InFamous: A Tirania de Rowe escrita por Thuler Teaholic


Capítulo 4
Pássaros e paranoia


Notas iniciais do capítulo

well, well, cá estamos com mais um capítulo que veio sem maiores problemas
Agradeço e dedico essas 3.176 palavras aos meus leitores, comentadores, acompanhadores e ao meu beta, What up! o/

Trago aqui um novo pov e, sem mais delongas...



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ALGUMAS HORAS ANTES

Lee viu a garota se afastando claramente emburrada com as provocações. Os longos cabelos coloridos e brilhosos lançavam tênues espectros coloridos no ambiente. O condutor de fumaça notou que a postura dela estava rígida e demasiadamente ereta, como se estivesse dolorida. Mesmo assim, ela ainda gingava levemente a andar, sempre variando o peso do corpo, ora a ponta dos pés, ora o calcanhar, ora a sola toda. Os braços balançavam ao andar, mas sempre se mantinham próximos da cintura, onde ela guardava a faca. Era uma dança visível apenas aos olhos atentos, e Lee a olhava bastante, sempre com muita atenção.

Foi tirado de seus devaneios com um tapa atrás da cabeça.

– Sabia que você fica ainda mais otário quando ela está por perto? – Censurou Hugo. – Ela nem é tudo isso. – Lee revirou os olhos, a ideia dele e de Yasmine juntos não agradava ao amigo em nada. Na verdade, o próprio Lee não pensava em fazer parte de um casal tão cedo, mas as vezes era pego olhando sonhador para a condutora de tinta.

– Ela é, sei lá, fascinante. – Hipnotizante expressaria melhor. – O jeito que ela anda, sempre atenta a tudo. Pronta para agir, é tão sexy. – O olhar de reprovação de Hugo caiu sobre ele como um piano e o soco que o atingiu no braço teve a mesma força.

– Idiota. – O agressor voltou a atirar contra os alvos. Lee massageou o braço atingido e bufou, a superproteção do amigo o incomodava profundamente.

– Você age como se ela fosse sua irmã. – Resmungou.

Hugo o ignorou e continuou atirando, a mira dele era invejável. O condutor de fumaça não acompanhou o amigo. Sentou-se em um banco ali perto e observou o desempenho do condutor de gás com desinteresse e, sem que percebesse, a mente voltou à Yasmine.

A garota simplesmente andava, mas nunca saia do lugar, assim ele podia observá-la para sempre. A garota o notou depois de um tempo e começou a caminhar na direção dele, uma expressão ilegível no rosto.

O golpe de Hugo o atingiu quando ela começou a tirar a roupa.

– Bom que não esteja imaginando ela pelada, seu doente!

Porra! O cara lia mentes? Outra esfera estava pronta na mão de Hugo, a primeira havia sido o bastante apenas para assustá-lo.

Ele fechou os olhos e bufou irritado, nesse momento permitiu-se outro vislumbre da condutora.

Essa esfera fez com que seus óculos voassem. Hugo balançou a cabeça em reprovação e pegou os óculos no chão – Hora de fazer aquilo que combinamos. – Disse em tom conspiratório e devolveu os óculos.

Lee assentiu e aceitou os óculos, piscou rapidamente enquanto o mundo entrava em foco e seguiu Hugo para a saída.

O sol já estava baixo, atrás da linha dos prédios. Lee subiu o capuz para proteger-se do vento frio. – Para onde mesmo? – Pôs as mãos nos bolsos da frente do casaco. Os dentes batiam levemente.

Hugo fechou a blusa e cobriu a boca e o nariz com uma máscara de lã, essa possuía o desenho sinistro de um sorriso esquelético feito em estêncil azul. Lee achou que o contraste da expressão séria com aquele sorriso diabólico cheio de dentes era um pouco aterrorizante. – Para o norte, Harlem. – Disse com a voz abafada, expelindo uma pequena nuvem de vapor. – Apollo Theater.

Lee ajeitou suas luvas de parkour, um par era entregue a todos os rebeldes. – Corrida? – Estalou os dedos e olhou com expectativa para o amigo. Hugo colocou as luvas e olhou para ele de esguelha.

