PDV Edward

Simplesmente eu não conseguia assimilar tudo o que a Bella me falou ontem. Era muita loucura.

Desde ontem eu fiquei pensando o motivo pelo qual Aro mentiria para mim. Ele não faria isso, ele tinha muita influência no FBI. Mas também, pela história que Bella me falou, não tinha como ela ter sido responsável pela queda do avião em que meus pais estavam.

Suspirei lembrando que a porra da Viúva Negra era a Bella. Agora eu conseguia entender porque eu sempre tinha aquela sensação familiar quando eu estava com a Viúva Negra.

Estava uma confusão na minha cabeça e eu não sabia em quem acreditar. A campainha do apartamento soou e fui atender ainda pensando em tudo isso. Abrir a porta e me surpreendir com quem estava ali. Isabella.

– O que você esta fazendo aqui? - falei ríspido.

– Boa tarde pra você também - ela falou com mágoa. Quem deveria estar magoado era eu que fui enganado por ela esse tempo todo.

– Se eu estiver tendo uma boa tarde eu te aviso. Não vou perguntar de novo o motivo de você está aqui.

– Porra Edward. Será que dá pra você me ouvir direito? Eu tive meus motivos pra ter escondido de você a verdade. E eu não matei seus pais.

– E como você quer que eu acredite em você depois de saber que você me enganou o tempo todo? Quero provas Isabella. - falei com a voz carregada de raiva e ressentimento.

– Que tal isso aqui? - ela falou e jogou o pen drive pra cima de mim - Já vi todo o conteúdo e me surpreendir com o que tem ai. Talvez você também deva ver, quem sabe assim você pare de me julgar.

Ela falou e depois girou seu calcanhar indo embora.

Ainda fiquei um tempo olhando o corredor pelo qual a vi indo embora. Suspirei e entrei analisando o pen drive. Fui até meu escritório e conectei o pen drive no notebook. E logo apareceram várias coisas. Documentos e mais documentos e eu não entendia o que aquilo tudo significava. Até que eu vi um arquivo que era em formato de vídeo e curioso cliquei.

A imagem estava trêmula, como se alguém estivesse ajustando a câmera em algum lugar. Mas logo ela se estabilizou e eu arregalei meus olhos ao ver meu pai, Anthony na imagem. Ele parecia apreensivo e nervoso. Então ele saiu de cena e vi um lugar que parecia um escritório. Passou-se um minuto e então eu vi Aro entrar em cena furioso lançando um vaso contra a parede e este se espatifou em pedaços.

– Isso não devia ter acontecido, Caius - assim que ele falou um homem loiro apareceu também na imagem. Eu o conhecia, era o advogado de Aro

– Aro, acalme-se. Você não pode perder a cabeça agora. Precisamos pensar em como reverter a situação.

– Reverter? - Aro falou com se não acredotasse no que seu advogado dissera - Já era Caius. Anthony descobriu tudo. Ele contratou um especialista em Londres que estava nos vigiando. E eu não desconfiei de nada, ele agia como se tudo estivesse normal. Ele vasculhou meus arquivos pessoais e descobriu sobre os nossos desvios de dinheiro do governo, sobre os presos que soltamos, sobre os subornos e as falsificações que tivemos de fazer para que Marcus se tornasse o presidente dessa porra de FBI e o mais grave sobre a sabotagem que fizemos para que Charlie Swan morresse e Marcus pudesse ficar em seu lugar. Ele sabe que eu sou o "Chefão".

– O quê? Como ele descobriu tudo? Minha carreira, meu nome. - falou Caius andando de um lado pro outro - Como você é burro Aro. Porque você deixou todas essas informações num lugar de fácil acesso e ainda por cima tudo no mesmo lugar?

– Não estava num lugar de fácil acesso. - Aro gritou - Estava em meus arquivos pessoais em minha casa. Eu não sabia que ele faria essa peneira pra poder descobrir tudo.

– Estamos perdidos - Caius falou se jogando numa poltrona.

– Não, não estamos. Não vou deixar Anthony me deter.

– O que você vai fazer? - Caius perguntou com o cenho franzido.

Aro o olhou e depois deu uma risada maléfica e falou :

– Vamos mata-lo.

E então a tela ficou toda escura. Eu respirei fundo tentando absorver o que acabei de ver. Passei as mãos em meus cabelos nervoso. Minha vontade era de ir até Aro e estragula-lo. De mata-lo e sentir sua vida indo embora sobre as minhas mãos.

Me controlei para poder ver o restante do conteúdo. Então eu pude entender do que se tratava aqueles documentos. Era as provas sobre os desvios de dinheiro, sobre a liberdade indevida dos prisioneiros, sobre as fraudes para Marcus se tornar presidente do FBI e todos os detalhes de como seria a morte de Charlie e de Anthony. Eu fiquei enojado a cada vez que eu descobria mais coisas. Vi mais um arquivo em formato de vídeo e tremendo cliquei nele.

