo se ajeitou. Lentamente, ela e o Kurloz voltaram a se falar. Não reataram o relacionamento na hora... mas eram amigos. E passavam muito tempo juntos. E... por causa do que aconteceu aos dois, eles haviam aprendido linguagem dos sinais. Assim... eles se entendiam melhor do que ninguém. Estavam mais próximos que nunca, embora não fossem mais namorados.

Até que...

Aconteceu cerca de um ano após o acidente. Os dois estavam sentados no sofá da sala, no nosso apartamento. Já haviam terminado o colégio, e estavam na faculdade... e estavam aproveitando a folga dela no trabalho pra colocar os estudos em dia. Fazer os trabalhos.

Porém, a situação estava difícil. Ela não estava conseguindo se concentrar. E, após um tempo tentando, finalmente desistiu, fechando o livro e bocejando.

– Chega de Marx por hoje. - ela resmungou, enquanto se espreguiçava. Kurloz a olhou, sorriu e continuou fazendo seu trabalho.

Meulin bocejou mais duas vezes, suspirou. Então, olhou pro lado, pro rosto de Kurloz, que estava concentrado no trabalho. Sorriu.

Kurloz estava sem maquiagem aquele dia. Não lembro a razão, mas estava com o rosto limpo. Algo que poucas pessoas já viram... acho que só o Gamzee, minha irmã e eu. Quando eles estavam juntos, ele dormiu em nossa casa algumas vezes, aí pude ver ele sem maquiagem, e... acho que ele deveria deixar de usar algumas vezes. Ele tem um rosto bem bonito.

E minha irmã concordava. Tanto que, nessa ocasião, ela tocou de leve o rosto dele, o que fez ele se virar, e também sorrir de leve.

– Faz muito tempo que não vejo você sem maquiagem. Você é tão lindo... - disse ela

Os dois se olharam com ternura. Haviam passado muito tempo juntos, o carinho que eles tinham era notável.

Então... nenhum dos dois pareceu notar como aconteceu. Mas foram se aproximando, cada vez mais...

E um beijo aconteceu.

Um beijo simples, terno, pouco mais que um simples roçar de lábios. Quando aconteceu, nenhum dos dois falou nada (mesmo porque o Kurloz nem pode xD). Ficaram apenas se olhando... e não acho que estavam pensando nos motivos de ter acontecido. No fundo, era apenas o esperado... haviam se distanciado por tanto tempo, o que sentiam não se apagava dessa forma.

Porém... logo voltaram a se beijar. Cada vez mais profundamente, com carícias ternas pelo rosto, pelo pescoço... os dois entregues um ao outro. Os sentimentos aflorando e guiando suas ações, que foram gradativamente ficando mais intensas. Mais que um desejo, havia uma vontade maior, uma ânsia em jogo... que fazia com que ambos procurassem cada vez mais.

Quando eu entrei em casa, me deparei com minha irmã “montada” no Kurloz. A jaqueta dele estava jogada no chão,assim como o suéter da minha irmã. Ela estava só de sutiã na parte superior de seu corpo, e estava no meio do processo de tirar a camiseta de Kurloz.

Os dois me olharam chocados. Mas depois da surpresa dos primeiros momentos, apenas sorri e fui até a cozinha beber um copo de leite. Quando voltei pra sala, os dois já estavam vestidos novamente, e Kurloz estava juntando seu material pra ir embora. Porém, assim que Meulin me viu (o suficiente para ler meus lábios), eu disse:

– Não, não, podem continuar. Eu só vim beber um copo de leite. - e dei uma risadinha

Foi o suficiente pros dois ficarem completamente vermelhos. Mas, mesmo assim, Kurloz foi embora.

Assim que ele saiu, eu disse:

– Que chato! Achei que meu OTP ia voltar a ser canon!

Minha irmã me encarou, parecendo um bocado receosa. Antes que ela começasse a falar, eu disse:

– Meulin, está tudo bem. Só acho que vocês deveriam se ajeitar logo.

– Não é tão fácil assim. - ela respondeu - Ele sente muito remorso por tudo que aconteceu.

– E daí? Você ama ele, ele te ama. Now kiss! - eu disse, rindo

– Isso não é um anime ou uma fanfic, Nepeta. Não é como se fôssemos que nem a Misaki e o Usui.

– É claro que não. Em animes e fanfics, o casal fica enrolando pra dar audiência e prender o público, mesmo que eles estejam loucos pra se juntar. A Misaki e o Usui, mesmo se gostando muito, só ficaram juntos no capítulo 57 do mangá, e nem ficaram juntos no anime. Mas isso não é um anime ou fanfic: então, estão esperando o quê pra voltar?

– Ele não se perdoa... não é fácil pra ele.

– Foi há mais de um ano. Já é hora de passar por cima disso. E... o amor de vocês não é maior que o remorso dele?

Meulin pensou por uns instantes. Então, suspirou e disse:

– Você está certa. Mas... vou ver o que faço. Por enquanto, preciso entender Marx.

Então, ela voltou a tentar fazer o trabalho da faculdade. Fiquei decepcionada, achei que ela só ia deixar pra lá...