– Pode ser. – Aparentemente, descartava Lee como um oponente. O condutor de fumaça sentiu uma pontada de irritação com a desfeita. – No três. – A postura séria e ereta se mantinha inabalável. – Um. Dois. Três. – Lee desatou a correr e, pelo canto da vista, viu que Hugo havia sumido.

O condutor de fumaça entrou em um beco e saltou, erguendo-se uns cinco metros do chão, agarrou-se a escada de incêndio e içou-se sem dificuldade. Saltava e se desfazia em fumaça, as partículas em que o corpo se reduzira atravessavam as grades da escada e subiam em linha reta. Ele percebeu que levaria muito tempo para chegar ao topo do edifício de vinte andares daquela forma, então parou no quinto andar e entrou pela janela de um apartamento.

Abandonado, empoeirado, desolado e sem absolutamente nada que não fossem os ratos, baratas e marcas de onde os móveis ficavam.

Lee permitiu-se meio-segundo para pensar nas pessoas que haviam vivido ali, imaginando uma família normal. Dois jovens que pensavam em noivar enquanto se dedicavam aos estudos e ao trabalho, eles tinham um gato vira-lata de três cores diferentes: preto, branco e laranja. O nome dele era Puzzle por causa das cores em seu rosto que se encaixavam como peças de um quebra-cabeça.

Era uma vida corrida, árdua, mas boa.

O jovem estava largado no sofá vendo um jogo de seu time, os Cincinnati Reds, quando a imagem desapareceu para exibir uma mensagem urgente. Um exército bioterrorista. Ele levou alguns segundos para compreender. Chamou sua namorada e ela se empoleirou no braço do sofá. Ambos começaram a discutir, preocupados, até que a garota sugeriu que fossem para a Europa já que ela possuía família na Alemanha, o tio era dono de uma empresa de elevadores e a tia era engenheira civil.

A jovem era artista e poderia procurar uma escola de alto-nível a qual ela sabia que entraria, pois havia sido aceita pelo Instituto de Artes de Chicago. Seu namorado cursava engenharia, então ele estaria em casa. Ambos deram as mãos e trocaram promessas de “Vai ficar tudo bem”. Após algumas ligações apressadas, estavam prontos para partir na noite seguinte e pegar um voo para Frankfurt.

Na hora da partida a garota chorou, aquele era o primeiro apartamento que haviam comprado juntos, o namorado a abraçou e disse “Vamos voltar quando essa loucura toda terminar” ela sorriu e secou as lágrimas “ Promete?” Ele se ajoelhou e pegou uma pequena caixa quadrada no bolso e a abriu, mostrando a aliança para a jovem. “Prometo”.

Lee balançou a cabeça para afastar os pensamentos e foi para a pequena cozinha do apartamento, encontrou o que procurava. Um exaustor. Se desfez em fumaça e avançou pelo mesmo de forma vertiginosa. A tubulação era sinuosa e segmentada, Lee sentiu o frio na barriga característico das montanhas-russas.

“Não pense no assunto, não tente entender, só aproveite o passeio” Disse a si mesmo, logo depois sendo expelido por vários metros no ar pela chaminé no telhado.

Enquanto pairava no breve momento entre a ascensão e a queda, permitiu-se mais meio segundo para admirar a cidade ao ocaso daquela posição privilegiada.

Usou as mãos como propulsores e pairou para o próximo edifício. Assim avançava pelo topo dos prédios, dando longos saltos, pairando e se pendurando em beiradas. As vezes, quando a distância era muito grande, ele se desfazia em fumaça e impulsionava sua forma pouco densa pelo ar por breves períodos.

Logo avistou uma grande clareira na selva de concreto, o Central Park. Ele teria de contornar o Park pela Madison Avenue, passando pelo Upper East Side, depois era só seguir para oeste.

Ele avançava rápido, realmente chegou a imaginar que venceria a corrida. Sorriu e pensou em como esfregaria isso na cara daquele convencido.

O trajeto só foi interrompido quando avistou algo inusitado no topo do prédio em que aterrissara, uma pessoa. O estranho estava de cócoras na beirada do prédio como uma gárgula, ele não deu qualquer sinal de ter percebido Lee. O condutor de fumaça decidiu ignorar e se preparou para outro salto.