O local parecia ser um avião, a imagem estava borrada e então Anthony apareceu na filmagem junto com Elisabeth. Meus pais. Ambos machucados como se estivesse acabado de sair de um ringue.

– Carlisle meu amigo. Houveram imprevistos. Mas conseguimos a filmagem que irá incriminar Aro junto com seu advogado Caius e o Marcus. Mas parece que eles descobriram sobre essa filmagem e que estávamos indo a Londres para resolver isso com você. Eles sabotaram nosso vôo. Todos que embarcaram conosco receberam ordem de nos matar e se não conseguíssemos eles deveriam derrubar o avião. Bom, eles não conseguiram nos matar mas agora nosso avião está caindo. Tentamos de tudo, mas parece que o motor está travado, pifou. Estamos te enviando todo o conteúdo e acreditamos que você fará justiça por nós. - Anthony olhou pra sua esposa, como se fosse a última vez e realmente era.

– Nós vamos morrer meu amigo,mas será por uma boa causa. Resolva isso para nós e porfavor, encontre nossos filhos e diga que nós os amamso muito.

Então novamente a imagem ficou escura e eu fiquei ali encarando o notebook, lembrando o que eu acabará de ver, que foi os últimos momentos de meus pais.
Respirei fundo e fiquei com tudo aquilo na cabeça. Era muita coisa pra eu assimilar. Não sei quanto tempo se passou até que eu ouvi meu celular tocando. Era Emmet. Estranhei, afinal ele estava puto comigo porque eu terminei com Bella e nem se deu o trabalho de me ouvir antes de desferir um soco em minha cara ontem e depois ir embora.

– Não é uma boa hora para me dizer o quão canalha você acha que eu fui - falei assim que atendi o celular. Ele xingou alguma coisa e falou:

– Pelo tom de sua voz parece que você já viu o pen drive. - falou Emmet e eu franzi o cenho.

– Como você sabe do pen drive?

– Não importa agora. - falou ele nervoso. - A Bella sumiu depois que viu essa droga desse pen drive e até agora não voltou e nem atende a porra daquele celular.

– E o que eu tenho haver com isso? - falei tentando disfarçar minha preocupação.

– Você tem tudo haver. Ela saiu daqui transtornada dizendo que ia até sua casa. Ela ainda está ai?

– Claro que não.

– Porra Edward. Ela saiu pela manhã ee já são 19:00 horas e até agora nada. Eu to preocupado. Não sei onde procurar e nem a Rose. Você não sabe onde ela pode ter ido não?

Fiquei um tempo pensando e sim, eu sabia onde ela poderia ter ido. E lembrei-me do penhasco, onde ela havia me dito que era seu lugar de refúfio. Suspirando falei que sabia sim e que eu passaria nesse lugar pra saber se ela estava lá.

– Certo. Vou continuar rodando a cidade com a Rose. Me avise se souber dela.

Desliguei o celular e peguei minhas chaves praguejando o porque de eu continuar me preocupando com aquela mulher.

Chegando lá, me deparei com uma cena que quebrou meu coração em pedaços. Vi Bella sentada no chão de frente pro penhasco, com a cabeça apoiada em seus joelhos e todo seu corpo tremia com seu choro que estava alto. Sem pensar duas vezes me aproximei dela sentado em seu lado e a puxando para meus braços. Ela se assustou de início mas quando percebeu que se tratava de mim, ela afundou seu rosto em meu pescoço e chorou mais alto ainda se possível. E eu fiquei ali, sem dizer nada mas mostrando que estava ali para tudo que ela precisasse.

PDV Bella

Aquilo era demais para mim. Eu conheci o assassino dos meus pais. Aquele maldito Aro. E eu não sabia o que fazer. Ali parada, encarando o notebook, onde eu havia acabado de ver tudo o que continha no pen drive, lembrei-me de que Carlisle disse que eu saberia o que fazer quando o pegasse. Mas eu não sabia. E tudo que eu queria naquele momento, era Carlisle comigo. Só isso que eu queria.

– Hello, terra chamando Bella- só então me dei conta de Emmet parado na porta do escritório dele, me olhando confuso e falou - De hoje que to aqui te chamando. A Rose mandou eu vim te chamar pra tomar café e ela está lá na cozinha e ... - ele parou de falar assim que baixou seus olhos para o notebook e viu o pen drive ali. - Ai meu Deus. Me diz que você não assistiu ao pen drive e que descobriu a porra toda.

– Como assim Emmet? Como sabe do pen drive? - falei franzindo o cenho.

– Aah, não sei. - ele falou com os olhos arregalados e visivelmente nervoso - A Rose está chamando. - então ele saiu literalmente correndo e eu fui atrás dele que estava na cozinha cochichando algo com Rose que ficou vermelha de nervoso também.

– Que porra ta acontecendo aqui? E como você sabia do pen drive Emmet?

– Bella, calma. Nós podemos explicar ta?

– Você também sabe, Rose? Me digam agora como vocês sabem de tudo isso.

Eles suspiraram e depois de se olharem com cumplicidade Emmet falou.

