Pequenos contos de Terror escrita por juao
Você deve saber que toda cidade pequena tem suas lendas urbanas locais.
E na minha não era diferente.
A lenda em minha cidade era o seguinte: havia um número, com um DDD estranho, que não podia em hipótese alguma ser discado, pois, esse número te ligava diretamente com alguma criatura do além.
É claro que ninguém acreditava nisso, até porque, era uma lenda bastante ridícula vendo que ninguém na cidade sabia o tal número.
Certa sexta-feira à noite, meu amigo Jeff veio posar em minha casa, e sabe, sempre tem aquela hora que não tem nada o que fazer.
Decidimos passar trote.
Sim, isso era uma brincadeira muito comum no meu tempo, e ao mesmo tempo atrevida.
Pegamos a lista telefônica, e discamos vários números, até que chegamos ao fim.
A brincadeira era realmente hilária.
Naquele tempo é claro, onde não existiam rastreadores de chamadas.
Mas eis que, no fim da lista telefônica, havia um número incomum, diferente dos demais, um número com o DDD diferente, cujo qual era 000.
Não havia nenhuma cidade com esse DDD.
Decidimos ligar para o número.
Jeff estava com medo, muito medo, ele se impressionava mais fácil que eu.
Eu também estava com medo, mas disfarçava bem.
O número chamou, chamou, chamou, até que alguém atendeu.
A princípio não se ouvia nada. Aquele silencio horrendo me deixou apavorado.
Até que do fundo, um barulho estranho brotou, um barulho de alguém arrastando correntes.
O pior barulho que eu já tinha ouvido na vida.
Quando vi, Jeff estava chorando, ele não conseguiu segurar.
Desliguei o telefone, o quarto totalmente em silencio, apenas eu e Jeff.
Aquilo tudo me deixou apavorado, arrependido.
Fomos dormir.
No meio da noite, o telefone tocou.
Com receio, eu atendi. Não se ouvia nada, silencio.
Até que uma voz rouca falou:
–Eu vou até você!
Desliguei na hora, só podia ser algum tipo de trote.
Voltei para a cama, mas não dormi.
Uma semana se passou, e Jeff faltou aula a semana toda, aquilo me deixou preocupado.
Chega sexta feira a noite e eu estava em meu quarto.
O telefone toca.
Era Jeff, aos prantos, mal conseguindo ouvir o que ele falava, só consegui entender:
–Ele veio atrás de mim!
E, ao fundo, ouvi o barulho de correntes sendo arrastadas.
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