Os Três Winchester's escrita por Cassiela Collins


Capítulo 15
Fugitiva


Notas iniciais do capítulo

Estou superfeliz!
Consegui uns 4 reviews no último capítulo, o que já é mais do que consegui nos outros!
Mas, 10 fantasmas, por favor, comentem também! Adoro receber reviews, e é meio decepcionante tanta gente me ignorando!!!



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Sam tenta arrastar Dean de novo para dentro do motel.

Mas o primogênito se recusa. Ele apenas fica de pé sob a chuva forte, encarando a rua à frente.

O moreno tenta falar com ele, mas o barulho está muito forte lá fora.

Finalmente desistindo, ele segura firme a gola da camiseta do loiro e o puxa para dentro.

Ele empurra o irmão contra a parede e o segura, forçando-o a escutar.

— Dean, pensa um pouco. - ele diz. - Lá fora está escuro e ensurdecedor. Se ela não quiser ser encontrada agora, você não conseguirá encontrá-la. E se você for atrás dela e ela te vir, isso só vai piorar tudo.

— Mas... - Dean começa a protestar, mas não sabe como terminar. Havia tantos argumentos que ele se perdia em si mesmo.

— Olha, uma hora ela vai voltar. Nesse momento só o que você conseguiria fazer é fazê-la se afastar ainda mais, ou se perder também.

— É, mas... ela está lá fora por minha culpa! - Dean insiste. - Eu gritei aquelas coisas para ela... eu tenho que achá-la! Trazê-la de volta! Se não, ela pode...

Novamente, ele não termina. Muitas coisas podiam acontecer com Katherine se ela não voltasse.

Sam suspira. Sim, Dean era o causador de tudo, e depois eles teriam que falar sobre isso.

Mas naquele momento, mais discussões não ajudariam em nada. Eles teriam que ter a cabeça fria e pensar com cuidado no que fazer. Qualquer piso em falso, tudo poderia ir por água abaixo.

— Dean, você não está entendendo - Sam insiste. - É a Kath que está lá fora! Se a trouxer de volta, ela vai acabar fugindo de novo! Se ela vir que você está indo atrás dela, ela vai fugir ainda mais, e para mais longe! Escute, você vai subir até o quarto e ligar para o papai para contar o que aconteceu. Eu vou pegar o carro e procurá-la na estrada; ela não pode ter ido longe. Com sorte, talvez de mim ela não fuja.

Só o fato de Dean não protestar com Sam dirigindo Baby já era um sinal de como ele estava realmente preocupado.

Dois minutos depois, Sam já está no carro.

Ele acende os faróis, que são de pouca utilidade na chuva densa, e vai em direção à estrada que a caçulinha pegara, seu peito apertado de preocupação.

.

Corra, Kath! Corra!

É só nisso que a garota conseguia pensar, enquanto disparava pelas ruas.

Suas costas protestavam, maltratadas pela tempestade forte; seus olhos não viam nada, e seus joelhos e as palmas das mãos já estavam em carne viva de tanto que caíra.

Suas pernas doíam como se fossem desabar a qualquer instante - não, como se já tivessem desabado -, mas nada a fazia desacelerar.

Um peso, dissera Dean. Você nunca será uma Caçadora!

As frases ecoam em seu ouvido, ainda mais altas que o barulho da chuva contra o asfalto.

Menor? Mais nova? Desculpas! Você é uma inútil...

Seu pé pisa em uma irregularidade no asfalto e ela sente uma dor aguda tomando seu calcanhar, mas a ignora.

Você nem consegue cuidar de um campista enquanto NÓS matamos um maldito wendigo!

Ela passa a mão nos olhos, para esfregar as lágrimas, mas debaixo de tanta água, nem faz diferença.

CALE A BOCA, KATH!

Um barulho de motor se faz ouvir e um farol pode ser visto atrás de si. Ela se vira e reconhece de longe a única coisa que pode-se ver naquela escuridão: a placa sob o farol.

Ela salta para o lado, se escondendo em uma árvore plantada em um pequeno quadrado de terra na calçada no exato instante em que o Impala de Dean passa na rua.

A copa da árvore oferece uma barreira parcial e um pouco de conforto em meio à chuva.

Ela se encolhe contra o tronco e se deixa escorregar até o chão, os soluços ainda balançando seus ombros.

Ela se encolhe e segura as pernas com os braços. Ela nunca sentia frio em um dia normal; era como se fosse imune.

Mas quando estava triste, ficava vulnerável.

E ela nunca sentira tanto frio na vida.

Ela afunda a cabeça entre os joelhos.

Você é uma inútil, e NUNCA será uma Caçadora!

Ela fica nessa posição por vários minutos, até que o frio começa a aumentar, com um vento forte.

Ela tira um objeto do bolso. Seu pequeno isqueiro.

Ela encara o objeto e o revira em mãos, permitindo um pequeno e fraco sorriso. Aquele fora seu presente de aniversário de dez anos.

Ela sempre adorara coisas práticas. Blocos de anotação. Isqueiros. Facas. Fitas e barbantes. Galhos. Canivetes e canivetes suíços.

Então, naquele ano, seu pai e seus irmãos haviam lhe dado um de seus melhores presentes.

Sam lhe dera um pequeno isqueiro prateado, com uma forma como um quadrado de pontas ovaladas; a forma para isqueiros preferida de Kath.

John lhe dera um canivete suíço. Um enorme, também de prata, com vários tipos de facas, tesouras, lixas e arrombadores e toda uma sorte de coisas.

Já Dean lhe dera algo diferente. Ele lhe deu um rolo com cinco tipos de linhas: uma fina, para costura; uma meio grossa, para amarrar coisas; uma larga e achatada como uma fita, de um tecido resistente como couro; um gordo e grosso, para amarrar coisas fortes e um muito, muito fino, para cortar.

Os três objetos eram como seus objetos sagrados. Ela nunca os deixara de lado, nunca os tirava do bolso. Eram sua ligação para com sua família. Desse jeito, ela nunca estaria sozinha.

Ela olha de soslaio para o rolo no bolso. Fora sua maior surpresa - improvisar armadilhas e roupas diferentes, costurar coisas ou pessoas... servia para tudo. Era volúvel e volátil como ela.

Ela puxa o objeto e o encara de perto um pouco.

Hesita, mas então, se decide.

Ela se levanta num salto e joga o objeto longe, e se vira novamente tão rápido que nem vê onde o rolo caiu, do outro lado da rua.

Então, Kath se abaixa novamente e se encolhe. No canto mais seco da árvore, ela acende o isqueiro, e apenas observa as chamas dançando.

Belas. Vivas. Quentes.

Incríveis.

Sua casa era uma casa de desastres.

A cada momento, haviam discussões, como grandes tempestades balançando os quartos com seus gritos.

Dean era impossível. Grande, o mais velho deles. Era barulhento e agressivo como a água e os trovões sobre a garota agora.

Já Kath era como um incêndio. Quando chegava, era difícil tirá-la de lá. Começava a aumentar e ganhar mais espaço e determinação.

A tempestade passara sobre o fogo, e era como se o apagasse.

Mas havia uma fagulha. Uma só fagulha sobrevivente.

O vento secara as folhas, e agora, com a chuva longe, era só questão de tempo até que o fogo voltasse, com toda a sua força.

E agora que sabia, o fogo nunca mais ousaria se aventurar na chuva.

Katherine era o fogo, e agora, havia aprendido a lição.


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Notas finais do capítulo

~momento drama XD