– Nós precisamos te contar uma coisa Bella. - fiquei calada esperando que eles contassem logo o que havia acontecido. - Tínhamos apenas 6 meses aqui quando você chegou. Viemos para cá a pedido de Carlisle.

Arregalei meus olhos e falei :

– Que porra é essa? Vocês sabem o quanto Carl é importante para mim. Por favor não brinquem com isso.

– Nós sabemos Bella. E não estamos brincando. - falou Rose e com muita cautela ela falou as próximas palavras - Nós somos agentes do FBI e estamos aqui em uma missão.

Sem dar tempo de eu me recuperar do que eu havia escutado, Emmet continuou falando:

– Nossa missão inicial, era descobrir sobre o pen drive, recupera-lo e dar a Carlisle para ele resolver o resto, mas algo se complicou por lá e ele mudou a nossa missão.

– Que era te proteger - falou Rose - Ele disse que você não devia saber quem eramos porque você recusaria, e que você iria cuidar do resto.

Ficamos um tempo sem falar nada. Apenas esperando eu assimilar tudo. Fiquei zonza e falei:

– Quer dizer que vocês sabem que eu sou a viúva negra? - perguntei e vi a surpresa no olhar deles.

– UAL, você é a viúva?- falou Emmet me olhando admirado.

– Não sabíamos dessa parte - falou Rose, envergonhada porque ela morria de ciúmes da viúva.

Ficamos mais um tempo em silêncio e eu apenas me levantei indo em direção a porta com o pen drive na mão.

– Espera Bella, onde você vai?- falou Rose atrás de mim.

– Edward precisa ver esse pen drive - falei e senti uma mão forte me puxando, era Emmet.

– Não vou deixar você sair depois de tudo que acabou de descobrir. Nós precisamos conversar, precisamos saber como você está - falou Emmet me encarando.

Puxei meu braço e falei:

– Agora você se importa?

– Nós sempre nos importamos, Bella - falou Rose suspirando.

– Nós somos seus amigos - falou Emmet me encarando e quando eu sentir que a qualquer momento eu desabaria, eu falei olhando dentro dos olhos dos dois:

– Amigos não manipulam amigos. Eles ajudam uns aos outros.

Falei e sair e só então percebi o quanto me machucou saber que eles esse tempo todo, escondiam esse segredo. Fui direto ao apartamento de Edward e depois de ele quase me expulsar de lá, fiquei andando pela cidade percebendo que eu criei a esperança de que quando eu chegasse lá, Edward me receberia com um abraço.

Não sei quanto tempo fiquei vagueando, sem ir a nenhum lugar específico. Até que eu sentir fome, comi um lanche numa barraquinha e fui para o meu lugar de refúgio. Só então percebi que eu estava sozinha. Muito sozinha.

Suspirei e encarei o penhasco, o meu lugar de refúgio. Eu nunca levei ninguém lá, exceto Edward. Suspirei lembrando daquele dia. Mais uma pessoa que eu perdia.

Lembrei-me dos meus pais e naquele momento tudo o que eu trancava a sete chaves estava ali na beira, a ponto de escapar de mim.

Eram lembrança perigosas. Se eu me deixasse deslizar nelas, eu acabaria com os braços abraçando meu peito pra me segurar junta lutando por ar.

Sentir como se fosse um golpe de martelo no meu peito e o monstro da dor despertou arranhando meus olhos e garganta.

Precisei sentar em uma das rochas que haviam ali. Eu estava oscilando na borda da tristeza. Então envolvi meus braços mais e mais em torno das minhas pernas. Sinto que quanto menor eu for, mais segura eu estarei. Eu tentava respirar, mas estava muito difícil. Então acabei desabando. Tudo o que aconteceu comigo nos últimos anos passando pela minha mente.

'Minha vida perfeita até meus 13 anos quando eu tinha meus pais, aquele amigo de meu pai que sempre vinha em minha casa, o Carlisle, vindo me dar a notícia que meus pais foram assassinados por um criminoso conhecido como ' Chefão' , as varias conversas com Carlisle onde ele me contou que meus pais eram do FBI, a propostas de fazer parte daquilo, as intensas aulas de treinamento com Carlisle que eu já considerava como um segundo pai, as noites viradas treinando o físico, mental e emocional, a noite em que Carlisle me mandou fugir, quando eu conhecir Emmet e Rose, quando Edward chegou a cidade, quando o vi naquela viela apontando a arma para mim, o nosso primeiro beijo, a noite em que eu soquei Edward no muro da propriedade dos Blacks, o dia em que ele me contou que era agente do FBI, quando eu vi a irmã dele, Jane e o que mais me dilacerava ultimamente a morte do Jasper ... aah Jasper!

Não sei quanto tempo passei naquela posição soluçando, até que eu senti braços fortes me rodearam. Endurecir na hora, mas logo relaxei pois eu sabia que era Edward ali comigo. Ele estava ali para mim e eu apenas enterrei meu rosto em seu pescoço e chorei mais ainda.