PDV Emmet

Suspirei sentado na ala de espera do aeroporto. Rose e Edward chegariam a qualquer momento e enfim poderíamos seguir com nossos planos. Eu não queria deixar a Bella sozinha, mas insistir em algo que ela não quer é inútil. Teimosa como sempre ela é.

Sorri ao ver minha loira passando pelo portão de desembarque e levantei indo ao seu encontro e estranhando o fato de Edward não estar por perto.

– Oi amor - falei abraçando ela e logo em seguida lhe dando um selinho.

– Oi Em - ela disse suspirando e franzi a testa notando o quanto ela estava abatida.

– O que houve? E cade o Edward? - perguntei olhando ao redor procurando por ele.

– Ele não veio. - ela falou e levantou a cabeça para me olhar - Edward ficou lá.

– Porque Rose? O que ta acontecendo? Aro descobriu? - falei já me desesperando.

– Não não, ocorreu tudo bem com o plano. Mas quando estávamos no aeroporto pra voltarmos, o Ed recebeu uma ligação e ... e - ela suspirou com olhos cheios de lágrimas e desviou o olhar.

– Rose...

– A irmã dele faleceu. A Jane faleceu, Em. Ele estava tão desesperado, tão ... - as lágrimas dela caíram por seu rosto e eu a puxei para meus braços imaginando como meu amigo estava naquele momento.

– Oh amor, meu Deus. - falei beijando o topo de sua cabeça. - Olha, vamos fazer o seguinte. Vamos encontrar a Bella, contar a ela o que aconteceu e decidir o que faremos.

Ela assentiu e fomos em direção a saída do aeroporto. Fomos o caminho todo em silêncio, tentando assimilar o que acabou de acontecer.

Assim que chegamos ao casebre, eu estranhei o fato da porta estar escancarada.

Franzi o cenho me adiantando em soltar o cinto de segurança.

– Tem algo errado. - falei saindo do carro e indo em direção a porta de entrada do casebre. Porque a porta estava daquele jeito? Meu Deus, a Bella !

– O que foi Em? - Rose perguntou atrás de mim.

Fiz sinal para que ela fizesse silêncio, e peguei a arma escondida debaixo de um vaso de planta do lado de fora da casa. Empunhei a arma e sorrateiramente entrei na casa o mais silenciosamente possível e a cena que vi me chocou.

PDV Bella

Tudo o que eu sentia no momento era um nó na garganta.

Eu estava muito chocada para acreditar no que eu estava vendo.

Não não não! Não era possível. Ele, ele tinha morrido. Ele tinha morrido.

– Bella? É você mesma? - ele perguntou ainda parado no mesmo lugar.

Eu respirei fundo, tentando engolir aquele nó e continuei o encarando.

Não não não. Ele tinha morrido. Meu pai tinha morrido junto com minha mãe naquele naufrágio. Eu fui ao enterro dele com Carlisle. Eu fui. O caixão estava fechado, mas ainda assim.

– Oh meu Deus Bella, é você - ele se aproximou tentando me tocar e eu recuei falando acidamente e com a voz carregada de sotaque:

– No me toque! ( Não me toque)

– Bella, sou eu. - ele falou com as mãos levantadas como se para mostrar que não iria me machucar. - Seu pai meu anjo.

– Meu pai morreu à 10 anos atrás - vi um traço de dor em seus olhos quando falei.

Não era possível meu Deus. Eu não podia acreditar no que eu estava vendo.

– Bella, por favor!

Eu engoli em seco e me levantei do chão, ainda o encarando e sentindo meus olhos cheios de lágrimas. Ele tambem se levantou, lentamente como se para não me assustar. Tarde demais, eu ja estava assustada.

Não sei quanto tempo se passou, e nós ainda nos encaravamos. Eu não podia negar a realidade. Era ele ali.

Meu pai.

Em carne e osso.

Quantas vezes meu Deus, quantas vezes eu sonhei com aquele momento. E ainda assim, eu não estava preparada para aquilo.

Então se ele realmente estava ali, quer dizer que minha mãe ...

– Mi madre ... - perguntei por minha mãe e eu não sabia qual resposta eu queria.

Ele apenas negou com a cabeça e eu soube que ela realmente estava morta. Senti uma fisgada no peito e ofeguei.

– ¿Cómo es? ( Como é possível?) - perguntei e sentir que minha voz estava muito, muito trêmula.

– Eu quero te contar tudo. E vou contar. Mas não aqui. Bella, por favor. Venha comigo, estou te implora...

– No ( Não) - o interrompi - No voy a cualqiuer lugar (Não vou com você a lugar nenhum) - falei com a voz carregada de mágoa. - ¿Dónde has estado todo este tiempo para que me llevara al lugar de mierda? Ahora me llegas querer ir y olvidarse de TODO ESO? (Onde você esteve esse tempo para me levar para a porra desse lugar? Agora você chega querendo que eu vá e esqueça TUDO ISSO?) - percebor que eu estava tremendo e muito.

– Tudo bem, tudo bem. Onde então? Eu vou a qualquer lugar que você quiser. - ele falou e percebi o quanto ele estava se esforçando em se controlar.

Eu suspirei tentando manter a coerência, mas estava difícil. Muito difícil. Eu queria que ele abrisse a boca e me contasse tudo naquele momento, mas eu sabia que não podíamos ficar ali.

– Sígueme. ( Me siga) - eu disse e virei-me e comecei a andar. Eu sabia que ele me segueria.

O caminho todo ao casebre eu fui a frente e eu ouvia seus passos atrás de mim. Andei sem me preocupar em perguntar se ele queria uma pausa, pois eu sabia que ele não precisava. A respiração dele estava ritmada, ele estava aguentando bem.

Assim que chegamos eu simplesmente entrei sem me preocupar em convida-lo a entrar.

