Espelho, espelho... escrita por yaoi senpai


Capítulo 8
Capítulo 8 – Interrupções


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, chegamos em um ponto crucial da historia, eu precisava de inspiração!
Obrigada a minha amada Feiticeira Escarlate por recomendar s2
Boa leitura! :-D



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Capítulo 8 – Interrupções

– Você é um tremendo idiota. – Draco repetia mentalmente - Idiota, idiota, idiota!

Draco nunca conseguiria se perdoar por ter perdido o controle na frente de Harry.

Ele conseguiu ver a cara do eleito, o pavor e o medo nos olhos dele – ou ao menos conseguia imaginar muito bem. Ele estava com medo de que Harry não falasse mais com ele, nem mesmo por obrigação, afinal, ele já tinha perdido o posto como namorado, não queria perder como amigo também.

Ah, mas tinha uma coisa que Draco nunca se arrependeria. Ele tinha falado quase tudo o que queria na cara da ruiva. Ele só tinha se controlado para não passar dos limites no que podia ou não dizer na frente de Harry, mas ele conseguiu humilhá-la.

Mas Harry gostava dela, não gostava?

– Ugh, é muita coisa pra mim. – Disse Draco, se levantando. – É melhor eu voltar para aquela sala de uma vez, ainda preciso falar com a professora.

Ou quem sabe seria melhor se ele desistisse?

✸✸✸

Harry pegou o espelho da gaveta, colocando-o na frente do rosto, procurando olhar para ele o mais profundo que conseguisse. Logo aquele escuro se tornou algo, uma criança. O garotinho de mais ou menos 10 anos, com cabelos tão louros, quase brancos e olhos verdes esmeraldas. Ele sorria. Sorria vagamente, quase que não sorrindo.

Harry começou a sorrir, sentiu uma enorme vontade de fazer tal coisa, só não sabia por quê. Virou o espelho do lado de trás, dando de cara um pequeno texto cravado em ouro na madeira da parte de trás do objeto. “Espelho da Criança” sorriu com o nome, era um pouco óbvio “Aqui se realiza o fruto seu, com o de sua alma gêmea”, “O qual o está destinado a passar a vida inteira do lado, se não o encontrou ainda, é a hora certa”. Aquilo assustou Harry. Ele só conhecia uma pessoa em toda sua vida capaz de ter aquele tom de loiro.

Logo sua cabeça começou a doer. Imagens corriam pelos pensamentos do escolhido, o incapacitando de abrir os olhos. Eram lembranças, ele tinha certeza. Enxergava desde Hermione conversando seriamente sobre preservativos, há Ron um pouco irado por causa de certo garoto loiro, enxergava de tudo. Até... Até Draco.

A parte de Draco foi a que mais alarmou Harry, todas as imagens traziam algo forte, que queimava no seu peito. Algo como um sentimento forte pelo loiro. Algo muito maior que ódio, mas extremamente parecido com odiar, uma pequena linha separava as duas emoções.

Ele viu, então, a imagem de um pôr do sol, e, à medida que as linhas do horizonte se encontravam, aquele calor em seu peito aumentava descaradamente. Ele enxergava Draco.

Enxergava Draco sorrindo – o que por sinal o fascinou com tanta beleza -, sentiu seu beijo, seu toque, e ouviu as palavras mais belas, as quais, nunca pensou ouvir saindo da boca do loiro.

Algumas lágrimas corriam pelo seu rosto à medida que aquela bola de neve de sentimentos se fazia presente.

Até que as imagens chegaram a certa parte. Era terrivelmente familiar por um lado, e assustadora de outro. Ele enxergou a si mesmo chorando, se moendo em lágrimas de saudade, saudade de seu namorado – ao lado literal da palavra –, a mais pura saudade.

A parte que realmente o assustava era outra. Enxergava Ron, seu suposto melhor amigo, o tirando desse sofrimento, dessa saudade. Mas o que o irritou de verdade foi o que ele fez. Ele apagou suas memórias mais felizes, aquelas que ele tinha com Draco. Deixando apenas o ódio, as saudades, a lembrança do medo e a ironia. A raiva tomou conta de sua cabeça já lotada de pensamentos.

Colocou o espelho na mesa na esperança de massagear as têmporas, as quais doíam incontrolavelmente.

–... arry? – Ouviu uma voz chorosa próxima de si. – Harry está tudo bem? Quer que eu te leve para a enfermaria? – A voz que ele ouvia, sem dúvida, era a voz que tomava conta de seus pensamentos ultimamente.

Eu te amo.

– Harry! Você está me assustando! – Draco dizia, chegando cada vez mais perto do moreno.

Eu te amo.

– Harry? – O loiro tocou seu ombro, fazendo Harry se arrepiar.

