You Make Me Feel Alive escrita por Two girls


Capítulo 3
capitulo 3 - Nora não é mal


Notas iniciais do capítulo

feito para vocês fantasminhasss
gente, só para avisar que na minha fic o Tate estuprou a Vivian, mas ela não engravidou dele. Tate não é pai.



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Assim que disse isso, Tate desapareceu e Adam fechou a porta derrotado. Violet ficou me olhando.

– Esse é meu quarto.

– Eu sei, posso dormir em outro lugar.

– Não, espera- me virei- Pode usar a cama, a gente não dorme mesmo.

– Quem já teve esse quarto?

– Que eu saiba, foi o Tate, eu e teve um menino que ficou aqui por uma noite.

–Uma noite?

– A gente assustou eles para eles não se machucarem, mas Tate queria matar o menino porque achou que eu gostei dele e merecia ele.

– Foi por amor.

– Ele é louco.

– Ah, eu sei de quem você está falando- me toquei- A família que alegou ter sido atacada por fantasmas na casa, o pessoas antes de nós.

– Eles mesmos.

– Foi por causa deles que meu tio ficou com tanto interesse.

– Grande erro.

– Primeira família que saiu daqui sem algum componente da família morto.

– Nunca parei para pensar nisso.

– Estou tão assustada.

– Não parece.

– Um espírito nunca foi tão real.

– Você beijou ele- ela concluiu.

– Boa noite Violet - me deitei na cama

– Não deixe as pessoas assustarem a a gente. Somos diferentes, de verdade.

Demorei um pouco para pegar no sono, mas depois de um tempo consegui finalmente dormir.

Acordei com barulhos de passos andando pelo corredor. Estava acostumada a ouvir esse tipo de coisa. Levantei lentamente e saí da minha cama. Abri a porta e espiei o corredor, mas não vi ninguém. Caminhei pelo corredor até chegar na escada, dei uma olhada atrás de mim, nada. Quando cheguei no andar de baixo pude ouvir uma voz de mulher chorando.

Ela estava sentada no sofá de frente para a lareira. Olhei para lado e vi Brant me olhando, também deve ter acordado com o choro dela. Levei o meu dedo até os lábios pedindo silêncio para ele e apontei para o sofá indicando que havia alguém lá e ele assentiu.

Uma parte de sua cabeça mostrava o buraco de uma bala, o que indicava que estava morta. Ela chorava muito e tinha um lenço nas mãos. Me aproximei dela olhando fixamente para seus olhos quando ela me viu se assustou um pouco.

– Quem é você?

– Meu nome é Ádria, sou a nova moradora da casa.

– Você morreu?- ela limpou o nariz.

– Não.

– Então como pode me ver?

– Sou uma medium.

– Medium... um humano que pode ter contado com o nosso mundo- ela voltou a olhar para frente- Que horror.

– Desculpe?

– Eu acho que é um dom horrível, você ter que conviver com quem já morreu.

– Acostuma- eu me sentei do seu lado- Mas por que a senhora estava chorando.

Ela pareceu ter lembrado o motivo, pois mais lágrimas caíram de seus olhos.

– Escute, eu ajudo fantasmas, talvez conversar com alguém estranho possa te fazer bem.

–Eu nunca converso com ninguém.

– Talvez esse seja o problema, você não pode compartilhar tristeza e guarda tudo dentro de si.

– Meu nome é Nora- ela se apoiou no sofá- Eu matei meu marido, meu filho foi tirado de mim e devolvido morto. Meu marido era um médico viciado em drogas, então ele conseguiu dar vida ao nosso filho de novo, mas a criança era uma aberração- ela falou com voz de choro- Eu tive que matar ele Ádria.

– Deve ter sido duro perder um filho.

– É mesmo, e eu já não tinha mais motivo para viver, então apontei a arma para mim e o resto você sabe- ela mostrou a parte de trás da cabeça.

– Esse era o motivo do seu choro?

– Não- ela suspirou- Eu sempre quis ter um filho e quando o filho da família Hornan nasceu eu o peguei para mim, mas eu continuo tão triste- ela voltou a chorar com soluços.

– Eu acho que roubar o filho alheio não é a solução.

– Quem é você para me julgar? - ela fez uma cara feia- É só uma criança!

– Eu não quero lhe julgar Nora, apenas acho que deveria ouvir a opinião de alguém sobre isso.

– E qual sua opinião?

– Que você merece uma família, de verdade.

–Mas hoje isso é algo impossível.

–Fingir fazer do bebê algo que ele não é, não vai te ajudar.

– E por que não?

– Porque seu filho se foi- ela fez uma cara de choro- Mas você pode ajudar a cuidar do filho dos Hornan- nem sabia quem eram essas pessoas- Ou tratar qualquer um daqui como um filho.