Mas subestimei minha irmã. Eu tenho muito a aprender com ela... eu posso ser uma mera Ladina do Coração, mas ela com certeza é uma verdadeira Maga do Coração!

Ela chamou Kurloz pra ir até nossa casa umas duas semanas depois desse dia. Quando ele entrou... ai, ai, deve ter sido tão lindo...

Ela estava sentada no sofá. Vestida com uma camisola verde-escura, sedosa, provavelmente a peça de roupa mais valiosa que ela tinha. E sorria para ele.

Kurloz não sabia o que dizer (ou sinalizar), de modo que ficou parado na porta, com os olhos arregalados, a olhando.

Meulin se levantou e caminhou até Kurloz. Acariciou seu rosto.

– Entre, por favor. Está frio.

Aturdido demais, Kurloz apenas entrou. Minha irmã fechou a porta.

– Meulin... o que você está fazendo? - Kurloz falou, usando de linguagem dos sinais

– O quê? Não gostou? - ela perguntou, também em linguagem dos sinais

Kurloz a olhou da cabeça aos pés.

– Você está linda. - sinalizou ele – Mas...

– Kurloz... - ela interrompeu seu gesto falando normalmente, com a boca – Não acha que já é hora de você se perdoar? Como eu perdoei?

Kurloz a olhou. O sorriso doce que tanto amava estava ali. O sorriso que ele quase destruíra... ou era o que ele repetia para si mesmo.

– Foi um acidente. - ela continuou – Mas eu estou viva. Está tudo bem.

– Como eu posso me perdoar por isso? - ele sinalizou – O mal que fiz a você é muito grande. Você nunca mais vai conseguir me ouvir dizendo “eu te amo”.

Kurloz sinalizou “eu te amo”, que consiste em se mostrar a palma da mão com o dedo médio e o anelar abaixados. Meulin, então, sorriu para ele e também sinalizou:

– Eu te amo.

E juntou sua mão com a de Kurloz.

Os dois se olharam. Então, o universo pareceu sumir quando se beijaram novamente.

Entregues ao momento, dessa vez não se contiveram... em sua paixão, logo estavam os dois na cama de Meulin, se beijando, metade das roupas de Kurloz já no chão, e a camisola de minha irmã levantada.

Então, ele interrompeu o beijo e sinalizou:

– E se a Nepeta chegar?

Minha irmã riu. E sinalizou em resposta:

– Está tudo bem. Mandei ela ir dormir na casa do Equius.

Kurloz sorriu meio sem graça, como que aceitando o fato de que fora pego completamente pelas artimanhas de minha irmã.

Meulin acariciou o rosto de Kurloz.

– Essa noite é só nossa.

Kurloz, então, sinalizou. Meulin também sinalizou.

– Eu te amo.

– Eu te amo.

E logo todo o universo sumiu para os dois...

Suponho que a noite deve ter sido boa, porque quando voltei pra casa na manhã seguinte, os dois ainda estavam dormindo enroscados um no outro...

Sorri. Fui pro meu quarto e peguei meu caderno aonde estava aquele desenho fofo deles juntos, com todo o resto dos possíveis casais da minha tabela de shippagem.

C-A-N-O-N

Ou melhor... eu gostaria que tivesse acontecido assim. Porque, ao contrário do que nós duas dissemos lá em cima... isso é uma fanfic. Estou escrevendo, e desejando que algum dia isso aconteça... pois independente do que aconteça, eu sei que minha irmã e o Kurloz se amam muito. E fazem muito bem um ao outro. E ainda acho que um dia eles vão se entender.

Até lá... o que resta é sonhar. E é isso que eu faço.

Nepeta terminou de escrever. Salvou o texto, fechou o Microsoft Word e deixou o computador em estado de espera. Já era hora de ir pra escola.

Pegou seu caderno, e verificou... infelizmente, o desenho de Meulin e Kurloz ainda não estava marcado com um “CANON” gigante.

Enfiou ele na mochila e colocou ela nas costas. Então, parou na porta de seu quarto e pensou:

“Se eu abrir a porta agora... será que eu vou encontrar a Meulin e o Kurloz se beijando na sala?”

Colocando todas as suas esperanças nisso, Nepeta deu uma risadinha e abriu a porta.

Meulin estava sentada no sofá. Arrumada para ir pro trabalho. Kurloz estava lá, fazendo malabarismo com três maçãs, antes de jogar uma pra Nepeta, uma pra Meulin e morder a última.

– Maneiro! - disse Nepeta, rindo

“Maneiro... mas seria mais maneiro ainda se eu visse você pegando minha irmã de jeito.” pensou Nepeta

Meulin, completamente alheia aos pensamentos maliciosos de sua irmã, apenas se levantou e disse:

– Vamos embora, você vai chegar atrasada na escola. E é melhor você ir também. - disse antes de dar um tapinha amigável nas costas de Kurloz

Nepeta olhou pros dois. Sorriu.

“OTP. Um dia, quem sabe?”


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Notas finais do capítulo

Bom, está aí. Eu tentei escrever em um estilo polido, mas imaginando como a Nepeta escreveria. Colocar trocadilhos com gatos seria um pouco demais, então só escrevi num jeito mais alegre, e coloquei alguns comentários e emoticons no texto.Espero que tenham gostado! =D