Memórias escrita por sayuri1468


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas pelo capitulo curtinho, mas assim que entrarem minhas ferias (SEGUNDA VEM NIM MIM!) eu prometo escrever mais...Sorry



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Naquele dia James não apareceu, o que deixou Sherlock preocupado. O amigo não era de se atrasar demais ou de não aparecer, na verdade, James na maioria das vezes estava sempre na tenda secreta deles.

Pressentindo que algo acontecera, Sherlock foi até a casa do amigo e se surpreendeu com a cena que viu: no quintal da casa de James, o garoto estava sendo arremessado pelo pai e um luta pesada era travada entre eles. Bem quando Sherlock achou que deveria chamar por ajuda, Molly sai correndo de dentro de casa segurando uma mochila – aparentemente havia acabado de chegar da escola – e se pôs entre os dois.

– Não toque no Jim! – gritou para o homem – Ou eu vou contar tudo pra minha mãe!

O pai de James estava visivelmente bêbado, e riu quando Molly o ameaçou. Porém, a garota sabia que aquela ameaça tinha eficácia, pois apesar da risada, o pai de James voltou para dentro da casa.

Molly se abaixou para ajudar James, e Sherlock vendo que já era seguro, pulou o muro e se junto aos dois. O amigo tinha vários hematomas no corpo e a cabeça estava ensanguentada. Molly pegou o agasalho dela e estancou o sangue.

– Vamos pra tenda, lá tem remédios! – informou Sherlock. Molly assentiu e os dois levantaram James e seguiram até a tenda.

– Maldito velho! Ainda vou pegar ele de jeito!- falava James enquanto Sherlock enfaixava sua cabeça.

– Você deveria denunciá-lo! – falou o amigo, mas James não respondeu, apenas fechou a cara ainda mais.

Os olhos do garoto então recaíram sobre Molly, que estava observando em silêncio o tempo todo, porém com um olhar extremamente preocupado.

– Obrigado! – ele falou levemente embaraçado

Molly sorriu e Sherlock, a sua maneira, também.

Uma nova amizade havia nascido.

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– Bem, aqui tem cobertor e uns travesseiros – disse a legista enquanto colocava coisas que Sherlock poderia usar para dormir em cima do sofá – Sei que não tem muito o hábito de dormir, mas caso queira, aqui está!

– Obrigado! – respondeu o detetive.

– Sherlock, nada de dormir sem roupa, ok?! – lembrou a garota, pois conhecia muito bem os hábitos do amigo.

Sherlock sorriu por um breve momento.

– Quer que vá dormir lá em cima com você?! – perguntou com uma expressão mais séria.

Molly hesitou por um segundo, ela sabia que o detetive estava preocupado com ela por conta do ocorrido. Realmente, ela não queria ficar sozinha nesse momento, mas Sherlock iria embora na manhã seguinte, ele precisava descansar apropriadamente.

– Não precisa, vou ficar bem! – falou tendo certeza de que Sherlock sabia que ela estava mentindo.

E a certeza de Molly se comprovou quando o detetive foi abraça-la mais uma vez.

– Sherlock, posso fazer uma pergunta? – ela disse com o rosto enfiado no abraço dele.

– Humhum! – murmurou o outro em uma confirmação.

– Você realmente não sabia que era Jim quando entrei com ele no laboratório pela primeira vez?

Sherlock acariciou os cabelos da moça.

– Não sabia mesmo! Admita que ele estava irreconhecível e já fazia muito tempo que não o via! Só consegui me lembrar dele quando ele disse que iria “Queimar meu coração”!

Molly sorriu e afundou ainda mais o rosto nos braços de Sherlock. O perfume dele a acalmava.

– Me deixe ficar aqui mais um tempo?! – pediu Molly, apertando-se mais contra o corpo do detetive.

Ele a abraçou mais forte e assentiu.

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Por conta de Molly, James e Sherlock passaram a fazer algo que nunca fizeram antes: ir à escola de livre vontade.

Como dois garotos muito inteligentes, a terceira série era atrasada demais, mas eles aturavam, pois pelo menos poderiam passar mais tempo com a amiga.

– E ai aberrações?! – gritou um garoto, junto com um grupo de amigos, para o trio que estava sentado no pátio do colégio.

– Carl Perkins! – disse James com certa raiva na voz – Como odeio esse cara!

– Esquece ele, James! – falou Sherlock enquanto folheava seu livro de matemática da oitava série – Não é alguém com quem valha a pena conversar!

– Poderia morrer e ninguém daria pela falta!

– Que horror, Jim! – disse Molly – Não diga coisas assim!

James apenas olhou de relance mais uma vez para Carl e seus amigos, Sherlock notou e pode ver raiva no olhar do amigo.

– Bem - começou o garoto de olhos azuis em uma tentativa de desviar a atenção do amigo – Minha mãe quer saber se vocês não querem ir tomar um lanche lá em casa hoje!

– Adoraria! – Molly respondeu prontamente, como Sherlock já esperava.

Porém, assim como Sherlock também previra, James não respondeu, e quando o garoto insistiu e Molly tentava convence-lo a aceitar, o amigo apenas disse que tentaria ir.

Sherlock sabia que o amigo tinha algumas ressalvas a quando se tratava de família.

– Tente ir, James, talvez você se divirta afinal! – foi à última coisa que o garoto disse antes de dar o assunto por encerrado.

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Sherlock e Molly estavam sentados no sofá, ainda abraçados um ao outro. Eles não falavam nada havia algumas horas.

– Aquilo que você disse sobre meu irmão, - começou Sherlock quebrando o silêncio - acha que foi naquele dia que eles começaram?

Molly parou e depois de pensar um pouco respondeu:

– Fala isso por conta do que houve com Carl Perkins?

Sherlock afirmou.

– Você sabe que ele foi o responsável pelo afogamento do garoto! Eu nunca disse nada a policia na época, mas nós sempre soubemos que tinha sido ele!

– Sim, mas eu não acho que ele tenha começado naquela época, ao menos não começado de verdade! Mas acho que foi naquele dia em que ele decidiu colocar seu irmão como exemplo!

– Pode parecer horrível dizer isso, mas preferia que fosse meu irmão que tivesse dado um tiro na cabeça, e não James!

– Não Sherlock, não diga isso! – protestou.

– James era mais meu irmão do que ele, Molly! Você sabe disso!

Molly assentiu e beijou a testa do detetive. Ela não era a única que estava sofrendo.


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