– As pessoas dessa casa? Difícil.

– Tem a Violet.

– Ela também é uma Hornan, irmã legítima do meu bebê.

– Tate?

– Louco.

– Bom, tem eu- ela me olhou como se eu estivesse brincando- Quer dizer, a gente acabou de se conhecer. Ou só vale se for bebê?

– Eu gostei da idéia- ela sorriu.

– Faz um bom tempo que eu não tenho uma mãe.

– Sinto muito- ela levantou jogando o lenço- Posso te colocar para dormir? Você me ajudou a parar de chorar.

– É claro.

Passamos por Brant que devia estar muito confuso e só estava vendo a mim.

Cheguei no meu quarto e me deitei na cama. Nora puxou as cobertas até meu pescoço e me beijou na testa.

– Boa aula amanhã.

– Eu vou precisar.

– Por que?

– A escola pode ser algo cruel pra quem é esquisita como eu.

– Eu disse que era um dom ruim.

– Eu amo o meu dom, me dou melhor com espíritos do que com gente.

– Eu posso dizer o contrário- ela sorriu- Boa noite Ádria.

– Boa noite Nora.

Ela passou algum tempo acariciando meus cabelos e depois de um tempo voltei a dormir.

Acordei mais uma vez com meu despertador tocando muito forte.

–Isso é pra te fazer acordar ou é para explodir sua cabeça?

– Violet perguntou me fazendo pular de susto.

– Isso é o sinal que eu preciso pra me arrumar para o inferno.

– Também odiava a escola quando era viva.

– Você conhece a Nora?

Eu tinha gostado de Nora, gostado de verdade, qualquer coisa que eu falei para ela ontem foi de coração.

–A louca que tentou roubar meu irmão? - ela se sentou na minha frente- Conheço de vista.

– Eu gostei dela- sorri.

– Ela não é tão fofa como parece.

– Seus pais moram aqui não?

–Moram, eu, minha mãe Vivian, meu pai Ben e meu irmão Júnior.

– Isso é fofo.

– Moira também é quase da família.

– Ela é uma boa pessoa também.

– Você sabe que ela é um fantasma não é?- quase engasguei.

– O quê? - por essa eu não esperava.

– Os homens vêem ela como uma gostosa, mas a mulheres vêem como a velhota que ela é.

– Por que?

– Vai ter que perguntar para ela.

– Por isso Brant quase comeu ela com os olhos

–Eles vão transar.

– Que nojo Violet.

– Quero conhecer a casa, acho que aqui não é tão ruim como parece.

– Você ainda não conheceu os espíritos ruins, além do Tate é claro.

– Não vou julgar ninguém sem antes conhecer.

– Então é melhor você ir para a escola.

Fiz toda minha higiene, coloquei minhas roupas pretas e fui para o meu maldito colégio.

Mais uma vez ninguém falou comigo e nem me bateram, isso pode ser bom. Ninguém me seguiu na volta pra casa, mas quando eu cheguei a porta da frente estava aberta.

Entrei na casa com cuidado e vi a loira da casa da frente segurando uma bandeja, ela não me viu.

– Moira! Trouxe comida para meus vizinhos.

– Por que não bate na porta?- perguntei assustando a mulher.

– Mas que susto garota, você não aprendeu bons modos?

– Não sou eu que estou invadindo a casa dos outros.

– Eu vim trazer uma comida para vocês, onde estão seus pais?

– O que faz aqui Constance? - Tate apareceu do nada.

– Filho, não faça isso, ela vai perceber o que você é.

– Ela e a família são mediums.

Ela deu um sorriso para mim e continuou andando no corredor. Olhei para Tate procurando uma explicação, mas ele só deu de ombros.

– Muito obrigada pela comida Constance- falei seguindo ela- Mas eu tenho muito dever de casa. Melhor voltar quando meu irmão ou meu tio estiverem.

Ela apenas me olhou com desprezo.

– Eu também já morei aqui querida, meu filho mora aqui- falando isso ela foi embora e Tate também.

Peguei um pão e comecei a preparar um sanduíche. Nesta manhã tinha contado tudo sobre Nora para minha família e eles adoraram o fato de ela ter se apegado a mim. Eles disseram que ela não precisava sumir. Peguei um copo e coloquei suco.

– Oi Ádria- a voz de Nora falou fazendo eu me assustar muito- Desculpa pelo susto.

– Meu tio quer conhecer você, disse que não precisa se esconder.

– Sua família é de fácil convivência.

– A senhora não quer jantar com a gente hoje?

– Não me chame de senhora, é aterrorizante.

– Como se você envelhesesse.

– Sabe, eu adorei a ideia de ter você como filha, pois você já está criada e educada e essa seria minha maior dificuldade em ter um filho.

– Também adorei você Nora.

–Acha que eu deveria aparecer para seu tio?