– Espera. – Lee freou e quase caiu no vão entre os edifícios. Virou-se para fitar o estranho e quase caiu do prédio mais uma vez. O estranho estava em pé, muito próximo dele.

Lee reparou como o cara era esquisito. Usava um sobretudo de brim com o capuz, metade vermelho e metade azul; as grandes mãos estavam cobertas por luvas de couro, uma vermelha e uma azul, até mesmo as botas tinham esse padrão; mas o mas estranho era, sem dúvida nenhuma, a máscara que ocultava seu rosto, uma máscara fechada com pequenas janelas para os olhos e um longo bico, como as usadas pelos médicos durante a Peste Negra.

– Por favor, Lee, faça com que suas próximas perguntas sejam boas, estou com pressa. – Disse com a voz abafada. Um dedo gélido desceu pela coluna do condutor, o estranho falava como se fossem conhecidos.

“Você é médico?” Quase perguntou. Pensou um pouco, ainda assustado, e perguntou. – Qual seu nome? – O estranho balançou a mão, enxotando a pergunta como se faz com uma mosca.

– Reginald. – Disse impaciente, o nome não significava nada para Lee. – Agora tente uma pergunta melhor.

Parou e pensou mais um pouco. – Por quem luta? – Perguntou com cautela.

– Por mim, por nós. – Deu de ombros.“Nós” se referia a ele e Lee ou aos Rebeldes? Ou aos Infames? Ou aos condutores? Lee não saberia dizer.

– Como me conhece? – Sentiu que não gostaria da resposta.

– Tenho te observado, na verdade, tenho observado a condutora de tinta. – Ótimo, o cara estava interessado em Yasmine.

– Por quê? – O estranho negou com a cabeça.

– Essa pergunta é boa demais, Leander. – Sentiu os pelos da nuca se arrepiarem, ninguém sabia seu nome completo. O estranho se aproximou um passo e Lee recuou outro.

– O que você quer?

– Manter a condutora de tinta segura. Ela é um achado raro. – Lee não deixou de sentir um grande incômodo pelo fato de Reginald falar de Yasmine como se ela fosse um objeto. – Certifique-se ela não saia do quarto essa noite.

O condutor de fumaça franziu o cenho.

– Respondendo à próxima pergunta, porque o Rowe está atrás dela. – O estômago de Lee deu um salto acrobático. O estranho o agarrou pela gola e o puxou, o bico de sua máscara tocando o rosto do outro – Se ela for pega, eu te mato. – Aquilo, por mais estranho que fosse, não soava como uma ameaça. Soltou rudemente e se voltou a se acocorar na beirada oposta.

O coração de Lee estava ameaçando pular para fora do peito, ele ia continuar seu trajeto para o Harlem quando se deteve e fez uma última pergunta. – Quem é você? – Perguntou sem olhá-lo.

Não estava esperando uma resposta, mas para sua surpresa ouviu uma risada. – Já disse que meu nome é Reginald, mas sei que ele não diz nada a você, Leander. – Reginald se inclinou na direção do abismo. – Eu mesmo uso ele muito pouco. A questão é que não sou seu inimigo, mas também não sou um rebelde. – Lee virou-se para ver a estranha figura mais uma vez, a mais pura dúvida estampada no rosto. Reginald ainda estava lá e, com um movimento rápido, jogou algo no condutor de fumaça. – Tenho um plano pra por em prática e você vai me ajudar. – Riu seco. – Querendo ou não.

O tal objeto que Reginald havia jogado era um colar. O pingente era uma forma elaborada: um círculo com duas águias de perfil, de costas uma para a outra, no ponto em que se juntavam havia um vão no formato de uma estrela de ponta cabeça com um pequeno raio dentro deste. Não dizia nada ao condutor de fumaça, mas quando foi perguntar o que era, Reginald já havia sumido.

Lee passou o colar pelo pescoço e olhou para o pingente mais uma vez, era um belo trabalho feito em cobre, o escondeu por dentro da camisa e sentiu o metal estranhamente quente tocar a pele, causando uma leve ardência.

Voltou a correr, mas não mais pensava na vitória, pensava apenas no estranho homem pássaro.