Fiquei andando de um lado pro outro e sentir que ele analisava o lugar e me analisava. Ele ficou parado em minha frente, enquanto eu andava de um lado para o outro.

Ouvi Billy gemer de dor no quarto e o ignorei, o homem parado a minha frente por outro lado não ignorou.

– Não me diga que é o canalha do Billy Black naquele cômodo! - eu o ignorei e continuei andando, ainda tentando dirigerir que o meu ... pai estava ali parado - Como diabos você conseguir fazer tudo isso?

Eu respirei fundo parei de andar e o olhei bem dentro de seus olhos. Eu tinha certeza que meu olhar o acusava.

– ¿Por qué no vienes a mí? ( Porque não me procurou?)

– Bella ...

– Maldita sea. Joder. Mierda. - comecei a perder o controle e a xingar. Eu não me importava com a porra do que ele fez esse tempo todo, ou porque. Mas me doía, me machucava profundamente ele não ter me procurado esse tempo todo. Eu comecei a tremer.

Ele tentou se aproximar e eu levantei a mão para impedi-lo. Eu não queria que ele me tocasse. Eu não queria que essa merda toda estivesse acontecendo.

Eu olhei novamente em seus olhos e senti ódio, raiva. Ele me abandonou. Me deixou sozinha, sofrendo por ele ter morrido. E no entanto, lá estava ele. Em toda sua imponência.

– Eu sofrir, eu sofrir cada segundo a sua ausência. E aqui está você. Mostrando o quão inútil foi a minha dor.

– Bella...

– CALA ESSA BOCA, EU TE ODEIO. VOCÊ ME DEIXOU SOZINHA NESSE MUNDO QUANDO PODIA TER FICADO AO MEU LADO! - eu estava tão descontrolada que não percebi que eu estava com minha adaga em mãos e pressionando contra l pescoço dele que a essa altura já estava encostado a parede e eu praticamente em cima dele. E sussurrei: - Eu podia enfiar essa adaga agora mesmo em seu pescoço e aí sim fazer valer toda a dor que sentir esses anos todos.

– E no entanto ainda não fez isso - ele sussurrou sem fazer um movimento para se livrar, e eu bem sabia que ele podia sair dali. Mas ele estava tentando ganhar minha confiança, como eu fiz uma vez com Edward, e continuou a sussurrar: - Eu sei o quanto está sofrendo, o quanto sofreu. Mas por favor, deixe - me te explicar.

Seus olhos eram pura súplica. O encarei e ouvi pneus de carro se aproximando. Era o carro do Emmet. Permanecir do jeito que eu estava, sem conseguir me mecher, apenas encarando aquele homem.

– Bella? Mas que diabos é isso aqui? - ouvir a voz do Emmet da porta e não mechi um músculo sequer - Meu Deus. Charlie Swan? É você mesmo?

Ele olhava de mim para Emmet. E ninguém ousou dizer mais nada. O silêncio tornara insuportável e eu parada no mesmo lugar decidindo o que fazer. Até que sentir uma mão em meu ombro.

– Bella, você não quer fazer isso.

– Como você sabe Emmett? - perguntei ainda encarando aquele ser em minha frente, que era o meu pai.

– Porque eu sou seu irmão. Eu te conheço. - Emm falou cobrindo a minha mão com a dele e pegando a adaga bem devagar, enquanto eu relaxa a mão e me afastava dele.

Emmett me abraçou e me levou pra sentar-me no sofá. Olhei ao redor e vi a Rose ainda parada na porta chocada e senti falta do Edward.

– Cadê o Edward? - perguntei.

Charlie ainda estava parado no mesmo lugar e fiz questão de ignora-lo por agora. Rose enfim pareceu despertar e me olhoi e logo em seguida olhou para o Emmett. Eu também olhei para ele e repetir a pergunta.

– Cadê o Edward? - perguntei já sentindo o coração acelerar.

– Bella, acho que devíamos tentar resolver essa questão com o Charlie primeiro e depois...

– Eu quero saber onde diabos está o Edward. - perguntei já impaciente.

– Bella - disse Rose suspirando e vindo sentar ao meu lado, ela pegou minha mão, olhou em meus olhos e disse - Edward não veio comgio porque a Jane faleceu.

– O quê? - sentir que meu coração perdeu batida.

– Estávamos no aeroporto pra vir embora, mas ele recebeu uma ligação e ... - Rose suspirou com os olhos enchendo de lágrimas e o meu também encheu-se.

– E porque você veio embora? Porque você o deixou sozinho?

– Ele não quis que eu ficasse - ela respondeu na defensiva.

– E porque não me ligou? Porque não avisou?

– Ele não quis Bella. Ele me fez prometer. Você sabe como ele é.

– Dane-se o que ele queria Rosalie. Ele perdeu a única família que tinha. E ele estava apavorado que esse dia chegasse. E quando chega você simplesmente o deixa só? - falei sentindo toda a minha ira voltar.

– Bella, brigar agora não resolve nada. - falou Emmett indo abraçar Rose que já estava chorando.

– Estou indo pra Los Angeles.- falei me levantando e olhando para Charlie que estava afastado só observando.

– O que? E eu? Você vai simplesmente viajar e largar tudo aqui? - perguntou Charlie vindo em minha direção

– Vou sim Charlie. É do Edward que estamos falando. A pessoa que esteve comigo até quando eu não merecia, que enxugou minhas lágrimas, me ajudou e nunca me abandonou. E eu sempre, sempre vou largar o céu e a terra quando ele estiver precisando de mim. - desviei meu olhar para Rosalie e Emmett e falei - Cuidem das coisas aqui. - eles nem ousaram falará algo, sabiam que nada iria me impedir de ir.

E eu partir sem hesitar.