– Sim, ele ia gostar de você.

– Ou ia me querer longe de você por ter matado minha família.

–Meu tio conhece histórias piores, e ele escolheu esse emprego porque gosta de ajudar- ouvi barulho de porta- Acho que é ele.

–Vou conversar com Adam- falando isso ela desapareceu.

Violet apareceu e ficou me olhando como se quisesse perguntar alguma coisa.

–O que é? - perguntei suspirando.

– Realmente quer ir em frente com Nora?

– Eu gosto dela.

– Mas ela roubou meu irmão e é louca.

– Violet, eu não quero saber do que aconteceu antes de eu chegar. Para mim não importa- ela revirou os olhos- E sua opinião também não importa.

– Você sabe ser grossa.

–Eu não quis ser grossa.

Ela estava irritada e fazia questão de mostrar isso.

– Você não pode sozinha contra a casa- ela falou entre os dentes.

– Eu não quero ir contra a casa e sim a favor dela.

– Para de agir como se fosse perfeita e só quisesse o bem!- ela gritou.

Pude sentir o olhar de vários fantasmas assistindo a nossa discussão. E eu estava cansada.

– Só porque esses fantasmas te perturbaram a ponto de você se matar eu não posso fazer nada.

–Você é uma idiota.

– Você acha injusto porque morreu por causa dos espíritos e quer que o mesmo aconteça comigo- gritei também- E está com raiva por que eu estou conseguindo me dsr melhor do que você.

– Você não sabe de nada!

– Eu sei sim- me aproximei muito dela- Eu sinto suas emoções.

Violet pulou em cima de mim me fazendo cair de costas no chão, eu não deixei barato e empurrei ela para o lado. Mas um homem segurou ela impedindo de ela se mover. Ele aparentava ser o pai dela, o senhor Hornan. Eu tentei avançar mais uma vez para cima dela, mas Tate se meteu na minha frente, me jogou no seu ombro e saiu da cozinha me levando para meu quarto.

Tate me colocou no chão e o olhei irritada.

– Por que você fez isso?-perguntei.

– Não vai te fazer bem brigar com Violet- ele se sentou na cadeira-Ela é boa.

–Se você quer saber, eu também sou boa e não preciso da sua ajuda.

– Achei que quisesse ficar amiguinha das pessoas da casa.

– Por que acha isso?

– Vi você conversando com Nora.

–Ela é uma boa mulher.

–Eu sei.

– Por isso estuprou uma mulher para fazer ela ter um filho?

– Eu nem cheguei a engravidar ela.

– Essa é a sua desculpa Tate?

– Eu não devo satisfações para você Ádria.

– Deve sim. Você me disse que era um humano.

– Eu nunca disse isso.

– Por que não me disse que era um fantasma?

– Você não me perguntou...

– Você me beijou.

– E você não foi para trás-ele me disse fazendo eu ficar vermelha.

– Sai do meu quarto Tate- apontei para a porta.

Ela ficou surpreso, mas depois deu um sorriso assustador.

– Comece a se acostumar com a casa, ela vai te deixar louca.

Eu me aproximei de Tate e me abaixei a ponto de ficar cara a cara.

–Eu to pagando para ver.

Ele sorriu como se estivesse feliz em ouvir e desapareceu.

Corri para o banheiro onde peguei uma lâmina de barbear e fiz o primeiro corte sentindo a minha angústia passar. O vermelho do sangue me acalmava e a dor era reconfortante.

– Para com isso- uma mulher falou aparecendo atrás de mim no espelho.

Me virei rapidamente e ela sorriu.

– Quem é você?

–Me chamo Vivian, sou a mãe de Violet.

– É um prazer lhe conhecer, mas eu não estou em uma boa hora.

– Eu sei, minha filha fazia isso quando estava viva.

– Ela exagerava, eu não.

–Como sabe que não está exagerando? Achei que os fantasmas não te faziam mal.

–Não são os fantasmas, sou eu.

– Não há nada de errado com você, não cometa os mesmos erros que minha filha cometeu.

– Estou cansada de ser comparada com Violet.

– Estou falando isso porque sei que é uma boa pessoa.

Foi ai que lembrei que ela era a mulher que eu tinha visto no primeiro dia de aula.

–Olha, eu não queria ter brigado com Violet- coloquei um papel no meu pulso- Mas eu ainda sou uma adolescente e tenho problemas.

–Violet sempre teve um mal temperamento.

–Ela disse que você iria querer queneu fosse embora.

–Eu queria no começo- Ela saiu do banheiro e se sentou na cama, eu a segui- Mas vocês podem cuidar da casa, sabe?

–Como assim?

–Os moradores precisam de humanos que nos conheçam e vivam em paz cuidando da casa.


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Notas finais do capítulo

e ai? gostaram?



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