Plano? Lee se perguntava qual seria a parte dele naquilo.

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Já estava escurecendo quando chegou ao Harlem, viu Hugo parado na frente do Apollo Theater de braços cruzados, os olhos pesando de reprovação. – Estava quase voltando para te procurar. – Suspirou longamente. – O que aconteceu?

“Fui abordado por um homem-pássaro voyeur” – Nada.

Hugo ergueu uma sobrancelha. – Nada?

“E o cara tem planos, PLANOS!” – É, nada.

O condutor de gás se inclinou para frente, os olhos apertados como se estivesse tentando enxergar através de Lee. – Então por que está tão estranho? – Lee suspirou.

“O cara deve estar nos olhando agora do topo de um prédio” – Eu caí de um prédio no caminho, ainda estou um pouco assustado. – A mentira foi tão péssima e degradante que esperou que Hugo engolisse. Para o alívio de Lee, ele revirou os olhos e seu olhar inquisidor voltou para a reprovação arrogante padrão.

– Era de se esperar. – Hugo deu as costas para o amigo. – Vamos logo fazer um mapa, a menos que a mocinha queira um tempo para se recompor.

Lee ficou tentado a aceitar.

– Vamos logo com isso. – Ele disse, por fim. – Estou congelando. – Se aprumou no casaco. O frio era uma boa desculpa para as mãos trêmulas.

Hugo tirou um mapa de rodovia do bolso e o abriu, os olhos esquadrinhando a folha à procura do Harlem. Quando achou, circulou a área com uma caneta esferográfica vermelha. – Essa é a área. O Harlem, um pedaço do Upper East Side e grande parte do Central Park. – Bateu na folha com a base da caneta. – Qual fazemos hoje?

O amigo deu de ombros. – Sei lá... – Hugo enrolou o mapa e o usou para bater em Lee.

– Mas você não sabe de nada! – Soava como um professor frustrado.

Realmente, a única coisa que Lee sabia era que teria muito que explicar para Yasmine.

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Lee havia conseguido afastar a presença estranha de Reginald de sua mente. Na verdade, ele estava se divertindo com o amigo. Fazer mapas, traçar rotas de fuga, marcar lugares bons para tocaias ou armadilhas, lugares que era melhor ficar longe e pontos de vantagem. Ele estava genuinamente entretido.

Haviam preparado algumas estratégias e mapeado praticamente todo Upper East Side. Até o condutor de gás ranzinza se permitiu algumas brincadeiras, ele gostava daquilo ainda mais que o Lee. Agora estavam no topo de um prédio, Leander via as linhas traçadas no mapa colorirem a cidade nitidamente. O amigo secou o suor da testa com a manga. – Então estão prontos os planos A, B e C do Upper. – Disse com satisfação. – Ainda dá tempo de começar o Park, o que você acha?

– Pode ser. – Lee estava com pilha para mapear o Park inteiro, até que se lembrou de algo. – Temos de sincronizar, lembra? – O amigo concordou, havia esquecido.

No último evento, um pega-bandeira, haviam se esquecido de sincronizar os relógios e, por três minutos, os planos todos foram por água abaixo e os resultados foram desastrosos e dolorosos. Lee apanhou o braço de Hugo e viu as horas no relógio, copiando-as no seu. "cinquenta e oito, cinquenta e nove e..." Estranhou, o relógio zerou. Apertou os botões para ver se não havia ligado o cronômetro e se deu conta de que a casa dos segundos ainda corria. Riu da situação... Depois quase caiu do prédio.

“MEIA-NOITE?!” Levantou-se em pânico. “Aquele voyeur vai me matar, caralho!” Ele devia ter ido proteger Yasmine dos Infames, OS INFAMES! “Ai meu Deus, acho que vou enfartar!” Hugo o segurou pelo tornozelo.

– O que foi? Seu perturbado. – “Deixei uma condutora única ser pega pelo Rowe. Legal, né?”.

Libertou o tornozelo. - E... Eu tinha marcado com o Emerick e o Shawn para irmos beber umas, sabe, eles me amam. – Tentou forçar um riso que pareceu mais um ganido de um coiote em agonia. – Íamos deixar um clima legal pro Emerick e a Zoey, sabe, ele é afim dela e... Sabe... – Hugo se manteve inexpressivo, os olhos calmos penetravam a mente de Lee e reviravam os cantos mais obscuros.

