Pequenos contos de Terror escrita por juao


Capítulo 16
A chamada




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Você deve saber que toda cidade pequena tem suas lendas urbanas locais.

E na minha não era diferente.

A lenda em minha cidade era o seguinte: havia um número, com um DDD estranho, que não podia em hipótese alguma ser discado, pois, esse número te ligava diretamente com alguma criatura do além.

É claro que ninguém acreditava nisso, até porque, era uma lenda bastante ridícula vendo que ninguém na cidade sabia o tal número.

Certa sexta-feira à noite, meu amigo Jeff veio posar em minha casa, e sabe, sempre tem aquela hora que não tem nada o que fazer.

Decidimos passar trote.

Sim, isso era uma brincadeira muito comum no meu tempo, e ao mesmo tempo atrevida.

Pegamos a lista telefônica, e discamos vários números, até que chegamos ao fim.

A brincadeira era realmente hilária.

Naquele tempo é claro, onde não existiam rastreadores de chamadas.

Mas eis que, no fim da lista telefônica, havia um número incomum, diferente dos demais, um número com o DDD diferente, cujo qual era 000.

Não havia nenhuma cidade com esse DDD.

Decidimos ligar para o número.

Jeff estava com medo, muito medo, ele se impressionava mais fácil que eu.

Eu também estava com medo, mas disfarçava bem.

O número chamou, chamou, chamou, até que alguém atendeu.

A princípio não se ouvia nada. Aquele silencio horrendo me deixou apavorado.

Até que do fundo, um barulho estranho brotou, um barulho de alguém arrastando correntes.

O pior barulho que eu já tinha ouvido na vida.

Quando vi, Jeff estava chorando, ele não conseguiu segurar.

Desliguei o telefone, o quarto totalmente em silencio, apenas eu e Jeff.

Aquilo tudo me deixou apavorado, arrependido.

Fomos dormir.

No meio da noite, o telefone tocou.

Com receio, eu atendi. Não se ouvia nada, silencio.

Até que uma voz rouca falou:

–Eu vou até você!

Desliguei na hora, só podia ser algum tipo de trote.

Voltei para a cama, mas não dormi.

Uma semana se passou, e Jeff faltou aula a semana toda, aquilo me deixou preocupado.

Chega sexta feira a noite e eu estava em meu quarto.

O telefone toca.

Era Jeff, aos prantos, mal conseguindo ouvir o que ele falava, só consegui entender:

–Ele veio atrás de mim!

E, ao fundo, ouvi o barulho de correntes sendo arrastadas.


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