InFamous: A Tirania de Rowe escrita por Thuler Teaholic


Capítulo 7
Pequenas vinganças


Notas iniciais do capítulo

Bem, desculpem a demora (mesmo que ainda esteja no prazo), meu Xbox de repente ficou tão interessante que vocês não acreditam! Well, well, agradeço aos leitores, comentadores, acompanhadores, fantasmas, meu beta e esse bonde todo!

Esse capítulo aqui não tem praticamente nenhuma ação, mas é para explicar como algumas coisas funcionam, além de mostrar um pouco mais da relação da Yasmine e do Hugo e introduzir alguns personagens novos.
Então, sem mais delongas...



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Yasmine entrou no elevador junto com Hugo, descendo para o térreo enquanto ajustava seu relógio de pulso. Ela percebeu que Hugo devia estar morrendo de sono por conta de ter virado a noite fazendo sei-lá-o-quê. A condutora, por outro lado, se sentia muito bem. Não 100%, mas uns 60%.

Não ficava tão bem a um longo tempo.

Começou a assobiar uma música qualquer enquanto ajeitava o cabelo no espelho do elevador, até que viu o rosto carrancudo do parceiro no mesmo.

– Que cara é essa? – Ela perguntou se apoiando na moldura. – Andou sonhando com a ruiva?

– Quem dera. Só estou com um pouco de sono. – A garota retomou o assobio e uma ruga se formou entre as sobrancelhas dele. – E não estou de bom-humor, pode ficar quieta?

A garota sorriu. – Posso, mas ai eu também vou ficar com essa cara de bunda. – Expirou no espelho, embaçando o mesmo. Com o dedo, desenhou dois bonecos de palito, um tinha um sorriso ao contrário, as sobrancelhas juntas e olhos semicerrados; o outro tinha cabelo comprido, olhos enormes e um grande sorriso com covinhas. – Sabe, aquela coisa de oozmaze que você me ensinou: Que quando uma coisa tem pouco e outra tem muito, as duas tendem a se equilibrar, uma puxando da outra. – Limpou o espelho com a manga da jaqueta.

Osmose. – Beliscou a pele entre os olhos. Yasmine deu de ombros enquanto ajeitava o cabelo e as roupas.

– Se você fosse um professor melhor, eu lembraria o nome. – Ela só estava provocando, Hugo era um ótimo professor.

Desviou o olhar de seu reflexo para o do parceiro, que parecia pronto para estrangulá-la. Ela ignorou e voltou a assobiar.

Girou nos calcanhares quando a porta do elevador abriu e saiu na frente, pisando forte no chão para incomodar o parceiro. Saiu do prédio dos alojamentos, era uma manhã fria e ensolarada e o ar fazia cócegas em seu nariz. Yasmine caminhou por cerca de cinco minutos até chegar a um antigo colégio.

Os rebeldes começaram a utilizar os colégios próximos como refeitórios pela própria estrutura dos mesmos. Além de que também funcionavam como escolas, algumas almas caridosas davam aulas, ensinando condutores e normais a ler e outras coisas.

Yasmine e Hugo avançaram pelos corredores sujos cheios de armários abandonados e arrombados, seguindo uma trilha de pegadas que os guiaria ao refeitório. A poeira fazia a garota espirrar e, quando chegaram ao refeitório em si, os olhos dela ardiam.

O lugar, ali, era muito bem conservado. As mesas longas e os bancos igualmente longos estavam muito limpos, o sol entrava por uma grande janela, aquecendo o local; e no lado oposto, uma das enormes mesas estava apinhada de pratos, talheres e comida.

Yasmine sorriu, sempre que via aquilo, se lembrava como os Rebeldes eram funcionais.

O refeitório estava vazio, com exceção deles e de uns trinta condutores que deviam ser a patrulha noturna daquela área, encerrando os turnos.

A condutora de tinta não tinha o costume de levantar cedo, nem o de fazer amigos, então não reconheceu quase nenhum dos patrulheiros. Dos que reconheceu, só sabia o nome de cinco. Um deles era Nikola, condutor elétrico com seu cabelo escuro e penteado impecável, Hugo havia lhe dito que seu nome na verdade era Nicholas, mas era conhecido como Nikola por conta de um suposto condutor elétrico muito famoso; outro era Hassan, de cabeça raspada e pele escura, possuía o mimetismo animal; Haytham, de fala britânica que herdara dos pais, condutor de névoa; Mariana, o rosto bronzeado era emoldurado por uma juba de cabelos castanho-claros que cascateavam até os ombros, era condutora de água; e a última era a condutora de fios que conhecera na noite anterior, Juliet.