– Tá, eu vou fazendo o esboço. Amanhã te mostro. – O tom estava quase afável.

– Hoje, na verdade. Já que já passou da...

– Tá, tá, tá, Agora dá linha, está bloqueando a lua. – Abanou a mão como se o enxotasse. Lee assentiu e saltou para o próximo prédio.

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Chegou ao pátio em 45 minutos, se a palavra de seus amigos de bebida valia algo, a garota ainda estava lá e Lee orava para que ela realmente estivesse lá. E não é que estava?

A primeira coisa que ele viu foi a garota suada e cambaleante, parecia que ela havia treinado sem parar desde que eles saíram, sete horas sem parar?

Correu até ela e a procurou por pedaços faltando ou coisa do tipo, mas não achou nada. Ela sorria de forma boba, como se a exaustão fosse uma delícia.

– O que houve? – Ele perguntou. Ela apenas balançou a cabeça em resposta. Lee a aparou e rumou com ela até os alojamentos, a garota parecia que iria desabar sem ele. No caminho ele pensou em explicar a situação, falar sobre Reginald e sobre o fato de ela estar em risco. Mas simplesmente não conseguia. Sentia-se extremamente tenso.

No elevador, ele bolou um plano. Roubaria a chave dela e a trancaria no quarto, ela estava exausta demais para fazer qualquer coisa aparentemente. É aquele era um bom plano.

Pegou a chave enquanto a guiava para fora do elevador e ela não havia percebido, ótimo. Abriu a porta e ela não percebeu ótimo! A ajudou a se sentar na cama e já se retirava, mal acreditando que tudo havia ido de acordo com o plano.

– Lee, onde está o Hugo? – A pergunta o paralisou, Hugo? Aonde ele estava mesmo? A mente deu um branco total, ele de repente se sentia observado. Como se Reginald ou os Infames enviados por Rowe o tivessem na mira.

– Lá embaixo. - Respondeu vago, o coração estava acelerado.

Ela bufou, impaciente. - Sabia que lá embaixo tem a ilha de Manhattan? Me diga logo onde ele está. – Ele podia dizer, sem problemas, mas talvez ela perguntasse “E por que você voltou antes?” Ele já havia esquecido a desculpa que dera para o amigo, inventar outra para Yasmine poderia fazer com que os dois percebessem que algo estava errado. “Droga, Lee! Pensa!” Os Infames podiam tê-lo seguido, ele tinha de sair dali o mais rápido o possível. Sentia que o suor começava a brotar nas espáduas.

Deu de ombros e continuou na direção da porta, até que uma esfera de tinta explodiu na moldura a centímetros de seu rosto. Seu coração perdeu o passo.

– Lee... - Ela disse entre dentes em tom de ameaça. Uma outra esfera preparada na mão. Já havia começado, tinha de terminar de uma vez!

Ele ignorou e atravessou a porta, fechando-a atrás de si. Logo a trancando.

Apoiou-se na parede, ofegante. “Mas que merda foi aquilo?” Ele havia surtado, deus!

Sentiu o colar que Reginald lhe dera pesar no pescoço.

Sim, ele já estava ajudando o estranho homem-pássaro.

Quando parou para pensar, sentiu que não estava agindo por lógica. Não estava raciocinando, só estava agindo, como se alguém o empurrasse. Droga aquilo simplesmente não fazia sentido. Ele provavelmente teria contado a ela, mas não contou. Não era ele, aquela paranoia não era dele, não era ele naquele quarto, era outra pessoa...

Mas quem?

Aquele pensamento o aterrorizava. Ele seguiu para seu quarto, escorando-se na parede, sentido que não era dono da própria mente.


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Notas finais do capítulo

No próximo vou trazer outro pov que vai explicar essa paranoia do Lee, acho que não é mistério pra ninguém quem vai ser, mas fiquem ligadinhos ai.
Uma pergunta: Tem algum personagem que vocês queiram um POV?
Eu sei que é meio cedo para fazer perguntas, mas, bem, foda-se :)
Comente ai
Até a próxima!



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