Eu

Te

Amo

Draco não tinha conseguido nem piscar, os braços fortes de Harry já estavam ao seu redor, a respiração leve contra seu pescoço fez seus músculos ficarem tensos. Logo que o loiro percebeu o que estava acontecendo, que retribuiu o tal abraço, sentindo uma vontade imensa de chorar. Era muito difícil ter Harry tão perto.

– Eu também senti sua falta. – Harry disse, fazendo aquela cachoeira de lágrimas que Draco segurava com tanta força para não desabar.

– O-O que aconteceu? – Draco perguntou. – Por que sente minha falta?

– Eu me lembrei, Draco. – Harry disse, afastando-se do abraço com um sorriso nos lábios, que logo se desfez ao ver as lágrimas no rosto do amado. – Sabe, quando a gente da uma boa notícia... – Limpou algumas das lágrimas com o polegar – A gente não espera ver as pessoas chorando.

Draco sorria mais largamente à medida que os dois rostos iam se aproximando, quando os lábios se tocaram, Draco não hesitou em laçar seus braços ao redor do pescoço de Harry, que fez o mesmo com a cintura de Draco. Draco sorria durante o beijo molhado pelas lágrimas, e Harry só o olhava, aproveitando a visão do amor de sua vida feliz novamente.

Quebrava o coração de Harry saber que o garoto que amava tinha passado tanto tempo sofrendo. Mas quebrava seu coração ainda mais saber que o motivo desse sofrimento era ele próprio.

Não.

A culpa não era dele. Ele não tinha desejado perder todas as suas memórias, Ron fez. Ronald Weasley era o culpado.

– No que está pensando? – Draco disse, entrelaçando seus dedos no do moreno. Harry amava isso.

– Estou pensando no quanto eu te amo. – Mentiu, ou melhor, meio-mentiu.

– Eu também te amo. – Sorriu, mas por um motivo ainda a ser discutido, seu sorriso enfraqueceu, quase desapareceu, mas de Harry o deixava tão feliz, que nem assuntos sérios conseguiam terminar com seu sorriso. A vontade dele era de tê-lo, ali, e agora. - Nunca mais faça isso. – Disse, espantando os pensamentos sujos de sua cabeça, mas ainda com um pequeno riso nos lábios.

– Fazer o que, exatamente? – Harry se preocupou.

– Nunca mais peça para aquele ruivo que tire suas memórias minhas. Nunca. – Draco disse, um pouco irritado.

– Eu não pedi isso! – Harry se ofendeu. – Eu nunca pediria para te esquecer, eu juro! Ron é o culpado de tudo, ele que apagou minhas memórias achando que iria acabar com o meu sofrimento e...

– Seu sofrimento? – Merda, Harry pensou. – Meu amor, você sofreu?

– Eu... Eu senti muita sua falta. – Harry disse, olhando diretamente nos olhos do loiro. – Você não entrava em contato! Nem uma carta, uma visita! Você nem apareceu na escola! – Harry disse, quase chorando. – Eu não sabia onde você estava, se você estava bem... Eu pirei.

Draco sorriu, sorriu leve e calmamente. Levantou sua mão e acariciou a bochecha de Harry. Logo depois, beijou mais uma vez, com carinho, os lábios finos e rosados.

– Me desculpe. – Disse, - Eu fui um covarde. Fugi com meus pais para salvar minha vida sem nem pensar em você. Passei dois longos anos em uma cidade do interior, brigando e discutindo com meus pais, implorando para voltar para cá e te reencontrar. – Suspirou. – Tudo isso e nem pensei que você pudesse estar bem pior que eu.

– De fato eu fiquei muito mal por um tempo – Draco olhou para o chão -, mas não sabe o quão estou feliz de te ver aqui, - Levantou o rosto de Draco com uma de suas mãos, sorrindo. - nos meus braços.

Draco não conseguiu resistir a sorrir ainda mais – se isso fosse possível.

– Eu adoraria ficar ouvindo isso o dia inteiro, mas... – Draco ficou na ponta dos pés. – Eu preciso aproveitar um pouco mais a sua volta.

Harry riu com a safadeza de seu tão clamado namorado, beijou seus lábios com calma, colocando sua mão na nuca do loiro, desamarrando completamente a fita verde que prendia seu cabelo em um rabo de cavalo baixo, fazendo os cabelos loiros selvagens ficarem soltos.

Sua mão continuou na nuca de Draco, entrelaçando gentilmente seus dedos com os fios conforme o beijo se esvaia.

Cada segundo o beijo se tornava mais intenso, mais cheio de amor, de reconciliação e de saudade.

Mas como todo bom momento...

– Pelo jeito vocês já estão mais que bem. – Hermione disse, ao lado de Ron que segurava sua irmã pasma nos braços.

Alguém interrompe.


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Notas finais do capítulo

Ainda vamos ter maaaaaaaaaaaaaaaaaaaais!
yay!
Um beijo, comentem alguma coisa!