Yasmine e Hugo se sentaram em uma mesa afastada, na penumbra.

– Vamos, Hugo. – Ela começou. – Ninguém consegue ficar tão mal-humorado assim perto de tanta gente feliz e de tanta comida boa.

Ele soltou um muxoxo e se debruçou na mesa. – Por que está me torturando, droga?

Ela gargalhou. – Porque você me fez levantar às sete da manhã e porque você também me enchia a paciência quando eu não estava me sentindo bem.

Hugo olhou para ela e suspirou. Ela mandou seu sorriso mais inocente e disse com a voz macia. – Doce, doce vingança... – Levantou e foi para a mesa buscar comida. – Quer comer o que?

Ele desviou o olhar e disse entre dentes. – Sua mãe.

A condutora ignorou a provocação e encheu um prato com torradas, depois pegando uma maçã, uma laranja e, seu favorito, um cacho de uvas verdes. Encheu duas xícaras com café e voltou, equilibrando, até a mesa onde o amigo se debruçava.

Largou o prato sobre a mesma de forma intencionalmente barulhenta. Sentou à frente dele e empurrou-lhe uma das xícaras de café. Ele levantou o rosto, com os olhos espremidos como os de um morcego.

– Você sabe que eu odeio café. – Ele resmungou.

A garota sorriu de trás de sua própria xícara. – Mesmo? Devo ter esquecido. – Ela bebericou, decidida a ser pouco cooperativa. O parceiro afastou a xícara de cara feia e pegou uma maçã na bandeja e a girou nos dedos. Yasmine bebeu metade do café em um gole.

– Como será que os Rebeldes fazem para sempre terem uma comida tão boa? – Ela sabia a resposta de trás para frente, mas também sabia que Hugo não conseguia deixar uma pergunta sem resposta.

O condutor de gás respondeu após pouco tempo. – Fazendas, várias fazendas com condutores herbocinéticos – Segundo boatos, os herbocinéticos conseguiam fazer brotar uma tulipa do concreto. – cultivadas por voluntários, tanto condutores quanto normais.

A garota girou o café dentro da xícara. – E...?

Hugo suspirou e disse de má vontade. – Condutores de gás, eles melhoram a qualidade dos produtos.

Ela cruzou as pernas. – E você não seria, por acaso, um condutor de gás? – Perguntou cautelosa.

– Não oficialmente, na verdade só você e o Lee sabem disso. – Respondeu baixo.

– Por quê?

– Às vezes, é bom ter uma carta na manga. – Ele sorriu fraco.

Ela sorriu com ele e pegou uma uva do cacho. – Concordo... – A fruta explodiu em sua boca, doce e ácida.

Quando os patrulheiros se retiraram, o lugar foi tomado pelo silêncio. Hugo havia cochilado com uma maçã na mão enquanto Yasmine comia calmamente, pensando no sonho que tivera. Não pensava no pai, na infância ou em Caimán há alguns anos, então não sabia o que o sonho significava. Na verdade, sempre que não sonhava com a ruiva ficava um pouco desnorteada.

Tentou afastar o pensamento.

Quando estava satisfeita, levantou e deixou o prato sobre a mesa, que Hugo lavasse quando decidisse acordar. Espanou as migalhas do colo e se saiu do refeitório.

A manhã já estava muito quente, então a garota tirou a jaqueta e amarrou na cintura. Formou duas longas cordas de tinta e prendeu as mesmas em dois postes, formando um grande estilingue. Caminhou firme para trás, tencionando, e depois deixou que fosse disparada como uma bala para o sul.

Enquanto voava e usava sua tinta para se balançar pela cidade, afastando-se de possíveis olhares curiosos, pensou no que Hugo havia dito.

“Às vezes é bom ter uma carta na manga”


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Notas finais do capítulo

Então, comente, curta, compartilha, da joinha e sei lá!
O próximo capítulo vai trazer a "carta na manga" da Yasmine, e, olha, eu achei que ficou bem louco :)
Até a próxima!



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