Acordei abraçado á Selena, eu me sentia muito cansado, então me lembrei que havia bebido muito na festa de ontem.

– Droga... Eu não devia ter bebido tanto.

Olhei para Selena e ela estava sorrindo, mas com os olhos fechados ainda, estaria sonhando?

– Ei... Você está rindo de mim ou sonhando? – Eu perguntei baixinho.

Se ela me ouvisse ela estava rindo de mim, se não, estava apenas sonhando.

Ela soltou uma risadinha e abriu os olhos.

– Gostou de perder a virgindade comigo?

– Ah, não se ache também, eu estava bêbado.

– Você podia beber mais.

– Ei! E eu também não gostei nem um pouco do fato de você não ser virgem!

– A culpa foi sua.

– Minha? Como assim?

– De não ter me conhecido antes.

– Aff, depois dessa eu vou levantar.

– E eu vou tomar um banho.

– Vai lá.

Pelo visto nós precisávamos fazer novos amigos aqui, sem conhecer as pessoas ficava meio difícil de se divertir, amizade com Marie não daria certo, Selena odeia ela e Wood não parece ser muito amigável, na verdade, pouco interagi com ele na festa, eu só tinha amizade com Larry.

De qualquer jeito, eu era procurado pela polícia dos Estados Unidos e seria bem provável que a polícia Canadense tentasse cuidar disso... E se eu tivesse me recusado á fugir com Selena? Eu teria, mais tarde, ganhado a inocência e ficar livre, e poderia voltar ao normal, porém, eu não teria oferecido minha casa para ela e ela teria sido pega de novo.

Desci e tomei o café da manhã, logo ela apareceu com o cabelo molhado ainda, na mesa para tomar o café junto comigo.

– Algum plano para hoje?

– Não.

– A gente precisa conhecer mais pessoas.

– Eu estava pensando nisso.

Então comecei a ouvir Sirenes.

Selena olhou pra mim como se perguntando se estava pensando o mesmo.

– Eu não acredito...

– Calma Selena, deve ser outra coisa.

Fui andando e olhei pela janela, a polícia estava do outro lado.

– Saiam com as mãos para o alto! Vocês estão sendo procurados pela polícia americana! – Gritou um policial com um megafone.

Selena ficou aflita, eu não estava muito diferente, admito.

– Selena, vamos ter que sair.

– Eu não quero ser presa de novo.

– Calma, a gente resolve isso aí.

Eu saí de casa com Selena atrás de mim, ela estava com medo.

– Vocês nos pega...

Então eu vi Larry do lado de um policial.

– Larry?!

– Hahahaha como vai amigão?

Ele se aproximou de mim.

– O que está fazendo aqui? – perguntei.

– Apenas cumprindo meu trabalho, eles me deram a missão de localizar vocês, assim eu estaria livre, você não acreditou na história da fiança, acreditou?

Dei um soco na cara dele, ele apenas me deu um olhar ameaçador e deu um sorriso.

– Eu não acredito que a polícia foi tão baixa a ponto de fazer isso!

– Dois por um meu amigo, não é você que entende de negócios?

– Você não tem o direito de chamá-lo de amigo! – Gritou Selena.

– Que seja, agora vocês estão presos, venham comigo.

Não havia opção além de ir com ele, então quando estávamos chegando ao carro da polícia, uma coisa inesperada aconteceu, tiros começaram a serem disparados

Selena deu um grito e nós nos jogamos no chão, os policiais todos se esconderam por trás dos carros, os tiros estavam vindo de um carro preto, era bem estiloso, dentro dele havia um garoto pálido de cabelos grandes, era o Wood que estava atirando e Marie gritava para entrar no carro, calculei que fosse com a gente.

– Vamos entrar Selena! – Gritei em meio aos disparos.

Então saímos correndo e entramos no carro, logo tivemos que nos abaixar para não levar- mos tiros da polícia.

– Pisa fundo Wood! – Gritou Marie.

Então Wood saiu em velocidade pelas ruas e a polícia já estava se movendo para nos seguir.

– Vejo que a vida de vocês anda meio maluca – disse Marie do banco do passageiro.

– Só um pouco – eu disse.

– A sua não parece muito melhor. – comentou Selena.

– Peraí, vocês estão sendo procurados também? – perguntei.

– Você não sacou ainda, você é lerdinho, acho isso sexy.

– Marie! – Gritou Selena.

– Nós também estávamos na cadeia naquele dia, e nós também fugimos, pela mesma rota que vocês, a diferença é que não tínhamos nenhuma casa para ficar!

– É mesmo – Concordou Wood – Meus pais me expulsaram da minha.

– Isso está ficando muito estranho, para onde estamos indo?

– Temos que despistar a polícia, ela está nos seguindo ainda. – respondeu Wood.

O carro estava muito rápido, podia-se ouvir o barulho das sirenes, Marie parecia tranqüila e Selena mais ainda, todo mundo estava acostumado com uma situação dessas... Menos eu.

Wood virava em todas as ruas que apareciam em sua frente para despistar a polícia, eu já havia batido a cabeça no banco um monte de vezes.

– Isso já está me cansando, Wood vamos acabar logo com isso! – Disse Marie.

– Eu to tentando, mas essa polícia não sai do meu pé! – Respondeu Wood.

Depois de tudo isso que eu passei, jurei para mim mesmo que não iria jogar mais GTA.

O carro pegou uma estrada enorme e cheia de carros.

– Cuidado para não bater cara. – disse eu tentando esconder um pouco o medo.

– Seu burro! Uma avenida?! Como vamos nos livrar deles agora?! – Gritou Marie.

– Fique calma, eu sei o que estou fazendo.

A polícia corria desviando dos carros.

Então Wood virou bruscamente para outra faixa e seguiu outra rota, a polícia passou reta, ele continuou até parar num posto de gasolina.

– Chegamos. – Disse ele.

– Graças a deus, eu já estava ficando enjoada. – Disse Selena.

Nós descemos do carro que ficou aonde deveria ser o lava rápido, mas o posto estava abandonado.

Entramos numa cabine onde havia uma cama e um colchão.

– Vocês estão morando aqui? – Perguntei.

– Sim, essa porcaria de lugar! – Respondeu Marie.

– Vamos dormir aqui? – Perguntou Selena.

– Sim, nós vamos dormir em outra cabine.

Wood e Marie saíram do quarto, deixando apenas eu e Selena.

– Bem, vamos dormir. – disse ela.

Selena se deitou na cama, eu puxei o colchão e me deitei.

– Ei, você não vai dormir aí vai? – perguntou ela.

– Está muito calor aqui dentro.

– Hum...

Fez-se um breve silêncio até que Selena o quebrou.

– As baratas daqui são bem piores e transmitem muito mais doenças, tome cuidado para elas não encostarem-se a você.

Eu olhei para ela e senti que eu já havia presenciado isso.